domingo, 31 de janeiro de 2016

Basta de incompetência!

Todas as vezes que um clube da grandeza do Fluminense perde, da forma como perdeu, para outro do tamanho de um Volta Redonda, a sua história mancha-se indelevelmente da marca vergonha.

Infelizmente, o Fluminense que se viu hoje é fruto única e exclusivamente de um departamento de futebol inepto. Não bastaram, canso de me repetir, as apostas equivocadas em técnicos de segunda ou terceira linhas – Cristóvão, Drubscky e Enderson – para que o Tricolor mudasse a sua tendência recente de contratar treinadores quase amadores para comandar a equipe, o que quase nos custou um rebaixamento.

Não bastassem os três erros anteriores, parece que ninguém aprendeu a lição nas Laranjeiras.

Eduardo foi o quarto equívoco. Erro que deveria ter sido corrigido já ao término do campeonato brasileiro de 2015, quando o Flu salvou-se do rebaixamento aos trancos e barrancos, com a pior campanha do segundo turno da competição.

Mas, ao contrário, a inaptidão da comissão de futebol do Fluminense foi ainda mais além. Procrastinaram a sua permanência para que participasse da pré-temporada e interferisse diretamente nos rumos do Tricolor para a temporada de 2016.

Agora, que nem mesmo a estupidez desse departamento de futebol poderá evitar a demissão desse pseudo-treinador, todo o planejamento do ano já terá ido para o brejo.

Prejuízo duplo: a má escolha e o tempo perdido.

O senhor Eduardo Baptista não é treinador de futebol. Ainda é um aprendiz que está no Fluminense às custas de seus cofres e da paciência da torcida, que não merece aturar tamanha incompetência.

Fora Eduardo Baptista! Fora Mário Bittencourt!

Felipe Fleury

Treinador pela metade

Os números de Eduardo Baptista à frente do Fluminense são de uma insuficiência atroz. Em qualquer empresa minimamente comprometida com a eficiência de seus funcionários, já teria sido demitido.

Não, não é cedo para criticar o seu trabalho. São vinte jogos e apenas cinco vitórias.

Foi contratado pelo seu desempenho como técnico do Sport, um time que galgou as primeiras posições do campeonato brasileiro de 2015, porque empatava a maior parte de seus jogos fora de casa e vencia outros em seus domínios, ou seja, uma equipe que perdia pouco. Quando veio para o Fluminense, porém, o clube pernambucano já apresentava desempenho pior do que o próprio tricolor, ambos em franco declínio na competição.

Portanto, já houve tempo mais do que suficiente para se avaliar a sua produção no comando técnico do Fluminense. Além disso, não dá para por a culpa da ineficiência do time no início de temporada, porque os jogadores não demonstraram falta de preparo físico ou desentrosamento, deficiências típicas de início de preparação.

O problema está mesmo nos conceitos do treinador. A sua filosofia de jogo foi bem absorvida pela equipe praticamente desde que a assumiu, tanto é que o Flu acertou o seu sistema defensivo com uma proteção à zaga mais eficiente, o que o tornou menos suscetível à saraivada de gols que vinha sofrendo e o que, felizmente, nos salvou do rebaixamento no campeonato brasileiro do ano passado.

Eduardo Baptista, assim, foi mantido no cargo, embora com um desempenho abaixo da média.

Ocorre que na cartilha em que estudou, alcançou somente metade das lições. Realmente, e não se pode desmerecer tal fato, Eduardo Baptista deu ao Fluminense uma concepção moderna de jogo: os jogadores sabem exatamente as suas funções dentro de campo, procuram ter o controle da partida mantendo a posse de bola e o número de “chutões” diminuiu consideravelmente. Já o vi sendo elogiado por mais de uma vez pelos pseudo-teóricos do futebol, regiamente pagos para dizerem asneiras como comentaristas de suas redes de televisão ou rádio.

Esse sentido de organização tática, porém, é uma fórmula disfarçada de retranca bem elaborada. Funciona até certo ponto, como ocorreu no Sport, se a defesa não falha.

Como, em regra, isso não ocorre no Fluminense, a tática do nosso treinador fatalmente sucumbe quando sofremos gols. Toques e mais toques, um falso domínio do jogo, a impressão de que podemos a qualquer tempo marcar...Ledo engano. Um erro e adeus à estratégia de Eduardo Baptista.

Isso, porque o Fluminense não sabe atacar. Como disse anteriormente, o nosso treinador estudou sua cartilha pela metade, é um treinador pela metade. Se dá ao time um sentido de organização tática defensiva, não tem a mesma qualidade para torná-lo ofensivo.

A produção ofensiva do tricolor sob o seu comando é risível, notando-se claramente, que o seu intuito é basicamente jogar para não perder. Contra o Atlético/PR, por exemplo, o Fluminense deu três chutes na direção do gol: um com Fred, outro com Ayrton e o pênalti perdido por Cícero.

Em 2016, perdemos do time paranaense, do Inter e só não perdemos do Shakhtar porque fomos beneficiados pela falha bisonha do zagueiro ucraniano.

Se alguém espera que produzamos algo além disso, pode tirar o cavalo da chuva. Eduardo Baptista ainda é um treinador em formação, não tem currículo à altura do Fluminense e foi contratado como mais uma aposta, outra que não deu certo. Não bastassem os lastimáveis equívocos: Cristóvão, Drubscky e Enderson.

Da sua cartola não sai outro coelho. Sua monossilábica estratégia é essa que temos visto: um conceito pela metade, onde os jogadores têm o controle aparente do jogo, mas não sabem o que fazer com a bola para dar ofensividade à equipe. E daí temos muitos empates, muitas derrotas e pouquíssimas vitórias.

Com esse minguado repertório, Baptista não levará o Fluminense a lugar algum. Uma pena, contudo, que a nossa diretoria de futebol não tenha se apercebido disso logo ao final do campeonato brasileiro de 2015. Poderíamos, agora, com um treinador experiente e vitorioso, à frente da pré-temporada tricolor, estarmos sonhando sonhos mais elevados.

Conformar-se com mais um ano de luta contra o rebaixamento, conformar-se com a mediocridade de um treinador que não está à altura da nossa história é apequenar-se.

Nosso rival contratou Muricy Ramalho que, por mais defeitos que possua, é um treinador experiente e vitorioso. Numa comparação singela, não há dúvidas de que, embora as equipes se equivalham tecnicamente, o rival sai na frente por ter um treinador mais conceituado.

Provavelmente, depois de mais alguns malogros, como costuma acontecer, alguém aceitará, tardiamente, que o Eduardo Baptista não é treinador para o Fluminense. Mas aí, como no ano passado, todo o planejamento será sacrificado pela mudança de comando no decorrer das competições.

E o pior é que, como das outras vezes – Cristóvão, Drubscky e Enderson – a emenda pode sair pior do que o soneto.

Se ainda há um pingo de bom senso em quem comanda o futebol tricolor, é bom, desde já, pensar num novo nome para substituir o atual treinador, porque este já está com seus dias contados. E que a sua competência não seja aferida por livros ou teses mirabolantes de um futebol moderno – que são bonitas na teoria, mas que na prática não funcionam -, porém, através de um currículo vitorioso e compatível com o que representa a grandiosa história do Fluminense.


O futebol é, em sua essência, simples e é na sua simplicidade que reside a sua eficiência.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Berço de craques

Desde a saída de Wellington Nem do Fluminense, Fred não esconde o desejo de ter um jogador no plantel que tivesse as suas características. Rápido, incisivo e articulado pelas pontas, W. Nem foi um garçom para o nosso artilheiro em diversas oportunidades, o parceiro ideal que deu a Fred gols e ao Fluminense inúmeras vitórias na campanha do título nacional de 2012.

Para suprir a sua ausência, nem o voluntarioso Marcos Junio, nem o fatigado Oswaldo foram verdadeiramente um Nem. Nenhum deles ou qualquer outro supriu essa carência proporcionada pela transferência da jovem revelação da base tricolor, Wellington Nem.

O pequenino deixou saudades para a torcida e, sobretudo, para Fred.

Agora surge a possibilidade do seu retorno ao Fluminense. Insatisfeito na Ucrânia, W.Nem, espiritalmente, nunca deixou o Tricolor. Sempre manifestou pelas redes sociais estar a par das notícias oriundas das Laranjeiras e, mais recentemente, deixou explícito o seu desejo de retorno ao clube que o formou.

Com a inviabilidade financeira de sua compra, surgiu a possibilidade de tê-lo de volta numa troca envolvendo algum ou alguns jogadores tricolores.

E aí nasceu o primeiro grande imbróglio do ano.

Os ucranianos não são tolos. Não querem mais WN, mas não o cederiam por qualquer bagatela. Sendo inviável a venda, a opção remanescente foi a troca. E muitos de nós nos iludimos acreditando que escolheriam um de nossos nomes dispensáveis.

Ledo engano. Ninguém é mais bobo no futebol, principalmente a partir do momento em que o futebol deixou de ser meramente um esporte para se tornar um negócio.

Assim, os olhos aguçados dos dirigentes do Shakhtar, auxiliados pela exposição proporcionada pelo Florida Cup, mostraram que poderia ser um bom negócio levar para a Europa o jovem e promissor Danielzinho.

Por que escolheram Danielzinho? Porque para quem entende um pouquinho de futebol, descobre-se o talento quando o encontro entre o jogador e a bola não é apenas uma mera formalidade, mas uma relação de amor à primeira vista.

Quem acompanhou jogos do Flu sub-20, sabe do que estou falando. E o garoto não se inibiu quando chamado a integrar o profissional no recente torneio em terras estadunidenses. Mostrou que sabe, sabe muito, e que poderá ser utilíssimo como meia de criação ao Fluminense.

Foi do tricolor de coração e jovem fã de Deco e Iniesta, uma das jogadas mais espetaculares a que já assisti recentemente, um festival de “canetas” em vascaínos pelo campeonato brasileiro sub-20 de 2015, jogada que levou Falcão, o bicampeão mundial de futsal, a postar o seguinte comentário em seu Instagram: "Caraca, que coisa linda! Que caneta!".

As opções postas, portanto, tornam ainda mais cruel a decisão. Dói menos saber que se trata de uma proposta de troca por empréstimo de um ano, com opção prioritária de compra para ambos os clubes ao final do prazo.

Pensando friamente, o que não é muito comum no futebol, campo das paixões, eu seria favorável ao negócio. W. Nem poderia reviver no seu clube formador o desempenho de de 2012, oportunizando a Fred novamente o protagonismo que há algum tempo o abandonara. Seria formidável ver essa dupla novamente, embora seja evidente que o tempo é cruel, sobretudo no desempenho de atletas de futebol. Assim, mesmo com a vinda de Nem, 2012 pode ser apenas um sonho distante.

De qualquer forma, se o Flu optar pela troca, minha intuição diz que muito se deverá ao desejo de Fred. Para o artilheiro, Nem é a oportunidade que aguardou por quase quatro anos de tornar a ser aquele Fred do último título brasileiro.

Além disso, W. Nem viria para ser titular, enquanto Daniel, se muito, disputaria posição na armação do time, onde nomes como Scarpa, Diego Souza e Cícero, embora este último sob o comando de Baptista esteja atuando mais recuado, já têm praticamente posições garantidas.

Por outro lado, quando permito ao meu coração pensar mais alto, sou refratário à transação.

Gostaria de ver o talento que o garoto demonstrou na base encantar também nos profissionais, acompanhar o seu desenvolvimento dentro de campo e descobrir o quanto poderia ser útil para o crescimento técnico da equipe. Nesse momento, sou imediatista. Aguardar um ano – se não for vendido – para tê-lo de volta seria, para dizer o menos, angustiante.

Essa possibilidade de não repatriá-lo também me preocupa. Se não for fixado um valor que leve em consideração o que é e o que pode vir a ser essa joia tricolor, o Shakhtar, utilizando-se da prerrogativa da opção de compra, poderá tirá-lo sem maiores esforços das Laranjeiras.

Portanto, a diretoria tricolor está numa encruzilhada. Se optar pela troca, deverá, minimamente, garantir contratualmente um preço muito além do justo para evitar a perda definitiva do jovem Daniel.

E aí, o que fazer? A batata quente está nas mãos da diretoria tricolor que, espero, seja iluminada o suficiente para decidir o melhor para o Fluminense.


De toda a sorte, uma constatação: discutimos se é viável ou não a troca de dois jogadores formados na base tricolor. Uma promessa, outro feito. Uma prova irrefutável de que temos um berço de ouro chamado Xerém. Isso é o que vale.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O verde da esperança

O Fluminense tem pela frente uma temporada para ser melhor do que a dos últimos três anos. E as expectativas, pelo menos elas, são bem melhores do que aquelas que se apresentavam há exatamente um ano, quando, surpreendidos pela cisão Flu-Unimed, os torcedores tricolores fomos tomados por um sentimento de desalento provocado em grande parte pela massificação do pessimismo da imprensa, para quem, em sua maioria, o Fluminense não sobreviveria ao desfazimento da parceria de anos.

Não houve conquistas, mas o Tricolor sobreviveu e ainda conseguiu manter os principais nomes de seu elenco, além de, fora de campo, termos presenciado o início da construção das obras do nosso CT, graças à oportuna e feliz interveniência do tricolor Pedro Antônio Ribeiro da Silva.

Para 2016, porém, além da manutenção de seus melhores atletas, o Fluminense reforçou-se até agora com cinco nomes, garantindo, pelo menos na teoria, a competitividade de seu time – ainda precisamos de elenco mais qualificado, contudo - para o duríssimo ano que se avizinha. Diego Souza e Henrique, os mais conhecidos, prometem reforçar e dar mais qualidade ao meio de campo e zaga, respectivamente. O jovem Richarlisson pode ser uma grata surpresa no ataque se não se intimidar com a grandiosidade do Tricolor das Laranjeiras. Some-se isso a Cavalieri, Fred, Cícero, Edson e Scarpa e ninguém poderá dizer que não temos um bom time.

Ainda falta, segundo penso, todavia, um comandante à altura das tradições tricolores. Eduardo Baptista não é muito diferente de seus antecessores Cristóvão, Drubscky e Enderson, todos apostas que não deram certo. Serei seu maior entusiasta, torcerei como nunca para que seja o nome certo para dar ao Flu os títulos que lhe faltaram nesses últimos anos, mas no fundo, não acredito em sua capacidade profissional. Tanto por seu minguado currículo, quanto por seu período à frente do Fluminense em 2015, em que pouco ou nada demonstrou que pudesse credenciá-lo como capaz de comandar um clube da grandeza do Flu.

Tomara que não seja um treinador com os dias contados, até porque participou da pré-temporada, da escolha de parte do elenco e a sua saída antecipada em virtude de eventuais maus resultados, embora possa parecer ser a solução para o realinhamento provisório da equipe na competição, será por demais danosa para o planejamento do futuro tricolor na temporada.

Além das novidades de campo, fora dele também há boas novas. O Fluminense, pela primeira vez depois de quase 20 anos, não vestirá o seu uniforme confeccionado pela gigante alemã Adidas. Numa troca rápida e, aparentemente, vantajosa financeiramente para o Tricolor, o novo fornecedor oficial de uniformes será a empresa canadense DryWorld, cujos novos mantos produzidos por seus estilistas já foram, inclusive, aprovados pelo Conselho Deliberativo do Clube.

Que traga boa sorte ao Fluminense, já de há muito desamparado e relegado a segundo ou terceiro planos pela antiga fornecedora.

Por outro lado, será um ano, também, em que o torcedor, sobretudo o da capital, não terá muitas oportunidades para ver o time jogando em casa, em virtude das Olimpíadas. Além disso, o deslocamento rotineiro, mesmo na condição de mandante, será por demais desgastante para o elenco tricolor, uma vez que não se vislumbra a perspectiva real de o Flu mandar os seus jogos na cidade do Rio de Janeiro ante a ausência de opções viáveis.

Nessas horas sente-se a real necessidade de se ter um estádio próprio, pequeno que seja, mas moderno e que possa ser chamado de nosso.

Por fim, 2016 será um ano eleitoral. Eleições sempre mobilizam os candidatos, seus correligionários e o próprio eleitor.

Infelizmente, contudo, a temporada já se inicia com a notícia de que a ex-patrocinadora acionará o Fluminense na Justiça por supostas dívidas decorrentes de transações de jogadores que eram a ela vinculados. E o pior, tendo como mentor/autor, o antigo mecenas e atual candidato de oposição, Celso Barros, cuja ausência de escrúpulos parece não encontrar obstáculo no amor que diz ter pelo Flu.

Jamais poderia aceitar um presidente que é ao mesmo tempo credor do Fluminense. Seria antiético e imoral. Portanto, se Celso Barros tem suas pendências com o Clube, que as resolva de fora, nunca internamente, com poderes de gestor máximo, sobrepondo os seus interesses pessoais ao do Flu.

Ainda não me posicionei quanto ao melhor candidato para o Fluminense, mas de antemão posso afirmar que o senhor Celso Barros jamais terá o meu voto, pois jamais ajudaria a eleger um inimigo do Clube. Se um dia quis o bem do Fluminense, deve ter querido, precipuamente, muito mais o seu.


No mais, que 2016 seja o ano da redenção tricolor em campo, com os títulos que almejamos e, fora dele, com a escolha do melhor candidato para a sua presidência, com eleições limpas e pautadas pelo debate de ideias; que seja um ano de menos vaidades, menos eu próprio e mais Fluminense; que seja o ano do pavilhão verde, branco e grená tremulando imponente nos céus do Rio de Janeiro e do Brasil; que seja o ano em que o nosso verde faça vicejar a esperança de uma nova e grandiosa era para o Fluminense Football Club.

Felipe Fleury