domingo, 4 de maio de 2014

Frustrante

É a primeira vez que, após uma partida do Fluminense, fogem-me as palavras para tentar explicar o que aconteceu dentro de campo.

O que melhor me ocorre, agora, quase três horas depois do término do jogo, é que o Flu não jogou tão bem que merecesse vencer, nem tão mal que devesse perder.

Minha primeira impressão, logo em seguida ao apito final, foi a de que a derrota foi uma terrível injustiça. Meditando, porém, durante o percurso de quase duas horas, por uma estrada semideserta, até a cidade de Petrópolis, percebi que não há máxima mais verdadeira do que aquela que diz que não há injustiça no futebol.

Exceto quando fatores extracampo interferem no resultado da partida, ou quando a arbitragem comete erro crasso, a justiça é o resultado de campo, em que pesem scouts favoráveis como posse de bola, chutes em gol etc.

Basicamente foi o que ocorreu. O Flu dominou o adversário praticamente o jogo inteiro, aplicou a estratégia utilizada desde a assunção de Cristóvão, qual seja, forte marcação e compactação e foi ofensivo, bastante ofensivo.

Se uma das chances perdidas no primeiro tempo tivesse resultado em gol, não tenho dúvidas de que estaria aqui comentando uma vitória tricolor, apesar da forte retranca baiana.

O gol não veio, mas veio o segundo tempo e um Vitória ainda mais fechado e com a nítida proposta de explorar os contra-ataques. 

Depois do gol adversário, o jogo tornou-se um ataque contra defesa, mas um ataque desordenado que propiciou espaços ao time baiano para ser perigoso o suficiente e marcar o segundo tento e quase o terceiro.

Por isso não posso falar em injustiça. O Vitória jogou com inteligência, marcou com eficiência e apostou nos contra-ataques. Deu certo.

O Flu, apesar da mesma disposição das últimas partidas, contou com alguns jogadores abaixo do que poderiam render, como Carlinhos e Fred. Aliás, a centralização do jogo no artilheiro contribuiu, de certa forma, para que o ataque tricolor fosse mais facilmente anulado pela defesa adversária. Um erro antigo, recorrente e que precisa ser corrigido.

O desafio, agora, é saber como esse time se portará diante do Flamengo. Se o ritmo de jogo imposto até aqui for mantido, a derrota de ontem não significará nada além do que um acidente percurso num campeonato que os propicia com razoável frequência.

Eu ainda continuo a acreditar que, com Cristóvão, o Flu está no caminho certo. Apesar dos três pontos fundamentais perdidos, vale a pena acreditar que se trata de um risco calculado, o risco que corre um time que tem sido ofensivo demais.

Nada que não possa ser corrigido por um treinador que já mostrou que entende mais de futebol do que alguns outros que passaram pelo Flu recentemente.

Ao fim da partida, mais de cinquenta mil tricolores deixaram o estádio frustados, mas a julgar pela miscelânea entre vaias e aplausos, é possível reconhecer que, pelo menos parte da torcida, viu em campo um time guerreiro, brioso e aguerrido e que a derrota, por mais dolorosa que tenha sido, não passou de uma fatalidade típica de um esporte em que nem sempre o melhor sai vencedor.

Avante Fluminense! ST

4 comentários:

  1. Ótima crônica! Grande abraço, Rubens Paiva.

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  2. Felipe,uma pena a derrota de ontem.Mas,nossa torcida demonstrou do que é capaz,enchemos o estádio,e concordo com você sobre justiça no futebol,e eu cheguei a mesma conclusão voltando do jogo pra casa nas 2 hs e meia de estrado. Deveríamos de ter matado o jogo no primeiro tempo,mas valeu,depois do outro lado tem um técnico que sabe armar bem seus times,ontem nosso time não consegui marcar no campo adversário quando fez tomou a bola..Mas eu acredito que vamos melhorar .ST

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    1. Foi isso, Jorge. Faltaram sorte e certa dose de competência para fazer gols. Creio, porém, que estamos no caminho certo. Um abraço e ST

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