Não entendo
nada de medicina, menos ainda de medicina esportiva. Não vejo, porém, um grande
clube do Futebol Brasileiro sem um departamento médico de alto nível.
O cuidado médico dos
atletas deve ser prioridade e estar nas mãos de profissionais qualificados,
porque é financeiramente prejudicial ao clube perder um jogador por tempo
superior àquele que a própria lesão o deixaria afastado dos gramados.
No último
ano, o Fluminense sofreu com uma série de desfalques ocasionados por contusões
que, ao que parece, duraram mais do que deveriam durar ou, mal curadas,
tornaram-se recorrentes, provocando baixas que foram fundamentais
para a pífia campanha de 2013.
De duas
uma, ou o departamento médico, incluindo-se aí, a Fisioterapia (Ciência
diversa, mas que incluo no departamento médico por generalização), falhou, ou
falharam aqueles que se submeteram aos tratamentos indicados ao não respeitarem
as prescrições médicas em suas vidas pessoais.
Dizer, pura
e simplesmente, que jogadores que antes se contundiam em demasia no Flu, ao
mudarem de clube, tornaram-se invulneráveis às lesões, não é uma resposta
satisfatória. Infelizmente, todos sabemos que há jogadores que forjam lesões,
seja porque não gostam de treinar, seja porque estão insatisfeitos com uma
situação de reserva ou porque, simplesmente, estão infelizes no clube.
Seria
leviano, também, atribuir responsabilidades apenas aos profissionais do clube, sem que se considere, ao menos, uma parcela de culpa do paciente que descumpriu as regras impostas para um tratamento eficaz, esquecendo-se de que os cuidados devem prosseguir em suas próprias casas.
O fato,
contudo, é que dois profissionais gabaritados, os Drs. Michael Simoni e Victor
Favilla, deixaram o departamento médico do Flu após divergências com Fred, daí decorrendo
interferências políticas estranhas à medicina esportiva.
Parecendo não
confiar nos médicos que têm à disposição no clube, o artilheiro, a fim de curar
suas reiteradas lesões, buscou auxílio
em especialistas de fora; mais recentemente, Fred procurou o médico do Flamengo e da
Seleção Brasileira, José Luiz Runco.
Trata-se de
evidente desprestígio ao departamento médico tricolor o que, por óbvio,
provocou as reações dos citados profissionais.
Vale notar que a alta cúpula tricolor, ciente dos conflitos, preferiu não atear mais lenha à fogueira, mantendo-se ora silente, ora oferecendo respostas evasivas. O fato é que, com essa conduta, parece mais encampar a decisão de Fred do que prestigiar seu próprio departamento.
Quem, então,
estaria com a razão, Fred ou os citados médicos que, ao se sentirem
desvalorizados e responsabilizados, deixaram o clube?
Não posso
atestar, com a convicção de um profissional da área, a competência dos médicos
referidos. Posso presumir, porém, que não estariam no Fluminense se não fossem
excelentes profissionais, afinal de contas, jogadores do quilate dos que temos no elenco não poderiam estar nas mãos de qualquer um. E é esta a impressão que tenho de ambos, que são
competentes e qualificados para exercerem suas funções no departamento médico
tricolor.
Fred, por
sua vez, é um notório notívago. Todos sabemos que exagera no consumo de álcool
e nas demais atividades noturnas, fato que, por certo, prejudica a recuperação
de lesões, mormente as crônicas, com as quais convive praticamente desde que chegou ao Flu.
Não quero
fazer a defesa incontestável desses médicos, nem mesmo crucificar nosso artilheiro, cuja qualidade e valor já foram comprovados em diversas oportunidades. Apenas trago os fatos para que o
amigo tricolor tire as suas próprias conclusões.
Imagino que
o departamento médico do Fluminense
só vai funcionar no dia em que alguns jogadores entenderem que um tratamento
depende muito do médico que o ministra, mas, principalmente, da
responsabilidade de quem o recebe, responsabilidade esta que Frederico parece
ter apenas quando lhe convém.
E qual é a sua
conclusão?
Avante,
Fluminense! ST
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