domingo, 19 de março de 2017

Transparência

Apesar de todo o esforço da atual gestão Tricolor, o Fluminense terá um déficit de 75 milhões em seu orçamento para 2017, fruto do legado da gestão anterior, pródiga na realização de maus contratos, cujas longevidades permitiram que adentrassem nesta nova Administração e contribuíssem para sobrecarregar a já assoberbada folha salarial tricolor, embora a maior parte dos beneficiários nem mesmo estejam sendo aproveitados pelo técnico Abel Braga.

Além disso, a ausência de um patrocinador master contribui sobremaneira para que a constatação elaborada pela empresa de consultoria Ernst & Young, com a qual o clube já trabalha em parceria, seja um sinal de alerta para que o Fluminense aperte os cintos e procure formas alternativas de receitas.

Parece certo que um jogador valorizado será vendido. O presidente Abad nunca escondeu que uma negociação desse tipo poderia ocorrer e, provavelmente será. O Flu já fechou com a Under Armour, cujos valores ainda não foram divulgados por força contratual e, mais recentemente, com a TIM (VOXX), mas ainda é pouco.

Falta o tal do patrocínio master. O Tricolor não fechou com a Caixa por discordância quanto aos valores oferecidos pela empresa pública. Entendeu que eram baixos, e eram. De toda a sorte, Abad e sua equipe devem trabalhar com afinco para encontrar um patrocínio à altura do Flu, o que não é nada fácil em tempos de crise.

Como outra opção de receita, vale lembrar que o Flu tem um número de sócios-torcedores bem aquém do seu potencial. É importante, assim, que aproveite o bom momento em campo para alavancar novos sócios, embora seja sempre bom lembrar que esse tipo de receita oscila – infelizmente – de acordo com a fase do time.

Já que falamos de sócio-torcedor, fica a minha sugestão: que tal uma ou mais cotas-extras, sem caráter obrigatório, é claro, postas à disposição do sócio num site, para que contribua de acordo com sua capacidade financeira. Toda forma de contribuição será bem-vinda.

Diante desses números, dá para se imaginar que não teremos muito além do que já temos em termos de elenco. É com esse time que o Flu perseguirá seus principais objetivos na temporada e, portanto, é bom que a torcida se prepare para aceitar eventual decepção.

Temos um time que está se desdobrando dentro de campo, do jeito que pode, e sob o comando de um cara que ama o Fluminense e está disposto a fazer de tudo para ajudá-lo, e isso deve ser valorizado. Pior seria se, afundado em dívidas, estivéssemos, também, chafurdando dentro de campo. Estamos indo, por enquanto, e que seja assim até que as coisas entrem novamente nos eixos e o Flu possa novamente respirar com suas finanças em dia.

De toda a sorte, deve ser elogiada a postura do presidente Abad em divulgar uma notícia que pode ser considerada negativa, porque é a publicidade que aproxima o clube de seu torcedor, e impede que informações distorcidas conturbem o seu ambiente.


Sorte, Fluminense, porque parece que competência já há. Tornemos ao caminho que nos conduziu às maiores glórias, com humildade, competência e transparência, sempre.

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