A vitória de hoje sobre o Atlético PR mostrou
ao torcedor tricolor duas coisas: a primeira é que a equipe está – novamente –
unida, comprometida com o objetivo que é o da conquista da vaga para a
Libertadores; a segunda foi ter deixado num canto escuro da memória os piores
momentos do Flu no ano. Apesar de não ter sido brilhante, longe disso, o
Tricolor venceu com a autoridade de quem quer mais, de quem se imbuiu de gana
na busca por seu objetivo e, principalmente, fez renascer no âmago da torcida
um sentimento adormecido de emoção proporcionado pelo gol da virada e da
vitória já nos acréscimos de uma partida difícil.
Cristóvão não inventou. Agiu de acordo com o
adágio que prega que em time que está ganhando não se mexe e foi a campo com
Jean pela direita e Chiquinho pela esquerda. Exceto pelo retorno de Fred no
comando do ataque, o time foi o mesmo que venceu o Santos durante a semana. E o
Flu foi bem superior no primeiro tempo. Impôs a sua condição de dono da casa e
tomou a iniciativa da partida. Quase marcou o seu gol em pelo menos cinco
oportunidades, duas com Fred, uma com Guilherme, outra com Edson e a última com
Conca. Defensivamente, porém, o Tricolor dava espaços pelo seu lado esquerdo,
pois Chiquinho avançava sem proteção e por ali o clube do Paraná encontrava
suas melhores oportunidades, sendo certo que, em pelo menos duas delas,
Cavalieri fez defesas espetaculares.
E se Cristóvão acertou ao escalar Chiquinho,
também agiu corretamente ao substitui-lo por Carlinhos. Os espaços pelo lado
esquerdo diminuíram e, aí está o dedo do treinador, foi de seu primeiro
cruzamento, realizado com perfeição na cabeça de Wagner, que saiu o primeiro
gol tricolor, logo no início da segunda etapa. O placar, porém, não fez bem ao
Flu. Recuou em demasia, permitindo ao Atlético PR chegar com perigo por
diversas vezes. E o time ficou ainda mais vulnerável após a saída de Valência.
Guilherme Mattis e Elivélton, este último
entrou no lugar de Marlon, contundido ainda no primeiro tempo, tiveram trabalho
e Mattis, que ainda não me pareceu à vontade na posição, por vezes mostrando
insegurança, falhou ao dominar uma bola próximo à área gerando pânico no
torcedor.
Dom Fredon, percebendo o recuo excessivo da
equipe, alertou, aos brados, que se o time continuasse atrás sofreria o gol. E
sofreu. De cabeça, numa falha de marcação defensiva, já 45 minutos do segundo
tempo.
Logo em seguida, contudo, Dom Fredon recebe na
área entre os zagueiros, domina e arremata como gosta. Gol do Flu! Gol da
vitória aos 47 do segundo tempo! Gol que libertou o grito de esperança dos
pulmões de todos os tricolores.
Vitória daquelas que podem ser consideradas
“santas” para embalar de vez o Fluminense no caminho do G4. Vitória do coração,
da emoção e da paixão. Vitória do empenho e da dedicação de um grupo que foi
guerreiro e cujo representante máximo da sua vontade, no dia de hoje, foi
Wagner. Merecidamente aplaudido e aclamado pela torcida, Wagner foi exatamente
aquilo que se espera de todos os jogadores do Fluminense: jogou com raça,
marcou gol, correu por todo o campo, ajudou no ataque, no meio e na defesa com
extrema dedicação. E se Wagner foi, muitas vezes criticado, hoje deve ser
reverenciado pela partida que fez, impecável, briosa, apaixonada.
E os elogios devem ser estendidos a Dom Fredom,
que mais uma vez decidiu para o Flu. E foi mais líder do que nunca dentro de
campo.
E que esse espírito vitorioso, esse garbo, essa
vontade de vencer estejam sobre nossos jogadores daqui até o fim do campeonato.
Avante, Fluminense!
Foto: Lancenet
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