Superstição é uma crença infundada em certos
atos, presságios ou sinais, originados de acontecimentos casuais ou
coincidências, e que dariam sorte ou azar (parafraseado de HOUAISS).
O povo brasileiro é, em sua essência,
supersticioso. Quase todos temos a nossa superstição, simples ou complexa,
comum ou extraordinária. Ver gatos pretos ou passar sob escadas pode ser sinal
de azar, assim como carregar consigo um amuleto ou mesmo usar uma certa gravata
numa entrevista de emprego pode significar sorte.
E assim é para milhões de brasileiros que
cultivam suas próprias supertições diariamente, nas mais diversas situações de
suas vidas.
Quando a superstição se alia à paixão, aí é que
ela recrudesce.
E o futebol é um campo fértil para a
proliferação das mais esquisitas, se podemos dizer assim, crendices. Que o
digam os botafoguenses, conhecidos por serem, dos supersticiosos, os mais
radicais.
Mas todos nós torcedores temos as nossas
manias. Alguns preferem usar a camisa da sorte, outros sentar em certo lugar no
estádio; alguns, ainda, trazem uma bandeira daquele título de vinte anos atrás,
ou a imagem de um santo protetor na carteira.
Eu tenho as minhas, não fujo à regra, e a
principal delas é temer pelo desempenho do meu Fluminense quando, às vésperas
da partida, a torcida está empolgada. Torcida tricolor quando enche estádio é
um mau presságio, pois sempre acreditei que foi diante dos menores públicos, ou
quando o time está em baixa perante o adversário, é que temos as nossas
melhores apresentações.
É claro que, até para a minha própria crença,
há muitas exceções; mas, superstição não se explica e não se extingue, fica ali
adormecida, e, vez por outra, ressurge com todas as forças.
Agora, às vésperas do jogo contra o Vitória,
ela reapareceu avassaladora. A empolgadíssima torcida tricolor promete encher o
estádio, talvez mais de cinquenta mil esfuziantes tricolores, alguns vindos até
de outros estados.
Nada contra. Eu mesmo faço campanha pelo
comparecimento maciço, afinal de contas, a torcida tricolor estava carente de
boas apresentações e, depois de um 2013 desastroso, merece assistir a uma
atuação de gala no palco dos palcos.
Lá no fundo, contudo, tive medo. Medo de que
cinquenta mil almas saiam do estádio decepcionadas.
Não temo mais.
Pura superstição. Como disse lá no início, mera
crença infundada. Repensei o meu receio, analisei a atual situação do
Fluminense e empurrei para baixo do tapete meus temores, afinal de contas
estamos diante de um novo time, renovado em espírito, e sob o comando de quem
entende de futebol.
E toda essa empolgação da torcida não poderia
contagiar a equipe, servindo de veneno ao invés de antídoto? Também não
acredito. Cristõvão, além de bom treinador é humilde. Todo aquele entusiasmo do
torcedor não transpõe os muros das Laranjeiras, paredes foram erguidas e, ao
que parece, a soberba de algum tempo atrás deu lugar ao estilo simplório e eficiente
do nosso novo treinador, rapidamente incorporado pelo grupo.
Assim, não receio mais nada. Mandei minha
superstição às favas e no sábado serei testemunha ocular de uma apresentação de
gala do Tricolor. E a torcida tem todo o direito de estar empolgada, e que
despeje sua energia positiva sobre os jogadores para que se sintam ainda mais
motivados a brindá-la com uma grande vitória.
De qualquer forma, por via das dúvidas, irei com
a minha camisa tricolor, aquela mesma que, quando visto, o time não perde.
Avante, Fluminense! ST
já a minha e'o inverso da sua. casa cheia sinonimo de vitoria.
ResponderExcluir