quarta-feira, 29 de junho de 2016

Fluminense vs São Paulo

Mais uma derrota num campeonato que se apresenta ao Fluminense numa infeliz rotina cambaleante, que o torna sério candidato a disputar a parte baixa da tabela durante toda a competição.

Contra o flamengo, eu só consegui tecer um comentário: foi uma vitória importante por tudo o que representa vencer o nosso maior rival. E só.

O péssimo primeiro tempo que jogado contra os rubro-negros repetiu-se hoje, com a diferença de que o time misto do São Paulo não é flamengo e fizeram dois gols.

Em campo um time lento, sem objetividade, sem qualquer jogada ensaiada, sem opções no ataque, a defesa vacilante como sempre, o meio sem criatividade e o ataque nulo. Se houvesse uma opção para menos do que péssimo, esta seria a nota do Fluminense na primeira etapa.

A coisa foi tão ruim, tão abaixo da crítica, que o Flu só finalizou duas vezes em gol: um chute torto do Scarpa e um cabeceio do Cícero que passou rente ao travessão. No mais, toques e mais toques improdutivos de bola até que a mesma fosse invariavelmente perdida para o São Paulo armar bons contra-ataques pelo seu lado esquerdo, praticamente em ritmo de treino.

Levir não poderia compactuar com essa morosidade, essa displicência e fez logo duas mexidas no intervalo da partida: Dudu no lugar de Edson e Osvaldo no de Maranhão.

Logo no início, os paulistanos perderam mais um gol, mas conquistamos o primeiro escanteio do jogo logo em seguida. No decorrer do lance o Flu foi premiado – um prêmio pelo primeiro córner na partida - com um pênalti, que Cícero converteu.

As mudanças deram mais mobilidade e velocidade à equipe. Pior não poderia ficar e o Flu passou a jogar algo parecido com futebol. Ainda teve mais uma penalidade a seu favor, dessa vez não marcada pelo árbitro.

Mas foram apenas lampejos. O Tricolor sucumbiu mais uma vez à sua própria incompetência, à má qualidade técnica de seu elenco – não há espaço no Flu para jogadores como Henrique, Maranhão, Giovanni, Osvaldo, Jonathan, entre outros – e sobretudo à leniência de alguns jogadores.

Nem com Ganso fora de jogo, o time se mobilizou para tentar pelo menos um empate. Triste, lamentável a apresentação do Fluminense.

Sem reforços e sem uma mudança radical na forma de jogar dessa equipe, não há qualquer expectativa de almejarmos algo melhor este ano, infelizmente.

O Flu precisa de uma sequência de vitórias e, principalmente, de uma sequência de bons jogos, mas ao que parece, isso depende de uma diretoria que não está preocupada com as coisas do futebol, deixado mais uma vez em segundo plano.

O torcedor tricolor merece respeito. Não é pedir muito.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Os muros tricolores

Um erro não justifica outro, ou trocando em miúdos, erros não se compensam.

A pichação do muro da sede tricolor logo após a derrota para o Santos foi um erro porque é, em primeiro lugar, um crime previsto no artigo 65, Lei 9605/98; em segundo lugar, porque quando se suja o muro do Fluminense, o único atingido é o próprio clube e não os destinatários das reclamações.

Não vale dizer que um muro se pinta e pronto, porquanto se fosse o muro da casa de quem aquiesce à sujeirada certamente sua opinião seria outra.

O outro erro é a Administração do futebol tricolor. Uma sucessão de erros que relegaram o futebol do Fluminense a um segundo plano em detrimento de um suposto acerto do seu equilíbrio financeiro.

Manter o clube com as suas contas equilibradas, reparar os abusos das administrações anteriores, evitar gastos desnecessários e gastar bem – com qualidade e bom custo-benefício – é obrigação de todo gestor. Assim como é obrigação cuidar do carro-chefe do clube, principal fonte de receitas, e motivo da paixão de uma imensa legião de torcedores: o futebol.

Numa ponderação de prioridades ou interesses, nenhum deve preponderar sobre o outro, pois caminhando juntos tem-se a máxima efetividade na gestão de um clube: contas saneadas e títulos na sala de troféus.

Assim, embora se justifique a irresignação da torcida, há outros meios de se protestar, menos sujos e lícitos. Transformar o muro da sede tricolor em muro de lamentações ou mesmo em palanque político, se foi esse o propósito do pichador, não é o melhor caminho.

Há um outro muro, etéreo, por trás do qual encastelam-se o mandatário tricolor e seu staff. É este o muro que deve ser o alvo do torcedor que deseja ter o seu Fluminense de volta, é esse o muro que precisa ser derrubado.

A inaptidão da gestão futebolística tricolor precisa ter um fim, mas não é a depredação do patrimônio do clube que transformará, da noite para o dia, o futebol em prioridade nessa Administração.

Aliás, não parece que há mais tempo para isso. Peter Siemsen será reconhecido por grandes feitos extracampo, alguns, como o CT, que dependeram muito menos dele do que da iniciativa de terceiros, mas também terá perdido a grande oportunidade de ter dado ao futebol o papel de relevância que deveria ter num clube da grandeza do Fluminense.

Para o torcedor é o que importa: um time vencedor.


O muro real será limpo e continuará guarnecendo e embelezando a centenária sede tricolor, enquanto isso, o outro, o muro da vergonha, tem prazo de validade e será derrubado em novembro, quando, espera-se, renascerá um novo Fluminense, vencedor dentro de campo e autossuficiente fora dele. 

sábado, 18 de junho de 2016

Rompendo fronteiras

O Fluminense é pioneiro mais uma vez. Até dezembro deve concretizar a compra de 77% do clube eslovaco STK Samorin, atualmente na 2ª. divisão daquele país. Será a mais ousada tentativa de integração entre um clube brasileiro e um europeu e que precisará ser aprovada pelo Conselho Deliberativo do Flu.

Já há entre os clubes um acordo de cooperação em que o Fluminense cedeu cinco jogadores e um auxiliar técnico ao clube eslovaco na última temporada, quando ainda disputava a 3ª. divisão local. Esse número, no decorrer do último ano, passou para sete jogadores da base tricolor o que foi preponderante para que o STK subisse de divisão.

O STK fica na cidade de Samorin, bem próxima da fronteira com a Hungria e a apenas 17 Km de Bratislava, capital da Eslováquia. É uma cidadezinha pequena, de apenas quinze mil habitantes, cujo clube principal é o próprio STK.

O objetivo do Fluminense é claro: dar experiência a jogadores da base, valorizá-los, qualificar técnicos e inserir o clube no mercado europeu. Para tanto, a escolha do clubezinho eslovaco não foi aleatória: a cidade é pequena, receptiva, o custo de vida e os salários são baixos.

Dessa forma, aqueles jogadores da base tricolor que não forem imediatamente aproveitados no time principal terão a oportunidade única de atuarem pelo Fluminense eslovaco. Se o acordo vingar, ao concretizar a compra, o Tricolor terá que investir duzentos e cinquenta mil euros na infraestrutura do clube e este passará a se chamar STK Fluminense Samorin, utilizando o uniforme tricolor oficial do clube brasileiro nas partidas fora de casa.

Assim, o Flu, ao menos em tese, poderá valorizar e dar experiência aos seus jovens jogadores numa vitrine europeia e poderá realizar negócios com clubes médios europeus fazendo caixa para o clube. Além disso, a internacionalização da marca será efetiva: será o Fluminense, como marca, que estará se apresentando em gramados europeus, inclusive vestindo a sua própria camisa.

Outro fator positivo será a possibilidade de a base tricolor atrair os jovens mais promissores, ávidos pela possibilidade precoce de uma experiência na Europa.

No papel, portanto, tem tudo para der certo: baixo investimento e possibilidade de bom retorno financeiro, além, é claro da exposição da marca Fluminense em território europeu.

Na prática, porém, é preciso dar tempo ao tempo. Só será bom para o Fluminense se houver o retorno esperado e, sobretudo, se houver tato na condução das futuras negociações.

E se o STK, ou melhor, o STK Fluminense, alcançar a primeira divisão, certamente a visibilidade será muito maior.


De qualquer forma, tricolor, se você não possuía um clube para o qual torcer na Europa, agora já pode ter. O Fluminense eslovaco está muito próximo de se tornar uma realidade.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Fluminense versus Corinthians

Um Fluminense incisivo, rápido e envolvente ainda é um sonho de Levir Culpi. O que se pode dizer é que o Flu tem se ajustado dentro de campo dentro de suas limitações. Afinal de contas, não dá para exigir muito de uma equipe com dois laterais fracos, dois zagueiros temerários e um meio de campo pouco criativo. Alie-se a isso, agora, a ausência de uma referência no ataque.

Ainda assim, o Tricolor tem se virado. Podia ter vencido Atlético/MG, Chapecoense e Grêmio, mas reiterou em erros que o assombram desde o início da competição: falta de criatividade no meio, pouca eficiência na frente, muitos erros de passes e inúmeras oportunidades desperdiçadas, muitas delas por afobação. Contra o Grêmio uma agravante: a assombração era o Fred, que apesar de já estar longe das Laranjeiras, parecia estar em campo, tantas foram as bolas alçadas para a área em busca não se sabe de quem.

Hoje não foi muito diferente. Fez um primeiro tempo correto na marcação, mas sem qualquer criatividade no meio – Scarpa esteve muito mal – e apenas conteve o ímpeto do Corinthians, que teve as melhores - embora escassas - oportunidades da primeira etapa. Somente no fim o Flu mostrou algo mais, incomodando a equipe paulista.

O segundo tempo começou moroso para as duas equipes, e o jogo caiu de produção, até o pênalti muito bem assinalado pelo árbitro em Cícero. Mesmo batendo mal, teve sorte, pois a bola foi rebatida para seus pés e pôde então concluir pela segunda vez e marcar o gol tricolor. O autor da falta foi expulso e aí a partida ficou à feição do Fluminense.

O Corinthians saiu para o jogo e o contra-ataque foi todo do Flu. Novamente, porém, diversas chances foram desperdiçadas, seja por erros de passes, seja por afobação ou mesmo por incompetência nas finalizações. Talvez isso explique o Flu posicionar-se na última posição das equipes com 13 pontos, uma vez que possui baixo índice de gols marcados.

Vale dizer que se a pressão final do Corinthians resultasse num gol, estaríamos agora lamentando tantas oportunidades de contra-ataques novamente desperdiçadas.

Vencemos, enfim, apesar de termo feito uma partida apenas razoável. Depois de uma série incômoda de empates, uma vitória contra um dos candidatos ao título é sempre muitíssimo bem-vinda.

Agora é ajustar o time para ser mais eficiente na busca do gol, além, é claro, de não deixar de se pensar nos reforços que são imprescindíveis para que o Fluminense almeje algo mais na competição.

E que o sonho de Levir de tornar o Fluminense uma máquina que ataca e defende com rapidez e qualidade se torne logo realidade, porque também é o que todos nós desejamos ansiosamente.


Enquanto isso, curtamos essa bendita vitória.

sábado, 4 de junho de 2016

Fluminense versus Chapecoense

Pela segunda vez consecutiva o Fluminense é superior ao adversário, perde boas oportunidades, mas não consegue sair com a vitória. Uma atenuante: o adversário foi a Chapecoense – equipe havia, até então, vencido o Tricolor em todos os confrontos nos campeonatos brasileiros – que é sempre difícil de ser batida em seus domínios e que está invicta na competição.

Mas atenuante não perdoa, diminui a culpa. Assim como foi contra o Galo, o Flu perdeu outros dois pontos importantes em virtude de sua superioridade não ter sido transformada em gols.

No primeiro tempo o jogo foi igual. Grama baixa, bola veloz, o Flu tratou de se adequar ao estilo da Arena Condá e fez um jogo de bastante aplicação e pouca imaginação, dando chutões quando necessário e baseando a disputa no meio de campo.

Somente aos 34 minutos o Tricolor chegou com perigo – e foram os lances mais agudos da partida – quando Cícero fez boa jogada pela direita e Jonathan, Richarlisson e, por fim, Scarpa, respectivamente, perderam ótimas oportunidades. Demérito de Richarlisson, que tinha o gol livre à sua frente e conseguiu chutar nas pernas do zagueiro.

Talvez esse lance tenha motivado Levir a trocá-lo por Magno Alves. Dessa vez, ao contrário do último jogo quando trocou Richarlisson por Osvaldo, Levir acertou. Magnata deu mais movimentação à equipe postando-se pelo meio e abrindo espaços para os laterais subirem com mais frequência.

Com essa nova postura, o Fluminense foi o dono da segunda etapa, finalizou mais vezes, teve um gol de Cícero anulado em virtude de um impedimento milimetricamente assinalado e só não saiu vitorioso porque os erros da última partida tornaram a ocorrer: o último passe deficiente e más finalizações.

Não fosse por isso estaríamos comemorando 6 pontos contra Galo e Chape.

Agil como é a competição, será necessário um intervalo maior para que Levir foque nessas falhas e tente corrigi-las.

Dois pontos em seis fora de casa não é péssimo, mas não é o ideal. Um vitória nos daria uma condição melhor. Com esses resultados, vencer em casa o próximo confronto torna-se praticamente obrigação.

A deficiências do Flu são bem visíveis. Levir, com um pouco de tempo, as corrigirá e isso é um alento para o torcedor, porque se o Tricolor tem sido um adversário difícil de ser batido, precisa também vencer com mais frequência para manter-se nas primeiras colocações da competição.


Tenho esperança de que ainda haverá uma boa evolução dessa equipe, suficiente para, oxalá, pelo menos lutarmos para voltar à Libertadores em 2017.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Fluminense versus Atlético MG

Um empate com sabor amargo, ante as chances desperdiçadas contra um Atlético MG que errou demais, erros que foram pouco aproveitados pelo Fluminense.

Provavelmente o Tricolor tivesse saído do primeiro tempo com uma vitória parcial, não fosse o grave erro de Henrique no gol do Galo aos dois minutos de jogo. Aliás, Henrique erra reiteradamente, mas seus equívocos só chamam a atenção quando resultam em gols, como hoje.

O gol do Atlético logo no início da partida desnorteou o Fluminense. Mesmo atordoado, porém, conseguiu ser melhor do que o Galo. Scarpa perdeu duas boas chances e depois, mesmo sem goleiro, o Flu não conseguiu marcar o tento de empate.

Era visível, contudo, que aos poucos o gol tricolor amadurecia. O Atlético não ameaçava e o Flu passou a dominar o meio de campo. Após passe de Cícero, Scarpa, enfim, empatou a partida. A derrota parcial seria injustiça, mas o Flu merecia a vitória ante as chances perdidas, que não foram muitas, mas premiaria a única equipe que almejou com mais eficiência o gol adversário.

Na segunda etapa o Flu procurou manter o mesmo ritmo, pressionando a saída de bola, forçando o erro do Galo, mas o time mineiro melhorou. Não muito, mas pelo menos foi mais ofensivo e arriscou mais na frente. O jogo ficou mais equilibrado, mas com a saída de Richarlisson, a meu ver, o Atlético passou a ser melhor.

Embora não estivesse bem, Richarlisson dava muito trabalho à defesa mineira, tendo sido responsável pelos seus dois únicos cartões amarelos. Osvaldo pouco ou nada fez, senão perder um gol aos 35 e outro já nos acréscimos, após excelente chance também perdida pelo Magno Alves.

Apesar de não ter jogado bem, o Flu conseguiu ser melhor do que o Galo e merecia a vitória, mas esbarrou nos mesmos erros do jogo contra o Botafogo: desperdiçou vários contra-ataques por erros de passes e cansou no fim.

O Tricolor não soube aproveitar os erros defensivos do Atlético e aqueles que ele próprio provocou com uma marcação avançada, algo que Levir precisa tratar de corrigir.

A vitória contra o Galo hoje seria fundamental para as nossas pretensões no campeonato e não seria nenhuma excepcionalidade, pois o Fluminense foi superior a maior parte do tempo e perdeu as melhores chances de gol.


O resultado não foi ruim, mas a vitória ficou por um triz. E é esse triz que pode fazer a diferença no fim da competição, para o bem ou para o mal.