O Fluminense foi a Brasília exercer o seu
pseudo-mando de campo contra o líder do campeonato, que contava com o retorno do
campeão olímpico Gabriel Jesus. Sem o apoio da torcida, engolida pela
alviverde, o Tricolor sentiu a falta do “calor” de Edson Passos, onde as suas
deficiências são supridas pelo gás que a torcida dá no caldeirão da Baixada e
foi uma equipe apática e totalmente envolvida por outra que, aguerrida, mostrou
do primeiro ao último minuto por que é líder e almeja ser campeã.
O primeiro tempo começou com o Palmeiras
acossando o Fluminense, engessando-o nas articulações ofensivas e deixando-o
vulnerável na defesa. Com a sua criatividade anulada e vacilante na defesa, o
Flu defendia-se como podia e nada produzia na frente. Mesmo assim, a equipe paulista
também pouco criava e as principais jogadas dos dois times resumiam-se às bolas
paradas decorrentes de faltas marcadas próximas às áreas. O Tricolor teve três
a seu favor e não aproveitou. Na segunda para o Palmeiras, Cavalieri falhou
gravemente e Dudu aproveitou para marcar quase sem ângulo.
Até então a partida caminhava equilibrada, mas
o gol tratou de acrescentar nervosismo ao já bagunçado Fluminense e, cinco
minutos após, sofreu o segundo, de Jean, após uma bola mal rebatida na defesa.
Somente após os dois a zero, o Flu partiu com
mais efetividade para cima do Porco e perdeu a sua única grande chance na
primeira etapa: Wellington driblou o goleiro e bateu para o gol, mas o arqueiro
palmeirense se recuperou a tempo e fez excepcional defesa. Além desse lance,
apenas o lindo chapéu de Cícero marcaram o que o Flu fez de bom no primeiro
tempo.
Bem marcado (inclusive com muitas faltas), não
soube marcar. À rapidez adversária, respondeu com irritante lentidão. Dessa
forma o ataque quase nada produziu, menos por sua culpa do que pela inoperância
do meio de campo Tricolor.
Para o segundo tempo, Levir mexeu logo duas
vezes: Marquinho no lugar de Douglas e Aquino, o estreante, no lugar de
Henrique Dourado.
No começo, o Flu pareceu mais ofensivo. E foi, mas
sem qualquer objetividade. Lá pelos 15`, Scarpa fez uma boa cobrança de falta,
que o arqueiro alviverde defendeu para córner. O problema é que as mudanças
deixaram o Tricolor ainda mais vulnerável atrás. Marquinho e Aquino não
entraram bem e o Palmeiras passou a explorar oc contra-ataques que foram
bastante frequentes e perigosos. Num desses, logo depois da falta de Scarpa,
Cavalieri e a trave nos salvaram do terceiro gol.
Levir ainda trocou Scarpa por Danilinho, mas o
Flu, logo após a pressão inicial, jamais deu esperanças ao torcedor de que pelo
menos brigaria pelo empate. Foi presa fácil para o Palmeiras, que desde os 30
minutos já ensaiava olé, aos 43` ainda perdeu outro gol com Dudu e apenas
administrou a fácil vitória até o fim.
O jogo serviu para duas constatações: a
primeira, que a distância que Palmeiras e Fluminense guardam na competição não
é por acaso e demonstram claramente a diferença entre uma equipe que teve
planejamento e outra que não teve, montada aos trancos e barrancos durante o
campeonato; a segunda, que se ainda pode sonhar com uma vaga na Libertadores, é
porque temos uma partida a menos na competição, e os números ainda nos dão
esperança.
De resto, não há outras expectativas. Parece-me
que não correremos riscos de rebaixamento, portanto, aguardemos as próximas
eleições para que o novo presidente seja alguém empenhado não apenas em pagar
as contas em dia e dar equilíbrio financeiro ao clube (o que é muito
importante), mas, principalmente, enxergar o futebol como o carro-chefe do Fluminense
Football Clube.