domingo, 30 de novembro de 2014

Tudo diferente em 2015

Hoje não farei a costumeira resenha após os jogos do Fluminense. Não que não mereça a minha atenção, ou a minha torcida. Merecerá sempre.

Penso, porém, que não há motivos para que eu dê a minha opinião sobre o que verei da partida. Prefiro fazer minhas considerações agora. Nenhuma análise tática ou descrição do panorama do jogo seria útil a partir daqui, uma vez que desde ontem o Tricolor se despediu de qualquer chance de almejar algum objetivo na competição. Além disso, espero, sinceramente, que dois terços dessa equipe seja reciclada para 2015 e não precisarei dizer quem deve melhorar ou quem deve jogar em tal e qual posição, ou mesmo criticar eventuais equívocos do treinador, porque torço para ver um elenco reformulado para a próxima temporada.

Portanto, desejo um ano novo, apesar da manutenção da mesma gestão administrativa – cujo mandato estará vigente em 2015 -, em que, pelo menos, as atitudes sejam diametralmente opostas às que nortearam esse último biênio.

A começar, como disse, pela reciclagem do elenco. Um bom critério para saber quem partirá e quem ficará pode ser o sempre eficiente custo-benefício; outro, o comprometimento. Internamente, não tenho dúvida, sabe-se quem é quem. O que não se pode é manter no elenco aqueles mesmos que privilegiaram seus interesses pessoais em detrimento do interesse maior do Fluminense, aqueles que retaliaram o clube de forma covarde e sujeitaram a instituição e a torcida a vexames, um após o outro, e, dentre eles, um dos maiores da história do clube dentro de um campo de futebol.

Outro passo importante será a formação de um departamento de futebol forte, disciplinador, presente, que não permita que funcionários se arvorem maiores do que o próprio Fluminense. Para lidar com futebol é preciso pulso; é preciso ser diferente daquilo que se viu nos dois últimos anos.

A base não trouxe revelações. À exceção do jovem Marlon, deve-se pensar seriamente a possibilidade de emprestar jogadores para que adquiram cancha. É uma medida que pode ser boa para o atleta, para o Fluminense e para o clube recebedor.

E o treinador é prioridade. Se não há muito o que investir, que se priorize um bom nome, pois Cristóvão, em que pese ser um homem de bem, não está à altura da grandeza do Fluminense. É a partir dele que um trabalho se inicia, e é importante que participe da pré-temporada e da escolha dos nomes que integrarão o novo elenco.

Eu imagino que, minimamente, essas devam ser as primeiras medidas adotadas para que tenhamos um ano de 2015 proveitoso, e digo proveitoso para que se entenda que proveitoso para o torcedor é o time disputando títulos em todos os campeonatos que disputar. Ninguém deseja menos que isso.

Parece, porém, que a diretoria pensa diferente. Para os gestores em Álvaro Chaves a temporada transcorrou sob constante céu de brigadeiro; a melancólica participação no campeonato brasileiro, a eliminação vexaminosa na Copa do Brasil e as  eliminações na Sul-Americana e no campeonato carioca foram absolutamente normais para um elenco milionário como o que temos hoje no Flu.

Ainda não percebi qualquer sinalização de mudanças. Novos nomes ventilados menos ainda. Segundo consta, o treinador agrada e deve ser mantido. A barca ainda está vazia e nem se sabe se levará alguém.

Em vez disso, nossos gestores preocupam-se com uma temerária terceirização do projeto de sócio-futebol e com um torneio nos Estados Unidos que, segundo os mais entendidos, pode ser fatal para as pretensões do Flu durante todo o ano, uma vez que ocorrerá durante a pré-temporada da equipe.

Talvez isso seja mais importante, porque para quem administra o Clube o futebol parece estar em segundo plano. Para o torcedor, contudo, o futebol é prioridade. O tricolor quer um time competitivo, quer respeito ao Fluminense e, sobretudo, nunca mais ser humilhado como foi em 2014.

E em 2015 o torcedor não será tão tolerante como foi este ano. Ou a diretoria age, ou viveremos um ano de caos dentro e fora do campo de jogo. Ninguém quer isso, queremos apenas um Fluminense forte novamente.

Avante, Fluminense! ST




domingo, 23 de novembro de 2014

"O bom, o mau e o feio" (flamenguesa)

“O Bom, o Mau e o Feio”*

Este texto procura dar um enfoque diferente ao escândalo da venda da vaga na série A do campeonato brasileiro de 2014 pela Portuguesa de Desportos. Os argumentos jurídicos que ensejaram as perdas de pontos de Flamengo e do clube paulistano já foram exaustivamente debatidos; a investigação, ainda que morosa, existe e já identificou quem recebeu o dinheiro. Falta definir quem pagou. O viés que pretendo dar é o da relação de cada torcida envolvida com o caso posto. E o que me inspirou foi o recente texto do blogueiro Rica Perrone, onde, sob argumento pueril, tenta traçar esta mesma relação, mas de forma superficial, ao escrever: “Nenhum torcedor do Fluminense tem certeza que seu clube não está envolvido. Nem do Flamengo. Eles têm fé, é diferente.”.

Não desgosto do blogueiro; no entanto, parece-me que seus textos são produzidos para não desagradar o seu público. Rica é aquele árbitro caseiro que, na dúvida, nunca marcará um pênalti para o adversário. Poderia ter se posicionado de forma definitiva sobre o assunto. Não o fez.

Imagino que essa relação do torcedor com o escândalo que se apresenta, em que pese não tenha o condão de afastar a responsabilidade de qualquer clube, por óbvio - porque dos gestores podemos esperar de tudo - ajuda a identificar, no âmago de cada torcida, sentimentos de revolta, inconformismo, resignação ou indiferença, sentimentos estes que são expressões de como uma das maiores fraudes do futebol brasileiro reverbera, em regra, em cada tricolor, rubro-negro ou rubro-verde.

Começarei pela torcida tricolor. E inicio refutando a afirmação do blogueiro de que nenhum torcedor do Fluminense tem certeza de que o clube não está envolvido na fraude. Não generalizarei como ele. Digo, no entanto, com convicção, que a maioria, talvez a esmagadora maioria da torcida tricolor, tenha certeza do contrário: de que o seu clube não está envolvido nesta fraude. Aliás, desde dezembro de 2013, torcedores tricolores, sem qualquer amparo oficial, manifestam-se heroicamente pelas redes sociais em defesa do Fluminense, inclusive já antecipando o que somente agora se tornou oficial, ou seja, que a Lusa recebeu dinheiro para facilitar a vida de alguém, do único time que angariaria vantagem com o seu rebaixamento. Vi textos sobre a legitimidade e correção da decisão do STJD, outros que refutavam argumentos fajutos manipulados pela mídia para agradar a opinião pública. Li cartas aos órgãos jornalísticos exigindo respeito ao Fluminense e presenciei manifestações de rua contra as injustiças praticadas pela mídia em geral.

No meu humilde modo de sentir, isso significa inconformismo; repúdio a uma situação fática que se deseja ver esclarecida. Mal comparando, nenhum inocente que responda a um processo criminal deseja que o mesmo se procrastine indefinidamente. O seu anseio é que tramite o mais rapidamente possível para que se veja absolvido e se livre do estigma de ser réu (acusado oficial no processo). Foi isso o que a torcida tricolor buscou incessantemente, uma “sentença de absolvição”. Não de um processo penal, onde há garantia de ampla defesa, mas de algo pior, de um prejulgamento forjado por parte de uma imprensa leviana que manipulou a seu bel prazer a opinião pública contra o Fluminense. A torcida tricolor, em razão de todas as agressões sofridas, assumiu a defesa extraoficial do Clube e cobrou das autoridades investigação séria que apurasse as efetivas responsabilidades. Por isso o Vice de Futebol do Clube, Dr. Mario Bittencourt, atendendo à conclamação do seu torcedor, ante as suspeitas ventiladas pela imprensa de que o Fluminense seria um dos responsáveis por pagamento de propina à Portuguesa, protocolou, recentemente, requerimento formal de investigação do caso junto ao STJD. Do lado tricolor, assim, vejo ação, e o desejo de ser esclarecida a verdade, doa a quem doer.

Por outro lado, há o tocedor rubro-verde. Transformada em vítima pela mídia de forma quase que maciça, a Portuguesa, segundo time de muitos em São Paulo, rapidamente atingiu esse status. Foi o mártir perfeito para o vilão perfeito. Convenientemente arranjada a situação, a opinião pública aderiu à sua defesa com um vigor que há muito não se via, ante a injustiça fabricada pela mídia e que atribuíram à CBF, STJD e Fluminense. Os torcedores, então, foram para as ruas, insuflados pela imprensa ávida por mostrar as suas pobres faces chorosas; até Roberto Leal e o maestro João Carlos Martins, seus maiores representantes, estavam lá indignados. Só faltaram dançar o Vira! Todos devidamente manipulados; todos contra o Flu, CBF e STJD, mais contra o primeiro do que contra os dois últimos. Agora, quase um ano após, quando se revela, de forma oficial, que funcionários da Portuguesa receberam dinheiro para escalar irregularmente o jogador Heverton com a finalidade de rebaixar a equipe, e quando o atual presidente, Ilídio Lico, afirma que o ex-presidente, Manuel da Lupa, estaria diretamente envolvido na falcatrua, inexplicavelmente silenciam.

Não se esperava dos rubro-verdes que formalizassem um pedido de desculpas pelo papelão que fizeram em janeiro deste ano ou pelas injustas acusações ao Fluminense. Esperava-se, minimamente, que fizessem jus ao nome de sua principal torcida, os Leões da Fabulosa, e cobrassem de seus próprios dirigentes, com a veemência que cobraram injustamente do Fluminense, acerca das bombásticas e recentes revelações que maculam de forma indelével a história da Portuguesa. Ao contrário, porém, aquietaram-se como que numa cumplicidade abjeta com gestores que, num processo de explícita autofagia, dilapidaram o patrimônio do clube, entregando-o de mão beijada à terceira divisão do futebol nacional, sem dinheiro e sem perspectivas de retorno. Este é o comportamento, com raríssimas exceções, do torcedor da Portuguesa; de resignação para alguns e indiferença para outros, quase todos manipulados por uma imprensa que em momento algum pretendeu defendê-los. Foram usados para a defesa de um interesse muito maior, o do capital e do time que o representa. Merecem, assim, estar onde estão.

Por último, o torcedor rubro-negro, de quem recebemos as mais graves ofensas em virtude da permanência tricolor na série A. Esses agiram com ódio. Mesmo tendo permanecido o Flamengo na primeira divisão, doeram-se tanto que emergiu bem clara a culpa que pretenderam esconder. Atacaram para se defender. Amparados maciçamente pela mídia a proteger seus interesses, saíram ilesos do escândalo. Estão acima do bem e do mal. Acreditam numa verdade própria e desprezam a real, tanto é que incorporaram, por exemplo, um título nacional ao seu currículo, quando a Justiça, após decisão transitada em julgado – da qual não cabe mais recurso – disso o contrário. Fundamentam suas convicções em argumentos rarefeitos produzidos por seus cupinchas espalhados pela mídia como música de uma nota só. Até seu presidente, Eduardo Bandeira de Melo, indagado sobre as suspeitas de envolvimento no pagamento de propina à Lusa, repete sem convicção: “Impossibilidade matemática” ou “Heverton estava concentrado na sexta-feira”. E fica por isso mesmo. A imprensa aceita passivamente essas mentiras, que de tão repetidas se tornam mantras, e fica tudo por isso mesmo. Não se viu, entretanto, o mandatário rubro-negro pedir investigação isenta; nem a sua torcida, em momento algum, manifestou-se pelo esclarecimento dos fatos.

Neste ponto, Rica Perrone tem razão: os torcedores do Flamengo apegam-se à fé, pois somente ela poderá livrar seu clube, quem sabe “milagrosamente”, do envolvimento na maior fraude do futebol brasileiro de todos os tempos. Estão aí, no que diz respeito ao torcedor, “O Bom, o Mau e o Feio” do escândalo Lusagate; cabe agora ao leitor identificar, por si mesmo, quem é quem.

*   Uma paródia ao título no Brasil do western spagetti de Sergio Leone (1966).
.



Sobrevida

O gol de Fred, nos acréscimos, manteve a esperança, remotíssima, de que o Fluminense ainda almeje uma vaga na Libertadores 2015. O empate em dois gols foi até justo, mas o Tricolor poderia ter saído vencedor do embate não fossem o imprestável zagueiro Fabrício, cujo erro – infantil – deu causa ao primeiro gol da equipe pernambucana e a omissão no combate ao jogador adversário – o cartão amarelo não era impeditivo para que, no mínimo, combatesse – permitiu o cruzamento certeiro para o segundo gol; e o arremedo de treinador chamado Cristóvão.

Parece-me que, quando não foram as questões salariais, contratuais e outras de cunho financeiro, foi o treinador tricolor o principal responsável pelas piores apresentações do tricolor no campeonato. Omisso, passivo, incapaz, não implantou qualquer estratégia eficiente para vencer fortes marcações, insistiu numa única jogada ofensiva – bolas alçadas ao Fred – engessando a equipe, improvisou demais, treinou de menos. Cristóvão, já havia dito isso antes, é um treinador de terceira linha e não está à altura do Fluminense. Surpreendeu em alguns momentos, mas a sua previsibilidade e a ausência de alternativas deu aos treinadores adversários munição suficiente para impedir que o Tricolor pudesse ser regular no campeonato.

Conca, no seu esquema, é sacrificado. Diversas vezes é visto marcando nas laterais e na defesa em detrimento de sua função principal, que é a criação no meio de campo. Sóbis, idem. Hoje, por exemplo, até de volante jogou, como fizera contra a Chapecoense após a entrada de Walter em campo. Fred, isolado, não produz como deveria. Fez um golaço, mas quantas jogadas ofensivas foram desperdiçadas na sua busca incessante durante o jogo?

O tricolor respira com a ajuda de aparelhos, quando poderia, há algum tempo, ter deixado o Hospital. Padece em virtude de seus próprios erros, de um planejamento equivocado e escolhas mal feitas.

Se a torcida espera um 2015 melhor, é crucial que a diretoria já esteja se planejando quanto aos reforços, as dispensas - que devem ser muitas - e, principalmente, treinador. Cristóvão e a sua passividade, definitivamente, não combinam com um Fluminense vencedor.

Avante, Fluminense! ST


sábado, 22 de novembro de 2014

O "olé" e a soberania do torcedor

Fred é um tema tormentoso. Há quem o ame e quem o odeie e tudo o que se diz sobre ele é encarado, por um ou por outro lado, muito frequentemente, de forma exacerbada, como uma afronta pessoal. Não deveria ser assim. Por isso, não falarei sobre ele – tudo o que penso sobre o artilheiro já expus nas minhas crônicas e resenhas. Não vale a pena, agora, procrastinar o tema.

Foram as suas declarações, contudo, ratificadas por outros jogadores do Fluminense, logo após a derrota acachapante para a Chapecoense, que me incentivaram a escrever. Suas críticas à torcida, que entoou gritos de “olé” enquanto o time era massacrado dentro de campo, merecem uma análise mais profunda e uma resposta, ainda que esta não lhe chegue aos olhos ou ouvidos.

Eu, particularmente, sou contra o “olé”. Sou a favor da vaia após uma péssima partida, da vaia ao “sanguessuga” da equipe, ao jogador que faz corpo mole; mas sou contra o “olé”, porque, na minha concepção, o “olé” tripudia e, mais incentiva o adversário do que demonstra a insatisfação do torcedor com seu próprio time. Para isso – para a insatisfação - basta a vaia.

Mas quem sou eu para tolher a lídima expressão da torcida? E quem é Fred para fazê-lo? Jogador regiamente remunerado, empregado do clube, que recebe os bônus por ser jogador do Fluminense, mas não aceita os seus ônus, dentre eles a cobrança do torcedor.

O torcedor é soberano. Pode vaiar, pode xingar, pode quase tudo. Não pode fazer como recentemente fizeram alguns torcedores gremistas e proferir insultos racistas; não pode agredir, invadir ou atirar objetos ao gramado. E o “olé” está dentro daquilo que lhe é permitido.

Assistimos às transformações de nossos estádios em arenas, somos patrulhados diuturnamente pelo que fazemos e até pelo que pensamos e não seria sensato, nem justo, que o politicamente correto fosse também norma de conduta dentro dos estádios, onde o que deve prevalecer é a reação espontânea e apaixonada do torcedor, dentro dos limites da legalidade.

O parlamentar, por exemplo, possui imunidade por suas palavras, opiniões e votos no exercício da sua atividade legislativa. É essa imunidade que o isenta de qualquer responsabilidade criminal, cível ou administrativa na tribuna do plenário, porque é o representante do povo e não pode ser punido pelo que disser em seu nome. E a tribuna do torcedor é a arquibancada. É ali, talvez, o único lugar em que pode se manifestar livremente, incentivando e cobrando o clube de seu  coração. É da arquibancada que emana o grito que, imagina, é ouvido por cada jogador dentro de campo. Proibir esse direito ao torcedor, retirar-lhe o direito de ser ouvido, calar a voz que vem da arquibancada, é matar a alma do futebol, transformando-o em mero espectador, um espectador silencioso e triste.

Portanto, mesmo que eu discorde do “olé”, nunca poderia discordar do direito de a torcida entoá-lo, uma vez que, como disse Voltaire: Je hais vos idées, mais je me ferai tuer pour que vous ayez le droit de les exprimer. E é esta a lição que Fred deve aprender. E respeitar.


Avante, Fluminense! ST


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

"O bom, o mau e o feio" (Estreia no Panorama Tricolor)

Recebi convite do ilustre Paulo Roberto Andel para integrar o corpo de colaboradores do site Panorama Tricolor. Evidentemente, sinto-me honrado por ter sido lembrado pelo amigo tricolor e, principalmente, por ter a oportunidade de fazer o que mais gosto: escrever sobre o Fluminense.

Eis o link do texto de estreia:

http://www.panoramatricolor.com/o-bom-o-mau-e-o-feio-flamenguesa-por-felipe-fleury/

Avante, Fluminense! ST

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A Terceirização e o Projeto Sócio-Torcedor

O Blog Dinheiro em Jogo, no globoesporte.com (http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/dinheiro-em-jogo/1.html), publicou uma pequena nota dando indícios de que o Fluminense, através de seu marketing, tenciona terceirizar o projeto de associação de seu torcedor, programa sócio-torcedor.

Não há nada oficial. O próprio blog informa que se trata apenas de um estudo, mas onde há fumaça há fogo. E é preciso cuidado.

Que não se concretize essa intenção. O programa de associação ao clube na modalidade do futebol é o que há de mais importante na relação clube-torcedor. O sócio-torcedor é, em regra, aquele que contribui para o seu clube sem esperar maiores contraprestações. Contribui por amor. Muitos nem mesmo residem na cidade do Rio de Janeiro e pouco utilizam os descontos e prioridades nas aquisições dos ingressos. E os que aqui residem dispensam a parte social do clube, desejam ser sócios exclusivamente do futebol do Fluminense.

Terceirizar, de que forma for, significa contaminar essa relação. Primeiro, porque não se mistura dinheiro com paixão. Não há como se negar que qualquer empresa que assuma o projeto - se ele for terceirizado, é claro - visará o lucro. E quando uma empresa pretende o lucro, e sempre pretenderá, porque esta é a finalidade da sociedade empresarial, fará de tudo para obtê-lo. Sócios e o próprio Fluminense ficarão em segundo plano. Em segundo lugar, terceirizar significa entregar a pessoas que nem mesmo torcem para o Fluminense a gestão de um produto que é a essência do Clube. É entregar seu bem mais valioso para ser administrado por terceiros, quando nada há que impeça a sua autogestão.

Nada me convence de que um projeto como este necessite ser delegado a terceiros.  Custos operacionais? Isto o próprio valor da contribuição mensal paga, e provavelmente nele já está embutido.

O torcedor tricolor paga a sua mensalidade com orgulho de contribuir para a autossuficiência de seu clube do coração. Este é o propósito: que os valores sejam revertidos em prol do Fluminense Football Club. Se pairar qualquer dúvida sobre essa finalidade o projeto malogrará. O torcedor entrega o seu dinheiro ao Fluminense, porque é o Fluminense; não entregaria a ninguém em seu nome, principalmente a pessoas sem qualquer compromisso ou relação com o clube.

Terceirizar o projeto sócio-torcedor será o início de seu fim. A torcida, se a ideia for levada adiante, precisa se mobilizar para evitar essa lesão ao seu patrimônio.

Imprescindível que os mandatários tricolores promovam um debate prévio, com ampla oportunidade de manifestação, convocando o Conselho Deliberativo do Clube para que avalie e ratifique ou impugne os termos do contrato, evitando-se, assim, uma decisão à revelia dos representantes dos sócios do Fluminense Football Club, que são legítimos interessados na preservação dos valores de nosso Clube. Dessa forma nossos gestores demonstrarão sensibilidade e respeito ao maior patrimônio que o Fluminense possui, que é o seu torcedor.

Avante, Fluminense! ST


sábado, 15 de novembro de 2014

Obrigado, Edson

Sempre digo, antes das partidas contra o Botafogo, que para vencê-lo é preciso superá-lo em disposição. Com espantosa frequência a equipe alvinegra, mesmo quando em condições técnicas inferiores, se sobressai contra o Fluminense. Sempre enxerguei uma pitada de recalque nessa exagerada disposição, mas, seja como for, hoje o tricolor foi determinado em busca da vitória.

Foi um jogo muito disputado, com forte marcação de ambas as partes. Equilibraram-se em vontade, mas optaram por estratégias bem distintas. Enquanto o Fluminense procurou o jogo o tempo inteiro, apesar de abusar do jogo aéreo para um bem marcado Fred, o Botafogo explorava os erros do Flu e saía, por vezes, bem nos contra-ataques. Levou perigo em algumas oportunidades – na melhor chance, Carlos Alberto foi displicente e perdeu o gol na frente de Cavalieri, graças à providencial intervenção de Marlon – mas não o suficiente para merecer a vitória.

O Flu, por sua vez, mostrou-se mais uma vez engessado, sem opções de jogadas à tradicional bola lançada para Fred. Foram diversas e nenhuma deu resultado. Quando Cristóvão substituiu Sóbis por Walter, Dom Fredon, finalmente, ganhou um companheiro livre na área. Edson, que foi um gigante em campo, apareceu como elemento surpresa e aproveitou mais uma bola alçada para subir e cabecear sem chances para Jefferson.

Depois do gol, aconteceu o que eu esperava. O Botafogo se descontrolou, se abriu e o Flu foi soberano, administrando o jogo, principalmente com a habilidade de Walter, até o seu final.

Importantíssima vitória, não apenas em razão da luta pela vaga na Libertadores, mas também porque se impôs ao Botafogo, um adversário que estava engasgado desde 2012.

Por fim, não vou espezinhar o Botafogo. Seria muita crueldade com um time que joga sem salário há meses. Cairão para a segunda divisão, mas sob o meu silêncio.

A luta continua.


Avante, Fluminense! ST

Foto: Lancenet

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Parabéns, Fluminense!

Ouvi de muitos tricolores que o Fluminense não deveria se pronunciar oficialmente no caso Lusagate enquanto não fosse formalmente acusado de alguma prática ilícita.

Desde o princípio, antes mesmo da notícia oficial de que a Portuguesa foi comprada para vender sua vaga na série A, quando a imprensa acusava o Fluminense de beneficiar-se de uma decisão injusta que teria rebaixado a Portuguesa e salvado o Tricolor, eu defendi que o Clube, através de seus gestores, adotasse uma postura firme diante desses ataques levianos da mídia. 

Isso porque, mais grave do que uma acusação formal e oficial, da qual se pode defender dentro de um processo legítimo, com garantias de defesa e contraditório, a fim de se provar eventual inocência, são os factóides criados pela imprensa. 

Contra estes, manipulados à feição por jornalistas irresponsáveis e veículos de informação comprometidos com interesses  escusos, não há garantia alguma. Nem de um processo justo, porque não há acusação oficial, nem de defesa ou contraditório. 

Trata-se de manipulação em estado puro, onde os direitos às liberdades de expressão e de imprensa servem apenas de salvaguarda a práticas nefastas de contaminação da opinião pública com versões dissociadas da verdade, sem comprovação cabal e, pior, sem processo justo onde se exerça direito de defesa.

O Fluminense foi condenado antecipadamente pela mídia e pela opinião pública, esta por causa daquela, sem que pudesse dar a sua versão dos fatos. E dessa condenação não há recurso. É fatal e definitiva. Mancha de forma indelével a reputação do clube.

Por isso, o pedido formulado pelo Fluminense, através do vice-presidente de futebol, Mario Bittencourt, para que o STJD investigue os fatos que mancham o futebol brasileiro desde dezembro de 2013, teve mais do que um valor oficial. Simbolicamente, é a manifestação de um clube que diz: "Não temos nada com isso. Investiguem e encontrem os verdadeiros culpados". E esta foi a melhor defesa do Fluminense até agora, simplesmente porque agiu.

Num processo sem acusação oficial, onde importa quem fala
mais alto e tem maior poder econômico, a medida adotada pelo Fluminense foi uma espécie de "Basta!" e a única defesa possível contra essa avalanche de inverdades criadas e propagadas pela mídia. 

E a ação tricolor decorreu de um pleito da torcida que, capitaneada pelo conselheiro Carlos Tricolor, protocolou uma carta-aberta exigindo uma postura firme da direção do Fluminense na defesa de seus interesses institucionais. 

Parabéns aos mandatários do clube que entenderam a gravidade da situação, manifestaram-se de forma oficial pela investigação isenta dos fatos e ouviram a voz da torcida. Dessa forma, praticaram a defesa do Fluminense e da honra de seus torcedores. 

A luta continua. Muito ainda deve ser feito até que os verdadeiros culpados sejam exemplarmente punidos e o nome do Fluminense definitivamente afastado dessa trama nefasta que maculou o futebol brasileiro; mas o primeiro passo foi dado e a partir de agora, contra clube e torcida irmanados, nossos ofensores pensarão duas vezes antes de pronunciar o nome do FLUMINENSE.

ST

sábado, 8 de novembro de 2014

FLU NÃO REPETE BOAS ATUAÇÕES E É DERROTADO EM CURITIBA

Carlinhos já deveria ter se despedido do Fluminense. Pena que os seus bons momentos serão ofuscados pelo que tem feito. Displicente, desanimado, mostrou que vai embora sem deixar saudades.

A derrota foi justa porque o Fluminense foi praticamente nulo pelas laterais e sem criatividade no meio de campo, em que pese a fraquíssima arbitragem do senhor apitador.

O Coritiba dominou inteiramente o jogo até os dezenove minutos da primeira etapa. Com Walter – lento em campo encharcado – e Fred na frente, o Flu perdia o meio de campo e era frágil na marcação da saída de bola adversária. Além disso, Elivélton – que depois se soube estar com dores no pubis – estava em noite infeliz, errando praticamente tudo o que tentava. Cristóvão percebeu o equívoco na escalação inicial e corrigiu sua estratégia ao substituir Walter por Cícero.

A mudança surtiu logo efeito, uma vez que o Tricolor equilibrou a posse de bola e o jogo; e ainda teve duas perigosas situações de gol a seu favor, em bons chutes de Wagner e Carlinhos. Elivélton deixou o campo machucado, já no final do primeiro tempo e Fabrício ocupou seu lugar. Depois de um bom tempo sem ameaçar, o Coxa aproveitou uma subida de Carlinhos e, sem a cobertura correta, avançou pela direita com facilidade. Joel recebeu pelo meio, pressionado por Mattis, e, mesmo assim, conseguiu fazer o gol.

Um a zero para o Coritiba, aos 46min do primeiro tempo; péssimo momento para sofrer o tento, principalmente porque Fred, momentos antes, preferiu lamentar a acertada opção de Carlinhos ao lançar uma bola para Wagner e não para ele, e, desatento ao jogo, não percebeu que bola que imaginara ter ido pela linha de fundo, foi salva por Conca e direcionada a ele. Longe da partida, demorou para perceber e desperdiçou o que poderia ter sido o gol tricolor.

No segundo tempo o jogo foi equilibrado por baixo. O Coritiba se acertou defensivamente, recuando seu time e segurando seus laterais. O Flu não encontrou mais espaços e, sem criatividade, ficou refém de bolas longas, uma vez que Bruno e, principalmente, Carlinhos, pelas laterais, estavam abaixo da crítica.

Fred, quando refém dessas bolas lançadas de longa distância, não funciona. Diguinho errou demais e está, tecnicamente, abaixo de Valência. Kennedy entrou com disposição e procurou fazer o que Carlinhos não fez durante toda a partida, exceto pela passe para Wagner ainda no primeiro tempo. Mattis foi inseguro em alguns momentos e Fabrício entrou bem.

O Fluminense não mereceu melhor sorte. Jogou mal. O campo prejudicou e o time não ajudou. Cristóvão, prejudicado pelas substituições precoces, não pode fazer muito para mudar o panorama da partida.

Destaque negativo para o árbitro que encheu o time tricolor de cartões amarelos e foi condescendente com a equipe coxa branca, principalmente com a entrada criminosa em Bruno que deve ter lhe ocasionado grave lesão. Lance para cartão vermelho omitido pela fraco apitador.

Agora, com dois jogos em casa, é vencer ou vencer!

Avante, Fluminense! ST


TRICOLOR, EXIJA!

Hoje o Fluminense fará um importante confronto contra o Coritiba. Os três pontos manterão o time firme na luta por uma vaga na Libertadores de 2015 e dará ao torcedor a alegria natural das grandes vitórias.

Uma derrota, contudo, revolverá no torcedor o sentimento de frustração e angústia dos malogros.

É absolutamente natural.

Vitórias e derrotas fazem parte do esporte e os sentimentos que elas representam alternam-se com frequência no dia a dia do torcedor de futebol. 

A alegria e a tristeza passam, mas a indignação não pode passar.

Por isso, tricolor, independentemente do que sentir hoje após o jogo do Fluminense, não deixe de se indignar contra a omissão da diretoria tricolor.

Não deixe morrer em seu âmago o desejo de ver os mandatários do Fluminense exigirem a reparação por uma das maiores injustiças do futebol brasileiro; exija a efetiva defesa da instituição e da torcida contra as ofensas, contra a galhofa, contra a covardia praticada por uma imprensa irresponsável.

Quando a mais alta autoridade de um clube de futebol afirma que o fato que deu causa ao seu próprio rebaixamento foi premeditado, eu não tenho dúvida de que se trata de uma revelação bombástica que, minimamente,deveria ser apurada e repercutida pelos órgãos da imprensa que acusaram o Fluminense de ser o responsável pelo descenso do clube paulistano.

Antes, porém, de cobrar da imprensa, é dever de todo tricolor cobrar de seu mandatário. É ele quem, legitimamente investido do poder conferido pelo torcedor, tem a obrigação de defender o nome do clube e a torcida que representa. É ele quem deve exigir uma investigação efetiva e isenta que apure as responsabilidades de todos os envolvidos.

O silêncio do presidente do Fluminense ratifica, perante a opinião pública doutrinada a acreditar na culpa do Tricolor, o sentimento de que somos os vilões do futebol brasileiro; vilania esta criada para esconder quem, de fato, é o maior culpado por grande parte das mazelas do futebol nacional.

Portanto, amigos, na vitória ou na derrota, exija a defesa de seu clube!

Avante, Fluminense! ST

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

É HORA DE DAR A RESPOSTA

Quando, em dezembro de 2013, o pleno do STJD confirmou a decisão em 1ª instância que puniu Flamengo e Portuguesa por escalarem jogadores em condições irregulares na última rodada do campeonato brasileiro daquele ano, sancionando-os com a perda de pontos que rebaixou o time paulista, evitou o rebaixamento do clube da Gávea e manteve o Fluminense Football Club, legitimamente, na primeira divisão do futebol nacional, a imprensa esportiva, em sua esmagadora maioria, grunhiu todo o seu ódio contra o Tricolor, acusando-o, de forma injusta, irresponsável e covarde, de ter sido o causador, através de manobras de bastidores, do rebaixamento da Portuguesa.

Transformaram, através do imenso poderio que detêm, da força incomensurável dos meios de comunicação, que atingem os mais distantes rincões deste País e até fora dele, a Lusa em vítima e o Fluminense em vilão. Nada que pudesse ser mais conveniente. A Portuguesa, a queridinha de São Paulo, segundo time de muitos lá pelas bandas do Tietê, era a injustiçada; até o Roberto Leal foi às ruas protestar contra a tal da “CBFlu”, tudo, é claro, com amplíssima divulgação da imprensa. E o Fluminense, em razão de uma falsa reputação de armações nos bastidores, também fomentada de forma covarde pela mídia, era o vilão perfeito.

Nada poderia ser mais perfeito para esconder a maior fraude do futebol brasileiro de todos os tempos, tudo convenientemente acobertado e manipulado por irresponsáveis travestidos de jornalistas que, com maestria, blindaram o verdadeiro responsável pela bandalheira que ocorreu na fatídica derradeira rodada da competição nacional. Na verdade, Fluminense e Portuguesa foram vítimas; o primeiro, do rancor, do despreparo e irresponsabilidade de jornalistas e dos interesses sórdidos que comandam o futebol brasileiro; o segundo, vítima de si mesmo, de uma administração autofágica, que dilapidou o patrimônio do clube em benefício de seus gestores e vendeu a sua alma, a paixão do seu torcedor – que é a sua própria existência - para salvaguardar os interesses financeiros das grandes corporações que comandam o futebol.

Apesar de indícios veementes de toda a falcatrua, como as declarações do advogado da Portuguesa de que teria avisado ao clube que o jogador não poderia ser escalado em razão da punição sofrida, ou das publicações jornalísticas, na véspera do último jogo do Flamengo, que davam conta de que o jogador rubro-negro estava suspenso e também não poderia ser relacionado para o jogo, nada disso teve qualquer repercussão na imprensa, absolutamente nada. Preferiram, por ser mais cômodo e oportuno, atirar toda a responsabilidade desta inventada “virada de mesa” no futebol brasileiro ao Fluminense.

E esse ódio reverberou pela sociedade. Não apenas torcedores de outros clubes despejaram a sua intolerância sobre o Tricolor e sua torcida; todos, mesmo os indiferentes ao futebol, resolveram atirar a sua pedra. E foram muitas pedradas. Humilhada, a torcida, através de parcas vozes, procurou, da forma que podia, mostrar ao Brasil a injustiça que se cometia. Enquanto tentava, e não conseguia, era alvo de agressões verbais e físicas e o clube tinha o seu nome chafurdado na lama mais uma vez.

Foi uma luta heroica. Orgulho-me de ter participado dela juntamente com outros tricolores que usaram os poucos canais que tinham à disposição para tentar mostrar a verdade à massa de manobra forjada por uma imprensa vendida. Fomos ofendidos e vilipendiados em nossas honras, perdemos noites de sono angustiados, amargurados...

Enquanto a honra do Fluminense era maculada e a sua torcida discriminada, a administração tricolor se calava. Lembro-me de ter lido e escutado diversas vezes o torcedor tricolor perguntar: onde está o Presidente? Por que não se manifesta?

Estivemos sós nesta luta inglória, abandonados à própria sorte por quem tem o dever institucional de defender o nome do clube e a sua torcida. Para a massa ignóbil, para quem o que vale é o “quem cala consente”, a responsabilidade pela famigerada “virada de mesa” que decretou o descenso da Lusa passou a ser do Fluminense e ponto final; o eterno vilão, o culpado de todas as mazelas do futebol nacional.

Parece, porém, que a Justiça ainda pode ser feita. Há poucos dias, o atual presidente da Portuguesa, senhor Ilídio Lico, revelou ao blog do Jorge Nicola (https://esportes.yahoo.com/blogs/jorge-nicola/presidente-da-lusa-admite-culpa-por-rebaixamento-mas-233734399.html), que a escalação do jogador Hevérton foi premeditada, ou seja, arquitetada, planejada. Para quem, como o senhor Renato Maurício Prado, não enxergava, talvez por ser cego ao que não lhe interessa, a existência de dolo na conduta da Portuguesa, não existe dolo – que significa consciência e vontade – mais cristalino do que este.

Essa declaração, por si só, seria suficiente a dar azo à instauração de inquérito policial ou provocar a intervenção direta do Ministério Público, cuja atuação até agora pareceu inócua. Ponham-se frente a frente os senhores Ilídio Lico e Da Lupa, promovam-se as quebras dos sigilos bancários, fiscais e telefônicos dos supostos interessados, inclusive, por óbvio, dos gestores do Flamengo e dos patrocinadores e organizadores do campeonato brasileiro. É simples, basta vontade e iniciativa para agir. Se aqueles indícios apontados acima não foram suficientes para ensejar uma investigação firme e isenta, por certo, esta declaração do mandatário da Lusa é relevante o bastante para se movimentar a máquina persecutória estatal.

E deveria ser, também, para que os mesmos arautos da moralidade que blasfemaram contra o Fluminense, transformassem seus blogs, colunas, programas televisivos etc, em palcos para a devida, se não ainda retratação, repercussão da fala do senhor Ilídio.

E é a oportunidade para que a administração do Fluminense repare a omissão na defesa de seus interesses e aja prontamente, seja exigindo uma investigação isenta, seja convocando a imprensa para que dê repercussão à acusação do Presidente da Portuguesa. Nota oficial em rede social é medida vazia. A torcida exige mais, exige um presidente atuante na defesa da honra da torcida e da reputação do clube que comanda.

Silenciar neste momento, em que se descortina toda a espúria trama, é atuar contra os interesses do Fluminense e de seu torcedor e é, sobretudo, submeter-se aos inescrupulosos interesses que manipulam o futebol nacional.

O Presidente Peter pode fazer história; para isso, precisa agir.

Avante, Fluminense! ST



sábado, 1 de novembro de 2014

VITÓRIA DE QUEM QUER MAIS

Quando o Fluminense vence um jogo complicado como o de hoje, jogando com autoridade no campo do adversário, fica difícil de acreditar  que esse mesmo time realizou partidas melancólicas e vexaminosas contra times tecnicamente inferiores ao Goiás. Mas o momento é de vitórias consecutivas, de uma nova fase, e o passado, por ora, deve ser deixado em seu devido lugar.

A esplêndida vitória Tricolor deixou na torcida o sentimento de que a vaga na Libertadores é um objetivo possível, e que não fosse por tropeços impensáveis, estaríamos disputando o título. Mas como eu disse, que o passado seja apenas passado, pois é hora de celebrar este momento mágico e torcer para que ele se perpetue até o fim do campeonato.

Foi uma partida difícil.

O Fluminense começou o jogo com uma forte marcação, impedindo que o Goiás tomasse a iniciativa da partida. Conca e Chiquinho, pela esquerda, tramavam boas jogadas. Apesar de ameçar pouco, o Tricolor se impunha e mantinha a sua defesa segura, exceto por um erro de posicionamento em que Chiquinho deu condições  a três esmeraldinos, oportunidade em que Cavalieri fechou o canto e impediu o gol do Goiás.

Numa boa trama pela direita Fred fez o gol tricolor e o seu centésimo nos campeonatos brasileiros de pontos corridos, marca histórica para o artilheiro. Após o gol, porém, a equipe recuou a marcação e passou sofrer maior pressão adversária, que teve pelo menos três ótimas oportunidades para marcar aproveitando-se de erros de posicionamento de uma defesa que joga, perigosamente, em linha. Em duas delas Cavalieri foi o Cavalieri dos bons tempos e n’outra Guilherme Mattis salvou milagrosamente o gol de empate esmeraldino.

Logo no início do segundo tempo Cristóvão substituiu Walter por Sóbis. E fez bem. O Gordinho pareceu acomodado em campo, tendo prometido, inclusive, não comemorar gol, se o fizesse, em consideração ao seu ex-clube. Na segunda parte o Flu foi um time mais compacto, sofreu menos pressão e administrava bem a vitória parcial até o momento em que Conca, o nome do jogo, iniciasse uma jogada de contra-ataque que ele mesmo concluiu para o gol aos 44 minutos. Quando o gol da vitória não sai nos acréscimos, o alívio vem na parte final da partida para amainar as tensões dos sofridos tricolores.

A lamentar, apenas, as ausências de Chiquinho e Edson na próxima partida contra o Coritiba.

E foi uma vitória retumbante, de um time que se comprometeu a conquistar seu objetivo, e que, após a quarta vitória consecutiva,  vai em busca dele com todas as suas forças. Um time que teve a cara do Chiquinho, que apesar de limitado tecnicamente, é voluntarioso ao extremo, tendo desabado em campo, arfante, após o apito final, momento em que demonstrou toda a sua dedicação dentro de campo. Não é de hoje que Chiquinho tem sido decisivo com seus cruzamentos para os gols do Tricolor, e hoje não foi diferente.

Parabéns, Fluminense. Parabéns, Cristóvão, que hoje substituiu corretamente e armou a equipe com inteligência, impedindo uma pressão incontrolável do Goiás e tornando o Flu uma equipe compacta e equilibrada durante quase todo o jogo, contra um adversário sempre difícil em seus domínios. E ainda houve tempo para um “olé” inteligente, no campo adversário, afastando de vez qualquer surpresa desagradável nos acréscimos da partida.

Quando o Flu vence o Goiás no Serra Dourada é sinal de que boas coisas acontecem.


Avante, Fluminense! ST

Foto: Lancenet