sábado, 11 de outubro de 2014

Antes que Seja Tarde Demais


Cristóvão Borges parece conformado com a sua incapacidade de fazer o time do Fluminense produzir mais. Já anunciou algumas vezes que a equipe tem empatado demais e que é preciso uma sequência de vitórias; seus apelos, no entanto, desacompanhados de medidas efetivas que produzam o resultado almejado, têm sido inócuos.
 
Suas últimas entrevistas demonstram que atingiu seu limite técnico e motivacional. Cristóvão não sabe mais o que fazer para o Flu voltar a vencer com regularidade, circunstância necessária para alcançar uma vaga no grupo daqueles que se classificam à Libertadores da América. Sua expressão combalida e sua postura de inválido esmorecido refletem as últimas atuações do Tricolor, sem contar, é claro, a exuberante vitória sobre o São Paulo, que parece ter sido a exceção a confirmar a regra de que toda regra tem exceção. 

A torcida já percebeu que Cristóvão é treinador de uma nota apenas, que inventa, mas não reinventa, de recursos restritos e que raramente consegue desconstruir um adversário que possua um sistema defensivo sólido ou alterar um panorama adverso dentro de uma partida. E Cristóvão também já percebeu que a torcida descobriu o quanto é frágil e o quão distante está de ser um treinador à altura da grandeza do Fluminense. 

Essa situação visivelmente o incomoda, mas ainda não foi suficiente para repetir o gesto de demissão voluntária praticado no Vasco em 10 de setembro de 2012. Naquela oportunidade, após uma acachapante derrota para o Bahia em São Januário, e com apenas uma vitória em oito partidas disputadas, Cristóvão deixou o comando técnico do clube cruzmaltino. Reproduzo abaixo excerto da reportagem publicada no site globoesporte.com de 12/09/2012 a fim de que se perceba a similitude entre as duas situações:
 

Pressionado pela torcida frequentemente - e ainda mais por causa dos últimos resultados -, Cristóvão deixa o clube pouco depois de completar um ano no cargo. Assumiu o comando da equipe em 28 de agosto de 2011, quando Ricardo Gomes sofreu um AVC durante o clássico contra o Flamengo. Desde então, saltou do posto de auxiliar para o de técnico titular. De acordo com o técnico, a possibilidade já vinha sendo amadurecida em outros momentos, mas foi decidida a partir da noite de domingo. Nos últimos oito jogos, o time conquistou apenas uma vitória. Ele revelou que chegou a telefonar para Gomes, que não aprovou a atitude, assim como sua família. Mas foi irredutível em sua posição. (globoesporte.com -10.09.2012).

 
Com duas vitórias na dez últimas rodadas e com um time melhor do que aquele que comandava no Vasco, a condição de Cristõvão hoje é pior do que aquela que o levou a pedir para sair em 2012. Pressão da torcida já existe, maus resultados também e se Cristóvão está esperando apenas uma derrota acachapante dentro de casa (como aconteceu em São Januário) para pedir as contas, é melhor que poupe a torcida de um novo vexame – pois de vexames a torcida está saturada - e saia já. Se não tiver coragem para isso, como teve outrora, que a alta Administração tricolor entenda que o melhor caminho para que o Flu volte a progredir no campeonato é a sua demissão.
A torcida não precisa de mais um enganador, a torcida precisa de alguém que explore o potencial de uma equipe tecnicamente qualificada que não produz como poderia e deveria e que esteja à altura do Fluminense. E esse é um problema de quem decidiu trazê-lo ao privilegiar a política do “bom, bonito e barato”, política que, ao menos quanto à escolha do comandante, se mostrou equivocada e incompatível com a história grandiosa do Fluminense. 

Um bom treinador faz a diferença e é por ele que se deve começar o planejamento para 2015, porque retardar a demissão de Cristóvão inevitavelmente causará dois sérios problemas ao clube: o primeiro é a perda da vaga na Libertadores; o segundo, o atraso no planejamento para a próxima temporada, que deve se iniciar desde já, de preferência sob a orientação do novo comando técnico da equipe.

A sinalização da renovação do contrato com a Unimed, mesmo que em patamares menores, dá lastro suficiente para que a contratação de um bom treinador seja prioridade, até porque alguns contratos não serão renovados e uma boa economia salarial poderá ser praticada. Portanto, dinheiro não será o maior problema, problema mesmo é a contumaz incapacidade da gestão tricolor em agir com presteza e eficiência, sobretudo quando o assunto é futebol.
 
Avante, Fluminense! ST
 

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