domingo, 31 de agosto de 2014

Arbitragem Sofrível e Empate Tricolor


Fluminense e Corínthians empataram a partida, mas quem se destacou, negativamente, foi o árbitro. Substituto de última hora de Sandro Meira Ricci, o apitador amarrou o jogo, inverteu faltas para os dois lados, não marcou um pênalti sobre Fred e, no seu equívoco mais crucial, neste ponto muito mal auxiliado pelo bandeirinha, invalidou jogada legal que, na sequência, acarretaria o segundo gol do Fluminense.

 
O dois a zero, naquele momento do jogo, provavelmente garantiria a vitória ao Tricolor, o que, até ali, não seria injusto.
 

Mas a história não terminou assim.
 

O primeiro tempo foi truncado nos seus primeiros quinze minutos. Aos poucos, porém, o Flu passou a dominar a partida com boas jogadas pelas laterais, com Chiquinho e Bruno. Apesar do domínio territorial, e das escassas ameaças corinthianas, o Tricolor também não era eficiente na frente. As ações ofensivas restringiam-se a chutes de meia distância, facilmente defendidos pelo arqueiro rival ou a monossilábica estratégia de buscar Fred a qualquer custo, principalmente através das bolas alçadas na área em sua direção.


A marcação forte que o Fluminense impôs deu resultado quando Conca roubou uma bola, serviu Wagner que, ao driblar o zagueiro do time paulista, foi derrubado dentro da área. Pênalti corretamente marcado e muito bem batido por Fred que marcou o gol tricolor.
 

No segundo tempo o Flu se retraiu e o Corínthians avançou sua marcação, forçando o erro tricolor. Mas a estratégia de atrair o adversário para sair no contra-ataque esbarrou na falta de um jogador rápido de ligação meio de campo-ataque. O Fluminense era lento e facilitava a recomposição do dono da casa. Mesmo assim, parecia que o jogo estava sob controle, até porque o Corínthians errava demais.
 

E o Flu marcaria o seu segundo gol, não fosse o erro da arbitragem. Aquele segundo gol que, fatalmente, daria números finais ao embate.
 

Logo após, contudo, Renato Augusto e Romarinho trocaram passes desde o meio de campo, passaram pela grande área e este último finalizou para empatar o jogo.
 

A partir daí o Corínthians cresceu, foi para o abafa, e, por milagre não virou a partida.
 

Não diria que o resultado foi justo, pois o árbitro interferiu diretamente na sua produção, mas a injustiça poderia ter sido maior se o time paulista conquistasse a vitória.

 
E é bom que Cavalieri se recupere logo de sua “gatroenterite”, porque Kléver é inseguro, principalmente nas bolas áreas cruzadas. Sai mal. No jogo foram pelo menos três saídas equivocadas.
 

Com o retorno dos desfalques, penso que passaremos pelo Goiás na sulamericana. E depois, domingo, teremos um jogão no Maracanã. Contra o Cruzeiro o Fluminense decidirá se ainda tem pretensões de lutar pelo título, ou se a briga será pela vaga para a Libertadores.

 
Avante, Fluminense! St
 

domingo, 24 de agosto de 2014

Quando o Fluminense é Fluminense

Há vitórias que valem mais do que três pontos na tabela de classificação. Há vitórias que significam mais do que o simples prazer de vencer. Há vitórias, como a de hoje, que transformam o ambiente e são divisores de água.
 
Poderia ter sido pela diferença mínima e o triunfo contra a equipe do Sport teria o mesmo valor, porque o que importou, realmente, foi o time “entregar-se” em campo.
 
Na entrevista de intervalo, ainda à beira do campo, Fred foi contundente ao responder a pergunta do repórter sobre os motivos da vitória até então parcial: “Quando tem entrega...”. Fred matou a charada: “entrega”.
 
Foi essa “entrega” que alguns torcedores foram cobrar daquele grupo que sofreu três vexames seguidos, um deles histórico e, cá para mim, o alvo principal nem mesmo era Fred. Mas Fred comprou o “barulho” e aí todos sabemos o que aconteceu.
 
Uma semana caótica, cheia de disse-me-disses, fomentada pela famigerada flapress e que provocou, entre os próprios torcedores tricolores, intensa troca de farpas pelas redes sociais.
 
E a apresentação de hoje, espera-se, porá fim às discórdias, mudará o foco das discussões e dará ao grupo, aquele verdadeiramente interessado, paz para trabalhar. Independentemente do lado que se ponha, contra ou a favor de Fred, o que o Fluminense mais precisa neste momento é de paz. E é o interesse dele que devemos fazer preponderar sobre todos os outros.
 
Talvez tenha sido um episódio ocasional, brios à flor da pele em resposta a parte da torcida. Talvez não. Só o tempo dirá. Todavia, acima de qualquer rixa, de qualquer ponto de vista, é preciso deixarmos de fomentar matérias à flapress. Continuarei cético e conheço bem os motivos que levam a esse ceticismo, mas guardarei para mim toda e qualquer dúvida que venha a por em risco uma estabilidade que pode ter se iniciado hoje.
 
E sugiro aos tricolores que façam o mesmo. Que tenhamos paz, pois nem eu, nem qualquer de vocês, tenho certeza, suportariam mais uma semana como essa que tivemos.
 
E se o principal foi a vitória, os quatro gols tornaram-na ainda mais especial. Cícero que, quando joga mais avançado é um jogador formidável, fez um gol, depois de belo passe de Fred e, logo após, devolveu a gentileza para o atacante fuzilar de cabeça para marcar outro belo tento.
 
Conca, incansável, fez o dele e Fred, novamente, fez o último, novamente de cabeça.
 
Mas Fred merece um parágrafo especial. Não o via jogando como hoje desde a Copa das Confederações, quando vestiu a camisa amarelinha. Correu, movimentou-se, marcou, recuou para armar jogadas e o fez muito bem e ainda fez dois gols de cabeça. Não me recordo quando foi a última vez que fez dois gols pelo Flu.
 
Fred fez o que não fazia desde 2012 e mostrou que não esqueceu o que sabe. Coincidência ou não, deixou seu melhor repertório para um momento em que não será leviano suscitar dúvidas sobre o motivo pelo qual fez seu melhor jogo logo após todo o entrevero e a cobrança da torcida. Eu prometi não expor minhas suspeitas e não prosseguirei.
 
Fred merece os parabéns pela bela partida que fez e que começou antes da bola rolar, quando conclamou a torcida a comparecer e apoiar, mudando o discurso anterior que prometia uma greve, e que seria, na verdade, uma verdadeira retaliação à torcida e não aos poucos que ele costuma citar. Se deseja a paz duradoura com a torcida, que se torne uma rotina apresentações como a de hoje. Será bom para ele e melhor ainda para todos nós, porque não há nenhum torcedor, mesmo aqueles que, como eu, o questionam, que não deseje ter novamente o Fred de 2012 à frente do tricolor.
 
A lamentar-se, porém, o terceiro cartão de Cícero num lance infantil. O desfalque contra o Corinthians é grave. Valência e Edson, cujas lesões também parecem graves, que sejam breves em suas recuperações. Aliás, também lamento que Diego Souza, cuja vontade de bater é maior do que de jogar futebol, não tenha sido expulso de campo.
 
Uma noite de paz é o que merecemos e é o que teremos hoje. Que seja pelo restante do campeonato.
 
Avante, Fluminense! ST
 
Foto: Lancenet
 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Fred, o Ingrato

Fred, o Ingrato

Fred foi achincalhado pelo Brasil. Mídia e público se uniram para escolhê-lo responsável pelo fracasso da seleção brasileira na Copa do Mundo. Foi uma enorme injustiça, é claro. Não foi o único a ter um péssimo desempenho, mas foi o único que recebeu toda a culpa.

Perseguido, humilhado, desamparado, foi a torcida tricolor que o amparou, que o recebeu de braços abertos, que o acolheu como a um filho que retornava à casa depois de longo período afastado.

Fred era o Fluminense e admiradores e detratores do artilheiro se uniram contra uma das maiores injustiças do futebol brasileiro.

Depois de uma semana conturbada, quando a mídia divulga que a premiação por vitórias, segundo uma nova política de contenção de gastos no Flu, seria paga somente ao final da competição; quando Cavalieri anuncia seu meio milhão mensais que pretende para renovar, assustando, e com razão, a diretoria; quando jogadores mostram-se "desgostosos" em virtude da notícia de que os novos contratos serão encurtados, ante as dificuldades financeiras do patrocinador e quando outros informes envolvendo dinheiro, dificuldades e desejos pipocam aqui e ali, exatamente depois disso, um time que vinha afinado, jogando com garra e vencendo com autoridade seus adversários, simplesmente desencanta.

Três vexames seguidos protagonizados por um grupo de jogadores que não tem qualquer compromisso com o Fluminense, mas apenas com seus próprios bolsos. Disse um grupo, não todos. O torcedor sabe quem se vingou daquilo que lhe desagradou dentro de campo. O torcedor sabe quem honrou a camisa.

Não foi má-fase. Foi safadeza.

Safadeza contra a torcida, não contra o Fluminense. Uma torcida que tinha a 3a. Melhor média de público do campeonato, que apoiou o clube e seus jogadores integralmente, que, mesmo depois de um vexame histórico, foi receber seu time de coração como verdadeiros campeões no aeroporto de Brasília; que mesmo após o segundo vexame, manteve a esperança de que dias melhores viriam e que, após a terceira humilhação seguida foi cobrar, com toda a razão, atitude de seus jogadores.

Não me venha Fred dizer que foram os vagabundos de sempre, meia dúzia de gatos pingados. Aqueles que atiraram moedas aos que mereciam, os quinze ou vinte que ali estavam, não estavam sozinhos. Estavam comigo, com você que concorda comigo e com outros milhares de tricolores indignados.

E não estávamos lá, Fred, porque eram quatro da tarde, e o trabalho não permitiu. Não somos vagabundos e nem aqueles que nos representaram o são. Somos todos apaixonados pelo Fluminense, sentimento que você parece não compreender.

E só mais uma coisa, Frederico; se quer mostrar seu poder de capitão, sua liderança dentro do grupo, deveria tê-lo feito há algumas semanas e impedido que mercenários contaminassem o grupo. Ameaçar a torcida de greve não é retaliação, é desrespeito, ingratidão.

Se você não for a campo, melhor para o Fluminense. Se levar a sua patota junto, que sejam exemplarmente punidos e banidos do Fluminense. 

Se quer mostrar que manda, comande esse time a uma grande vitória, mostre que as moedas que atiraram são imerecidas, mostre que nas suas veias corre sangue de homem honrado.

Se não fizer isso, Fred, você não terá mais lugar no Fluminense e, muito menos, nos corações dos tricolores que ainda te admiram. ST



Mais Previsível Impossível

O Fluminense mostrou mais disposição do que nas duas últimas partidas. Isto é um fato.

O time correu e "mordeu" o adversário, afastando nova suspeita de que, por motivos escusos, alguns jogadores teriam feito "corpo mole" nos dois últimos jogos.

O mau resultado decorreu da lentidão habitual da equipe, cuja transição da defesa para o ataque dá ao adversário a oportunidade de se recompor até com certa tranquilidade.

Mas não foi apenas isso. Sob o pretexto de tornar a equipe menos previsível, Cristóvão inovou e escalou Fred e Walter juntos. Por óbvio, dois jogadores de características parecidas, lentos e em má fase, tornaram o time engessado e, ao contrário do que o treinador imaginara, ainda mais previsível.

O novo esquema sacrificou Cícero, que jogou mais recuado, e deixou Conca como a única opção de criação. Bem marcado, a saída de bola do Flu, invariavelmente, passava pela ligação direta. Erro antigo, já praticado por outros treinadores ( Cícero isolado na criação) e reiterado agora por Cristóvão.

Nosso treinador poderia, contudo, ter inventado uma desculpa melhor para justificar o fato que não abriria mão de Fred como titular hoje. Esqueceu que há algumas rodadas fez sucesso com o 4-5-1, onde Sóbis era o único atacante de direito, mas havia outros tantos que chegavam com força ao ataque, tornando o time mais envolvente e ofensivo.

Se houve mais vontade, faltou um esquema que desse ao Flu maior poder de fogo, não bolas cruzadas na área em busca de Fred, que continua sendo, quando está em campo, a única opção de jogada de ataque.

E quando tentou mudar algo, não mudou nada. Manteve Fred e sacou Walter para a entrada de Sóbis. 

Fred, em seu esquema, qualquer que seja, é peça obrigatória e parece que isso não mudará.

E assim o Flu foi mais previsível do que nunca, e pelo jeito continuará sendo enquanto Cristóvão não rever seus conceitos.

Avante, Fluminense! ST

domingo, 17 de agosto de 2014

Vontade Não Tem Preço


Perder para uma equipe que nem mesmo sabe se receberá salários no mês seguinte, e uma das últimas da competição, não é somente algo a se lamentar; lamentações são para derrotas, não para vexames. Vexame precisa de uma resposta, de medidas drásticas, de mudanças, e não foi o primeiro, foi o segundo e seguido.

Nem de longe o Fluminense pareceu aquela equipe que chegou a encantar torcida e críticos por algumas rodadas. O encantamento foi pura “marola”.

Sem ataque, sem meio de campo, sem critatividade, sem a marcação forte que tanto fez a diferença há algumas partidas atrás. O Flu foi previsível, lento, covarde. Conca lutou, mas contribuiu pouco, porque ninguém se entendia em campo, a balbúrdia era geral.

Jean ou Sóbis, qualquer um dos dois poderia ter sido sacado para a entrada de Walter, menos Cícero, menos o único que contribuía positivamente tanto na defesa quanto no ataque, mas Cristóvão, num rompante de loucura, o sacou de campo.

Aliás, Cristóvão, que eu mesmo cansei de elogiar, parece que chegou ao seu limite. Inovou até certo ponto, daí em diante tornou-se previsível. Não tem alternativas, não soube mudar a cara do jogo que, desde o início mostrava-se hostil ao Flu.

E Fred? Outrora responsável por decidir a favor do Tricolor, é um arremedo do que já foi um dia. E a sua presença torna, invariavelmente, o esquema tricolor música de uma nota só. Mas Fred não decide mais, há tempos não decide mais. Cristõvão chegou a perceber isso, contudo não teve forças para manter um esquema que, mal ou bem, era mais dinâmico do que o que foi visto hoje.

Está perdido, assim como todo o time do Fluminense. E o Botafogo não tem nada a ver com isso. Venceu porque tem mais brio e porque os seus jogadores, mesmo desonrados por uma diretoria omissa, honraram a camisa que vestem e a torcida que representam. Se seus bolsos estão vazios, em suas veias corre sangue de homens e não de ratos.

Desculpem-me o desabafo, mas nenhum tricolor, depois da pífia apresentação em 2013, quando houve jogos em que a equipe, aí sim, entregou de verdade, seja por problemas salariais, seja por falta de pagamentos de prêmios, tolera mais mercenários em suas fileiras. Se não são todos, e não são, porque temos quem honre a camisa tricolor, aqueles estão contaminando o grupo.

Tem gente ganhando bem demais e produzindo muito pouco, tem gente pedindo mais do que vale para renovar. Será que prêmios atrasados ou “bichos” por vitória, que serão pagos somente ao final do campeonato, seriam fatores determinantes para corpo mole dentro de campo? Não sei a resposta, mas o que sei é que nesse grupo não confio mais.

E para quem ainda pensa que o Flu preferiu jogar a Copa Sulamericana à Copa do Brasil, a resposta foi dada hoje.

E para quem acha que ressuscitamos um defunto mais uma vez, lamento dizer que o único defunto que se viu em campo foi o Fluminense.

Avante Fluminense! ST
 
Foto: Lancenet
 

Vergonha e Dor

Passei o dia atormentado pela derrota acachapante de ontem. Dormi mal, acordei mal, com aquele gosto amargo na boca e imagino que o dia dos tricolores não tenha sido muito diferente disso.

Quem ama o Fluminense sofreu e ainda sofre com um dos maiores vexames recentes da história do Tricolor.

Não é lógico, nem razoável, muito menos aceitável que um clube com mais história, mais glórias, mais tor...
cida, mais elenco e mais investimento sucumba a um adversário com menos tudo, exceto disposição.

E pior, jogando em sua casa, diante da sua torcida e com uma vantagem quase intransponível.

O Fluminense ontem foi digno de pena. Desonraram a gloriosa camisa tricolor, desperdiçaram a chance de conquistar mais um título nacional, de voltar à Libertadores e ainda jogaram dinheiro no lixo.

Não há desculpa nem argumento que explique o que aconteceu ontem.

Apenas a falta de vergonha na cara poderia justificar minimamente a humilhação que o bando que vestiu a camisa do Flu impôs à sua torcida.

A amargura continua, a dor ainda é forte, mas a esperança é maior que tudo e é nela que devemos nos agarrar para que nunca mais sejamos submetidos a tamanho vexame.

Domingo tem mais Flu, e que seja um time de homens e não de covardes. E que não imaginem qualquer facilidade ao enfrentar uma equipe em crise e com salários atrasados, porque o Botafogo não é América de Natal e a vergonha pode ser maior.
 
Avante, Fluminense! ST
 
 

sábado, 9 de agosto de 2014

Arbitragem Ruim, Adversário Difícil e Empate Tricolor


Celso Roth é um treinador conhecido pelas fortes retrancas que arma nas equipes que dirige. E não é bobo. Estudou o Flu e montou seu time para não deixar o Tricolor jogar: forte pressão na saída de bola e marcação forte em Conca e Cícero. A estratégia deu certo no primeiro tempo, pois imprensou o Flu na defesa, dificultando a saída de bola e, principalmente, o que vinha fazendo de melhor, a rápida troca de passes na saída da defesa para o ataque.
 
Para furar o ferrolho paranaense, o Tricolor tinha poucas alternativas; ou jogadas individuais, numa delas Carlinhos abriu espaço e fez a melhor jogada do primeiro tempo ou a bola parada. Num escanteio Elivelton subiu mais que todos e fuzilou de cabeça para as redes adversárias. O gol, numa partida difícil e amarrada como a que vinha se desenhando, foi um achado.

A saída de Gum, machucado, deu intranquilidade à defesa, pois Fabrício começou inseguro.

No segundo tempo, a forte marcação persistiu e o Fluminense continuou não sabendo sair dela. Tinha menos posse de bola, algo incomun para um time que vinha sobrando nesse quesito, e perdia o meio de campo. Cristóvão, então, resolveu sacar Cícero, provavelmente cansado, e Bruno, pondo em seus lugares Chiquinho e Edson. Ali ficou claro que o treinador tricolor, diante de um jogo dificílimo, pretendia segurar o resultado.

Não foi o que aconteceu. O Flu sofreu o gol, após uma má rebatida de Chiquinho e depois de outra rebatida para o meio da área que acabou encontrando o jogador coxa branca livre para finalizar, num belo e indefensável chute.

O Fluminense foi a antítese do que costumava ser. Ao invés de Fred ou Walter, fomos de Edson e Chiquinho. Assim, com o gol sofrido, não havia forças nem atacantes para atacar e tentar o gol da vitória. Nos minutos finais, no abafa, o Flu ainda foi mais perigoso do que foi a partida inteira, mas o goleiro paranaene fechou o gol com duas belas defesas.

Justo o resultado pelo que o Flu não apresentou em campo. Não por não querer, pois foi guerreiro o tempo inteiro, mas pela incapacidade, mais uma vez, de esquivar-se de um esquema de marcação pesado como o que o Coritiba apresentou esta noite.

Diante do que se viu em campo, o empate não pode ser tido como um resultado tão ruim. Ruim foi, mas poderia ter sido até pior, pois o Coritiba foi o dono do meio de campo a maior parte do jogo, e só não teve melhor sorte porque foi pouco corajoso. Além disso, venceram o Grêmio e empataram com o Corinthians fora de seus domínios, o que demonstra que, apesar de estarem na zona de rebaixamento, vivem um momento de superação no campeonato.

Se os jogadores, de ambos os times, foram guerreiros em campo, quem destoou foi a arbitragem. Aprendi que um árbitro, para prejudicar uma equipe, não precisa inventar  ou deixar de marcar pênaltis escandalosos, marcar gols ilegais ou anular os legais, ou seja, não precisa dizer para todo mundo que está ali para arranjar um resultado. Ele sairá ileso das críticas da imprensa se fizer o que o apitador, cujo nome nem fiz questão de lembrar, fez: inverter faltas, marcar para uma equipe qualquer esbarrão e para outra nem a mais violenta, segurar o jogo, enfim, ser parcial dissimuladamente. A não ser a torcida, que enxerga o jogo com os olhos paixão, ninguém mais, com raras exceções, dirá que a arbitragem foi tendenciosa. Assim, provavelmente, a crítica especializada dirá que terá sido um exagero dos jogadores e torcedores tricolores.

Quem viu a atuação desse senhor sabe que não houve exagero algum. O apitador controlou o jogo à sua feição e impediu que o Flu desenvolvesse seu melhor futebol truncando a partida. Não que tenha sido fundamental para o resultado, mas que contribuiu para ele, isso contribuiu.

Feliz dia dos pais a todos!

Avante, Fluminense! ST
 
 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O Refinanciamento dos Débitos Fiscais e a Irresponsabilidade dos Mandatários dos Clubes

O projeto de refinanciamento das dívidas tributárias da União, que deverá ser votado na próxima quarta-feira, prevê o parcelamento da dívida fiscal dos clubes de futebol mediante contrapartida que impõe ajustes e condições aos seus mandatários.
 
Abarca dívidas tributárias, como o imposto de renda, débitos com a timemania, previdência social, FGTS, Refis, por exemplo, mas não inclui as dívidas trabalhistas e empréstimos bancários.
 
Entre as contrapartidas exigidas para que o clube de futebol possa ter direito ao refinanciamento de débitos em até 25 anos, está a apresentação da CND (certidão negativa de débito de tributos federais), bem como o pagamento das parcelas sem atrasos superiores a dois meses. A não apresentação da CND acarretará, segundo o projeto atual, o rebaixamento do clube, penalidade que deverá ser revista por interferência da "bancada da bola" quando da votação do projeto.
 
O rebaixamento, segundo os parlamentares que atuam em defesa dos clubes, seria medida drástica demais e a tendência é que a penalidade seja minimizada com a previsão da perda de pontos. Outra alteração suscitada pelos representantes dos clubes no Congresso é a retirada do prazo de 25 anos para o parcelamento, o que, na prática, significaria a possibilidade de pagamentos a "perder de vista".
 
O projeto, que surgiu com a melhor das intenções, e como solução para que os clubes possam equacionar suas dívidas tributárias com a União, dívidas que constituem grande parte de seus débitos totais, parece estar sendo costurado, ou descosturado, para que os clubes, através de seus gestores, não pratiquem ajuste algum e continuem sendo irresponsáveis como vêm sendo há décadas.
 
Nesse ponto, o presidente Peter se posicionou com bastante lucidez. A lei não ataca a causa do endividamento, não pune desvios de conduta e outras atividades irresponsáveis dos mandatários.
 
Nada impedirá, por exemplo, que gestores mal intencionados continuem antecipando receitas, prática comum no meio futebolístico, para que seus sucessores paguem a conta no futuro.
 
A única medida que poderia inibir a malversação do dinheiro alheio seria a responsabilização do mau gestor, que dilapida o dinheiro do clube, com o seu patrimônio pessoal, sem prejuízo, é claro, de eventual responsabilização criminal. Enquanto não houver rigor no tratamento de bandidos travestidos de presidentes de clubes, a bandalheira continuará a fazer vítimas. como no recente caso do Botafogo F.R.
 
O problema é que os representantes dos clubes no Congresso não estão nem aí para a moralização do futebol brasileiro; preocupam-se apenas em manter propícias as condições para que mandatários enriqueçam enquanto afundam financeiramente seus clubes.
 
E os clubes e os torcedores que se danem.
 
 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Cícero é Tudo!


Cristóvão iniciou a sua carreira de treinador de futebol em 2011. Apesar do pouquíssimo tempo de profissão, já aprendeu, ao contrário de alguns medalhões jurássicos, que, por vezes, para os problemas mais complexos as soluções são as mais simples.

Cristóvão não é mágico. É inteligente, observador e estudioso; sabe que uma das principais deficiências do futebol brasileiro atualmente é o passe, fundamento que dá o controle do jogo a quem erra menos. E é nisso que foca a preparação do Fluminense: treinamento de passes. E é por isso que o Tricolor tem tido a maior média de acertos de passes do campeonato.

Assim o Fluminense tem jogado, porque quando acerta os passes pode ser ofensivo, pode ser mais cauteloso, mas sempre terá o controle do jogo, diminuindo, sobremaneira, as possibilidades de derrotas.

Foi dessa maneira que o Flu venceu o América, fez o simples, acertou passes mais do que errou, muito mais. Mas se quisesse, e se tivesse o time completo, poderia fazer mais, muito mais; não fez porque não quis, porque planejou assim. A prioridade agora é o Brasileiro, e poupar jogadores faz parte de uma estratégia adequada à complexidade de um campeonato longo e desgastante.

Falarei do Cícero mais à frente. Agora falarei de Fred que, quando saiu da área, produziu mais do que dentro dela, dando excepcional passe para gol de Conca. E de Chiquinho, que parecia dono da lateral esquerda e contribuiu decisivamente para os dois primeiros gols. E de Edson, que jogou sério e não comprometeu. E da falta que senti: Henrique.

E foi o quarto jogo seguido do Flu sem sofrer gols. Sinal de que o sistema funciona e deve ser mantido, e de que Cristóvão merece ter vida longa no Tricolor.

Cícero, agora sim, Cícero. Tem valido cada centavo investido, cada minuto aguardado. É multivalente, polivalente, onipresente. É volante, lateral e beque; meia e atacante. Só falta ser goleiro. Com dois gols, mostrou que é mais artilheiro do que muitos centroavantes.

Cícero é tudo!

E quem ganha é o Fluminense que, se continuar nessa toada, dará ao seu torcedor todas as alegrias que merece.

Avante, Fluminense! ST
 
 

 

 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Emoção, Alegria e Esperança.


O torcedor teve muitos motivos para ir ao Maracanã hoje: homenagem aos Casal 20, retorno da equipe ao Maraca após longo recesso, a volta de Fred, preços acessíveis, time afinado na competição etc. 

O tricolor que foi ao Maracanã, além de se emocionar com a bela homenagem a Assis e Washington, matar a saudade do estádio, rever Dom Fredom por trinta minutos em campo, deliciou-se, principalmente, com o Fluminense que viu em ação. A primeira parte do espetáculo foi, sem tirar nem por, uma espécie de sequência da última partida contra o Atlético Paranaense, trasladada ao Rio de Janeiro para que pudesse ser apreciada in loco por mais de quarenta mil privilegiados.

Sem dar chance ao azar, escaldado pela derrota para o Vitória, o Flu foi envolvente, insinuante e eficaz desde o início, sendo premiado com um merecido gol logo nos primeiros minutos. Gol de Cícero, após jogada de Conca, dois personagens que têm sido decisivos a favor do Fluminense.
 
Não tardou muito para que o volume de jogo, a rápida troca de passes, as inversões conscientes de posicionamento, a consciência defensiva e a efetividadde ofensiva, determinassem o segundo gol tricolor, este, em sua maior parte, devido à raça de outro imprescindível personagem: Sóbis.

Foi uma primeira etapa de encher os olhos, menos pelas chances de gol, que nem foram tantas, e mais pelo futebol cuja qualidade nos deixava a todos saudosos. A ausência do jogo ofensivo em detrimento do resultado a qualquer custo funciona às vezes, mas não funciona sempre. Jogar bem, com equilíbrio, tendo o gol como principal objetivo, é sempre mais agradável aos olhos do torcedor, e a todos que apreciam futebol e, se esse futebol põe a sua equipe como uma das candidatas ao título, há muito mais motivos para comemorar.

Mesmo sem repetir a apresentação do primeiro tempo (Cícero cansou, outros também dimuíram o ritmo), o Tricolor foi soberano e correu o risco calculado de administrar o resultado dando mais espaços ao adversário para buscar o contra-ataque. Por duas vezes, primeiro com Wagner e, já nos acréscimos, com Conca (o que seria um gol de placa), o Flu perdeu ótimas oportunidades de acrescentar mais um tento ao placar. E se há algo que falte ao Flu de hoje é justamente o velocista que dê rapidez às saídas ao ataque, posição que W. Nem ocuparia com absoluta tranquilidade.

A equipe esmeraldina teve algumas boas chances, todas elas eficazmente bloqueadas pelo melhor goleiro do Brasil. E não teve mais porque a zaga postou-se bem e Henrique foi, peço licença a Tiago Silva, um “monstro” na noite de hoje. Antecipou, cobriu companheiros, espanou pelo alto, enfim, foi tudo o que um bom zagueiro deve ser.

A receita da humildade implantada pelo Cristóvão dá ao Fluminense o que lhe carecia: espírito coletivo, solidariedade, gana de vencer. Alie-se isso à qualidade de seus jogadores e à visão de seu treinador e temos uma equipe pronta para os mais difíceis embates e apta a galgar os degraus mais elevados neste difícil campeonato.

Foi uma noite feliz para quarenta mil tricolores; uma noite que começou com a emoção e o saudosismo de reviver a saudosa dupla de atacantes, Assis e Washington, passou pela alegria de comemorar dois gols e uma bela atuação do Fluminense e terminou com a esperança de que o pentacampeonato não é apenas um sonho distante.

Avante, Fluminense! ST