quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Fred, o Ingrato

Fred, o Ingrato

Fred foi achincalhado pelo Brasil. Mídia e público se uniram para escolhê-lo responsável pelo fracasso da seleção brasileira na Copa do Mundo. Foi uma enorme injustiça, é claro. Não foi o único a ter um péssimo desempenho, mas foi o único que recebeu toda a culpa.

Perseguido, humilhado, desamparado, foi a torcida tricolor que o amparou, que o recebeu de braços abertos, que o acolheu como a um filho que retornava à casa depois de longo período afastado.

Fred era o Fluminense e admiradores e detratores do artilheiro se uniram contra uma das maiores injustiças do futebol brasileiro.

Depois de uma semana conturbada, quando a mídia divulga que a premiação por vitórias, segundo uma nova política de contenção de gastos no Flu, seria paga somente ao final da competição; quando Cavalieri anuncia seu meio milhão mensais que pretende para renovar, assustando, e com razão, a diretoria; quando jogadores mostram-se "desgostosos" em virtude da notícia de que os novos contratos serão encurtados, ante as dificuldades financeiras do patrocinador e quando outros informes envolvendo dinheiro, dificuldades e desejos pipocam aqui e ali, exatamente depois disso, um time que vinha afinado, jogando com garra e vencendo com autoridade seus adversários, simplesmente desencanta.

Três vexames seguidos protagonizados por um grupo de jogadores que não tem qualquer compromisso com o Fluminense, mas apenas com seus próprios bolsos. Disse um grupo, não todos. O torcedor sabe quem se vingou daquilo que lhe desagradou dentro de campo. O torcedor sabe quem honrou a camisa.

Não foi má-fase. Foi safadeza.

Safadeza contra a torcida, não contra o Fluminense. Uma torcida que tinha a 3a. Melhor média de público do campeonato, que apoiou o clube e seus jogadores integralmente, que, mesmo depois de um vexame histórico, foi receber seu time de coração como verdadeiros campeões no aeroporto de Brasília; que mesmo após o segundo vexame, manteve a esperança de que dias melhores viriam e que, após a terceira humilhação seguida foi cobrar, com toda a razão, atitude de seus jogadores.

Não me venha Fred dizer que foram os vagabundos de sempre, meia dúzia de gatos pingados. Aqueles que atiraram moedas aos que mereciam, os quinze ou vinte que ali estavam, não estavam sozinhos. Estavam comigo, com você que concorda comigo e com outros milhares de tricolores indignados.

E não estávamos lá, Fred, porque eram quatro da tarde, e o trabalho não permitiu. Não somos vagabundos e nem aqueles que nos representaram o são. Somos todos apaixonados pelo Fluminense, sentimento que você parece não compreender.

E só mais uma coisa, Frederico; se quer mostrar seu poder de capitão, sua liderança dentro do grupo, deveria tê-lo feito há algumas semanas e impedido que mercenários contaminassem o grupo. Ameaçar a torcida de greve não é retaliação, é desrespeito, ingratidão.

Se você não for a campo, melhor para o Fluminense. Se levar a sua patota junto, que sejam exemplarmente punidos e banidos do Fluminense. 

Se quer mostrar que manda, comande esse time a uma grande vitória, mostre que as moedas que atiraram são imerecidas, mostre que nas suas veias corre sangue de homem honrado.

Se não fizer isso, Fred, você não terá mais lugar no Fluminense e, muito menos, nos corações dos tricolores que ainda te admiram. ST



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