sábado, 4 de outubro de 2014

Responsabilidades que Precisam ser Divididas


O Fluminense parece aquele carro possante, com mais de 200 cavalos de potência, mas que não pode desenvolver toda a sua potência e atingir a velocidade que dele se espera, porque está amarrado a diversos pilares por inquebrantáveis grilhões. Num desses pilares estão depositadas a incompetência e a inabilidade de alguns de seus jogadores; n’outro, a desídia, a preguiça e o descompromisso e o último representa o seu próprio treinador.

Hoje, apesar da disposição demonstrada dentro de campo e do domínio das ações na maior parte do jogo, o Fluminense foi “seguro” por dois desses pilares: o primeiro consistente na quantidade inaceitável de gols perdidos; foram pelo menos três claríssimas (com Fred, Sóbis e Wagner) antes do gol de empate baiano. O segundo representado pela incompetência do treinador que, talvez insatisfeito com a vitória e com a superioridade tricolor dentro de campo, resolveu dar mais emoção à partida sacando Conca da equipe.

Foram esses os dois fatores preponderantes para que o Fluminense abdicasse de uma vitória praticamente certa e que garantiria um passo importante rumo a uma vaga no G4.

Conca, mesmo nos seus piores dias, se não for por uma causa extrema e justificável, não pode ser substituído, nunca! Cristóvão cometeu um ato de heresia. Errou gravemente ao retirar a segunda cabeça pensante da equipe, a primeira havia sido Cícero, e deixando a equipe retraída, impotente e submetida ao Bahia, que até então pouco ameaçara.

E continuou ameaçando pouco. O problema é que encontraram um gol e aí ficou complicado demais buscar a vitória. Edson é bom jogador, mas não é Conca. Conca não tem substituto, é ele quem se mata dentro de campo, que acredita até o último minuto e a chance de reação estancou no momento em que ele não estava mais dentro de campo. Talvez até não houvesse tempo para uma reação, mas a sua ausência deu mais confiança ao Bahia que, a partir de sua saída, despreocupou-se mais com a marcação e partiu para cima do Flu, mesmo, como se disse, sem obter grandes chances.

Mas o erro crasso de Cristóvão foi mitigado pelos erros ofensivos do Flu. Fred e Sóbis perderam gols sem goleiro à frente. Wagner perdeu outro ao demorar a fazer um passe para Fred, livre, na cara do gol. Neste lance do Wagner, tive a impressão de que foi empurrado pelo marcador, o que o teria desequilibrado dentro da área. Mesmo a suposta irregularidade não afasta a absoluta “irresponsabilidade” dos atacantes do Flu em concluir em gol.

Outra vez ficou bastante claro que o Fluminense podia mais e alcançou menos. E talvez seja este o tom até o fim do campeonato, a de um time que podia muito e conquistou pouco, talvez nada. O medo não combina com o Tricolor e o pavor de Cristõvão diante da possibilidade de não conquistar os três pontos deu ao Bahia a chance que esperava para marcar seu gol e segurar o empate até o final.

Vale lembrar, até para que Cristóvão não seja crucificado sozinho pelo equívoco que cometeu, que a responsabilidade pela perda de dois pontos importantíssimas deve ser repartida com quem teve a chance de fazer gols e não fez.

O Fluminense, para alçar voos mais altos, precisa se libertar dos grilhões que o amarram. De dentro ou de fora de campo, é preciso ter força para rompê-los, sob pena de Clube e torcida amargarem outra dolorosa decepção.

Avante, Fluminense! St
 

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