quinta-feira, 12 de junho de 2014

Quando as Hienas se Calam


O Brasil respira Copa do Mundo, pelo menos grande parte dele e a totalidade da imprensa esportiva nacional. Foi nesse ambiente, em que há pouco ou nenhum espaço para qualquer outro assunto que não relacionado à maior competição mundial, que o STJD puniu o Criciúma pela perda de três pontos no campeonato nacional, recolocando-o na tabela em posição imediatamente superior à zona do rebaixamento.

Não houve, para todos aqueles fascínoras travestidos de jornalistas, justificativa mais conveniente para o silêncio; silêncio que, para nós tricolores, significa tanto quanto os grunhidos emanados das mesmas bestas-feras logo após a decisão do mesmo tribunal que retirou os pontos de flamengo e portuguesa, pelo mesmo motivo, em dezembro de 2013; a Copa do Mundo veio a calhar para essa corja.

Por obrigação jornalística, os veículos mais importantes da imprensa esportiva nacional noticiaram o fato com a trivialidade de quem informa o resultado de uma partida da série B do campeonato brasileiro. E não deveria ser diferente; o resultado de um julgamento que pune um clube pela escalação irregular de seu jogador é algo puramente trivial. Aplicação nua e crua da regra da competição, que não abre margens a interpretações casuísticas ou a outros interesses escusos.

O que indigna a torcida tricolor e todos os demais torcedores sensatos é o fato de que a parcela hipócrita do jornalismo, aqueles movidos por paixões clubísticas ou rivalidades regionais, não tenham sido nada triviais ao blasfemarem a plenos pulmões contra as punições impostas a flamengo e portuguesa e se mantido absolutamente silentes quanto à mesma punição, e pelos mesmos fatos, imposta ao Criciúma.

Fica evidente que a única diferença está naquele que escolheram como beneficiário direto da perda de pontos da lusa, o Fluminense. Esqueceram, convenientemente, que a portuguesa salvou do rebaixamento o flamengo, e não o Fluminense, mas atirar ao Flu a culpa foi sempre mais fácil e deu mais “ibope” do que envolver o superprotegido flamengo, clube mais querido da mídia capitaneada pelas organizações Globo.

Nehuma tese estapafúrdia, como a tal falta de publicação da decisão do STJD no site da CBF, defendida de forma tão acirrada quando lusa e flamengo perderam seus pontos, ou mesmo o desconhecimento da punição - o jogador atuava por outro clube quando foi punido - foi suscitada por aqueles arautos da moralidade forjada casuísticamente. Nenhum daqueles irresponsáveis, que atiraram a população contra o Fluminense em dezembro de 2013, escreveu uma linha sequer para promover a defesa do Criciúma. R.M.P., M.C.P., J.K., A.R., A.G., M.N., A.L., M.G. e outros acobertaram-se sob as efusividades do evento mais importante do futebol mundial e calaram-se, mais uma vez irresponsavelmente, demonstrando que toda a gritaria em favor de fla e lusa não passou de um desejo incontido de achincalhar o Fluminense e a sua torcida e proteger o mais querido da mídia nacional.

Juca Kfouri, por exemplo, em seu blog, encontrou espaço e tempo para falar mal até do Fagner, mas nem uma palavra sobre a decisão do STJD; Mauro Cezar Pereira, outro dos maiores detratores do Flu, também em seu blog, postou, inclusive, sobre o "lepo lepo" inglês, assunto, provavelmente, muito mais importante do que tratar de defender a sua posição em relação à punição do Criciúma, aquela mesma que defendeu quando os punidos foram fla e lusa.

As hienas estão caladas. Não poderia esperar nada diferente de uma corja que desonra o verdadeiro jornalismo e, sob as desculpas da liberdade de expressão e da vedação à censura, promove a irresponsabilidade, a hipocrisia e a pequenez de caráter. Trata-se da escória, da parcela mais espúria da raça humana, daqueles que têm, por princípio, não ter princípios, que maculam a reputação de um clube centenário, honrado e glorioso em troca de audiência, da bajulação e da proteção de interesses obscuros, sem qualquer preocupação com as consequências de seus atos, tanto à imagem do Fluminense quanto à própria integridade física e moral de sua torcida.

Enquanto as hienas silenciam, cabe a nós, tricolores e torcedores de bom senso, não nos calarmos jamais. Calar-se é dar-lhes a vitória. É nosso dever mostrar ao Brasil, ainda que não queiram ver, o conluio Gávea-Canindé, a parcialidade dos pseudo-jornalistas, a proteção desmedida da mídia ao flamengo e a irresponsabilidade do Fluminense no imbróglio que culminou na sua permanência na série A do campeonato brasileiro de 2014.

O torcedor tricolor é o guardião da honra do Fluminense contra quem tente achincalhá-la, preservá-la imaculada é o seu dever, é o nosso dever.

Avante, Fluminense! St 
 
 

domingo, 8 de junho de 2014

Blecaute e Derrota


A derrota por cinco a três para a seleção da Itália pode ser avaliada sob dois pontos de vista totalmente antagônicos entre si.
 
O primeiro e mais radical é o do torcedor que esperava ver um jogo para valer, como se o Flu disputasse uma competição oficial. Esse torcedor saiu do estádio frustrado, pois a equipe, para ele, jogou um futebol sofrível, sem força na marcação e sem poder ofensivo, uma vez que a ausência de Wagner praticamente aniquilou a criação tricolor que ficou a cargo apenas do sobrecarregado Conca.
 
Sob o segundo aspecto, o do torcedor que encarou a partida como uma disputa amigável contra uma seleção europeia buscando padrão de jogo às vésperas da Copa do Mundo, os oito gols, as presenças de Balotelli, Pirlo e a oportunidade de ter sido o clube escolhido, dentre tantos, para auxiliar na preparação dos italianos para a mais importante competição futebolística mundial, foram o que houve de mais importante.

Não dá para se fazer uma análise tática ou técnica de uma equipe, o Fluminense, que incorporou o termo “amistoso” desde o minuto inicial da partida, fato que se comprova pelo reduzidíssimo número de faltas no primeiro tempo. Foi um jogo de toques sem muita objetividade e que deu à Itália a oportunidade de buscar sempre as enfiadas em profundidade, quase todas anuladas por impedimentos de seus atacantes. Numa delas, porém, a linha defensiva tricolor falhou e os italianos maracaram o primeiro. Somente após o tento sofrido, o Flu entendeu por bem correr um pouquinho. E conseguiu o empate.

Logo depois, bola alçada na área brasileira, numa disputa desigual de estaturas, e novo gol da Azurra. Mais uma vez, o Flu resolve ir à frente e marca com Carlinhos, depois de falha do goleiro adversário.
 
O segundo tempo foi uma catástrofe em seus dez primeiros minutos. Blackout total e três gols sofridos. Falhas clamorosas que não se admitiriam num jogo “sério”. O Flu ainda descontou para não ficar mais feio e foi só.
 
Pela reação da torcida ao final da partida, ficou claro que a maior parte estava ali para ver Balotelli (ovacionado quando se aquecia, quando entrou em campo e após o apito final), deixando a derrota para segundo plano. Foi bem isso, um jogo em que o Flu aquiesceu à forma italiana de jogar, permitindo plena liberdade de ação aos visitantes.
 
Apesar de o jogo ter sido organizado pela Federação Italiana de Futebol, o Flu foi o anfitrião perfeito. Não duvido de que recomendações foram dadas para que o Tricolor “afrouxasse” dentro de campo.

O único problema foi que afrouxou demais. Um empate seria mais conveniente a todos e até poderia ter ocorrido se não fosse, mais uma vez, a intervenção negativa de Marcelo de Lima Henrique, que deixou de marcar pênalti em Walter.

Algo, porém, desagradou a todos: esse goleiro do Flu é fraco demais. De tudo o que se viu, a única análise fria que se pôde fazer foi essa, todo o resto foi fruto de uma partida amistosa, sem pretensões do lado de cá e de uma festa bonita que a torcida tricolor mostrou para o mundo. Pena que não mostrou para o mundo, também, um pouco mais do nosso futebol.
 
Avante, Fluminense! ST
 
Foto: Lancenet
 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Dever Cívico


Assistir ao Fluminense é como um dever cívico, mais ou menos como prestar continência durante uma hora e meia ao pavilhão nacional, sem que isso importe qualquer dissabor, qualquer obrigatoriedade, apenas a honra de reverenciar o clube que amo.

 
Esse momento solene não abre brechas à concorrência dos convites inoportunos, dos programas tediosos ou dos compromissos que perdem a importância, por mais importantes que sejam. Nele, tudo o que ocorre ao derredor é irrelevante, indiferente. Ali somente existimos o Fluminense e eu, coexistindo num universo próprio e hermeticamente lacrado.
 

Digo isso, porque no dia 8 de junho o Tricolor se apresentará pela última vez no semestre, contra a seleção italiana de futebol. Logo após, a parada obrigatória para a Copa do Mundo. Abstinência forçada para todos os que entendem que futebol é sinônimo de Fluminense.
 

Por isso, nessas férias forçadas, estarei livre para todos os convites, desde o batizado da filho da amiga da esposa, passando pelo casamento do primo de 3º. grau ao baile de debutantes da filha do colega do trabalho. Convidem-se para tudo, chás de bebês, bodas, aniversários, até o dia 15 de julho, porque no dia 16 tem Fluzão e eu terei que cumprir novamente o meu dever cívico, dever do qual jamais me desincumbirei.

Avante, Fluminense! ST

Montagem: Tarcísio Burigo.

domingo, 1 de junho de 2014

Cadê o Flu de Cristóvão?


O time que encantou a torcida nas primeiras partidas sob o comando de Cristóvão não esteve hoje em Macaé.
 
 
O Fluminense empatou com o Inter e mostrou ao seu torcedor por que ainda está em busca de reforços para a disputa do campeonato. Se o time completo, impulsionado pelas inovações trazidas por Cristóvão, não tem deixado a desejar, a falta de uma peça fundamental que substitua eventual desfalque ou atleta que precise ser sacado no decorrer da partida, tem sido sentida. Hoje foi um desses dias. Wagner fez falta.
 

Apesar de o empate, considerando o adversário e a situação na tabela, não possa ser considerado um resultado ruim, a vitória deixaria o tricolor a apenas um ponto do líder Cruzeiro e desgarrado do pelotão de trás.
 

E por que o Flu não venceu?
 

O primeiro tempo foi o jogo da permissão. Flu e Inter, reciprocamente, permitiram um jogo franco. O Tricolor não marcou como costumeiramente fazia, sufocando o adversário em seu campo e aproveitando os erros para sair rápido em direção ao gol. Ao contrário, apesar de ter sido ofensivo, também deu bastante campo à equipe de Abelão, o que tornou o jogo aberto e com oportunidade para os dois times, com preponderância para os comandados de Cristóvão.
 

O gol do time gaúcho surgiu de um erro na saída de bola do Flu que pegou a defesa desprotegida e permitiu que Jorge Henrique entrasse livre, burlando a linha de impedimento tricolor, para tocar na saída de Cavalieri. O do tricolor nasceu de um belo chute de Jean, após Sóbis, ligeiramente, se muito, impedido, ajeitar com a cabeça para o arremate certeiro.
 

Se no primeiro tempo o Flu foi ofensivo, no segundo, praticamente, só deu Inter. Abelão, conhecedor que é das coisas das Laranjeiras, acertou a marcação de seu time e bloqueou as jogadas pelas laterais e a saída de bola com Conca, imprensando o Fluminense em seu campo.

 
E aí entra a necessidade dos reforços. Cícero, como substituto do Wagner, daria a alternativa para a saída de bola com qualidade do Fluminense. Quando estiver à disposição do grupo, o Tricolor contará com uma bela opção no banco, isso se não se optar por sua titularidade desde o início, o que, de antemão, acho plausível.

 
Carlinhos, muito mal hoje, normalmente cederia lugar ao Chiquinho, mas este cumpriu função no meio de campo – outra consequência para a ausência, por ora, de substituto natural para o Wagner -, não sendo útil na criação porque lhe falta qualidade para tanto.

 
Fabrício, pareceu firme, não comprometeu em sua partida de estreia e, também, é mais um a compor um elenco que, fortalecido, disputará as primeiras posições até o final do campeonato.

 
Walter, sem um companheiro com quem trabalhasse no ataque, isolado na frente, uma vez que Conca, também abaixo do que pode render normalmente, não foi efetivo na criação, voltou para buscar jogo, e completou a terceira partida sem marcar. Nada que preocupe, pois o talento do Waltinho é indiscutível, mas Cristóvão precisa corrigir essa falta de apoio ao atacante.

 
O Flu, porque lhe faltou criatividade no meio e porque foi frouxo na marcação, saiu de Macaé com um empate. Pela primeira vez na competição não perdeu ou venceu e, pela primeira vez, não se pode falar em injustiça no resultado, porque se o Tricolor foi ligeiramente melhor no primeiro tempo, foi totalmente dominado no segundo.
 
 
Depois da partida cheguei a duas conclusões: com Cavalieri não teríamos perdido para o galo e, apesar da má apresentação, com os reforços que chegam e ainda chegarão, o Flu vai brigar lá em cima até o fim.
 

Avante, Fluminense! ST
 
Foto: Lancenet