sábado, 13 de agosto de 2016

O imparcial e o parcial

Enquanto Michael Phelps continua fazendo história e David Lee fazendo mais marketing que o Marketing Tricolor, o NetFlu permanece fora do Fluminense.

Sem qualquer justificativa da alta Administração Tricolor, o abuso se perpetua no tempo.

Isso tem uma explicação: não se justifica o injustificável. Mas, de fora, todos podemos imaginar os motivos. Estamos em ano de eleições no clube e notícias ruins não são bem-vindas a quem pretende emplacar um sucessor.

Mesmo que essas supostas “más notícias” sejam veiculadas por um site que tem por objeto a informação, doa a quem doer.

E informação é diferente de opinião. A informação, no jornalismo ético, é o fato noticiado tal qual ocorreu, notório ou confirmado por fontes idôneas e contraditado sempre que possível. A opinião, ao contrário, é a manifestação subjetiva do articulista acerca de determinado tema ou fato, ou seja, nem sempre é o que ocorre, mas é como o autor vê ou sente o que acontece ao seu redor.

A informação jornalística deve ser imparcial. A opinião não precisa sê-lo.

Está aí o motivo pelo qual a NetFlu continua alijada do direito de informar o torcedor tricolor: a parcialidade, segundo os olhos da Administração do Fluminense.

Dado o elevado alcance do site, evidentemente, qualquer matéria que exponha as mazelas da atual gestão tricolor pode causar prejuízos que repercutirão no pleito de novembro. Daí a represália.

Dar ao NetFlu, porém, a pecha de parcial, é também outra injustiça. A parcialidade está em todos nós, que temos sentimentos. A parcialidade só não está no estoico.

Um juiz eleitoral que julga uma causa que envolva um partido político nem sempre coaduna com os seus dogmas partidários. Provavelmente votou, escolheu seus candidatos e possui uma identidade política própria. Mas é preciso julgar com isenção, afastar seus desejos pessoais e aplicar a lei. A isso se chama imparcialidade.

Ser imparcial não é não ter vontade própria ou desejos e preferências recônditos, ser imparcial é não deixar que isso afete a sua decisão ou a sua manifestação profissional, qualquer que seja.

Não me parece, portanto, que o NetFlu, ao reportar o dia a dia do Fluminense seja parcial ou atue contra os interesses de quem quer que seja, senão contra a mesquinhez e o autoritarismo de quem põe seus objetivos pessoais acima dos do clube.


Michael Phelps é mito. David Lee é tricolor. E a NetFlu deve ser respeitada como instituição jornalística a serviço do torcedor tricolor, e de mais ninguém. Simples assim.

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