domingo, 27 de julho de 2014

Vitória Incontestável


Quando Cristóvão chegou ao Flu, surpreendeu a todos ao implantar um esquema de jogo ofensivo, de toques rápidos e intensa marcação, utilizando o espírito coletivo do grupo como sua principal arma de ataque e defesa.
 

Não obstante, após o excepcional segundo tempo do jogo contra o São Paulo, o tricolor caiu de produção. A marcação afrouxou, o setor ofensivo pouco funcionou e a defesa, que parecia ter se acertado, desandou a sofrer gols. Mesmo a vitória sobre o Bahia, em Barueri, foi conquistada de forma burocrática, mais pela fragilidade adversária do que pelos méritos do Fluminense.
 

A recaída durou até a partida contra o fraco Criciúma. Perder para o time catarinense, apresentando um futebol abaixo da crítica, não estava nos planos. Mas Cristóvão parece saber o que quer, e, se quer, consegue. Com a chegada de reforços durante o recessso da Copa, Cristóvão tornou a ajeitar o time à sua feição. Contra o Santos a equipe já se portou melhor, com mais equilíbrio entre defesa e ataque e com a coletividade sendo novamente a marca do grupo.
 

Hoje o Flu, espera-se que de forma definitiva, tornou a ser aquele que mesmo time incisivo, equilibrado, forte na frente e seguro atrás. Conca sobrou no meio de campo, Cícero, em sua melhor partida pelo Tricolor, participou dos dois primeiros gols e fez o terceiro, Carlinhos comemorou suas 200 partidas pelo Flu com uma grande apresentação; Bruno foi bem, a zaga, com a chegada de Henrique, demonstrou mais segurança. Gum foi soberano nas bolas altas e Henrique, lento nos primeiros jogos, parece mais solto e apto a mostrar o talento que o fez destaque na França.
 

Wagner, o que apareceu menos, não comprometeu. Sóbis, ainda que não tenha sido brilhante, nunca se omite, e sofreu o pênalti que deu origem ao segundo gol do Fluminense. Cavalieri apareceu mais no fim do jogo, quando o recuo proposital foi a estratégia utilizada para garantir o resultado. Jean, mesmo errando passes, quando foi à frente, o que deveria fazer com mais frequência, fez um belo gol.
 

Aliás, a segurança que eu vi em campo hoje, em parte deve ser atribuída ao Valência. O equilíbrio de que o time precisava passava pela necessidade da presença em campo de um homem com mais faro para a marcação. Além de garantir um reforço à defesa, Valência deu a opção de apresentarem-se mais à frente Jean e Cícero. Ambos fizeram seus gols porque puderam sair com mais tranquilidade ao ataque.
 

Até Walter, mais gordinho depois da parada da Copa, movimentou-se mais em campo. De sua jogadinha tradicional, a ajeitada com o peito, saiu o derradeiro gol do Fluminense. O Fluminense não pode prescindir de seu talento em detrimento de Matheus Carvalho ou Samuel.
 

Verdade seja dita, a ausência de público pode até ser usada pelos atleticanos para justificar a derrota, mas com ou sem ele o tricolor venceria a partida de hoje. A superioridade demonstrada foi tamanha que nem mesmo o grito da torcida adversária seria capaz de evitar o rolo compressor tricolor contra o nosso mais novo freguês.
 

Vitória com autoridade de quem, mantendo o equilíbrio que se viu hoje, não disputará apenas uma vaga na Libertadores, mas brigará cabeça a cabeça pelo título com o time mineiro, outro de nossos fregueses.
 

Até lá, muita atenção, muita dedicação, humildade e perseverança. E ainda tem Dom Fredon que, se voltar com apetite de gols, será o nosso mais formidável reforço.
 

Avante Fluminense! ST
 
Foto: Lancenet.
 
 
 
 

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