terça-feira, 29 de abril de 2014

O Novo Marketing Tricolor

Os conselheiros do Fluminense votarão, na noite desta terça-feira, a homologação do nome de Marcelo Gonçalves para a vice-presidência de marketing do clube no lugar de Idel Halfen. O executivo, CEO da Travel Ace e um dos fundadores do site booking.com (portal especializado na comercialização de diárias de hotéis), foi indicado pelo presidente Peter Siemsen para suprir uma deficiência da administração tricolor, a exploração de sua marca. Peter não assume isso publicamente, mas a mudança operada reflete exatamente a sua insatisfação com os rumos dados ao marketing tricolor durante a sua gestão.
 
Mesmo após dois títulos nacionais, classificações consecutivas para a taça Libertadores da América e a presença em seu elenco de nomes como Conca e Fred, pouco ou nada foi feito para que a marca Fluminense fosse explorada com o objetivo de trazer recursos ao clube e aumentar o número de fãs no Brasil e no mundo.
 
Rodrigo Terra, diretor da Geometry Global, assumirá o cargo de diretor executivo de marketing e ambos já planejam uma reaproximação com a Unimed de Celso Barros, além, acertadamente, da vinculação do departamento de comunicação, antes autônomo, ao marketing do clube. Assim, Jackson Vasconcelos, que cuidava da comunicação institucional, passará a tratar especificamente dos assuntos relacionados ao presidente, uma vez que é seu assessor executivo.
 
O Fluminense precisa de um marketing atuante, com ideias inovadoras, que fortaleça e engrandeça a sua marca, algo bem diferente do que vinha ocorrendo até então. A relação com a patrocinadora master, e isso é um desejo dos novos executivos, precisa ser melhor trabalhada, considerando o vultoso aporte realizado no clube e os excelentes lucros perpetrados pela empresa de planos de saúde.
 
As expectativas quanto à melhoria do marketing e da comunicação institucional são grandes, e, o momento é de se apostar na nova gestão que se inicia. 
 
Uma ressalva, contudo, deve ser feita. Uma breve pesquisa realizada no Google com o nome da empresa booking.com, indica que a mesma foi alvo de denúncia ao Procon de Mato Grosso por, supostamente, ter praticado um acordo lesivo aos consumidores-turistas que planejavam se hospedar no Hotel Roari, em Cuiabá. Segundo a denúncia, os portais booking.com, decolar.com e o Hotel Roari teriam majorado os preços das diárias neste último, durante o período da copa do mundo, em cerca de 4.000%. Enquanto a diária no Hotel varia, nos dias de hoje, entre R$130,00 e 180,00, estava sendo anunciada para o período do evento FIFA por cerca de R$5.300,00. (Leia a notícia em http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/12/16/decolarcom-e-ebooking-fecham-hotel-para-copa-e-elevam-diaria-em-4000.htm).
 
A torcida tricolor só espera que a trupe que aporta ao Flu não traga outra ideia que não engrandecer o nosso clube. Basta de gestores que se locupletaram do Fluminense ao longo dos anos.
 
Que o Presidente e a torcida fiquem de olhos bem abertos, porque o Fluminense é um patrimônio de todos nós. No mais, boa sorte aos novos executivos e que tragam boas ideias ao tricolor.
 
 
Avante, Fluminense! ST

sábado, 26 de abril de 2014

Fluminense Incontestável



Se o novo Fluminense precisava de uma prova de fogo, teve uma hoje. Reticente, parte da torcida ainda queria ver o Tricolor contra um dos grandes do futebol nacional para formar uma opinião otimista quanto ao desempenho da equipe sob o comando de Cristóvão.

E toda a torcida pôde apreciar um Fluminense que, mesmo fora de casa, e contra o Palmeiras, manteve a mesma pegada, a mesma eficiência tática dos últimos jogos contra Horizonte, Figueirense e Tupi.

Mesmo visivelmente mais preocupado defensivamente (Walter não entrou e Valência substituiu Sóbis), o Flu foi soberano na partida, com amplo domínio sobre o adversário. O padrão de jogo foi o mesmo, com forte marcação desde a saída de bola, passes rápidos e compactação, durante todo o jogo, valendo dizer que o único "susto" sofrido foi já nos acréscimos, quando o jogador palmeirense chutou uma bola na arquibancada.

Sóbis foi fundamental, e aí está uma das mais importantes contribuições de Cristóvão: interceder pela permanência do jogador foi uma grande vitória. Hoje foi o homem mais perigoso do ataque, perdeu dois gols antes de fazer o seu, já nos acréscimos do primeiro tempo e após excelente passe de Fred.

Dá gosto, também, de ver a dedicação de Jean, Wagner, Bruno e Gum, jogadores antes criticados e que agora, como num passe de mágica, estão jogando como leões. E nem há como se escolher o destaque numa equipe que tem, no espírito coletivo e, na aplicação tática, suas maiores virtudes.

E o placar de um a zero não retratou a supremacia tricolor em campo, uma vez que, não fosse por Fernando Prass, o Fluminense teria, no mínimo, imposto mais um três a zero no adversário.

É claro que diante de um adversário perigoso e, jogando em seus domínios, o Flu, mesmo sendo ofensivo, não deixou de ser, também, cauteloso, principalmente na parte final da partida. Isso explica a ausência de Walter e a troca de Sóbis por Valência, o que não afetou o espírito do grupo e nem alterou, sensivelmente, a sua forma de jogar. O recuo consciente para a saída em contra-ataque foi um risco calculado, e que deu resultado, ao menos quanto à manutenção da retaguarda em segurança.

Vitória mais do que merecida de um time que dá à torcida a alegria de vê-lo jogar ofensivamente. Mesmo o campeão de 2010 e 2012 não apresentou futebol tão vistoso, apesar de eficiente, sinal de que, se o ritmo for mantido e, não houver intercorrências, o Tricolor poderá sonhar com o seu quinto campeonato nacional.

Afinal de contas, não é qualquer um que faz 12 e não sofre qualquer gol, mesmo tendo, conforme avaliação da própria torcida, uma das zagas mais fracas do Brasil.

O Fluminense precisava de um treinador e, sobretudo, de humildade; Cristóvão, de uma só vez, resolveu ambos os problemas.

Contra o Vitória o Maracanã será pequeno.

Avante, Fluminense! ST

Foto: Lancenet

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Um Flu que Dá Gosto de Ver



Ainda não foi aquele adversário qualificado capaz de por à prova o renovado Fluminense, mas a equipe manteve a mesma pegada e postura das duas últimas partidas, demonstrando que algo mudou e para melhor.

Parece óbvio que o renascido tricolor tem um responsável: Cristóvão, seja por sua qualidade e capacidade para impor seus conceitos, seja porque afastou do Flu um treinador que estava mais prejudicando do que ajudando a equipe. De qualquer forma, a torcida tricolor pode continuar a ser otimista, porque este é um time diferente, e para melhor, daquele que vimos na última temporada.

Na primeira etapa o Tricolor manteve a posse de bola, o que parece ter sido uma característica imposta por Cristóvão, com toques rápidos e, sempre que possível, de primeira. Jogadas de ultrapassagem, o que não se via há tempos no Flu, tornaram-se constantes, com intensa movimentação entre Carlinhos e Wagner pela esquerda e Jean e Bruno pela direita, além de Sóbis, vez por outra, invertendo posição com Fred.

Foi numa dessas inversões em que Sóbis, fazendo o pivô, deixou Fred na cara do gol para marcar o primeiro tricolor. Logo após, Wagner, pela esquerda, foi à linha de fundo e cruzou para Sóbis cabecear, a bola rebater num zagueiro e sobrar novamente para o artilheiro Fred fuzilar para as redes do galo carijó.

De negativo apenas os espaços deixados pelo lado esquerdo do Flu, local por onde a equipe mineira levou algum perigo ao Tricolor. Contra um time mais poderoso, que explore as subidas de Carlinhos, essa deficiência precisará ser corrigida, sob pena de tornar-se o ponto vulnerável da equipe.

No segundo tempo, o carijó foi guerreiro, foi para cima do Flu, e só não tomou uma goleada histórica, porque diversas chances foram perdidas pelo ataque tricolor. Com o lado esquerdo guarnecido, a equipe mineira teve poucas oportunidades, e o Fluminense abusou de desperdiçar oportunidades claras de gol.

Waltinho, porém, que entrou aos 30 no lugar de Fred, deu números finais ao jogo disparando um tiro certeiro numa cabeçada para o gol do Tupi após cruzamento perfeito de Bruno. Os três a zero foram os números finais do jogo e nos deram o bônus de evitar o jogo de volta. Mais tempo para Cristóvão azeitar as engrenagens dessa máquina de fazer gols.

Foram onze em três jogos, sem que nenhum fosse sofrido. Isso se chama equilíbrio. Apesar de não ter enfrentado adversários de porte superior, os indícios são claros de que este é um novo Fluminense, um time que é ofensivo e, nem por isso, desguarnece o seu sistema defensivo.

É também uma prova de que, apesar da fragilidade da zaga, não era ela a única culpada pelos gols sofridos pelo Flu. Quando o sistema funciona como um todo, com a equipe voltada à marcação desde o ataque, a defesa padece menos, e é isso o que tem acontecido.
 
Esse é o Flu que a torcida quer ver, valente, ousado, compacto, forte, seguro; um time que tem sangue nos olhos e que luta até o fim, mesmo quando a vitória já está assegurada.
 
A torcida estava carente de apresentações como esta. Sábado, contra o Palmeiras, teremos a prova de fogo dessa nova versão tricolor. Eu aposto numa vitória tricolor.

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O time está feliz, o que é fácil de se constatar com as efusivas comemorações dos gols. Vejo comprometimento, união e solidariedade. O que havia de ruim no clube se foi. Fred, Wagner, Jean e Sóbis, que estavam claudicantes, agora parecem renovados e o clima que se vê em campo contagia o grupo e embala a torcida.


                                                                *   *   *

Transmissão sofrível da ESPN. As imagens recuperadas eram retransmitidas com a bola em jogo, o que acarretou graves interrupções da transmissão, sendo que, numa delas, quando mostravam o gol do São Paulo, quase deixaram de transmitir um gol de Fred.
 
                                                                *   *   *
 
Não vi um tapete no estádio. Só podia ser coisa de mulambo mesmo.

 Avante, Fluminense! ST

terça-feira, 22 de abril de 2014

A Elite do Bom Senso e da Sensatez

 
Foto: Fábio Costa e Silva.

O Fluminense deu um excelente exemplo para o Brasil. Conhecido por ser um clube de origem aristocrática, possuidor de uma torcida elitizada, o tricolor mostrou que, em matéria de bom senso e sensatez, também é elite.
 
Depois de duas experiências positivas, quando, ao reduzir os preços dos ingressos promocionalmenente nas partidas contra o Horizonte, pela Copa do Brasil e, Figueirense, pelo Campeonato Brasileiro, levou mais de cinquenta e cinco mil torcedores ao Maracanã, fez oito gols e não tomou nenhum, o Fluminense decidiu transformar o que era promoção em preço fixo e praticará, pelo menos nos jogos em que possui mando de campo, valores reduzidos nos ingressos, entre R$10,00 e R$30,00.
 
Isso sem considerar que, com a meia entrada, os torcedores que fazem jus ao benefício pagarão metade desses valores e os sócios torcedores ainda possuem os descontos concedidos pelo clube e inerentes à sua condição.
 
Não há, assim, desculpas para deixar de apoiar o time. Pelo menos não há a desculpa do preço do ingresso, pois, em alguns casos, o torcedor pagará quase nada.
 
Espera-se, apenas, que a exemplar prática seja uma constante, não se condicionando à eventual oscilação da equipe dentro do campeonato. E isso também vale para a torcida que, com esses preços, tem a obrigação de apoiar o tricolor independentemente dos resultados em campo.
 
Enquanto isso, o clube aclamado por todos como o mais popular do Brasil, exige de sua já sacrificada torcida que pague verdadeiras fortunas para vê-lo jogar. Preços irreais que não se coadunam com a realidade financeira do brasileiro, e, principalmente, do seu próprio torcedor.
 
#Maisde30milpraveroFlu
 
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O Flu, agora fora de casa, enfrentará o Tupi/MG, amanhã, às 22h, pela Copa do Brasil. Se vencer por dois gols de diferença evitará a partida de volta.
 
Antes de se pretender o resultado que aniquila o segundo jogo, a expectativa da torcida tricolor é a de que o seu time jogue lá como jogou aqui contra Horizonte e Figueirense, ou seja, compacto, com forte poder de marcação e ofensivo, bastante ofensivo.
 
Seguida a receita, espera-se que o Flu retorne de Juiz de Fora com uma vitória.
 
Apesar do clima pacato da cidade mineira, circula nas redes sociais um folder conclamando os torcedores do Galo "Carijó" a levarem ao estádio, cada um, um tapete, a fim de criarem um verdadeiro "tapetaço", o que seria uma alusão ao Fluminense como se a sua participação no Brasileirão deste ano fosse ilegítima.
 
Não creio que esse folder, apócrifo, tenha sido criado por torcedores carijós. Os mineiros de Juiz de Fora torcem para times do Rio em sua grande maioria, e aí tem cheiro de mulambo, daqueles que nem mesmo vão ao estádio, mas querem ver o circo pegar fogo. E isso literalmente poderá ocorrer se provocações ocorrerem. A torcida tricolor está por um fio, engasgada com toda a campanha difamatória que vem sofrendo desde o fim do ano passado.
 
Melhor, portanto, que não se dê crédito a essas provocações. O importante será mostrar dentro de campo, como o Flu mostrou nas dias últimas partidas, que nosso lugar é na série A de fato e de direito.
 
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Preocupado eu estou é com a partida contra o Palmeiras, no sábado, pelo campeonato brasileiro. Nem tanto pelo que acontecerá em campo, mas com o que pode ocorrer fora dele. Ameaças vêm sendo feitas por torcedores palmeirenses e será prudente que a torcida tricolor tome precauções para chegar e sair do estádio, e que a segurança pública esteja atenta, pois, graças, principalmente à imprensa paulista, será um jogo de altíssimo risco.
 
Avante, Fluminense! ST

domingo, 20 de abril de 2014

A Ressurreição Tricolor

Cada um de nós possui a sua própria verdade, uma representação única e peculiar sobre a realidade fática que se apresenta aos nossos sentidos.

Assim é que um mesmo fato pode parecer a mais de uma pessoa de uma forma tão diferente que chegue a ser paradoxal, sem deixar, contudo, de ser objetivamente a mesma coisa.

E nenhuma análise é tão precariamente unânime quanto uma partida de futebol. Se há unanimidade no futebol, e não deveria haver, pois toda ela, segundo nosso mestre Nelson Rodrigues, é burra, resume-se a instantes de um todo que dura noventa minutos.

E é assim porque, durante o decurso do jogo, erra-se e acerta-se com a frequência que justifica o bordão de que nem tudo é perfeito.

Eu eu digo isso para poder afirmar que, para tudo na vida, e especialmente para o futebol, cuja análise ora se faz, há os pessimistas, os otimistas e os indiferentes. Os primeiros, conforme seus critérios, põem os erros e acertos numa balança mental e sempre a verão pender segundo uma percepção negativa. Já os otimistas, nessa mesma balança, sempre estarão aptos a enxergar a prevalência dos aspectos positivos.

Os indiferentes são apenas indiferentes, mas no futebol, movido pela paixão humana, sobra-lhes pouco espaço.

Portanto, quem assistiu ao Fluminense, pela segunda vez sob o comando de Cristóvão, sobrepujar a equipe do Figueirense pelo placar de três tentos a zero, provavelmente já fez a sua análise sobre o que observou, seja ela pessimista ou otimista.

Para alguns, a vitória representou apenas o dever de impor à equipe mais fraca a sua superioridade. Para outros, porém, foi bem mais do que uma vitória, foi o ressurgimento de um espírito adormecido, de um novo Fluminense, cujas primeiras impressões sob o comando do novo treinador dão indícios de que, feitos determinados ajustes, teremos um ano bem diferente do tenebroso 2013.

Prefiro, mesmo sob o risco de despencar do penhasco que eu mesmo criei, deixar a parcimônia de lado e filiar-me aos entusiastas. Afinal de contas, não há qualquer demérito, quando se trata de futebol, enganar-se com a percepção da realidade que se nos apresenta, o que, aliás, é fato corriqueiro.

E, se todos somos livres para expormos nossas convicções, peço licença para expor os motivos da minha empolgação.

Eu vi o Fluminense realizar a sua melhor partida no ano. Vi um time organizado, ofensivo e aguerrido. Vi também estratégia e posicionamento, vontade e ânimo renovado.

Talvez este meu entusiasmo seja apenas o reflexo de uma comparação entre o Flu que entrou em campo ontem e aquele que se apresentou como uma equipe sem estratégia, gana e paixão durante mais de um ano. Talvez seja pura carência de futebol.

Não há dúvida, porém, de que o novo técnico possui papel preponderante nessa mudança. Senti que o time clamava por alguém que lhe pusesse ordem, e a ordem foi instalada.

Parece que funções foram delegadas, e que agora cada um sabe o que fazer dentro de campo. A equipe, com seus homens de frente, inclusive Fred, marcou a saída de bola adversária com uma dedicação que até então não havia visto. O time sufocou, provocou o erro, recompôs rápido e saiu em contra-ataque. A receita perfeita do futebol moderno, onde todos contribuem no ataque e na defesa.

Os laterais avançaram como devem avançar, até a última linha do campo, e a linha de frente ajudou a proteger o meio o que, por sua vez, deu mais segurança à defesa.

Conca, o maestro, teve Wagner como importante coadjuvante na criação das jogadas ofensivas e até mesmo na marcação. Jean e Diguinho cumpriram bem a missão de guarnecer a defesa e ainda saíram com qualidade para o ataque quando foi necessário.

Carlinhos e Bruno estiveram bem, alternando jogadas que sempre levaram perigo aos adversários.

Até a zaga, que deverá ser reforçada em breve, saiu-se bem, ressalvados dois ou três perigosos contra-ataques da equipe catarinense o que, por si só, não comprometeu a boa atuação defensiva da equipe.

Fred, visivelmente motivado, também foi bem diferente daquele jogador lento e previsível das últimas partidas. Participou ativamente do jogo, tanto no ataque quanto na marcação. Ajeitou a bola para o gol de Sóbis, cobrou, enfim, um pênalti com perfeição e movimentou-se intensamente em campo.

E Sóbis, o guerreiro Sóbis, retribuiu a sua permanência no Flu com uma atuação de gala. Fez um golaço, como poucos teriam qualidade para fazer, criou a jogada do terceiro gol e lutou como um leão dentro de campo.

Se a primeira impressão é a que fica, Cristóvão já deu duas claras demonstrações de que o ano será melhor para o Fluminense. E não foi apenas com o que se viu dentro de campo, mas, principalmente, fora dele: humildade.

Pode ser que, semana que vem, tudo isto não seja mais verdade, mas quem disse que verdades são absolutas?

O que valeu foi ver um novo Fluminense em estratégia e atitude, um Fluminense ressurgido. E que seja sempre assim.

Avante, Fluminense! ST
 
Foto: Lancenet.

 






quinta-feira, 17 de abril de 2014

O Azarão


O Fluminense inicia a disputa do campeonato brasileiro de 2014, neste sábado, às 18:30h, no Maracanã, contra o Figueirense. Provavelmente não teremos mais surpresas quanto ao primeiro adversário, uma vez que a liminar conseguida pelo clube cearense junto à 4ª. Vara Cível do Rio de Janeiro, foi cassada pelo plantão judiciário do Tribunal de Justiça nesta madrugada. 

Independentemente, contudo, de quem seja o adversário, pela primeira vez em alguns anos, o Flu não entra como um dos favoritos ao título da disputa.

Esse prévio favoritismo apregoado pela imprensa nem sempre se confirma, mas revela uma tendência daqueles clubes que melhor se prepararam para a maior competição nacional, contratando com inteligência e montando um elenco forte, capaz de suportar uma longa disputa em que lesões e suspensões também são importantes adversários.

E o Fluminense, por tudo o que não faz desde 2013, não pode ser apontado mesmo como um dos favoritos.

Manteve um elenco rebaixado em campo, não repôs perdas importantes ocorridas na temporada passada, não supriu, até agora, já às vésperas do campeonato, carências crônicas da equipe, conviveu com disputas internas entre seu Presidente e o Presidente da patrocinadora que emperram novos investimentos, foi vítima de uma campanha sórdida da imprensa nacional, teve verbas de negociações penhoradas, cabendo aqui, até um etc, tantos foram os problemas por que o Flu passou nesses últimos meses.

A falta de aporte financeiro, principalmente em decorrência das penhoras e do litígio com Celso Barros, indicam que o ano não será fácil. As contratações de um treinador mais “barato”, Cristóvão, e do volante Edson, do São Bernardo, revelam que será preciso acostumar-se a uma nova política de contratações no clube, onde os salários serão mais baixos, porém pagos integralmente pelo Fluminense, sem participação da Unimed.

São indícios de que a temporada será de arrocho, poucos investimentos, e confiança no que se tem. Contratações terão que ser pontuais, certeiras e, principalmente, adequadas à nova realidade financeira do Flu.

Do caríssimo elenco, dez jogadores terão seus contratos encerrado até o fim do ano. Se não houver acordo com a Unimed para que seus contratos sejam renovados, poderão deixar o clube sem que este receba qualquer compensação financeira. E não havendo acordo, tenho minhas dúvidas de que renovariam seus contratos por valores bem abaixo do que recebem atualmente.

De todos que podem sair, Carlinhos e Cavalieri devem ser as prioridades do Flu para que tenham seus contratos renovados. Se não houver aporte da Unimed, que se procure logo outro patrocinador master a fim de se encaminhar as negociações.

Mas, voltando ao campeonato brasileiro, diante desse quadro de pessimismo político e financeiro, as perspectivas, realmente, não são das melhores; pelo menos em relação à conquista do quinto título brasileiro.

Prefiro acreditar que o Flu será o azarão. Quem sabe, mesmo com um elenco limitado, bafejados pela sorte, poucas lesões e suspensões, e, principalmente, paz interna, o Tricolor consiga mostrar em campo um pouco do futebol que o tornou duas vezes campeão nacional em três anos.

Com Walter e Conca, Carlinhos, Cavalieri, Sóbis, Wagner, Jean e Fred, ainda temos um time de respeito que, reforçada a zaga, poderá dar frutos.

Se os jogadores mostrarem o empenho que se espera de quem enverga a camisa verde, branca e grená, teremos pelo menos uma certeza, a de que o Tricolor não lutará na parte de baixo da tabela e, com o apoio incondicional da torcida, quem sabe não lutará na parte de cima?

O retorno à Libertadores já seria um grande trunfo para um clube que, desde 2013, não tem o que comemorar.

Avante, Fluminense! ST

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Conexão Gávea-Canindé: Conluio Continua a Todo Vapor

Fora do mundinho do Rio de Janeiro, onde, apoiado pela mídia imunda, faz e acontece, o flamengo sofreu mais uma derrota internacional. Dessa vez, não dentro de campo, como na vergonhosa eliminação da Libertadores, mas com reflexos nele.
 
A mulambada teve o seu pedido de efeito suspensivo da decisão da CBF, que lhe retirava os pontos pela escalação irregular de um jogador irregular na última rodada do Brasileirão 2013, negado pelo CAS (Corte Arbitral do Esporte - FIFA).
 
Na prática significa que o flamengo está vulnerável a qualquer decisão que devolva os pontos à Lusa, ou seja, havendo a devolução dos pontos à Lusa, o flamengo seria invariavelmente rebaixado e de forma definitiva.
 
O curioso, para não dizer estranho, é que a Portuguesa, sua parceira de falcatruas, desistiu de buscar seus pontos perdidos na Justiça Comum. Para quem alardeou aos quatro ventos a suposta injustiça sofrida, e que buscaria a reparação na Justiça Comum, esta decisão mais parece uma nova forma de homenagear seu comparsa rubo-negro.
 
Se a Lusa buscasse e conseguisse seus pontos na Justiça Comum, o time da Gávea estaria sujeito a um rebaixamento definitivo, uma vez que seu pedido de efeito suspensivo foi negado pelo CAS.
 
Parece que a parceria criminosa Gávea-Canindé continua bem ativa e produzindo frutos. É por isso que, para esses bandidos, o que vale é o resultado de campo, é por isso que "roubado é mais gostoso".
 
Bando de canalhas!
 
Avante, Fluminense! ST
 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Vitória e Paz

Em condições normais, o placar de cinco a zero guarda exatamente a distância que separa o Fluminense do modesto Horizonte.
 
Justamente por isso, a minha maior preocupação em relação ao Flu hoje era saber se a eliminação para o Vasco nas semifinais do Campeonato Carioca, o imbróglio Celso Barros-Unimed-Peter-Fluminense e as declarações de Fred em seu perfil no Facebook, haviam, de alguma forma, alterado o estado psicológico da equipe.
 
Em condições normais eu não temia uma desclassificação contra o Horizonte. E foi o que ocorreu, pelo menos após o primeiro gol tricolor, porque até ele o time mostrou-se afobado, atabalhoado e nervoso, o que, diante das circunstâncias, não era nada anormal.
 
Depois do gol de Conca a equipe tranquilizou-se e impôs sua soberania técnica e territorial com jogadas pelas laterais que abriram a defesa horizontina. Apesar da incessante e reiterada busca por Fred, foram Gum e Sóbis quem marcaram os dois outros gols tricolores na primeira etapa.
 
Apesar do placar que lhe convinha, o Flu não deixou de continuar sendo ofensivo, alternando jogadas pelas laterais com Carlinhos e Bruno e, quando ia pelo meio, Conca se destacava na armação.
 
Wagner fez um mau jogo, aparecendo um pouco mais nos minutos finais, quando, inclusive, fez um golaço. Diguinho e Jean foram apenas protetores da zaga, Gum e Elivelton não comprometeram, exceto, este último, pela falta atabalhoada que lhe rendeu a expulsão e Cavalieri pouco foi notado ante a inoperância ofensiva adversária que só deu o ar da graça quando a derrota e a desclassificação já eram certas.
 
Sóbis fez um belo gol e lutou, Conca e Carlinhos foram os melhores, Walter é o talento, apesar da queda de rendimento quando joga muito afastado da área e Fred, que continua o mesmo, lento, propenso à marcação adversária, mas que tem se acostumado, novamente, a marcar seus gols.
 
Cristóvão estreou com o pé direito e, espera-se, arrumará a equipe com o tempo e com alguns reforços.
 
Além da importância da classificação para a próxima fase da Copa do Brasil, a vitória serviu para dar um pouco de paz à conturbada fase que o clube vive. A hora é de aproveitar a calmaria, avançar na competição e apaziguar os conflitos entre Celso e Peter, Fred e organizadas e entre os torcedores entre si.
 
O Flu é maior do que tudo isso e, este é o momento de o clube se reerguer e focar apenas num ambiente de paz que propicie as conquistas que tanto almejamos.
 
Avante, Fluminense! ST

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Fred: Bônus e Ônus de Jogar pelo Fluminense


Sou contra as soluções violentas para os problemas da vida. Mesmo no futebol, quando a paixão, a emoção, por vezes, falam mais alto, a violência nunca deve ser a medida adequada.

Por isso, quando li o depoimento que Fred publicou em seu perfil oficial no Facebook, logo imaginei que o jogador tivesse sido agredido, ou que seu carro tivesse sido destruído por vândalos travestidos de torcedores.

Parece que não foi bem isso o que aconteceu. Se houve algum tipo de exagero, não ultrapassou a esfera dos gritos de ordem, talvez alguns xingamentos.

Fred faz um ataque direto às torcidas organizadas, responsabilizando-as pelas supostas agressões sofridas na saída do clube na tarde do último sábado, comparando sua conduta com outras bem mais graves, como a morte do torcedor “Kevin” e a invasão do CT corinthiano.

 Não penso como ele. A torcida tricolor é, tradicionalmente pacífica e seus protestos, via de regra, resumem-se a palavras de ordem, faixas e tiradas inteligentes nas redes sociais.

É claro que sempre há a exceção a justificar a regra, mas são casos esporádicos, nada que se compare, por exemplo, à destruição, furto e roubo ocorridos no CT corinthiano em data recente.

E foi por isso que estranhei, quando Fred, aparentemente magoado com a conduta de cerca de vinte torcedores (número estimado por ele mesmo), esperou três dias para manifestar-se sobre um fato que, segundo o próprio, foi gravíssimo. Onde estaria a alegada gravidade, se não houve nem mesmo comunicação de crime às autoridades públicas no momento dos fatos? Onde estariam as fotos de seu veículo depredado, uma vez que, se tivesse sido danificado, não há dúvidas de que Fred postaria imediatamente as fotos em seus perfis nas redes sociais, dando ampla divulgação ao ocorrido.

Ao que parece, Fred transformou uma manifestação pacífica e legítima de pouquíssimos torcedores, numa “quase” tragédia sem precedentes. E ainda lhes atribuiu a pecha de bando de desocupados e “à toa”. Quem seriam esses torcedores organizados para Fred? Por que não identificou, ou se identificou alguma torcida organizada envolvida, por que não divulgou em seu depoimento?

O que quer que sejam, torcedores integrantes de organizadas, desocupados ou “à toa” (expressão utilizada por Fred), são, antes de tudo, torcedores do Fluminense e nada lhes retira o direito de protestar, pacificamente, contra o líder, artilheiro e maior salário do clube que, já há algum tempo, parece estar se guardando apenas para a seleção brasileira, esquecendo-se de que é funcionário do Fluminense Football Club e que sempre deverá satisfação ao clube e aos seus torcedores.

Fred precisa entender que, num clube grande, se as coisas não vão bem, a cobrança sempre existirá. Se a direção é omissa nessa cobrança, os torcedores não precisam ser.

Todos sabemos o quanto foi e ainda é importante para o Fluminense e, é exatamente por isso, por reconhecermos todo o seu potencial, que Fred é cobrado. 

As declarações públicas, além do inconveniente do momento (às vésperas de um jogo decisivo) soaram como uma tentativa exagerada de desviar o foco de suas más atuações, ou, talvez, expressem seu desejo incontido de deixar o Flu, transformando-o, assim, de, um dos responsáveis pela péssima fase da equipe tricolor em vítima de uma perseguição orquestrada por vândalos e baderneiros.

Fred saboreou conquistas, idolatria, recebe todos os meses, sem atrasos, seu vultoso salário, enfim, conhece bem os bônus de ser empregado de um clube, cuja torcida sempre o acolheu com amor. Precisa, agora, que as coisas não vão bem, assumir os seus ônus, reconhecer suas falhas, demonstrar humildade. Eximir-se dessa obrigação e transferir responsabilidades, fazendo-se de vítima, quando não o é, revela-se pura covardia, principalmente quando tem ao seu lado uma imprensa ávida por dar repercussão ao que divulga, seja verdadeiro ou não. 
Avante Fluminense! ST

 

domingo, 6 de abril de 2014

Fluminense, Campeão da Copa Rio Sub-17

A equipe sub-17 do Fluminense sagrou-se campeã, nesta tarde de domingo, da 28a. edição da Copa Rio sub 17, competição nacional realizada no Rio de Janeiro.
 
Ao vencer o Bahia nos pênaltis, (4 x 2) no Estádio Alair Corrêa, em Cabo Frio, o jovem time tricolor conquistou pela sétima vez o título, sendo o segunda consecutiva.
 
A relevante conquista apenas ratifica o bom trabalho de base realizado no Fluminense há anos, tornando o tricolor uma das referências nacionais em escolas de formação de futebol profissional. Xerém é referência e, reformado e modernizado na getão Peter, torna-se importantíssimo para a surgimento de novos e bons jogadores para o Fluminense.
 
Apesar do título, merecidamente conquistado, o time apresenta sérios problemas na zaga e outras deficiências crônicas que devem ser corrigidas ainda na base, como o excessivo erro de passes e o individualismo exacerbado, este explicado, também, pela juventude dos atletas.
 
A zaga, porém, apresenta sérios problemas de posicionamento. Neste jogo, especificamente, falhou inúmeras, vezes, principalmente o jogador que veste  13. Marcam a bola e esquecem o jogador adversário. O lateral direito, Bruno, apoia bem, mas na defesa deixa a desejar, principalmente nas bolas aéreas, em virtude de sua baixa estatura. O primeiro gol baiano foi às suas costas.
 
Aliás, os dois gols baianos nasceram de impedimentos não marcados pela arbitragem. Os nossos dois surgiram de jogadas bem trabalhadas e belas conclusões de João Vítor e Felipe.
 
Do meio para frente vamos bem em razão da qualidade de jogadores como João Vítor, Felipe e Paulinho. São três jogadores que, bem trabalhados, darão bons frutos ao Flu futuramente.
 
Pelo menos nas divisões de base o Flu vai muito bem, obrigado.
 
Parabéns guerreirinhos!
 
Avante, Fluminense! ST
 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Renato Caiu

Renato caiu oficialmente.
 
Dei-lhe um crédito de confiança, mas neste curto período em que comandou novamente o Flu, mostrou-se o mesmo de sempre: imaturo, incompetente e vaidoso.

Não implantou estratégias, não treinou, não assumiu suas responsabilidades, preferindo transferi-las para os jogadores, como sempre fez.

Seu estilo "amigo" e motivador engana por algum tempo, mas não por todo o tempo.

Boa sorte, RG!
 
Que venha um treinador de verdade.
 
Avante, Fluminense! ST


Adidas: "Nada se Cria, Tudo se Copia"

Foi aprovada pelo conselho deliberativo do Fluminense, no último dia 1o. de abril, a sua nova camisa branca, ou 2a. camisa de jogo.
 
Esperei, propositalmente, três dias para poder avaliar a impressão das redes sociais acerca da imagem do novo manto tricolor que circula pela internet. Se a voz das redes sociais não é a voz de Deus, deve-se dar a ela, ao menos, certa relevância quando se trata de avaliar a repercussão de fatos novos.
 
Não fiz uma pesquisa aprofundada, é claro. Postei no grupo Fluminense Eterno Amor, no facebook, a imagem da nova camisa e perguntei aos seus membros o que achavam. Dos 54 que expuseram suas opiniões, apenas 8, cerca de 15%, a desaprovaram.
 
Muitos, com certeza, a acharam bonita apenas por ser tricolor, sem se preocuparem com o fato de que ela é bastante parecida com dois uniformes da seleção portuguesa de futebol. Até aí nada demais, uma vez que a falta de originalidade não é algo incomum no mundo corporativo, onde impera o famigerado "nada se cria, tudo se copia".
 
Apesar do aparente plágio, a nova camisa inova em tecnologia de desempenho e será confeccionada com um material diferente do tecido do uniforme em duas partes: nas costas, os detalhes ficarão na altura dos ombros. Nas laterais, sairão da região das axilas até a barra. É uma faixa discreta em tom cinza claro com detalhe fino em verde e grená. Terá, na frente, duas faixas verticais centralizadas no peito nas cores verde e grená. separadas por uma fina faixa fina, e irão da gola até a barra.
 
O problema é que a inspiração, ao que parece, surgiu de modelos criados pela concorrente Nike para a seleção portuguesa; o primeiro, utilizado na copa do mundo da África do Sul e o segundo, nas eliminatórias da Euro 2012.
 
Independentemente da sua inspiração, a camisa, desta vez, não é feia, apesar de, particularmente, eu preferir o modelo atual, inspirado no uniforme de Assis.
 
Não é de hoje, porém, que os produtos dedicados pela empresa alemã ao Fluminense não representam o que de melhor a marca pode produzir. Nestes anos de parceria, não foram poucos os modelos que abusaram da falta de bom gosto e, agora, também, de originalidade.
 
Às vésperas de uma renovação de contrato que promete valorizar financeiramente a marca Fluminense, é preciso, também, que os seus produtos sejam compatíveis com a grandeza do Tricolor, quer pela exclusividade de criação, quer pela primazia da qualidade e bom gosto.
 
Avante, Fluminense! ST
 
Na ordem: nova camisa tricolor; camisa da seleção portuguesa para a Copa da África do Sul em 2010 e camisa da seleção portuguesa utilizada nas eliminatórias da Euro 2012.
 


 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Fluminense e Unimed, uma Relação que já foi Longe Demais

O Fluminense é um clube sui generis. Lá, vige um sistema presidencialista, onde o presidente eleito, a quem caberia a função institucional de comandar administrativa e politicamente o clube, prefere submeter-se, silenciosamente, aos caprichos de outro presidente; este sim, titular oculto, porém absoluto, que, legitimado pela dependência financeira do Fluminense à empresa que dirige, manipula a seu bel prazer os destinos do Tricolor.

A parceria entre o Fluminense e a Unimed sempre foi benéfica para a empresa de planos de saúde, porquanto é notório o seu crescimento em vendas alavancado pela visibilidade da marca atrelada aos uniformes e demais símbolos tricolores.

Nem sempre, porém, foi boa para o Fluminense. Enquanto houve o que comemorar, como os recentes títulos nacionais, as interferências de Celso Bastos incomodavam, mas eram abafadas pelas citadas conquistas. Agora, que as ingerências encontraram eco no caótico momento por que passa o Fluminense, desde 2013 apresentando pífios resultados dentro de campo, as imposições do mecenas soam drasticamente agravadas, principalmente porque condiciona novos investimentos à sua vaidade pessoal, à indicação de nomes para o elenco, para o comando técnico e até para a cúpula do futebol tricolor, como no recente caso da indicação de Rodrigo Caetano.

Ao que parece, ao informar publicamente que se o Fluminense não está satisfeito com o investimento realizado, deve seguir seu próprio caminho, Celso Barros praticamente "lavou as mãos", quanto ao destino da parceria, mostrando-se absolutamente despreocupado com os interesses do Fluminense e de sua torcida.

Não deveria ser assim, afinal de contas, o contrato do Tricolor é com a Unimed e não com Celso Barros. Ser presidente da empresa de planos de saúde, assim como de qualquer outra empresa privada, deveria significar para o seu gestor apenas a sua representação legal, a defesa dos seus interesses institucionais e a busca do objeto previsto em seu contrato social. Celso Barros, contudo, vai além.

Mal acostumado, em virtude de vários anos de intromissões indevidas, o mecenas recebeu liberdade demasiada e honrarias excessivas nas Laranjeiras, algo que não se lhe retira de uma hora para outra.

Por contas dessas liberalidades e, na posição de presidente da patrocinadora, Celso se põe acima do bem e do mal: "Se não estão satisfeitos, que o Fluminense procure seu caminho".

Não deveria ser assim. Flu e Unimed possuem um contrato, um acordo de vontades que deve pressupor ônus e bônus para as partes, equilíbrio que deve nortear o negócio jurídico, sob pena da possibilidade, inclusive, de revisão contratual. Funcionaria mais ou menos assim: "Unimed, de um lado...Fluminense...de outro; Unimed poderá explorar a marca Fluminense, bem como o direito de imagem dos seguintes profissionais do clube:...; Fluminense receberá pela cessão de uso da sua marca e pelo direito de imagem de seus jogadores a quantia de R$...".

Estabelecidas as cláusulas contratuais, sejam algo parecido com essas ou outras, totalmente diversas, o contrato deve ser cumprido. Duvido que alguma das cláusulas disponha que o Presidente da empresa poderá intervir ao seu livre critério na escolha dos profissionais do departamento de futebol, ou que possa, de acordo com a sua conveniência, investir mais ou menos no clube.

Contrato assinado, valem as cláusulas ali estipuladas, se não forem nulas.

Então por que Celso Barros tem o poder de "abrir ou fechar a torneira" ou de indicar jogadores, treinadores e comissão técnica? Se o dinheiro não é oriundo de seu patrimônio pessoal, e sim da empresa, algo de muito errado ocorre.

Seja pela intromissão indevida de alguém que se acha dono do Fluminense, seja pela subserviência de uma administração pusilânime que abaixa a cabeça para as determinações do mecenas.

Penso que já chega. Toda parceria só é válida quando é boa para as partes. Assim como se demitem jogadores e técnicos que não rendem o esperado, é chegada a hora de rever a Unimed e Celso Barros na vida do Fluminense.

Uma dos elencos mais caros do Brasil não pode se submeter a vexames como os recentes contra Botafogo e Horizonte e a perda da chance de disputar as finais de um tecnicamente fraco campeonato carioca. Esse elenco, bancado em sua maior parte pela Unimed, já passou da hora de ser reciclado.

E não se diga que o Flu não sobreviveria sem o dinheiro da Unimed, porque ele já está afundado num mar de dívidas e fiascos dentro e fora de campo. O dinheiro do patrocinador, hoje, paga o direito de imagem de um elenco milionário e que não funciona.

A maioria dos clubes de futebol no Brasil possui investidores "comuns". Por que seria difícil para o Fluminense, com o seu nome, torcida e o poder de sua marca, atrair um bom patrocinador? Quem sabe, com investimentos menores, sem jogadores caríssimos e inúteis, fosse possível montar um elenco escolhido com critério dentro da nova realidade financeira do clube?

Um novo investidor que pudesse garantir a permanência de jogadores como Cavalieri, Carlinhos, Conca e Walter, por exemplo, dispensando-se o restante, inclusive Fred. Imagino que a folha mensal seria drasticamente diminuída com a saída dos improdutivos, que seriam substituídos por jogadores jovens, ainda sem expressão, mas que tenham desejo de mostrar seu futebol, garantindo-se, assim, excelente custo-benefício na aquisição de novos atletas.

Melhor errar na escolha quando se paga pouco do que se gastar fortunas com escolhas erradas, fundadas em critérios duvidosos.

É preciso perder o medo de que o Fluminense não suportará a ausência da Unimed. É preciso entender que, pior do que está, poderá ficar, se não se der um basta a essas intromissões que só têm feito mal ao clube.

Esta relação está desgastada demais e, talvez, já tenha ido, também, longe demais; portanto, que as amarras sejam rompidas ao término da vigência do atual contrato, pois o Fluminense precisa de investidores, não de megalomaníacos, e de um presidente que saiba dizer não a tudo e a todos que lesam o Fluminense.
 
Avante, Fluminense! ST