Se Cristóvão é um estudioso do futebol, deve
estar até agora estudando uma forma de o Fluminense vencer o Atlético. Somente
tamanha lerdeza de pensamento e atitude, e alguma dose de incompetência, podem
justificar o fato de o nosso treinador, via de regra, não apresentar soluções
para os dilemas que os adversários oferecem dentro de campo.
Daí, talvez, a inconstância da equipe,
inclusive dentro da partida. Quando começa mal o jogo, dificilmente Cristóvão
encontra uma forma de alterar o panorama da partida. Quando começa bem, como
hoje, em que fez um primeiro tempo melhor do que o do galo, parece “travar”
quando o treinador adversário acerta a sua equipe.
Foi o que eu vi no empate contra o Atlético.
Depois de um primeiro tempo que não foi
espetacular, mas foi promissor na medida em que duas boas testadas, uma de
Fred, outra de Cícero na trave, fizeram o torcedor acreditar que na segunda
etapa o Flu voltaria avassalador, a frustração foi absoluta com o desenrolar do
segundo tempo de jogo.
A proposta atleticana sempre foi clara: marcar
forte, jogar recuado e sair rapidamente nos contra-ataques e no erro Tricolor.
Critóvão sabia disso, mas não conseguiu dar ao Flu opções ofensivas quando o
Atlético acertou a marcação e bloqueou nossos ataques. Sem alternativas, o que
se viu foi um festival de bolas laterais e a velha jogada “letal” de atirá-la
de qualquer forma em direção ao Fred. Nada mais inócuo.
Atônito à beira do campo, Cristóvão deveria
estar pensando: “O que eu faço agora?
Tiro o Conca de novo? E o Fred? Não, se eu fizer isso a torcida me crucifica...”.
Primeiro fez o óbvio ao tirar Fernando, mal em campo, e por Chiquinho, nada que significasse uma alternativa ofensiva ou uma surpresa ao adversário. E, por mais de trinta minutos, Cristóvão elucubrou sobre como modificar
aquela situação adversa. Aí, sacou Edson e pôs Kennedy que, na primeira boa
jogada de que participou recebeu livre, poderia ter concluído em gol, mas
preferiu servir Fred. Kennedy é um garoto que, à sombra de Fred, dificilmente
terá ousadia para tentar algo diferente do que servi-lo. Se já é assim com a
maioria dos jogadores, com o garoto da base tricolor isso é muito mais visível.
De qualquer forma, Kennedy foi uma opção, a
destempo, mas uma opção.
Cristõvão, mesmo diante de uma equipe que
jogava integralmente recuada, manteve seu esquema inepto por mais de setenta e
cinco minutos e, quando, enfim se decidiu, já era tarde demais.
Durante a semana, e até antes dela, nosso
treinador repetia o fato de que o Fluminense vinha empatando demais e era
preciso engrenar uma sequência de vitórias. Seu desejo, porém, não encontra
qualquer respaldo nas suas atitudes dentro de campo: ora peca por omissão, ora
peca por ação, mas tem pecado sempre.
Cristóvão, o ex-São Cristóvão, tem se tornado
um pecador contumaz.
Até quando? Parece que hoje a paciência da
torcida chegou ao limite. Na verdade, esse limite já foi atingido
anteriormente, mas a torcida, ainda fiel à esperança de dias melhores, tem sido
tolerante com o treinador tricolor. Hoje, no entanto, diante de um adversário
direto, numa partida que valia “6” pontos, a cota de equívocos transbordou, e
Cristóvão ouviu poucas e boas. E com razão.
O Fluminense patina há várias rodadas, faz que
vai e não vai, e a sonhada vaga na Libertadores, prêmio de consolação para uma
equipe que, vergonhosamente, foi eliminada da Copa do Brasil e da Sulamericana,
está a cada dia está mais distante.
E se ela não for alcançada – e parece que não
será – parte dessa culpa será de Cristóvão. A outra parte, já disse amiúde, se
deve ao mau planejamento, a uma administração pusilânime e ao descompromisso de
alguns jogadores que, durante a temporada, estiveram mais preocupados com
questões financeiras do que com o exercício de suas funções dentro do gramado.
Mas hoje, e também contra o Bahia, e em algumas
outras oportunidades, foi a vez de Cristóvão demonstrar toda a sua fragilidade,
fragilidade que não combina com a grandeza do Fluminense.
Avante, Fluminense! ST
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