terça-feira, 28 de outubro de 2014

Piada Sem Graça


Não leio Renato Maurício Prado. Às vezes, contudo, não dá para se esquivar de suas infâmias, principalmente quando o alvo é o Fluminense. Tudo o que diz respeito ao Fluminense me interessa. Por que tanto ódio? RMP não é passional nem mesmo quando o assunto é o clube para o qual torce, mas quando o Fluminense está envolvido, parece que se transforma. Deixa de ser jornalista, transmudando-se em torcedor; tranca-se aos argumentos sensatos e vocifera a sua raiva interior apenas pelo prazer de achincalhar. Não investiga. Faz uma seleção daquilo que lhe interessa, manipula informações, omite verdades e escreve apenas o que lhe convém, mesmo sabendo que o que lhe convém não guarda, mormente quando o assunto é Fluminense, qualquer compromisso com a verdade. 

Por isso, hoje, ao ler a sua coluna, sob o título “Piada Sem Graça”, eu tive náuseas. A comparação que fez entre o julgamento do jogador do Corínthians, Petros, e o do seu clube e Portuguesa em 2013, ressaltando, como não poderia deixar de ser, suposto benefício ao Fluminense ao atacar a credibilidade dos julgadores do STJD, é criminosa. Mereceria uma resposta rotunda do Fluminense e eu espero que ela ocorra em tempo hábil para que o assunto não se esvazie novamente e provoque novos danos à sua reputação, assim como ocorreu no início deste ano. Enquanto isso, tentarei explicar aos amigos que uma coisa não tem nada a ver com a outra.

A questão envolvendo o jogador Petros, do Corínthians, relaciona-se ao seu vínculo jurídico com o clube, que o tinha por empréstimo, mas, durante a competição adquiriu os seus direitos federativos/econômicos. Para tanto, haveria a necessidade de dois atos jurídicos; o primeiro, a rescisão do contrato de empréstimo anterior e, o segundo, a realização de novo contrato, agora o de aquisição de seus direitos.

O contrato anterior de Petros foi, então,  rescindido dia 1º de agosto e o novo ajuste iniciou-se no dia seguinte, dia 2. Ressalte-se que ambos os documentos (rescisão e novo contrato) foram protocolados na FPF no dia 1º, mas deveriam ter entrado no sistema apenas no dia seguinte. A confusão decorreu de uma divergência verificada nas datas apresentadas no contrato do atleta. Apesar de o vínculo novo, assinado durante o campeonato brasileiro, se iniciar no dia 2 de agosto, o registro de Petros no BID (Boletim Informativo Diário da CBF) foi efetuado um dia antes do início da vigência do contrato, ou seja, no dia 1º., sexta-feira.

Dessa forma, o que se argumenta é que o jogador não poderia ter atuado contra o Coritiba, dia 3 de agosto, (domingo), uma vez que o seu vínculo com o Corinthians só valeria no primeiro dia útil após o registro, portanto dia 4. Ocorre que o jogador atuou sob contrato válido, iniciado um dia antes da partida contra o Coritiba, apesar de ineficaz perante a FPF que é o órgão que faz o registro desse tipo de ajuste; a própria Federação, durante o julgamento, reconheceu o erro de sua funcionária ao realizar o registro antes da data de início da vigência do contrato e o que é pior, efetuou o lançamento do novo contrato no BID, dando condições de jogo ao atleta. Dessa forma, não haveria como imputar ao Corínthians qualquer responsabilidade no caso, uma vez que o jogador teve o seu contrato registrado e lançado no BID, estando, para todos os efeitos, em plena condição de jogo. Foi isso o que decidiu, por unanimidade, o STJD.

Se houve alguma maracutaia entre Corínthians e FPF, o que seria repugnante, isso é outro assunto e não estava em julgamento.

O colunista, porém, sem qualquer interesse em pesquisar o que de fato teria ocorrido, utilizou o resultado do julgamento, onde um time de grande investimento foi absolvido de uma imputação por suposta escalação irregular de um jogador, para compará-lo, sordidamente, ao episódio que decretou a perda de pontos de Portuguesa e Flamengo em 2013. Não é questão de dolo ou de culpa. No julgamento de Petros provou-se a ausência de dolo (que é a consciência e vontade de praticar algum ilícito); no caso Lusa-Fla não se puniu sem dolo. O dolo havia, ainda que presumido, ante a notória divulgação pela imprensa da condição irregular do jogador do Flamengo e, em ambos os casos, porque as sanções impostas aos atletas das duas equipes foram prolatadas em sessão de julgamento com a presença de seus respectivos advogados, seus legítimos representantes. Mas não vale aqui retornar ao passado. O que importa é que o torcedor compreenda que a comparação do Senhor Renato Maurício Prado é despropositada e casuística. Como colunista de importante veículo de informação, deveria ter mais responsabilidade e cuidado com o  que escreve, porque o seu público não é apenas a torcida do clube para o qual torce. Além dela, há outros leitores que têm senso crítico e não aceitam qualquer informação como se fosse verdadeira, e compõem-se, sobretudo, de gente que não aceita ser manipulada.

Por tudo isso, RMP, a piada sem graça é você.

Avante, Fluminense! ST

sábado, 25 de outubro de 2014

G A R B O

A vitória de hoje sobre o Atlético PR mostrou ao torcedor tricolor duas coisas: a primeira é que a equipe está – novamente – unida, comprometida com o objetivo que é o da conquista da vaga para a Libertadores; a segunda foi ter deixado num canto escuro da memória os piores momentos do Flu no ano. Apesar de não ter sido brilhante, longe disso, o Tricolor venceu com a autoridade de quem quer mais, de quem se imbuiu de gana na busca por seu objetivo e, principalmente, fez renascer no âmago da torcida um sentimento adormecido de emoção proporcionado pelo gol da virada e da vitória já nos acréscimos de uma partida difícil.

Cristóvão não inventou. Agiu de acordo com o adágio que prega que em time que está ganhando não se mexe e foi a campo com Jean pela direita e Chiquinho pela esquerda. Exceto pelo retorno de Fred no comando do ataque, o time foi o mesmo que venceu o Santos durante a semana. E o Flu foi bem superior no primeiro tempo. Impôs a sua condição de dono da casa e tomou a iniciativa da partida. Quase marcou o seu gol em pelo menos cinco oportunidades, duas com Fred, uma com Guilherme, outra com Edson e a última com Conca. Defensivamente, porém, o Tricolor dava espaços pelo seu lado esquerdo, pois Chiquinho avançava sem proteção e por ali o clube do Paraná encontrava suas melhores oportunidades, sendo certo que, em pelo menos duas delas, Cavalieri fez defesas espetaculares.

E se Cristóvão acertou ao escalar Chiquinho, também agiu corretamente ao substitui-lo por Carlinhos. Os espaços pelo lado esquerdo diminuíram e, aí está o dedo do treinador, foi de seu primeiro cruzamento, realizado com perfeição na cabeça de Wagner, que saiu o primeiro gol tricolor, logo no início da segunda etapa. O placar, porém, não fez bem ao Flu. Recuou em demasia, permitindo ao Atlético PR chegar com perigo por diversas vezes. E o time ficou ainda mais vulnerável após a saída de Valência.

Guilherme Mattis e Elivélton, este último entrou no lugar de Marlon, contundido ainda no primeiro tempo, tiveram trabalho e Mattis, que ainda não me pareceu à vontade na posição, por vezes mostrando insegurança, falhou ao dominar uma bola próximo à área gerando pânico no torcedor.

Dom Fredon, percebendo o recuo excessivo da equipe, alertou, aos brados, que se o time continuasse atrás sofreria o gol. E sofreu. De cabeça, numa falha de marcação defensiva, já 45 minutos do segundo tempo.

Logo em seguida, contudo, Dom Fredon recebe na área entre os zagueiros, domina e arremata como gosta. Gol do Flu! Gol da vitória aos 47 do segundo tempo! Gol que libertou o grito de esperança dos pulmões de todos os tricolores.

Vitória daquelas que podem ser consideradas “santas” para embalar de vez o Fluminense no caminho do G4. Vitória do coração, da emoção e da paixão. Vitória do empenho e da dedicação de um grupo que foi guerreiro e cujo representante máximo da sua vontade, no dia de hoje, foi Wagner. Merecidamente aplaudido e aclamado pela torcida, Wagner foi exatamente aquilo que se espera de todos os jogadores do Fluminense: jogou com raça, marcou gol, correu por todo o campo, ajudou no ataque, no meio e na defesa com extrema dedicação. E se Wagner foi, muitas vezes criticado, hoje deve ser reverenciado pela partida que fez, impecável, briosa, apaixonada.

E os elogios devem ser estendidos a Dom Fredom, que mais uma vez decidiu para o Flu. E foi mais líder do que nunca dentro de campo.

E que esse espírito vitorioso, esse garbo, essa vontade de vencer estejam sobre nossos jogadores daqui até o fim do campeonato.


Avante, Fluminense!

Foto: Lancenet

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A 3 Pontos do G4

O Fluminense conseguiu deter o veloz Santos e está a 3 pontos do G4. Méritos, desta vez, para o criticado Cristóvão e para uma equipe que, antes de tudo, demonstrou vontade de vencer.

O Santos, apesar de ter menos a posse da bola, foi melhor no primeiro tempo. Aproveitou a defesa alinhada Tricolor e criou três ótimas oportunidades para marcar, além de uma falta muito bem defendida por Cavalieri. O time da Baixada Santista foi mais incisivo, porque, rápido nos contra-ataques, ou aproveitando erros de saída de bola do Flu, chegou sempre com mais perigo ao ataque. Mas isso não quer dizer que o Fluminense tenha jogado um mau primeiro tempo, apenas não foi perigoso como o Santos, mas teve o mérito de manter a posse de bola no ataque e não deixar em momento algum o Santos aproveitar-se da vantagem de jogar em casa. Criou boas jogadas tanto pela esquerda, com Wagner, Walter, Conca e Chiquinho, como pela direita, aproveitando algumas subidas de Jean, contudo finalizou pouco, e quando finalizou foram tiros sem direção praticados de fora da área.

O Tricolor voltou melhor para o segundo tempo. Cristóvão corrigiu o posicionamento defensivo da equipe e o Flu passou a fazer o que o Santos fez na primeira etapa, além de manter a posse de bola no setor ofensivo. Valência, que errou no primeiro minuto de jogo, foi muito eficiente na marcação, auxiliado por Edson. Os dois deram uma segurança defensiva ao Flu que há algum tempo não se via. Wagner e Walter foram melhores no primeito tempo que no segundo. Conca dedicou-se também à marcação, contribuindo para que o Flu fosse um time solidário em campo.

Solidariedade não faltou, nem vontade. E os símbolos dessa gana foram dois jogadores que raramente são destaques: Chiquinho e Edson. O primeiro, dedicado ao extremo; o segundo, incansável na marcação, e, nas horas extras, goleador. E assim, quando tudo se encaminhava para mais um empate, não daqueles insossos, mas um empate, aos 45 minutos do segundo tempo, Chiquinho faz excelente cruzamento para a área, Edson, como um foguete, surge entre os zagueiros e se apresenta livre para marcar o gol da merecida vitória tricolor.

Vitória importante pelos três pontos e pela dedicação mostrada pelo time. Quando questionamentos chegavam às portas das Laranjeiras sobre o ânimo dessa equipe, a apresentação de hoje resolve as dúvidas que muitos de nós tínhamos acerca do que pretende o Flu no campeonato. Se em algum momento faltou vontade, esse momento parece que ficou para trás. É o que se espera, porque é assim, independentemente do resultado, que a torcida quer ver o Fluminense jogar.

Sonhar, agora mais do que nunca, não custa nada e também não custa nada, torcida tricolor, mostrar novamente a sua força no sábado contra o Atlético PR. Jogo para casa cheia e para mais uma vitória tricolor.


Avante, Fluminense! ST 

Foto Lancenet

sábado, 18 de outubro de 2014

Missão Cumprida

Hoje o Fluminense afastou, ao menos provisoriamente, a pecha de que é o time que perde pontos para aqueles das últimas posições da tabela. Perdeu pontos, por exemplo, para Vitória, Bahia, Botafogo, Coritiba e para o próprio Criciúma no turno inicial.

Apesar de um primeiro tempo claudicante e da nítida impressão de que a sina continuaria - o Criciúma teve um gol mal anulado e fez outro já na parte derradeira da etapa - o Tricolor teve forças para marcar um importante gol de empate logo em seguida, nos acréscimos, e voltar do intervalo renovado em busca da vitória.

Um parêntese: no gol do Criciúma havia três jogadores catarinenses livres de marcação. O zagueiro deles subiu e marcou o tento. Logo em seguida, Walter cruzou, o goleiro adversário ainda resvalou na bola que sobrou livre para Wagner empurrar para o fundo das redes. Esse gol foi importantíssimo para a virada tricolor no segundo tempo.

E o Fluminense voltou mais disposto, encurralando o Criciúma, com Walter e Wagner bastante participativos. E foi Walter, mesmo um peso pesado dentro de campo, que pôs toda a sua qualidade e visão de jogo a serviço do Flu para participar de mais dois gols do Tricolor. No segundo gol, recebeu ótimo passe de Guilherme Mattis, escorou com perfeição para Fred, que deixou para Wagner fuzilar a rede adversária. No terceiro, bateu com a habitual categoria, o goleiro não segurou e Conca completou para meta catarinense.

Com três a um no placar, eu, que assistia ao jogo pela TV, ouvi, de forma bastante nítida, Cristóvão se esgoelando para o time “segurar” e “tocar a bola”. A estratégia de Cristóvão deu certo – para o Criciúma. A equipe sulista foi para cima e conseguiu diminuir o marcador. Assustado, Cristóvão mexeu na equipe pela segunda vez (antes havia tirado Wagner e colocado Carlinhos), substituindo Chiquinho, que havia sido deslocado para o meio, por Rafinha.

O Flu saiu do sufoco e marcou o gol derradeiro, através de pênalti sofrido e muito bem cobrado por Fred.

Foi uma apresentação pela metade. Um bom segundo tempo que saneou os erros cometidos no primeiro.

O zagueiro estreante me pareceu desentrosado, ainda sem ritmo de jogo, preocupado em não errar. E não comprometeu. E ainda deu belo passe para Walter na jogada do segundo gol tricolor.

E Walter deve ter lugar na equipe. Sua qualidade compensa sua falta de velocidade, e, nesse quesito, sobra dentro do grupo.

Wagner fez dois gols, Conca fez um e Walter participou dos três, o que valeu a sua escalação e mostrou que Cristóvão, querendo ou não, acertou ao optar pelo “gorducho”.

O mais importante, agora, é buscar a tão almejada sequência de vitórias, o que não seria uma tarefa complicada - os próximos compromissos são contra o Santos, fora e Atlético PR, em casa – se não fosse a imprevisibilidade que insiste em acompanhar os passos do Fluminense neste campeonato. A dificuldade, assim, decorre menos da qualidade dos adversários do que da própria inconstância tricolor.

De qualquer forma só resta ao torcedor torcer. Torcer e sonhar.

Avante, Fluminense! St

Foto: Lancenet

sábado, 11 de outubro de 2014

Antes que Seja Tarde Demais


Cristóvão Borges parece conformado com a sua incapacidade de fazer o time do Fluminense produzir mais. Já anunciou algumas vezes que a equipe tem empatado demais e que é preciso uma sequência de vitórias; seus apelos, no entanto, desacompanhados de medidas efetivas que produzam o resultado almejado, têm sido inócuos.
 
Suas últimas entrevistas demonstram que atingiu seu limite técnico e motivacional. Cristóvão não sabe mais o que fazer para o Flu voltar a vencer com regularidade, circunstância necessária para alcançar uma vaga no grupo daqueles que se classificam à Libertadores da América. Sua expressão combalida e sua postura de inválido esmorecido refletem as últimas atuações do Tricolor, sem contar, é claro, a exuberante vitória sobre o São Paulo, que parece ter sido a exceção a confirmar a regra de que toda regra tem exceção. 

A torcida já percebeu que Cristóvão é treinador de uma nota apenas, que inventa, mas não reinventa, de recursos restritos e que raramente consegue desconstruir um adversário que possua um sistema defensivo sólido ou alterar um panorama adverso dentro de uma partida. E Cristóvão também já percebeu que a torcida descobriu o quanto é frágil e o quão distante está de ser um treinador à altura da grandeza do Fluminense. 

Essa situação visivelmente o incomoda, mas ainda não foi suficiente para repetir o gesto de demissão voluntária praticado no Vasco em 10 de setembro de 2012. Naquela oportunidade, após uma acachapante derrota para o Bahia em São Januário, e com apenas uma vitória em oito partidas disputadas, Cristóvão deixou o comando técnico do clube cruzmaltino. Reproduzo abaixo excerto da reportagem publicada no site globoesporte.com de 12/09/2012 a fim de que se perceba a similitude entre as duas situações:
 

Pressionado pela torcida frequentemente - e ainda mais por causa dos últimos resultados -, Cristóvão deixa o clube pouco depois de completar um ano no cargo. Assumiu o comando da equipe em 28 de agosto de 2011, quando Ricardo Gomes sofreu um AVC durante o clássico contra o Flamengo. Desde então, saltou do posto de auxiliar para o de técnico titular. De acordo com o técnico, a possibilidade já vinha sendo amadurecida em outros momentos, mas foi decidida a partir da noite de domingo. Nos últimos oito jogos, o time conquistou apenas uma vitória. Ele revelou que chegou a telefonar para Gomes, que não aprovou a atitude, assim como sua família. Mas foi irredutível em sua posição. (globoesporte.com -10.09.2012).

 
Com duas vitórias na dez últimas rodadas e com um time melhor do que aquele que comandava no Vasco, a condição de Cristõvão hoje é pior do que aquela que o levou a pedir para sair em 2012. Pressão da torcida já existe, maus resultados também e se Cristóvão está esperando apenas uma derrota acachapante dentro de casa (como aconteceu em São Januário) para pedir as contas, é melhor que poupe a torcida de um novo vexame – pois de vexames a torcida está saturada - e saia já. Se não tiver coragem para isso, como teve outrora, que a alta Administração tricolor entenda que o melhor caminho para que o Flu volte a progredir no campeonato é a sua demissão.
A torcida não precisa de mais um enganador, a torcida precisa de alguém que explore o potencial de uma equipe tecnicamente qualificada que não produz como poderia e deveria e que esteja à altura do Fluminense. E esse é um problema de quem decidiu trazê-lo ao privilegiar a política do “bom, bonito e barato”, política que, ao menos quanto à escolha do comandante, se mostrou equivocada e incompatível com a história grandiosa do Fluminense. 

Um bom treinador faz a diferença e é por ele que se deve começar o planejamento para 2015, porque retardar a demissão de Cristóvão inevitavelmente causará dois sérios problemas ao clube: o primeiro é a perda da vaga na Libertadores; o segundo, o atraso no planejamento para a próxima temporada, que deve se iniciar desde já, de preferência sob a orientação do novo comando técnico da equipe.

A sinalização da renovação do contrato com a Unimed, mesmo que em patamares menores, dá lastro suficiente para que a contratação de um bom treinador seja prioridade, até porque alguns contratos não serão renovados e uma boa economia salarial poderá ser praticada. Portanto, dinheiro não será o maior problema, problema mesmo é a contumaz incapacidade da gestão tricolor em agir com presteza e eficiência, sobretudo quando o assunto é futebol.
 
Avante, Fluminense! ST
 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Previsível, Inepto, Sonolento...


Se Cristóvão é um estudioso do futebol, deve estar até agora estudando uma forma de o Fluminense vencer o Atlético. Somente tamanha lerdeza de pensamento e atitude, e alguma dose de incompetência, podem justificar o fato de o nosso treinador, via de regra, não apresentar soluções para os dilemas que os adversários oferecem dentro de campo.
 
Daí, talvez, a inconstância da equipe, inclusive dentro da partida. Quando começa mal o jogo, dificilmente Cristóvão encontra uma forma de alterar o panorama da partida. Quando começa bem, como hoje, em que fez um primeiro tempo melhor do que o do galo, parece “travar” quando o treinador adversário acerta a sua equipe.  

Foi o que eu vi no empate contra o Atlético. 

Depois de um primeiro tempo que não foi espetacular, mas foi promissor na medida em que duas boas testadas, uma de Fred, outra de Cícero na trave, fizeram o torcedor acreditar que na segunda etapa o Flu voltaria avassalador, a frustração foi absoluta com o desenrolar do segundo tempo de jogo. 

A proposta atleticana sempre foi clara: marcar forte, jogar recuado e sair rapidamente nos contra-ataques e no erro Tricolor. Critóvão sabia disso, mas não conseguiu dar ao Flu opções ofensivas quando o Atlético acertou a marcação e bloqueou nossos ataques. Sem alternativas, o que se viu foi um festival de bolas laterais e a velha jogada “letal” de atirá-la de qualquer forma em direção ao Fred. Nada mais inócuo. 

Atônito à beira do campo, Cristóvão deveria estar pensando: “O que eu faço agora? Tiro o Conca de novo? E o Fred? Não, se eu fizer isso a torcida me crucifica...”. Primeiro fez o óbvio ao tirar Fernando, mal em campo, e por Chiquinho, nada que significasse uma alternativa ofensiva ou uma surpresa ao adversário. E, por mais de trinta minutos, Cristóvão elucubrou sobre como modificar aquela situação adversa. Aí, sacou Edson e pôs Kennedy que, na primeira boa jogada de que participou recebeu livre, poderia ter concluído em gol, mas preferiu servir Fred. Kennedy é um garoto que, à sombra de Fred, dificilmente terá ousadia para tentar algo diferente do que servi-lo. Se já é assim com a maioria dos jogadores, com o garoto da base tricolor isso é muito mais visível. 

De qualquer forma, Kennedy foi uma opção, a destempo, mas uma opção. 

Cristõvão, mesmo diante de uma equipe que jogava integralmente recuada, manteve seu esquema inepto por mais de setenta e cinco minutos e, quando, enfim se decidiu, já era tarde demais.  

Durante a semana, e até antes dela, nosso treinador repetia o fato de que o Fluminense vinha empatando demais e era preciso engrenar uma sequência de vitórias. Seu desejo, porém, não encontra qualquer respaldo nas suas atitudes dentro de campo: ora peca por omissão, ora peca por ação, mas tem pecado sempre. 

Cristóvão, o ex-São Cristóvão, tem se tornado um pecador contumaz. 

Até quando? Parece que hoje a paciência da torcida chegou ao limite. Na verdade, esse limite já foi atingido anteriormente, mas a torcida, ainda fiel à esperança de dias melhores, tem sido tolerante com o treinador tricolor. Hoje, no entanto, diante de um adversário direto, numa partida que valia “6” pontos, a cota de equívocos transbordou, e Cristóvão ouviu poucas e boas. E com razão.

O Fluminense patina há várias rodadas, faz que vai e não vai, e a sonhada vaga na Libertadores, prêmio de consolação para uma equipe que, vergonhosamente, foi eliminada da Copa do Brasil e da Sulamericana, está a cada dia está mais distante.
 
E se ela não for alcançada – e parece que não será – parte dessa culpa será de Cristóvão. A outra parte, já disse amiúde, se deve ao mau planejamento, a uma administração pusilânime e ao descompromisso de alguns jogadores que, durante a temporada, estiveram mais preocupados com questões financeiras do que com o exercício de suas funções dentro do gramado. 

Mas hoje, e também contra o Bahia, e em algumas outras oportunidades, foi a vez de Cristóvão demonstrar toda a sua fragilidade, fragilidade que não combina com a grandeza do Fluminense.
 
Avante, Fluminense! ST
 
 

sábado, 4 de outubro de 2014

Responsabilidades que Precisam ser Divididas


O Fluminense parece aquele carro possante, com mais de 200 cavalos de potência, mas que não pode desenvolver toda a sua potência e atingir a velocidade que dele se espera, porque está amarrado a diversos pilares por inquebrantáveis grilhões. Num desses pilares estão depositadas a incompetência e a inabilidade de alguns de seus jogadores; n’outro, a desídia, a preguiça e o descompromisso e o último representa o seu próprio treinador.

Hoje, apesar da disposição demonstrada dentro de campo e do domínio das ações na maior parte do jogo, o Fluminense foi “seguro” por dois desses pilares: o primeiro consistente na quantidade inaceitável de gols perdidos; foram pelo menos três claríssimas (com Fred, Sóbis e Wagner) antes do gol de empate baiano. O segundo representado pela incompetência do treinador que, talvez insatisfeito com a vitória e com a superioridade tricolor dentro de campo, resolveu dar mais emoção à partida sacando Conca da equipe.

Foram esses os dois fatores preponderantes para que o Fluminense abdicasse de uma vitória praticamente certa e que garantiria um passo importante rumo a uma vaga no G4.

Conca, mesmo nos seus piores dias, se não for por uma causa extrema e justificável, não pode ser substituído, nunca! Cristóvão cometeu um ato de heresia. Errou gravemente ao retirar a segunda cabeça pensante da equipe, a primeira havia sido Cícero, e deixando a equipe retraída, impotente e submetida ao Bahia, que até então pouco ameaçara.

E continuou ameaçando pouco. O problema é que encontraram um gol e aí ficou complicado demais buscar a vitória. Edson é bom jogador, mas não é Conca. Conca não tem substituto, é ele quem se mata dentro de campo, que acredita até o último minuto e a chance de reação estancou no momento em que ele não estava mais dentro de campo. Talvez até não houvesse tempo para uma reação, mas a sua ausência deu mais confiança ao Bahia que, a partir de sua saída, despreocupou-se mais com a marcação e partiu para cima do Flu, mesmo, como se disse, sem obter grandes chances.

Mas o erro crasso de Cristóvão foi mitigado pelos erros ofensivos do Flu. Fred e Sóbis perderam gols sem goleiro à frente. Wagner perdeu outro ao demorar a fazer um passe para Fred, livre, na cara do gol. Neste lance do Wagner, tive a impressão de que foi empurrado pelo marcador, o que o teria desequilibrado dentro da área. Mesmo a suposta irregularidade não afasta a absoluta “irresponsabilidade” dos atacantes do Flu em concluir em gol.

Outra vez ficou bastante claro que o Fluminense podia mais e alcançou menos. E talvez seja este o tom até o fim do campeonato, a de um time que podia muito e conquistou pouco, talvez nada. O medo não combina com o Tricolor e o pavor de Cristõvão diante da possibilidade de não conquistar os três pontos deu ao Bahia a chance que esperava para marcar seu gol e segurar o empate até o final.

Vale lembrar, até para que Cristóvão não seja crucificado sozinho pelo equívoco que cometeu, que a responsabilidade pela perda de dois pontos importantíssimas deve ser repartida com quem teve a chance de fazer gols e não fez.

O Fluminense, para alçar voos mais altos, precisa se libertar dos grilhões que o amarram. De dentro ou de fora de campo, é preciso ter força para rompê-los, sob pena de Clube e torcida amargarem outra dolorosa decepção.

Avante, Fluminense! St
 

Fluminense e Bahia, Vencer é Preciso

Tarefa complexa é fazer qualquer prognóstico sobre como o Fluminense atuará diante de seu próximo adversário, seja ele das piores equipes do campeonato ou do topo da tabela. E, assim, fica difícil tentar criar um panorama para o jogo de logo mais diante do Bahia, em Brasília/DF.
 
Uma coisa, porém, é certa: não será uma partida fácil. Menos pela qualidade do adversário, que ocupa a décima quarta posição na tabela, do que pela própria inconstância do Tricolor, capaz de realizar partidas memoráveis e outras vexatórias dentro da competição, alternando bons e maus momento, às vezes, dentro da própria partida. Em questão de minutos, o Fluminense seguro pode transformar-se numa presa fácil até para o mais fraco dos adversários.
 
E é essa inconstância que precisa ser superada para que o objetivo da vaga na Libertadores seja alcançado.
 
O Fluminense precisa repetir boas atuações e, por via de consequência, acumular vitórias. A ótima apresentação diante do São Paulo, na rodada passada, e que empolgou a torcida tricolor, será facilmente esquecida se, hoje, diante do Bahia, o Flu novamente sucumbir ao mau futebol. Mais do que isso, uma derrota hoje apenas confirmará a hipótese de que o limite da equipe já foi alcançado e que nada mais se espera desse grupo do que a permanência na série A do Brasileirão.
 
Mas do Fluminense se espera sempre mais. Acomodar-se em confortável posição livre dos riscos do rebaixamento é para time pequeno. A enormidade do Tricolor não se coaduna com a mediocridade, pois dele se almeja sempre, no mínimo, a luta ferrenha pelos maiores objetivos da competição.
 
E é nesse sentido que a vitória hoje representará, além da garantia de que o Flu estará novamente engajado na luta por uma vaga na Libertadores, a derrota daquele Flu desidioso e inconstante e o retorno do equilíbrio necessário para que possa trilhar o melhor caminho até o seu objetivo final.
 
Avante, Fluminense! ST