Ao ser entrevistado à beira do campo, Levir
anteviu o que seria a partida: um jogo de muita força física. Normalmente,
Fluminense e Botafogo fazem partidas encardidas, para o alvinegro, jogar contra
o Flu é sempre uma decisão de campeonato, mas o estado do gramado em nada
favoreceu a qualidade do espetáculo.
O Tricolor conteve bem o Botafogo na primeira
etapa, sobretudo seus principais jogadores: Camilo e Sassá. E não se omitiu,
quando teve a bola procurou ser agressivo, principalmente pelas pontas, mas sem
organização e qualidade no último passe. Apesar disso, teve dois bons momentos,
o primeiro com Wellington, num cruzamento que mudou de rumo e atingiu o pé da
trave do boleiro botafoguense e depois noutra bola lançada na área que Henrique
cabeceou livre para defesa de Cidão.
O Botafogo teve a sua principal chance com
Camilo, numa das poucas vezes em que pôde criar, quando aproveitou um rebote
mal dado da zaga e carimbou o travessão tricolor.
Foi um primeiro tempo amarrado, desorganizado,
mas com muita disposição por parte das duas equipes. Paradoxalmente, houve
belos momentos individuais de jogadores como Cícero e Wellington, que serviram
para dar um pouco de alegria ao torcedor.
O Flu voltou para o segundo tempo com Douglas
no lugar de Edson – Cavalieri já havia dado lugar a Júlio César por contusão -,
repetindo o erro da partida contra o Figueirense, o time voltou mais frouxo na
marcação, dando o meio para o Botafogo, que logo aos cinco, após já ter chegado
duas vezes sem muito perigo, marcou o seu primeiro gol após, a meu ver, falha
de Henrique que se deixou surpreender pelo quique da bola.
Só aos 13` o Flu deu o ar da graça e Willian
Matheus acertou um chute que carimbou a trave esquerda de Cidão. O Tricolor
passou a ser mais incisivo, mas dava espaço aos contra-ataques alvinegros, e
Sassá e Camilo passaram a aparecer mais.
O ímpeto arrefeceu e o Botafogo, então, passou
apenas a administrar um jogo que parecia à sua feição. E foi assim, sem o
Fluminense saber o que fazer com a bola, até Levir novamente e pôr Magnata em
campo no lugar de Pierre, dessa vez por necessidade de reverter o quadro da
partida.
O Fluminense, assim, com dois atacantes,
prendeu mais o Botafogo atrás e o sufocou, mais no abafa, é verdade, mas ainda
assim não seria injusto um gol de empate, que esteve muito próximo de acontecer
em oportunidades perdidas por Samuel e pelo próprio Magnata, já nos acréscimos.
O Botafogo, com um bom meia, um bom atacante e
um treinador que não inventa consegue obter boas vitórias, apesar de seu
limitadíssimo elenco. Parece, contudo, que o Flu ainda não aprendeu essa lição.
Torçamos, assim, para que contra o Galo seja
tudo diferente e a vitória seja a recompensa para esse torcedor que não se
cansa de sofrer pelo Fluminense. Até lá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário