domingo, 28 de agosto de 2016

Dura realidade

O Fluminense foi a Brasília exercer o seu pseudo-mando de campo contra o líder do campeonato, que contava com o retorno do campeão olímpico Gabriel Jesus. Sem o apoio da torcida, engolida pela alviverde, o Tricolor sentiu a falta do “calor” de Edson Passos, onde as suas deficiências são supridas pelo gás que a torcida dá no caldeirão da Baixada e foi uma equipe apática e totalmente envolvida por outra que, aguerrida, mostrou do primeiro ao último minuto por que é líder e almeja ser campeã.

O primeiro tempo começou com o Palmeiras acossando o Fluminense, engessando-o nas articulações ofensivas e deixando-o vulnerável na defesa. Com a sua criatividade anulada e vacilante na defesa, o Flu defendia-se como podia e nada produzia na frente. Mesmo assim, a equipe paulista também pouco criava e as principais jogadas dos dois times resumiam-se às bolas paradas decorrentes de faltas marcadas próximas às áreas. O Tricolor teve três a seu favor e não aproveitou. Na segunda para o Palmeiras, Cavalieri falhou gravemente e Dudu aproveitou para marcar quase sem ângulo.

Até então a partida caminhava equilibrada, mas o gol tratou de acrescentar nervosismo ao já bagunçado Fluminense e, cinco minutos após, sofreu o segundo, de Jean, após uma bola mal rebatida na defesa.

Somente após os dois a zero, o Flu partiu com mais efetividade para cima do Porco e perdeu a sua única grande chance na primeira etapa: Wellington driblou o goleiro e bateu para o gol, mas o arqueiro palmeirense se recuperou a tempo e fez excepcional defesa. Além desse lance, apenas o lindo chapéu de Cícero marcaram o que o Flu fez de bom no primeiro tempo.

Bem marcado (inclusive com muitas faltas), não soube marcar. À rapidez adversária, respondeu com irritante lentidão. Dessa forma o ataque quase nada produziu, menos por sua culpa do que pela inoperância do meio de campo Tricolor.

Para o segundo tempo, Levir mexeu logo duas vezes: Marquinho no lugar de Douglas e Aquino, o estreante, no lugar de Henrique Dourado.

No começo, o Flu pareceu mais ofensivo. E foi, mas sem qualquer objetividade. Lá pelos 15`, Scarpa fez uma boa cobrança de falta, que o arqueiro alviverde defendeu para córner. O problema é que as mudanças deixaram o Tricolor ainda mais vulnerável atrás. Marquinho e Aquino não entraram bem e o Palmeiras passou a explorar oc contra-ataques que foram bastante frequentes e perigosos. Num desses, logo depois da falta de Scarpa, Cavalieri e a trave nos salvaram do terceiro gol.

Levir ainda trocou Scarpa por Danilinho, mas o Flu, logo após a pressão inicial, jamais deu esperanças ao torcedor de que pelo menos brigaria pelo empate. Foi presa fácil para o Palmeiras, que desde os 30 minutos já ensaiava olé, aos 43` ainda perdeu outro gol com Dudu e apenas administrou a fácil vitória até o fim.

O jogo serviu para duas constatações: a primeira, que a distância que Palmeiras e Fluminense guardam na competição não é por acaso e demonstram claramente a diferença entre uma equipe que teve planejamento e outra que não teve, montada aos trancos e barrancos durante o campeonato; a segunda, que se ainda pode sonhar com uma vaga na Libertadores, é porque temos uma partida a menos na competição, e os números ainda nos dão esperança.


De resto, não há outras expectativas. Parece-me que não correremos riscos de rebaixamento, portanto, aguardemos as próximas eleições para que o novo presidente seja alguém empenhado não apenas em pagar as contas em dia e dar equilíbrio financeiro ao clube (o que é muito importante), mas, principalmente, enxergar o futebol como o carro-chefe do Fluminense Football Clube.

domingo, 21 de agosto de 2016

Vitória Santa

O Fluminense foi a Recife enfrentar um dos últimos colocados no campeonato brasileiro com a firme pretensão de conseguir a sua segunda vitória seguida na competição, o que não havia conseguido até então. E a conseguiu, não com brilhantismo, mas com eficiência e dedicação dentro de campo.

O Tricolor começou o jogo como costuma fazer quando joga fora de casa: cauteloso e esperando o erro do adversário para contra-atacar. Mas a falta de criatividade no meio foi um empecilho aos objetivos dos atacantes Danilinho e Henrique Dourado até os 28 minutos do primeiro tempo, quando Henrique, o zagueiro, acertou bela cobrança de falta posta para escanteio pelo arqueiro do Santa Cruz. Na cobrança do córner, a bola sobrou limpa para outro Henrique, o Ceifador, que completou sozinho para o gol vazio e fez o gol do Fluminense.

Até então, apenas um chute torto de Scarpa para fora. Muito pouco para uma equipe que tem maiores pretensões no campeonato.

O Santa Cruz até arriscou alguns chutes, finalizou mais, porém sem perigo algum para Cavalieri.

No fim da primeira etapa, Wellington Silva se contundiu, sendo substituído por Igor Julião, desfalcando uma equipe que já jogava sem Marcos Junio e Cícero.

No segundo tempo, o Flu retornou ainda mais recuado, pedindo, como se diz no jargão futebolístico, para tomar um gol. A pressão inicial do Santa Cruz foi, porém, inócua porque se trata de uma equipe fraquíssima, que nem mesmo comandada pelo estreante Doriva conseguiu se motivar.

Para corrigir a perda do domínio no meio de campo, Levir observou bem os demasiados erros de Edson e o retirou pondo em seu lugar Pierre. Não mexeu no esquema, trocou seis por meia dúzia, mas o time passou a errar menos e tornou a partida mais tranquila, com Danilinho, inclusive, aparecendo mais no jogo. O Santinha passou a ameaçar menos, e o Flu perdeu uma ótima oportunidade de ampliar num contra-ataque desperdiçado após péssima finalização de Scarpa.

O Fluminense continuou sem ameaçar, mas nada que fosse um obstáculo à sua vitória, que já estava praticamente assegurada ante o baixíssimo nível técnico do adversário.

Henrique Ceifador, pelo gol, Willian Matheus, Danilinho (especialmente no segundo tempo), Scarpa e Douglas foram os destaques de uma partida fraca tecnicamente. Wellington, retornando de contusão, não produziu o que temos nos acostumado a ver dele, mas a equipe em momento algum deixou de ser aguerrida, o que contribuiu decisivamente para o sucesso da equipe.

O Tricolor, enfim, conseguiu a sua segunda vitória seguida no campeonato e ainda disputará uma partida adiada contra o Figueirense, estando, portanto, vivas as chances de se alcançar pelo menos uma classificação para a Libertadores. Precisará, contudo, fazer mais do que tem feito, sobretudo nas partidas em que não tem o mando de campo.

De qualquer forma, foi mais uma vitória santa, a cereja no bolo de um domingo em que o tricolor já se regozijava da belíssima conquista do Ouro Olímpico do Voleibol nacional.


O torcedor tricolor despede-se das Olimpíadas e, agora, volta os seus olhos exclusivamente para um campeonato brasileiro que é um caminho, ainda que mais tormentoso do que a Copa do Brasil, para que o Fluminense retorne à disputa da competição mais importante das Américas.

sábado, 13 de agosto de 2016

O imparcial e o parcial

Enquanto Michael Phelps continua fazendo história e David Lee fazendo mais marketing que o Marketing Tricolor, o NetFlu permanece fora do Fluminense.

Sem qualquer justificativa da alta Administração Tricolor, o abuso se perpetua no tempo.

Isso tem uma explicação: não se justifica o injustificável. Mas, de fora, todos podemos imaginar os motivos. Estamos em ano de eleições no clube e notícias ruins não são bem-vindas a quem pretende emplacar um sucessor.

Mesmo que essas supostas “más notícias” sejam veiculadas por um site que tem por objeto a informação, doa a quem doer.

E informação é diferente de opinião. A informação, no jornalismo ético, é o fato noticiado tal qual ocorreu, notório ou confirmado por fontes idôneas e contraditado sempre que possível. A opinião, ao contrário, é a manifestação subjetiva do articulista acerca de determinado tema ou fato, ou seja, nem sempre é o que ocorre, mas é como o autor vê ou sente o que acontece ao seu redor.

A informação jornalística deve ser imparcial. A opinião não precisa sê-lo.

Está aí o motivo pelo qual a NetFlu continua alijada do direito de informar o torcedor tricolor: a parcialidade, segundo os olhos da Administração do Fluminense.

Dado o elevado alcance do site, evidentemente, qualquer matéria que exponha as mazelas da atual gestão tricolor pode causar prejuízos que repercutirão no pleito de novembro. Daí a represália.

Dar ao NetFlu, porém, a pecha de parcial, é também outra injustiça. A parcialidade está em todos nós, que temos sentimentos. A parcialidade só não está no estoico.

Um juiz eleitoral que julga uma causa que envolva um partido político nem sempre coaduna com os seus dogmas partidários. Provavelmente votou, escolheu seus candidatos e possui uma identidade política própria. Mas é preciso julgar com isenção, afastar seus desejos pessoais e aplicar a lei. A isso se chama imparcialidade.

Ser imparcial não é não ter vontade própria ou desejos e preferências recônditos, ser imparcial é não deixar que isso afete a sua decisão ou a sua manifestação profissional, qualquer que seja.

Não me parece, portanto, que o NetFlu, ao reportar o dia a dia do Fluminense seja parcial ou atue contra os interesses de quem quer que seja, senão contra a mesquinhez e o autoritarismo de quem põe seus objetivos pessoais acima dos do clube.


Michael Phelps é mito. David Lee é tricolor. E a NetFlu deve ser respeitada como instituição jornalística a serviço do torcedor tricolor, e de mais ninguém. Simples assim.