O torcedor teve muitos motivos para ir ao
Maracanã hoje: homenagem aos Casal 20, retorno da equipe ao Maraca após longo
recesso, a volta de Fred, preços acessíveis, time afinado na competição etc.
O tricolor que foi ao Maracanã, além de se
emocionar com a bela homenagem a Assis e Washington, matar a saudade do
estádio, rever Dom Fredom por trinta minutos em campo, deliciou-se,
principalmente, com o Fluminense que viu em ação. A primeira parte do
espetáculo foi, sem tirar nem por, uma espécie de sequência da última partida
contra o Atlético Paranaense, trasladada ao Rio de Janeiro para que pudesse ser
apreciada in loco por mais de quarenta
mil privilegiados.
Sem dar chance ao azar, escaldado pela derrota
para o Vitória, o Flu foi envolvente, insinuante e eficaz desde o início, sendo
premiado com um merecido gol logo nos primeiros minutos. Gol de Cícero, após
jogada de Conca, dois personagens que têm sido decisivos a favor do Fluminense.
Não tardou muito para que o volume de jogo, a
rápida troca de passes, as inversões conscientes de posicionamento, a
consciência defensiva e a efetividadde ofensiva, determinassem o segundo gol
tricolor, este, em sua maior parte, devido à raça de outro imprescindível
personagem: Sóbis.
Foi uma primeira etapa de encher os olhos,
menos pelas chances de gol, que nem foram tantas, e mais pelo futebol cuja
qualidade nos deixava a todos saudosos. A ausência do jogo ofensivo em
detrimento do resultado a qualquer custo funciona às vezes, mas não funciona
sempre. Jogar bem, com equilíbrio, tendo o gol como principal objetivo, é
sempre mais agradável aos olhos do torcedor, e a todos que apreciam futebol e,
se esse futebol põe a sua equipe como uma das candidatas ao título, há muito
mais motivos para comemorar.
Mesmo sem repetir a apresentação do primeiro
tempo (Cícero cansou, outros também dimuíram o ritmo), o Tricolor foi soberano
e correu o risco calculado de administrar o resultado dando mais espaços ao
adversário para buscar o contra-ataque. Por duas vezes, primeiro com Wagner e,
já nos acréscimos, com Conca (o que seria um gol de placa), o Flu perdeu ótimas
oportunidades de acrescentar mais um tento ao placar. E se há algo que falte ao
Flu de hoje é justamente o velocista que dê rapidez às saídas ao ataque,
posição que W. Nem ocuparia com absoluta tranquilidade.
A equipe esmeraldina teve algumas boas chances,
todas elas eficazmente bloqueadas pelo melhor goleiro do Brasil. E não teve
mais porque a zaga postou-se bem e Henrique foi, peço licença a Tiago Silva, um
“monstro” na noite de hoje. Antecipou, cobriu companheiros, espanou pelo alto,
enfim, foi tudo o que um bom zagueiro deve ser.
A receita da humildade implantada pelo
Cristóvão dá ao Fluminense o que lhe carecia: espírito coletivo, solidariedade,
gana de vencer. Alie-se isso à qualidade de seus jogadores e à visão de seu
treinador e temos uma equipe pronta para os mais difíceis embates e apta a
galgar os degraus mais elevados neste difícil campeonato.
Foi uma noite feliz para quarenta mil
tricolores; uma noite que começou com a emoção e o saudosismo de reviver a saudosa
dupla de atacantes, Assis e Washington, passou pela alegria de comemorar dois
gols e uma bela atuação do Fluminense e terminou com a esperança de que o
pentacampeonato não é apenas um sonho distante.
Avante, Fluminense! ST
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