Perder para uma equipe que nem mesmo sabe se
receberá salários no mês seguinte, e uma das últimas da competição, não é
somente algo a se lamentar; lamentações são para derrotas, não para vexames.
Vexame precisa de uma resposta, de medidas drásticas, de mudanças, e não foi o
primeiro, foi o segundo e seguido.
Nem de longe o Fluminense pareceu aquela equipe
que chegou a encantar torcida e críticos por algumas rodadas. O encantamento
foi pura “marola”.
Sem ataque, sem meio de campo, sem
critatividade, sem a marcação forte que tanto fez a diferença há algumas
partidas atrás. O Flu foi previsível, lento, covarde. Conca lutou, mas
contribuiu pouco, porque ninguém se entendia em campo, a balbúrdia era geral.
Jean ou Sóbis, qualquer um dos dois poderia ter
sido sacado para a entrada de Walter, menos Cícero, menos o único que
contribuía positivamente tanto na defesa quanto no ataque, mas Cristóvão, num
rompante de loucura, o sacou de campo.
Aliás, Cristóvão, que eu mesmo cansei de
elogiar, parece que chegou ao seu limite. Inovou até certo ponto, daí em diante
tornou-se previsível. Não tem alternativas, não soube mudar a cara do jogo que,
desde o início mostrava-se hostil ao Flu.
E Fred? Outrora responsável por decidir a favor
do Tricolor, é um arremedo do que já foi um dia. E a sua presença torna,
invariavelmente, o esquema tricolor música de uma nota só. Mas Fred não decide
mais, há tempos não decide mais. Cristõvão chegou a perceber isso, contudo não
teve forças para manter um esquema que, mal ou bem, era mais dinâmico do que o
que foi visto hoje.
Está perdido, assim como todo o time do
Fluminense. E o Botafogo não tem nada a ver com isso. Venceu porque tem mais
brio e porque os seus jogadores, mesmo desonrados por uma diretoria omissa,
honraram a camisa que vestem e a torcida que representam. Se seus bolsos estão
vazios, em suas veias corre sangue de homens e não de ratos.
Desculpem-me o desabafo, mas nenhum tricolor,
depois da pífia apresentação em 2013, quando houve jogos em que a equipe, aí
sim, entregou de verdade, seja por problemas salariais, seja por falta de
pagamentos de prêmios, tolera mais mercenários em suas fileiras. Se não são
todos, e não são, porque temos quem honre a camisa tricolor, aqueles estão
contaminando o grupo.
Tem gente ganhando bem demais e produzindo
muito pouco, tem gente pedindo mais do que vale para renovar. Será que prêmios
atrasados ou “bichos” por vitória, que serão pagos somente ao final do
campeonato, seriam fatores determinantes para corpo mole dentro de campo? Não
sei a resposta, mas o que sei é que nesse grupo não confio mais.
E para quem ainda pensa que o Flu preferiu
jogar a Copa Sulamericana à Copa do Brasil, a resposta foi dada hoje.
E para quem acha que ressuscitamos um defunto
mais uma vez, lamento dizer que o único defunto que se viu em campo foi o
Fluminense.
Avante Fluminense! ST
Foto: Lancenet
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