Contra o Friburguense, eu vi um Fluminense bem
diferente daquele que se apresentou contra Botafogo e Cabofriense. Apesar de,
contra o time da Região dos Lagos, já
ter sido uma equipe bem diferente daquela que “não entrou em campo” contra o
Botafogo, hoje fez os gols que perdeu em profusão na última partida.
O Flu começou o jogo atrevido e decidido a
resolver a partida, tanto é que fez três gols com Walter, Conca e Bruno. Jogava
para cima, envolvendo o adversário e sem dar chances de contra-ataques.
A equipe jogava solta, variando as jogadas
ofensivas, ora com Bruno, que fez um golaço, ora com Ailton que, apesar de
ainda sentir a pressão por substituir Carlinhos, já foi melhor do que na sua última participação,
tendo feito ótima jogada para o segundo gol de Conca.
Waltinho, o xodó da torcida, fez o primeiro,
mostrando que transforma a bola que chega quadrada em redonda. Sabe bater em
gol, faz bem o pivô e articula as jogadas com bons passes.
Depois dos três, o Flu fez o previsível. Recuou
para dar espaço ao adversário e partir nos contra-ataques. Não deu certo, muito
porque Biro-Biro, apesar de esforçado, não estava nos melhores dias e porque
nosso meio de campo dava muitos espaços para o Friburguense criar.
Rômulo, cabeceou uma na trave, quase fez um gol
em excelente jogada individual e acabou por marcar um belo e merecido tento já
no último minuto do primeiro tempo.
Na segunda etapa o Flu pouco mudou. Sem
velocidade nos contra-ataques, trazia, perigosamente, a equipe serrana para
cima e, à exceção de um belo chute no travessão, tomou certo sufoco. Nossa zaga
perdeu a maioria das disputas pelo alto e o Flu correu sério risco de sofrer um
ou dois gols.
Renato, porém, estava atento e substituiu
Waltinho, que já aparentava cansaço, por Michael e, juntamente com Wagner e Marcos Junio,
que já haviam substituído Jean e Sóbis, respectivamente, tornaram o time mais rápido na frente e o jogo
franco. O Friburguense não se omitia e o Flu passou a levar mais perigo à
defesa adversária. Foram esses dois, justamente, os que, com belos gols, deram
números finais à partida.
Instintivamente, a equipe joga para ele, e os
seus companheiros, no afã de presenteá-lo com os gols que lhe faltam, muitas
vezes desconsideram outras opções ofensivas e optam por procurar o artilheiro.
Nem sempre funciona.
Hoje, sem a pressão de sua presença, a equipe
jogou mais leve.
Fred, mesmo em má-fase, é titular absoluto de
Renato Gaúcho; portanto, é preciso que seus companheiros não o enxerguem como a
única solução no ataque. Jogar em função dele, nem sempre será bom para o Flu.
A descentralização ofensiva parte da premissa
de que todos são opções viáveis para marcar gols e, o melhor exemplo disso, foi
o Fluminense ter vencido, mesmo sem Frederico, e com gols de cinco jogadores diferentes.
Parece que o Flu aprendeu a jogar sem Fred, mas precisa, agora, reaprender a jogar com ele.
Parece que o Flu aprendeu a jogar sem Fred, mas precisa, agora, reaprender a jogar com ele.
Avante, Fluminense! ST
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