terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Feliz 2015

Que o ano de 2015 seja grandioso, estupendo, magistral para o nosso glorioso Fluminense. Que trilhe o caminho das conquistas, torne rotina as vitórias e orgulhe mais e mais o seu torcedor. Que os seus gestores tenham discernimento para comandar, lucidez para agir e respeito, principalmente respeito, à Instituição.

Desejo, também, que o torcedor torça com afinco, vibre com emoção, regozije-se nas vitórias, mas que, nos momentos difíceis, demonstre o seu amor sendo solidário e paciente, sendo o seu décimo segundo jogador dentro de campo e o seu maior investidor fora dele.

E que tenhamos todos um ano de paz, saúde e felicidade para que possamos, plenamente, vivenciar tudo isto.

Feliz 2015!


Oposição, consciência e ética.

(Publicado no site Panorama Tricolor em 28.12.2014)

O objetivo deste texto não é o de tratar da oposição tricolor em suas especificidades, em miudezas. Ao contrário, busca traçar um panorama genérico de como deveria funcionar uma oposição ou situação consciente de que nenhum interesse particular deve suplantar o interesse maior da instituição Fluminense Football Club.

Faltam, assim, dois anos para as eleições presidenciais do Fluminense e já se apresentam, oficialmente ou não, correntes contrárias à atual gestão tricolor que, reconduzida à presidência em novembro de 2013, mostra os sinais de um desgaste natural após dois mandatos consecutivos. Até mesmo Celso Barros, presidente da ex-patrocinadora do Flu, já manifestou expressamente seu interesse em participar, não se sabe ainda se apenas através de apoio a algum grupo político de oposição, ou mesmo como candidato à própria presidência, da disputa eleitoral. De toda a sorte, Celso Barros já é oposição, ou já era há algum tempo e somente agora, com o rompimento oficial da parceria, pôde deixar isso bem claro.

Não que a formação de grupos oposicionistas decorra necessariamente da existência de um pleito próximo, mas, naturalmente, eles se robustecem à medida em que o caminho até o próximo se avizinha tormentoso para a atual administração.

Certamente, o Presidente Peter Siemsen, impossibilitado de se reeleger uma terceira vez, apoiará um candidato que encampe seus ideais e siga a sua linha política, o que desde já provoca a repulsa de tricolores decepcionados com a sua gestão. Quando digo decepcionados, entendo que este seria o termo adequado para quem quase que unanimemente o reelegeu há pouco mais de um ano. Foi um massacre nas urnas contra o candidato da oposição, Deley; uma vitória contundente e respaldada menos por seu desempenho como gestor de futebol do que por sua capacidade administrativa – afinal de contas 2013 foi um ano catastrófico dentro dos gramados para o Fluminense – e favorecido, ainda, pela vetusta corrente política que apoiava o seu adversário. Nesse sentido, preferi o termo “decepcionados” a, por exemplo, “revoltados” ou “indignados”, porque grande parte dos que hoje contestam a sua gestão, muito provavelmente, em algum momento, já o apoiou e acreditou em seus projetos.

Pois bem. O ano de 2014 também não foi bom para o Tricolor e o de 2015 insinua-se ainda mais turbulento ante a drástica redução das verbas destinadas ao futebol pela recente perda do patrocínio-master da Unimed; e, é nesse cenário fértil às críticas e cobranças, que as correntes oposicionistas tendem a proliferar. Infelizmente, é uma realidade cruel e não afeita apenas à política interna dos clubes de futebol. Muito ao contrário, trata-se de reflexo da política que se vê no dia a dia, nos gabinetes executivos e legislativos, maquiavélica, porém real, nos assuntos internos de qualquer clube.

Nenhuma crítica aqui se faz à existência da oposição política. Assim como é necessária ao recrudescimento da democracia, porque dá ao cidadão a oportunidade de escolher, dentre as propostas existentes, aquela que melhor atende aos seus anseios para substituir o sistema vigente, também é fundamental, guardadas as proporções devidas, quando se trata das correntes de pensamento internas de um clube, aptas a renovarem o quadro político dominante.

A oposição consciente, tanto quanto necessária, é saudável. Barbosa Lima Sobrinho, brilhantemente, ensinou que  "Falta de oposição é fenômeno grave, porque nunca se sabe o que vai surgir. Se não há contestação cruzam-se os braços e aceita-se o fato consumado que, muitas vezes, no íntimo se repele." A contestação é, portanto, imprescindível para se modificar aquilo que não funciona, ou funciona precariamente no ambiente social e político em que vivemos.

Mas somente a oposição consciente e ética é saudável. A crítica, por mais ferrenha que possa parecer, deve vir acompanhada de sugestões, projetos e ser precipuamente ética. O ataque pessoal e o questionamento despropositado, gratuito e fulcrado somente na rivalidade política desconstrói a imagem de uma oposição coerente e capaz de revolver os alicerces que sustentam a corrente política da situação.

Nas próximas eleições presidenciais do Fluminense haverá, pela primeira vez, a participação efetiva do sócio-torcedor associado há pelo menos dois anos da data do pleito. Esse torcedor “comum” certamente decidirá o destino do clube em 2016 e é a ele que se deve tentar convencer, tanto oposição quanto situação, acerca do que é o melhor para o Fluminense.

Uma oposição sistemática, baseada apenas em ataques à gestão atual sem levar em consideração seus pontos positivos ou projetos alternativos, estará fadada ao fracasso. É preciso entender que, antes de ser oposição ou situação, o torcedor almeja o bem do Fluminense e, para tanto, deseja conhecer propostas, opções que possam tornar o clube cada vez mais forte. Nesse ponto, o torcedor também repudia a falta de ética, as ofensas gratuitas, porque com certa frequência, quem assim age procura apenas dissimular a sua incapacidade política para contrapor as ideias da gestão no poder. E isto é sinônimo de fraqueza.

O que importa realmente para o Fluminense é que as correntes oposicionistas, algumas já em franca campanha, e as que surgirem, tanto quanto a situação, promovam um debate no campo das ideias. Dessa forma, o torcedor poderá escolher de acordo com a sua própria consciência qual a melhor linha a seguir. A contundência das intervenções, assim, deve se ater às propostas e aos questionamentos coerentes, porque a oposição consciente valoriza o debate e constroi um ambiente propício ao engrandecimento do clube mostrando-se como opção viável ao projeto vigente.

E é disso que o torcedor precisa, de uma alternativa viável, caso seja de seu interesse mudar o que aí está posto.

Serão dois anos problemáticos pelas dificuldades financeiras que o clube fatalmente enfrentará. Tudo o que o Fluminense não precisa é de que esse biênio seja transformado, também, num período de conturbada atividade política que perturbe ainda mais o seu ambiente interno. Para tanto, oposição e situação devem se conscientizar de que mais do que seus próprios interesses é o interesse do Fluminense que deve preponderar e de que o embate saudável, adstrito às ideias, tornará a campanha eleitoral apta a fornecer aos eleitores opções verdadeiramente comprometidas com o futuro tricolor.

A antecipação do debate eleitoral é aceitável e até previsível diante do quadro que se apresenta; esse largo período tanto pode ser útil à construção de um projeto político eficaz e à conscientização do eleitor, como pode ser, por outro lado, um obstáculo à caminhada do Fluminense rumo aos seus objetivos. Nessa toada, importante distinguir o homem da instituição; nem sempre se atinge o primeiro sem que sofra consequências a segunda e, portanto, toda cautela é pouca no agir.


Sejamos políticos mas, sobretudo, sejamos tricolores.


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Geração esperança

Uma geração de tricolores associa o Fluminense à marca Unimed. Acostumaram-se à montagem de equipes caras que ensejaram as conquistas dos títulos da Copa do Brasil, em 2007, dos campeonatos brasileiros em 2010 e 2012, cariocas de 2002 e 2012, além dos quase-títulos internacionais, os vices da Libertadores da América e da Copa Sulamericana que, se não foram conquistas materiais, trouxeram para o clube enorme visibilidade internacional.

Não há dúvida, assim, de que toda uma legião de jovens tricolores nascida durante a primeira parte dos anos 1990 até o período de suscessivos rebaixamentos do clube teve a láurea de crescer assistindo à parceria Flu-Unimed e ao período mais vitorioso da história do Fluminense.

Estão, ou melhor, estamos mal acostumados por certo. O que diferencia as gerações anteriores desta é que nós, os mais antigos, vivemos as tempestades e as bonanças, enquanto a geração Unimed viveu apenas os dias ensolarados. Mesmo nos piores momentos, em 2009 e 2013, foram fatores outros que não a falta de investimento os motivos pelos quais aquelas equipes não funcionaram.

O motivo deste texto é, basicamente, alertar a essa geração de que o Fluminense continua e que, se não haverá, doravante, tantos “medalhões” vestindo a camisa tricolor, isso não significa, por si só, que teremos uma equipe menos guerreira ou competitiva. Significará, por certo, menos ingerência do presidente da patrocinadora – que sempre se arvorou o direito de interferir nas contratações, tanto de jogadores como de treinadores e até comissão técnica – e possibilite maior liberdade aos mandatários tricolores na escolha do elenco e no planejamento dos destinos do futebol.

Vale lembrar, também, aos mais jovens, que houve época em que as camisas dos times de futebol continham apenas o escudo e o número. Patrocínio é algo recente, do início dos anos 1980 e, antes disso, os clubes se mantinham com seus próprios recursos e, nem por isso, formavam más equipes. O Fluminense, por exemplo, foi campeão carioca de 1951 e conquistou a Copa Rio de 1952 com um “timinho”, hoje reconhecidamente um timaço, mas que, à época, era considerado de baixo investimento; ainda foi campeão carioca em 1969 e campeão brasileiro em 1970 com um escrete magnífico que, longe de ser milionário, jogava com honra – quem conhecia antes de virem para o Flu nomes como Cafuringa, Mickey, Flávio, Samarone e Lula? Foi o Fluminense a vitrine para que se mostrassem os grandes jogadores que eram. Montou a máquina tricolor em 1975/1976 na base do troca-troca fomentado pelo eterno presidente Francisco Horta; conquistou o título carioca de 1980 com outro “timinho”; foi campeão brasileiro de 1984 e tri carioca 83/85 com outra equipe considerada de baixo investimento e que, posteriormente, foi considerada uma das melhores de toda a história tricolor; em 1995, contra o rival Flamengo, o inesquecível título carioca também foi de um time sem qualquer patrocínio.

Sem muito dinheiro, mas com muito amor; foi assim que o Fluminense conquistou grandes vitórias e formou equipes antológicas.

Os “timinhos” deram ao Fluminense, além destas, outra incontáveis conquistas. Não havia “mundos e fundos” para investir, não havia mecenas; havia somente o desejo de vencer. Nenhum demérito aos “timinhos” tricolores, uma vez que as conquistas os transmudaram em equipes épicas que enriqueceram sobremaneira a nossa gloriosa história.

Eram outro tempos, com certeza. O dinheiro possuía menos impacto do que hoje na montagem de um bom time, mas, de toda a sorte, não se vislumbra um Fluminense absolutamente desprovido de recursos. Se não há a fartura de outrora, ainda temos as verbas de patrocínio da Adidas e da Viton 44, as receitas de bilheteria, os direitos de transmissão das partidas, os valores do projeto sócio-torcedor, dentre outros.

Portanto, nada há de desesperança. Muito ao contrário, a falta de dinheiro da Unimed poderá trazer ao Fluminense outros valores, até então recônditos, que farão revivescer no Flu as glórias de outrora, a mística dos “timinhos” e das vitórias arrancadas à base de “suor e sangue”.

Serão tempos novos, difíceis, mas eivados de esperança de que o destino tricolor poderá ser construído com a capacidade de seus gestores e com a força de sua torcida.

Foi-se a geração Unimed; que venha a geração esperança.


Feliz Natal e próspero Ano Novo a todos os tricolores! Que em 2015 possamos novamente gritar “É campeão!”.

Avante, Fluminense! ST

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Cavalieri é do Flu por mais 4 anos

A diretoria tricolor agiu com acerto e renovou o vínculo do arqueiro tricolor, Diego Cavalieri, por mais quatro anos.

Um dos heróis da conquista do título brasileiro de 2012, o número 12 tricolor é um dos grandes goleiros em atuação em solo nacional. A sua perda significaria enorme prejuízo, tanto pela sua qualidade quanto pela dificuldade em repor um atleta para a posição à sua altura.

Vale lembrar que o goleiro possuía grande parte de sua remuneração paga pela ex-patrocinadora do clube, fato que demonstra o elevado esforço da administração tricolor para garantir o novo acordo.

Cavalieri está feliz e é grato ao Fluminense por tê-lo repatriado numa época em que poucos acreditavam em seu futebol. A torcida tricolor está feliz, porque a segurança no gol está mantida. Num período de contenção de despesas, pode-se dizer que a manutenção do nosso arqueiro é, verdadeiramente, uma grande contratação!

Parabéns aos envolvidos na negociação. Parabéns à torcida do Fluminense, o presente de Natal está garantido.

E para uma imprensa que tentou de todas as formas promover, através de informações não comprovadas, a saída de Cavalieri do Flu, aí está a resposta. Em momento algum esses pseudo-jornalistas perguntaram: "Qual é o seu desejo? E não perguntaram porque a resposta que ouviriam não lhes interessava. Preferiram especular e a especulação não se coaduna com o profissionalismo. A resposta está aí, clara, límpida, induvidosa. 

Avante, Fluminense! ST

Foto: Globoesporte.com


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Vale lutar por Edson

O volante Edson, contratado por empréstimo ao São Bernardo/SP até maio de 2015, foi um dos sinais que, durante o ano de 2014, indicaram que a parceria Flu-Unimed poderia não ser renovada ao fim da temporada.

Foi contratado ao clube paulista com recursos próprios do clube, a baixo custo – um dos menores salários do elenco – sem qualquer intervenção da ex-patrocinadora Unimed, no velho estilo bom, bonito e barato que deverá nortear o futuro tricolor em 2015.

Chegou para compor elenco, sem nenhuma expectativa do torcedor, mas, aos  poucos, mostrou seu valor, com muita disposição dentro de campo e, em 15 partidas marcou quatro gols pelo Fluminense. Menos pelos gols, do que pela sua versatilidade e dedicação dentro de campo, - também atua pela lateral direita -, o jovem potiguar, de 23 anos, é um jogador importante para a temporada que se avizinha.

Seus concorrentes diretos na posição, Diguinho e Valência, foram dispensados em razão do fim da parceria com a empresa de planos de saúde, o que torna a sua permanência quase que obrigatória, ante a atual escassez de volantes no elenco. Além disso, é difícil encontrar no mercado um jogador com as características do atleta, bem observado pelo Fluminense, que o garimpou junto ao modesto clube paulista.

Por outro lado, as informações veiculadas na mídia dão conta de que o Fluminense tentará a aquisição de 50% dos direitos do jogador Walter, junto ao Porto de Portugal, que pode se dar pelo pagamento de quantia em dinheiro – cerca de seis milhões de reais - ou pela cessão dos direitos econômicos de dois jogadores da base – interessam ao clube português Robert e Kennedy. Não questiono a tentativa, desde que resguardados os interesses do clube, sobretudo dos direitos de jovens valores da nossa base. Walter, apesar de sua constante luta contra a balança, tem qualidade e pode compor o elenco num ano que se anuncia difícil, principalmente porque a Unimed, se mantiver a sua palavra, continuará arcando com 50% de sua remuneração.

Citei a pretensão do Tricolor para adquirir metade dos direitos de Walter para dizer que, se há esforço para tanto, deveria haver, também, para o pagamento de R$1.000.000,00 (Um milhão de reais) pelos direitos de Edson. Com contrato até 31 de maio de 2015, o jogador, segundo informou à imprensa,  espera que a diretoria do Fluminense exerça o seu direito de compra e adquira os seus direitos federativos junto ao São Bernardo. Espera-se, nesse ponto, que o jogador e o seu empresário sejam transigentes nas tratativas e reconheçam que eventual valorização do atleta deveu-se à exposição que teve num grande clube como o Fluminense e que a sua pedida salarial esteja conforme a nova realidade tricolor.


Se vale lutar por Walter, vale muito mais a pena lutar por Edson. Para um ano de “vacas magras”, leia-se dinheiro curto, serão preponderantes a criatividade e o bom custo-benefício para a composição do elenco. O voluntarioso potiguar já mostrou que pode ser o símbolo de uma nova era Tricolor, de salários comedidos e muita dedicação dentro de campo. A aquisição de seus direitos seria uma ótima notícia para a torcida tricolor.

Avante, Fluminense! ST

domingo, 14 de dezembro de 2014

Cem mil maníacos pelo Fluminense

(Publicado no site Panorama Tricolor em 14.12.2014)

Cem mil sócios-torcedores salvarão o Fluminense. Metade disso, nas condições atuais, com as verbas de patrocínios da Adidas e Viton 44, receitas de bilheterias, direito de transmissão, vendas de jogadores, exploração da marca já seria suficiente, estando as dívidas equacionadas, para dar uma tranquilidade financeira ao clube. Mas, cem mil – cerca de três milhões mensais, ou trinta e seis milhões anuais, traria a almejada autossuficiência, ou seja o Fluminense não dependeria de nenhum patrocínio-master, além do patrocínio de seu próprio torcedor, para se manter. E com sobras.

O sonho de se ter a torcida como maior investidora do clube não é uma utopia, mas é preciso que se conheça o seu perfil para que o produto seja definitivamente adquirido, uma vez que a volubilidade é a marca principal do torcedor, de qualquer torcedor brasileiro, e não apenas do tricolor.

Quem nunca ouviu alguém dizer, após alguns maus resultados da equipe, que deixaria de ser sócio? “Não vou dar dinheiro para esse clube que só faz vergonha!” talvez seja uma das exclamações mais lidas e ouvidas após uma sequência de derrotas. O torcedor é volúvel e essa volubilidade não se coaduna com a fidelidade que se exige de um sócio-torcedor, sobretudo quando o destino do clube está nas mãos do dinheiro que ele investe mensalmente.

E o que seria preciso fazer para fidelizar esse torcedor? De antemão aviso que não sou expert no assunto. Sou, como tantos outros, apenas um torcedor apaixonado pelo Fluminense que passa os dias tentando encontrar uma solução para os problemas do clube. Aliás, problemas que deveriam estar sendo pensados e discutidos pelo próprio Clube através de seu Departamento de Marketing.

Abro aqui um parêntese para repudiar a ideia, recentemente veiculada pela imprensa, de que o projeto sócio-torcedor poderá ser terceirizado. Essa transferência de responsabilidade, a meu ver, representaria o reconhecimento da inépcia do Marketing tricolor em alavancar o número de sócios-torcedores e um risco concreto de transferir a terceiros dados de torcedores aptos a participar das eleições presidenciais do clube. Sem falar, é claro, nos custos do processo, valores estes que poderiam reverter integralmente para o Fluminense e seriam fatiados com uma empresa que, por óbvio, objetiva o lucro. Lucro que, definitivamente, não combina com paixão de torcedor.

Trata-se de uma decisão polêmica e que deverá ser debatida previamente com os setores interessados do clube (sócios e conselheiros) a fim de que se dê à mesma transparência necessária, evitando-se, assim, prejuízos ao Fluminense e aos seus sócios.

Fecho o parêntese.

E o que seria preciso para fidelizar o torcedor tricolor? Digo fidelizar; não somente associar. O torcedor deve ser fiel ao projeto, porque a sua instabilidade não pode ser fator de desequilíbrio das finanças do clube. Nesse ponto é preciso distinguir dois tipos específicos de tricolores que potencialmente se associariam ao clube: o primeiro é aquele que deseja vantagens em contrapartida ao dinheiro que sai de seu bolso; o segundo é aquele que contribui somente por amor e não deseja nada em troca. Evidentemente, o primeiro grupo é exponencialmente maior e é nele que as projeções do Marketing devem focar, sem, é claro, desconsiderar o segundo grupo; o primeiro é volúvel, o segundo, consciente, não. A partir dessa fotografia inicial dos potenciais sócios-torcedores, pode-se trabalhar com eficiência na busca dos cem mil.

Os benefícios oferecidos pelo programa, como descontos em produtos, vantagens na compra de ingressos – prioridade e preços reduzidos – possibilidade de votar nas eleições presidenciais após dois anos, acesso a áreas específicas do clube etc, são, afora os reduzidos descontos em bens de consumo, relacionados ao futebol tricolor e, portanto, não vinculativos, ou seja, se o futebol vai mal não serão as benesses a ele relacionadas que  fidelizarão o torcedor como associado. Nessa toada, se o time desmorona dentro de campo, a associação fracassa fora dele.

Portanto, para fidelizar esse primeiro grupo é preciso mais, algo que o mantenha vinculado ao clube por outros motivos que não apenas o futebol. Dinheiro, leia-se sorteio de quantias mensais entre os sócios e descontos relevantes em produtos com a marca tricolor, é uma boa alternativa. O Internacional, por exemplo, possui mais de 126 mil sócios torcedores, quarenta mil a mais do que o seu rival Grêmio, e aplica diversos pacotes de associação a preços reduzidos, inversamente proporcionais à distância da residência do associado da sede do clube, no Estádio Beira-Rio. Além disso, como forma de devolver ao sócio colorado parte do que ele investe nas mensalidades, também oferece um produto denominado Fidelidade Premiada. Trata-se de uma promoção lastreada em títulos de capitalização que distribui, no mínimo, R$ 4 mil por mês entre os sócios adimplentes, R$1 mil reais por sábado.

Não seria irrazoável sugerir, também, o sorteio de um automóvel ao fim de cada temporada. São prêmios que não onerariam o clube e retribuiriam a fidelidade do torcedor, mantendo-os, por conseguinte associados independentemente das intempéries da equipe durante o ano. Não é preciso terceirizar o projeto para se pensar algo assim; é preciso pensar e trabalhar.

Por outro lado, também é necessário incutir no torcedor que ele não será um mero contribuinte. Será um investidor e a sua contribuição mensal reverterá integralmente, sem intermediários, para o pagamento de jogadores, comissão técnica e funcionários, dando-se, assim, um viés de investimento à sua contribuição. O torcedor pagará para ver o Fluminense forte e ainda terá direito às demais vantagens do projeto. Ganhará em dobro!

Hoje temos pouco mais de 23 mil sócios-torcedores, em 11º. lugar do ranking de sócios-torcedores, número bem aquém do potencial do Fluminense. Neste número estamos, em grande parte, todos aqueles que contribuem por amor; falta, contudo, abarcar o grande filão, o tricolor volúvel. Este fará a diferença e a sua fidelização será fundamental para o sucesso do empreendimento e para a autossuficiência do clube. Para tanto, será preciso dar-lhe um retorno maior em benefícios e, principalmente, mostrar-lhe que os recursos que investe serão aplicados integralmente em benefício do clube.

O Fluminense pode alcançar a autossuficiência. Não é uma quimera; é um sonho possível que se realizará quando o tricolor se conscientizar de que o seu investimento é uma ação de amor e de fé; amor incondicional pelo Fluminense e fé nos gestores que o administram – escolher o presidente do clube será, para o sócio-torcedor, estar representado no comando tricolor e acreditar na escolha realizada. Quando qualquer um dos dois faltar, nem mesmo prêmios milionários garantirão a permanência do sócio.

O Marketing sobrevive de ideias. Se pensarem um pouquinho encontrarão soluções bem melhores do que as apresentadas aqui. Basta pensar e trabalhar com afinco para o bem do Fluminense.

Avante, Fluminense! ST









quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Meu primeiro Guaraviton

Depois de quinze anos ostentando a mesma marca em seus uniformes, o Fluminense, doravante, conviverá com uma nova realidade. E a realidade atende pelo nome de Viton 44, a empresa de bebidas à base de guaraná que tem em seu rol de produtos espécimes como Matte-Viton, Guaravita, Guaraviton, dentre outros.

Confesso que jamais experimentei qualquer bebida da empresa. Nem um golezinho, nada. Talvez por puro preconceito, uma vez que sempre preferi as bebidas gaseificadas. Mau costume de criança que consertei agora, pelo menos em relação à minha filha que nunca pôs na boca um pingo sequer de refrigerante.

Assim, para escapar ao preconceito quanto às bebidas não gaseificadas e motivado pelo fato de ser a nova patrocinadora master do Fluminense, imaginei que deveria experimentar o produto, afinal de contas não seria coerente divulgar na minha próxima camisa tricolor uma bebida que desconheço.

Assim, com o firme propósito de provar pela primeira vez um produto Viton 44, procurei no site da empresa as bebidas que produz. Escolhi o Guaraviton, cuja descrição oficial é “bebida natural à base de guaraná, com extratos de raízes, frutos e ervas brasileiras, nos sabores ginseng, catuaba, açaí e zero”. Achei interessante o “...guaraná, com extrato de raízes, frutos e ervas brasileiras” que dá um aspecto “amazônico” à bebida.

Fui, então, ao mercado e escolhi a opção Guaraviton zero. Ao chegar em casa, coloquei logo no congelador. O frio extremo auxilia a disfarçar o gosto de certas bebidas pouco saborosas. Não quis correr o risco. Cerca de uma hora depois fui verificar o meu primeiro Guaraviton, o meu primeiro produto Viton 44 e já estava bem gelado, pronto para o consumo. Peguei então a minha caneca tricolor, afinal de contas, a primeira vez não poderia ser num copo qualquer; quis dar início à nova parceria dentro da minha própria casa: eu-Fluminense-Guaraviton.

A garrafinha de 500ml é bem acabada e lacrada e o conteúdo apresenta uma tonalidade escura, decorrente do extrato natural de guaraná (item da composição). Alguns aromatizantes, corantes, acidulante, cloreto de sódio, fenilamina, aspartame e outros itens nocivos compõem a bebida. Nada que me impeça de consumi-la. Para quem bebeu refrigerante a vida inteira, esses venenos não são desconhecidos ao meu organismo. Vale, aí, a velha máxima do que não mata engorda. E muito!

Enchi a caneca tricolor com o pseudo-guaraná. Dei o primeiro gole e procurei manter a bebida na boca um certo tempo a fim de sentir seu sabor. O gosto é, realmente, de algo que lembra guaraná. Nada demais, talvez mais parecido com um refrigerante de guaraná sem gás, um pouco mais “aguado” se é que se pode dizer assim. Daí o gelo dissimula o excessivo sabor adocicado. Bebi o restante da caneca de uma só vez e guardei o que sobrou na geladeira para um dia qualquer.

Não gostei, mas também não desgostei. É uma bebida comum, tão artificial quanto um refrigerante, mas com a vantagem de não ser gaseificada.

Mas isso não importa. Hoje eu interagi com o novo patrocinador do Fluminense e já posso dizer que conheço o produto que, em breve, ajudarei a divulgar. E o principal: na minha geladeira terei sempre um Viton 44, mesmo que seja para não bebê-lo, porque se o patrocinador apoia o Fluminense, eu apoio o patrocinador.


É uma relação simples, de causa, efeito e amor.

E nunca é demais lembrar que o Fluminense depende apenas de sua torcida para ser autossuficiente. O torcedor, quando se imbuir de sua força, será ele mesmo o maior investidor de seu clube. Enquanto isso, bebamos Viton 44!



O Fim de uma era não é o fim do mundo

(Publicado no site Panorama Tricolor em 11.12.2014)  

O Fluminense e a Unimed encerram uma parceria de 15 anos. A relação, já desgastada, deu sinais, durante o ano, de que já estava com os dias contados. Foram constantes as notícias de que a empresa de planos de saúde “fecharia as torneiras” e de que contratos poderiam ser revistos. Avisos, assim, houve.

Esses quinze anos tornaram o Fluminense e a Unimed quase que indissociáveis. As marcas se amalgamaram de tal forma que, quando se lia Unimed, via-se o Fluminense e, quando se falava em Fluminense, automaticamente se pensava em Unimed. E foi bom para os dois. Alavancou os associados da empresa de planos de saúde e deu ao Fluminense aporte financeiro invejável para a formação de grandes times e os títulos Brasileiros de 2010 e 2012, a Copa do Brasil de 2007, os campeonatos cariocas de 2002, 2005 e 2010, o título da série C em 1999, além de vice-campeonatos na Libertadores da América e na Copa Sul-Americana.

Não se pode, assim, reclamar do investimento do patrocinador. Pode-se questionar, talvez, a interferência, muitas vezes despropositada, do seu presidente, Celso Barros, menos por sua culpa do que pela culpa de quem a permitia. Celso é um grande tricolor. Seus investimentos lhe deram, segundo seu ponto de vista, o direito de interferir em contratações de jogadores e comissão técnica. Se as asas lhe tivessem sido cortadas desde o início, talvez o Fluminense, hoje, tivesse contabilizado mais títulos.

Mas não se deve chorar sobre o leite derramado. No todo valeu a pena.

Chegou a hora, contudo, de mudar; não por iniciativa do Fluminense, mas em decorrência da grave crise financeira por que passa a empresa investidora que, unilateralmente rescindiu o contrato de parceria. Esse momento chegaria um dia, e o Fluminense deveria estar preparado para ele.

É claro que o Flu não poderá trilhar seu caminho com tranquilidade, honrando seus compromissos e formando um time competitivo sem um novo investidor, ou novos investidores. A administração tricolor já sabia do rompimento com certa antecedência, tanto é que já acertou um novo patrocinador, a Viton 44, empresa do ramo de bebidas – leia-se Guaraviton, Guaravita, Matte-Viton etc.

Não exigirá exclusividade e acena com o pagamento de cerca de quatorze milhões anuais, podendo o Clube, através de seu Marketing, preencher os demais espações restantes na camisa com outros patrocínios – mangas, costas, número. Parece, assim, que a era dos patrocínios-masters exclusivos terão um fim. Num quadro de economia estagnada, grandes empresas que utilizavam essa forma de aporte financeiro deixaram de patrocinar seus clubes, como o BMG, por exemplo, que deixou as camisas de São Paulo, Palmeiras, Santos, Atlético-MG e Cruzeiro, segundo o blog “Dinheiro em Jogo”.

Portanto, a época é de vacas magras, mas não é apenas para o Fluminense. Tínhamos jogadores que recebiam salários fora da realidade. Agora, pisaremos o chão, o chão onde pisam todos os demais. Um bom time dependerá muito mais de boas escolhas e apostas certeiras do que de nomes consagrados. O Flu terá que descobrir talentos e montar times adequados não apenas à sua realidade, mas à realidade do futebol nacional e a torcida precisará compreender isso.

Novos investidores deverão valorizar a grandeza do Fluminense e o potencial econômico de sua torcida. É um belo filão que não pode ser desconsiderado por nenhuma empresa que ambicione divulgar a sua marca.

Não se pode olvidar, também, que a associação de seu torcedor é engrenagem fundamental para que, um dia, o clube atinja a autossuficiência. Enquanto isso, será um fator minimizador de prejuízos e ainda poderá contribuir para o pagamento de despesas menores. Mas há potencial para mais e, se o torcedor se imbuir desse espírito, um dia, quem sabe, será, com orgulho, o maior investidor de seu próprio clube.

O Fluminense é uma instituição centenária e sobreviverá sem a Unimed; será preciso, todavia, adequar-se aos rigores dos novos tempos.


Foi o fim de uma era, não será o fim do mundo. 

ST


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Pacta sunt servanda

Pacta sunt servanda é um brocado latino que exprime a ideia de que os contratos devem ser respeitados. Pode parecer um assunto de somenos importância a localização dos torcedores de Fluminense e Vasco no Maracanã, mas tudo o que envolve o futebol compreende, de certa forma, paixão; e aí qualquer discussão que abarque dois clubes rivais ganha especial relevância.

É notório que o Fluminense contratou com o consórico Novo Maracanã a utilização do estádio pelo prazo de trinta e cinco anos. Uma das cláusulas do acordo determina que a torcida do Fluminense ocupará o setor sul, ou seja, aquele que fica à direita das cabines de rádio.

Os vascaínos, antigos usuários do espaço no antigo estádio, acreditam que têm o direito eterno de continuarem se posicionando no local nos confrontos contra o Fluminense. Não discuto aqui a legitimidade do direito vascaíno no velho Maracanã, e o Fluminense jamais o questionou, acatando os posicionamentos fixos das torcidas do Flamengo e do Vasco, à esquerda e à direita das cabines respectivamente.

Nenhum direito, todavia, deve ser considerado absoluto, sobretudo quando enterrado juntamente com um estádio que não existe mais. A relação jurídica entre o Vasco e a Municipalidade, então administradora do estádio, findou. Agora há uma nova, entre o Consórcio, novo administrador, e o Fluminense.

Ao imbróglio, acrescentou-se, porém, um novo ingrediente: um malfeitor travestido de dirigente de futebol, que, a pretexto de defender um suposto direito do seu clube, pretende revivescer práticas vetustas que não se coadunam com o futebol.

Esse dirigente reuniu-se durante a semana com o Presidente do Fluminense e o vice-presidente do Consórcio do Novo Maracanã e ouviu destes que o posicionamento da torcida tricolor decorre de um contrato e este deve ser cumprido. Nada pessoal, apenas a preservação de um acordo legítimo e praticado sob o pálio da Lei.

Não satisfeito, porque a legalidade sempre lhe foi um estorvo, procurou seu cupincha na Federação do Estado do Rio de Janeiro, outro vezeiro em práticas obscuras, para fazer valer a sua vontade. (Leia em: http://www.lancenet.com.br/fluminense/Reuniao-Ferj-escolher-Maraca-Estadual_0_1261074053.html).

A FERJ, então, mancomunada com seu comparsa de longa data, determinou, não se sabe com que fundamento, que durante o campeonato carioca será ela, pasmem, a própria FERJ, quem determinará o posicionamento das torcidas nos estádios. E não precisamos ser videntes para sabermos que nos jogos contra o Vasco o senhor Rubinho dará aos cruzmaltinos o que tanto anseiam.

Do lado de cá, porém, temos um presidente que, se pecou por omissão n’outras oportunidades, desta vez foi ágil e certeiro na resposta: O Fluminense lutará por seus direitos até o fim!

E isso quer dizer, trocando em miúdos, que a bravata proposta por Eurico Miranda e Rubens Lopes, assim como a mentira, tem pernas curtas. Primeiro, porque a Federação de Futebol do Rio não tem atribuição para imiscuir-se no posicionamento das torcidas dentro de um estádio de futebol; segundo, porque nenhuma portaria, regulamento, seja lá o que for, que pretenda o contrário, não pode se sobrepor aos termos de um contrato em vigor, realizado sob a égide das determinações legais estampadas no Código Civil e na Constituição da República.

A falácia do senhor Eurico, assim, não vai longe, até porque o direito está ao lado do Fluminense. O meu temor é a sua presença nefasta novamente no ambiente do futebol e, daí, a suspeita concreta de que sempre estará planejando tirar proveito de suas relações escusas para favorecer o seu clube e prejudicar o Fluminense. Isso já aconteceu antes e, pelo bem do futebol, não pode ocorrer novamente.


A luta do Presidente Peter, a partir de agora, é também a luta da torcida tricolor. Não se trata mais da disputa por um lugar no estádio. A contenda é bem maior, é pela prevalência do direito, da honradez e da boa-fé. É pela própria lisura do futebol e pela dignidade dos homens que o comandam. É a luta contra homens como Eurico Miranda.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Mafuá tricolor (publicado no site panorama tricolor em 29.11.2014)

O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”. Eu segui o conselho do mestre Ariano Suassuna e fui um realista esperançoso. Quisera eu ter sido um pessimista. Estaria, agora, feliz com o Fluminense livre de um rebaixamento que muitos apregoaram. Desde os 48 pontos, meta traçada como a sufiente para garantir a fuga da degola com sobras, o que viesse seria lucro.

Também não fui um otimista. As desclassificações precoces na Copa do Brasil – esta uma das maiores humilhações sofridas pelo clube dentro de campo de jogo – e na Sul-Americana, tornaram-me cético em relação às pretensões do Fluminense no campeonato brasileiro.

Algumas vitórias seguidas, contudo, revivesceram em mim o sentimento de que se poderia chegar mais longe, em razão do que me transformei no tal realista esperançoso citado por Suassuna. Nem pessimista, nem otimista, mas um pouco de um e de outro.

Ledo engano. Nem o realismo com uma pitada de esperança me sobrou. Caí na esparrela tricolor e acreditei ingenuamente num elenco que esteve apto à disputa do título e que se agarrava por um fiapo a uma chance improvável de garantir, pelo menos, uma vaga para a Libertadores da América, prêmio de consolação para um time que, simplesmente, abriu mão de ser competitivo e de alcançar resultados à altura de sua grandeza.

Com a vitória do Internacional sobre o Palmeiras, as chances matemáticas de classificação se esvaíram. O grupo – ressalvadas as honrosas exceções - colheu o que plantou e, sinceramente, por tudo que fez ou que não fez, não merecia mesmo melhor sorte no campeonato.

Surpreendeu, assim, os pessimistas, decepcionou os otimistas e foi indiferente aos realistas. Pura melancolia...

Nada, contudo, é por acaso. Durante toda a competição, ou melhor, durante toda a temporada, o Fluminense deu sinais de que as coisas não funcionariam bem. Alguns tiveram a clarividência de perceber isso mais cedo. Pouparam-se de um sofrimento desnecessário.

Olhando para trás agora, do alto da 37ª. rodada do campeonato nacional, percebe-se, até com certa facilidade, que o Fluminense de 2014 tinha tudo para dar errado, porque nada se fez para corrigir os erros de 2013.

Os indícios foram inúmeros; a começar pela falta de planejamento para uma temporada em que, todos imaginamos, seria dificílima dentro e fora de campo. A manutenção praticamente integral de um time fracassado em 2013 foi, assim, o primeiro erro crasso. Ou se poderia esperar algo diferente de uma equipe que, mesmo na temporada passada, deu provas de que jogava quando lhe convinha?

Não houve reciclagem. Acreditou-se, erroneamente, que aquele time poderia ser totalmente diferente do que foi. E não foi. A diretoria, silente, permitiu que jogadores externassem suas preocupações financeiras com as renovações e prazos contratuais, pagamentos de premiações e outros interesses extracampo. Após cada derrota, cada desclassificação, boatos surgiram aos turbilhões dando conta de que jogadores retaliaram o clube propositalmente. Ninguém os negou.

Até o Presidente Peter aventurou-se no comando do futebol, se não lhe bastassem os encargos próprios de sua função. Não podia dar certo, e não deu. Bom administrador, trabalha incessantemente para sanear as finanças do clube; mostrou-se, porém, péssimo para liderar o departamento mais importante do Fluminense. Foi omisso sempre que se fez necessária a sua palavra, o seu esclarecimento, a sua presença.

Mario Bittencourt, então, escolhido pelo próprio Presidente, assumiu a renomada função. Desde 2013 sob as luzes dos holofotes, em virtude de suas brilhantes atuações jurídicas em defesa do Flu, pareceu, num primeiro momento, o nome certo para dar um rumo ao futebol tricolor. Pouco ou nada mudou, contudo. Mario entende muito de Direito Desportivo e muito pouco de futebol.

A sua recente manifestação, em entrevista ao site globoesporte.com, é emblemática e desconsidera a enormidade do Clube que representa: “Querendo ou não, chegamos faltando duas rodadas para o final como um dos seis times que ainda almejam a algo”. Ora, o Fluminense não disputa competições para almejar “algo”; o Fluminense disputa títulos. Se não os conquista, joga para conquistá-los. “Almejar algo” é para qualquer outro, menos para um Clube da grandeza do Tricolor.

Ainda houve outros sinais. Fred, por exemplo, cumulou as funções de presidente e vice de futebol do Fluminense. Nas horas vagas, também foi jogador de futebol. Um exagero, claro, mas que evidencia a falta de comando interno no Clube.

Apregoou uma greve; na ausência dos mandatários, foi ele quem, abertamente, reclamou da postura crítica da torcida na arquibancada, esquecendo-se, no entanto, de que é ela a alma e razão de existir do Fluminense. Não satisfeito, afirmou, como se reconhecesse antecipadamente o fracasso, que este time que aí está foi rebaixado em 2013. Olvidou dizer, entretanto, que foi um dos responsáveis pelo descenso.

Fred é, inegavelmente, um líder, mas a permissividade da gestão tricolor exacerbou seus “poderes”, autorizando-o, ainda que tacitamente, a externar suas opiniões sem controle, sem responsabilidade, à revelia dos verdadeiros mandatários. Arvorou-se em dono do Clube.

E se Fred pode, Wagner pode também. Aproveitando a licenciosidade reinante nas Laranjeiras, também resolveu expor suas lamentações. Mostrou que tinham razão os pessimistas. Este elenco nunca pretendeu coisa alguma, a não ser a satisfação de suas pretensões financeiras atendidas. Jogaram por dinheiro e não jogaram sem ele. Talvez agora seja possível compreender o vexame contra o modestíssimo América de Natal, as desclassificações nas competições disputadas (carioca, Copa do Brasil e Sul-Americana), a vergonhosa derrota para o Botafogo no primeiro turno, a acachapante goleada sofrida para o Chapecoense dentro do Maracanã, os vinte e tantos pontos perdidos para times de menor investimento e o “correr para não chegar” no campeonato brasileiro.

Ao que parece, estão todos satisfeitos pela bagatela do não rebaixamento. Todos, inclusive nossos mandatários – que o diga Mario Bittencourt.

Um leigo que ouvisse as lamúrias desses jogadores chegaria a acreditar que o Fluminense lhes impõe a penúria completa, que andam em andrajos e que moram em barracos no meio do esgoto a céu aberto. Pobres milionários!

O Fluminense hoje é um clube em crise de identidade, ou melhor, de governabilidade. Não se sabe quem, de fato, manda e quem obedece. Por vezes, quem deveria obedecer manda, e quem deveria mandar obedece.

A história tricolor não se coaduna com mandatários pusilânimes, nem amadorismo. Para conduzir o Clube novamente ao caminho das glórias é preciso, além de vivê-lo intensamente, pulso firme na administração de seus interesses.


Hoje o Fluminense é um verdadeiro mafuá. Que amanhã torne a ser novamente um clube de futebol, exemplo de correção, casa de tricolores comprometidos e apaixonados.


domingo, 30 de novembro de 2014

Tudo diferente em 2015

Hoje não farei a costumeira resenha após os jogos do Fluminense. Não que não mereça a minha atenção, ou a minha torcida. Merecerá sempre.

Penso, porém, que não há motivos para que eu dê a minha opinião sobre o que verei da partida. Prefiro fazer minhas considerações agora. Nenhuma análise tática ou descrição do panorama do jogo seria útil a partir daqui, uma vez que desde ontem o Tricolor se despediu de qualquer chance de almejar algum objetivo na competição. Além disso, espero, sinceramente, que dois terços dessa equipe seja reciclada para 2015 e não precisarei dizer quem deve melhorar ou quem deve jogar em tal e qual posição, ou mesmo criticar eventuais equívocos do treinador, porque torço para ver um elenco reformulado para a próxima temporada.

Portanto, desejo um ano novo, apesar da manutenção da mesma gestão administrativa – cujo mandato estará vigente em 2015 -, em que, pelo menos, as atitudes sejam diametralmente opostas às que nortearam esse último biênio.

A começar, como disse, pela reciclagem do elenco. Um bom critério para saber quem partirá e quem ficará pode ser o sempre eficiente custo-benefício; outro, o comprometimento. Internamente, não tenho dúvida, sabe-se quem é quem. O que não se pode é manter no elenco aqueles mesmos que privilegiaram seus interesses pessoais em detrimento do interesse maior do Fluminense, aqueles que retaliaram o clube de forma covarde e sujeitaram a instituição e a torcida a vexames, um após o outro, e, dentre eles, um dos maiores da história do clube dentro de um campo de futebol.

Outro passo importante será a formação de um departamento de futebol forte, disciplinador, presente, que não permita que funcionários se arvorem maiores do que o próprio Fluminense. Para lidar com futebol é preciso pulso; é preciso ser diferente daquilo que se viu nos dois últimos anos.

A base não trouxe revelações. À exceção do jovem Marlon, deve-se pensar seriamente a possibilidade de emprestar jogadores para que adquiram cancha. É uma medida que pode ser boa para o atleta, para o Fluminense e para o clube recebedor.

E o treinador é prioridade. Se não há muito o que investir, que se priorize um bom nome, pois Cristóvão, em que pese ser um homem de bem, não está à altura da grandeza do Fluminense. É a partir dele que um trabalho se inicia, e é importante que participe da pré-temporada e da escolha dos nomes que integrarão o novo elenco.

Eu imagino que, minimamente, essas devam ser as primeiras medidas adotadas para que tenhamos um ano de 2015 proveitoso, e digo proveitoso para que se entenda que proveitoso para o torcedor é o time disputando títulos em todos os campeonatos que disputar. Ninguém deseja menos que isso.

Parece, porém, que a diretoria pensa diferente. Para os gestores em Álvaro Chaves a temporada transcorrou sob constante céu de brigadeiro; a melancólica participação no campeonato brasileiro, a eliminação vexaminosa na Copa do Brasil e as  eliminações na Sul-Americana e no campeonato carioca foram absolutamente normais para um elenco milionário como o que temos hoje no Flu.

Ainda não percebi qualquer sinalização de mudanças. Novos nomes ventilados menos ainda. Segundo consta, o treinador agrada e deve ser mantido. A barca ainda está vazia e nem se sabe se levará alguém.

Em vez disso, nossos gestores preocupam-se com uma temerária terceirização do projeto de sócio-futebol e com um torneio nos Estados Unidos que, segundo os mais entendidos, pode ser fatal para as pretensões do Flu durante todo o ano, uma vez que ocorrerá durante a pré-temporada da equipe.

Talvez isso seja mais importante, porque para quem administra o Clube o futebol parece estar em segundo plano. Para o torcedor, contudo, o futebol é prioridade. O tricolor quer um time competitivo, quer respeito ao Fluminense e, sobretudo, nunca mais ser humilhado como foi em 2014.

E em 2015 o torcedor não será tão tolerante como foi este ano. Ou a diretoria age, ou viveremos um ano de caos dentro e fora do campo de jogo. Ninguém quer isso, queremos apenas um Fluminense forte novamente.

Avante, Fluminense! ST




domingo, 23 de novembro de 2014

"O bom, o mau e o feio" (flamenguesa)

“O Bom, o Mau e o Feio”*

Este texto procura dar um enfoque diferente ao escândalo da venda da vaga na série A do campeonato brasileiro de 2014 pela Portuguesa de Desportos. Os argumentos jurídicos que ensejaram as perdas de pontos de Flamengo e do clube paulistano já foram exaustivamente debatidos; a investigação, ainda que morosa, existe e já identificou quem recebeu o dinheiro. Falta definir quem pagou. O viés que pretendo dar é o da relação de cada torcida envolvida com o caso posto. E o que me inspirou foi o recente texto do blogueiro Rica Perrone, onde, sob argumento pueril, tenta traçar esta mesma relação, mas de forma superficial, ao escrever: “Nenhum torcedor do Fluminense tem certeza que seu clube não está envolvido. Nem do Flamengo. Eles têm fé, é diferente.”.

Não desgosto do blogueiro; no entanto, parece-me que seus textos são produzidos para não desagradar o seu público. Rica é aquele árbitro caseiro que, na dúvida, nunca marcará um pênalti para o adversário. Poderia ter se posicionado de forma definitiva sobre o assunto. Não o fez.

Imagino que essa relação do torcedor com o escândalo que se apresenta, em que pese não tenha o condão de afastar a responsabilidade de qualquer clube, por óbvio - porque dos gestores podemos esperar de tudo - ajuda a identificar, no âmago de cada torcida, sentimentos de revolta, inconformismo, resignação ou indiferença, sentimentos estes que são expressões de como uma das maiores fraudes do futebol brasileiro reverbera, em regra, em cada tricolor, rubro-negro ou rubro-verde.

Começarei pela torcida tricolor. E inicio refutando a afirmação do blogueiro de que nenhum torcedor do Fluminense tem certeza de que o clube não está envolvido na fraude. Não generalizarei como ele. Digo, no entanto, com convicção, que a maioria, talvez a esmagadora maioria da torcida tricolor, tenha certeza do contrário: de que o seu clube não está envolvido nesta fraude. Aliás, desde dezembro de 2013, torcedores tricolores, sem qualquer amparo oficial, manifestam-se heroicamente pelas redes sociais em defesa do Fluminense, inclusive já antecipando o que somente agora se tornou oficial, ou seja, que a Lusa recebeu dinheiro para facilitar a vida de alguém, do único time que angariaria vantagem com o seu rebaixamento. Vi textos sobre a legitimidade e correção da decisão do STJD, outros que refutavam argumentos fajutos manipulados pela mídia para agradar a opinião pública. Li cartas aos órgãos jornalísticos exigindo respeito ao Fluminense e presenciei manifestações de rua contra as injustiças praticadas pela mídia em geral.

No meu humilde modo de sentir, isso significa inconformismo; repúdio a uma situação fática que se deseja ver esclarecida. Mal comparando, nenhum inocente que responda a um processo criminal deseja que o mesmo se procrastine indefinidamente. O seu anseio é que tramite o mais rapidamente possível para que se veja absolvido e se livre do estigma de ser réu (acusado oficial no processo). Foi isso o que a torcida tricolor buscou incessantemente, uma “sentença de absolvição”. Não de um processo penal, onde há garantia de ampla defesa, mas de algo pior, de um prejulgamento forjado por parte de uma imprensa leviana que manipulou a seu bel prazer a opinião pública contra o Fluminense. A torcida tricolor, em razão de todas as agressões sofridas, assumiu a defesa extraoficial do Clube e cobrou das autoridades investigação séria que apurasse as efetivas responsabilidades. Por isso o Vice de Futebol do Clube, Dr. Mario Bittencourt, atendendo à conclamação do seu torcedor, ante as suspeitas ventiladas pela imprensa de que o Fluminense seria um dos responsáveis por pagamento de propina à Portuguesa, protocolou, recentemente, requerimento formal de investigação do caso junto ao STJD. Do lado tricolor, assim, vejo ação, e o desejo de ser esclarecida a verdade, doa a quem doer.

Por outro lado, há o tocedor rubro-verde. Transformada em vítima pela mídia de forma quase que maciça, a Portuguesa, segundo time de muitos em São Paulo, rapidamente atingiu esse status. Foi o mártir perfeito para o vilão perfeito. Convenientemente arranjada a situação, a opinião pública aderiu à sua defesa com um vigor que há muito não se via, ante a injustiça fabricada pela mídia e que atribuíram à CBF, STJD e Fluminense. Os torcedores, então, foram para as ruas, insuflados pela imprensa ávida por mostrar as suas pobres faces chorosas; até Roberto Leal e o maestro João Carlos Martins, seus maiores representantes, estavam lá indignados. Só faltaram dançar o Vira! Todos devidamente manipulados; todos contra o Flu, CBF e STJD, mais contra o primeiro do que contra os dois últimos. Agora, quase um ano após, quando se revela, de forma oficial, que funcionários da Portuguesa receberam dinheiro para escalar irregularmente o jogador Heverton com a finalidade de rebaixar a equipe, e quando o atual presidente, Ilídio Lico, afirma que o ex-presidente, Manuel da Lupa, estaria diretamente envolvido na falcatrua, inexplicavelmente silenciam.

Não se esperava dos rubro-verdes que formalizassem um pedido de desculpas pelo papelão que fizeram em janeiro deste ano ou pelas injustas acusações ao Fluminense. Esperava-se, minimamente, que fizessem jus ao nome de sua principal torcida, os Leões da Fabulosa, e cobrassem de seus próprios dirigentes, com a veemência que cobraram injustamente do Fluminense, acerca das bombásticas e recentes revelações que maculam de forma indelével a história da Portuguesa. Ao contrário, porém, aquietaram-se como que numa cumplicidade abjeta com gestores que, num processo de explícita autofagia, dilapidaram o patrimônio do clube, entregando-o de mão beijada à terceira divisão do futebol nacional, sem dinheiro e sem perspectivas de retorno. Este é o comportamento, com raríssimas exceções, do torcedor da Portuguesa; de resignação para alguns e indiferença para outros, quase todos manipulados por uma imprensa que em momento algum pretendeu defendê-los. Foram usados para a defesa de um interesse muito maior, o do capital e do time que o representa. Merecem, assim, estar onde estão.

Por último, o torcedor rubro-negro, de quem recebemos as mais graves ofensas em virtude da permanência tricolor na série A. Esses agiram com ódio. Mesmo tendo permanecido o Flamengo na primeira divisão, doeram-se tanto que emergiu bem clara a culpa que pretenderam esconder. Atacaram para se defender. Amparados maciçamente pela mídia a proteger seus interesses, saíram ilesos do escândalo. Estão acima do bem e do mal. Acreditam numa verdade própria e desprezam a real, tanto é que incorporaram, por exemplo, um título nacional ao seu currículo, quando a Justiça, após decisão transitada em julgado – da qual não cabe mais recurso – disso o contrário. Fundamentam suas convicções em argumentos rarefeitos produzidos por seus cupinchas espalhados pela mídia como música de uma nota só. Até seu presidente, Eduardo Bandeira de Melo, indagado sobre as suspeitas de envolvimento no pagamento de propina à Lusa, repete sem convicção: “Impossibilidade matemática” ou “Heverton estava concentrado na sexta-feira”. E fica por isso mesmo. A imprensa aceita passivamente essas mentiras, que de tão repetidas se tornam mantras, e fica tudo por isso mesmo. Não se viu, entretanto, o mandatário rubro-negro pedir investigação isenta; nem a sua torcida, em momento algum, manifestou-se pelo esclarecimento dos fatos.

Neste ponto, Rica Perrone tem razão: os torcedores do Flamengo apegam-se à fé, pois somente ela poderá livrar seu clube, quem sabe “milagrosamente”, do envolvimento na maior fraude do futebol brasileiro de todos os tempos. Estão aí, no que diz respeito ao torcedor, “O Bom, o Mau e o Feio” do escândalo Lusagate; cabe agora ao leitor identificar, por si mesmo, quem é quem.

*   Uma paródia ao título no Brasil do western spagetti de Sergio Leone (1966).
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Sobrevida

O gol de Fred, nos acréscimos, manteve a esperança, remotíssima, de que o Fluminense ainda almeje uma vaga na Libertadores 2015. O empate em dois gols foi até justo, mas o Tricolor poderia ter saído vencedor do embate não fossem o imprestável zagueiro Fabrício, cujo erro – infantil – deu causa ao primeiro gol da equipe pernambucana e a omissão no combate ao jogador adversário – o cartão amarelo não era impeditivo para que, no mínimo, combatesse – permitiu o cruzamento certeiro para o segundo gol; e o arremedo de treinador chamado Cristóvão.

Parece-me que, quando não foram as questões salariais, contratuais e outras de cunho financeiro, foi o treinador tricolor o principal responsável pelas piores apresentações do tricolor no campeonato. Omisso, passivo, incapaz, não implantou qualquer estratégia eficiente para vencer fortes marcações, insistiu numa única jogada ofensiva – bolas alçadas ao Fred – engessando a equipe, improvisou demais, treinou de menos. Cristóvão, já havia dito isso antes, é um treinador de terceira linha e não está à altura do Fluminense. Surpreendeu em alguns momentos, mas a sua previsibilidade e a ausência de alternativas deu aos treinadores adversários munição suficiente para impedir que o Tricolor pudesse ser regular no campeonato.

Conca, no seu esquema, é sacrificado. Diversas vezes é visto marcando nas laterais e na defesa em detrimento de sua função principal, que é a criação no meio de campo. Sóbis, idem. Hoje, por exemplo, até de volante jogou, como fizera contra a Chapecoense após a entrada de Walter em campo. Fred, isolado, não produz como deveria. Fez um golaço, mas quantas jogadas ofensivas foram desperdiçadas na sua busca incessante durante o jogo?

O tricolor respira com a ajuda de aparelhos, quando poderia, há algum tempo, ter deixado o Hospital. Padece em virtude de seus próprios erros, de um planejamento equivocado e escolhas mal feitas.

Se a torcida espera um 2015 melhor, é crucial que a diretoria já esteja se planejando quanto aos reforços, as dispensas - que devem ser muitas - e, principalmente, treinador. Cristóvão e a sua passividade, definitivamente, não combinam com um Fluminense vencedor.

Avante, Fluminense! ST