O Fluminense tem pela frente uma temporada para
ser melhor do que a dos últimos três anos. E as expectativas, pelo menos elas,
são bem melhores do que aquelas que se apresentavam há exatamente um ano,
quando, surpreendidos pela cisão Flu-Unimed, os torcedores tricolores fomos
tomados por um sentimento de desalento provocado em grande parte pela
massificação do pessimismo da imprensa, para quem, em sua maioria, o Fluminense
não sobreviveria ao desfazimento da parceria de anos.
Não houve conquistas, mas o Tricolor sobreviveu
e ainda conseguiu manter os principais nomes de seu elenco, além de, fora de
campo, termos presenciado o início da construção das obras do nosso CT, graças
à oportuna e feliz interveniência do tricolor Pedro Antônio Ribeiro da Silva.
Para 2016, porém, além da manutenção de seus
melhores atletas, o Fluminense reforçou-se até agora com cinco nomes,
garantindo, pelo menos na teoria, a competitividade de seu time – ainda
precisamos de elenco mais qualificado, contudo - para o duríssimo ano que se
avizinha. Diego Souza e Henrique, os mais conhecidos, prometem reforçar e dar
mais qualidade ao meio de campo e zaga, respectivamente. O jovem Richarlisson
pode ser uma grata surpresa no ataque se não se intimidar com a grandiosidade do
Tricolor das Laranjeiras. Some-se isso a Cavalieri, Fred, Cícero, Edson e
Scarpa e ninguém poderá dizer que não temos um bom time.
Ainda falta, segundo penso, todavia, um
comandante à altura das tradições tricolores. Eduardo Baptista não é muito
diferente de seus antecessores Cristóvão, Drubscky e Enderson, todos apostas
que não deram certo. Serei seu maior entusiasta, torcerei como nunca para que
seja o nome certo para dar ao Flu os títulos que lhe faltaram nesses últimos
anos, mas no fundo, não acredito em sua capacidade profissional. Tanto por seu
minguado currículo, quanto por seu período à frente do Fluminense em 2015, em
que pouco ou nada demonstrou que pudesse credenciá-lo como capaz de comandar um
clube da grandeza do Flu.
Tomara que não seja um treinador com os dias
contados, até porque participou da pré-temporada, da escolha de parte do elenco
e a sua saída antecipada em virtude de eventuais maus resultados, embora possa parecer
ser a solução para o realinhamento provisório da equipe na competição, será por
demais danosa para o planejamento do futuro tricolor na temporada.
Além das novidades de campo, fora dele também
há boas novas. O Fluminense, pela primeira vez depois de quase 20 anos, não
vestirá o seu uniforme confeccionado pela gigante alemã Adidas. Numa troca
rápida e, aparentemente, vantajosa financeiramente para o Tricolor, o novo
fornecedor oficial de uniformes será a empresa canadense DryWorld, cujos novos
mantos produzidos por seus estilistas já foram, inclusive, aprovados pelo
Conselho Deliberativo do Clube.
Que traga boa sorte ao Fluminense, já de há
muito desamparado e relegado a segundo ou terceiro planos pela antiga
fornecedora.
Por outro lado, será um ano, também, em que o
torcedor, sobretudo o da capital, não terá muitas oportunidades para ver o time
jogando em casa, em virtude das Olimpíadas. Além disso, o deslocamento
rotineiro, mesmo na condição de mandante, será por demais desgastante para o
elenco tricolor, uma vez que não se vislumbra a perspectiva real de o Flu
mandar os seus jogos na cidade do Rio de Janeiro ante a ausência de opções
viáveis.
Nessas horas sente-se a real necessidade de se
ter um estádio próprio, pequeno que seja, mas moderno e que possa ser chamado
de nosso.
Por fim, 2016 será um ano eleitoral. Eleições
sempre mobilizam os candidatos, seus correligionários e o próprio eleitor.
Infelizmente, contudo, a temporada já se inicia
com a notícia de que a ex-patrocinadora acionará o Fluminense na Justiça por
supostas dívidas decorrentes de transações de jogadores que eram a ela
vinculados. E o pior, tendo como mentor/autor, o antigo mecenas e atual
candidato de oposição, Celso Barros, cuja ausência de escrúpulos parece não encontrar
obstáculo no amor que diz ter pelo Flu.
Jamais poderia aceitar um presidente que é ao
mesmo tempo credor do Fluminense. Seria antiético e imoral. Portanto, se Celso
Barros tem suas pendências com o Clube, que as resolva de fora, nunca
internamente, com poderes de gestor máximo, sobrepondo os seus interesses
pessoais ao do Flu.
Ainda não me posicionei quanto ao melhor
candidato para o Fluminense, mas de antemão posso afirmar que o senhor Celso
Barros jamais terá o meu voto, pois jamais ajudaria a eleger um inimigo do Clube.
Se um dia quis o bem do Fluminense, deve ter querido, precipuamente, muito mais
o seu.
No mais, que 2016 seja o ano da redenção
tricolor em campo, com os títulos que almejamos e, fora dele, com a escolha do
melhor candidato para a sua presidência, com eleições limpas e pautadas pelo
debate de ideias; que seja um ano de menos vaidades, menos eu próprio e mais Fluminense;
que seja o ano do pavilhão verde, branco e grená tremulando imponente nos céus
do Rio de Janeiro e do Brasil; que seja o ano em que o nosso verde faça vicejar
a esperança de uma nova e grandiosa era para o Fluminense Football Club.
Felipe Fleury
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