A esperada vitória, depois de três jogos sem
vencer (duas derrotas e um empate), não veio com o futebol vistoso das
primeiras partidas sob o comando de Cristóvão, mas foi conquistada com muita
aplicação tática e disposição do primeiro ao último minuto.
O começo foi ruim, com inúmeros passes errados,
apesar da maior posse de bola. Foi uma parte do jogo sem chances de gol para os
dois lados.
Walter não conseguia segurar a bola na frente,
muito, também, pelo fato de a pelota não chegar em boas condições. Foram muitas
bolas alçadas e pouquíssimos chutes na direção do gol, todos sem perigo.
Com o meio de campo que tem à sua disposição
não era para ser assim. Cícero deveria jogar mais à frente, de forma a utilizar-se
todo o seu repertório de ótimo finalizador e de eficiente armador. Nem por isso
foi mal hoje, pois é bastante versátil e também sabe marcar. Jean pode, sem que
haja qualquer prejuízo para a equipe, dar lugar a Diguinho. Com mais força na
marcação, Wagner e Cícero podem render mais na criação e nas finalizações, com
chegadas perigosas à frente.
O Flu voltou melhor para o segundo tempo, com
Samuel dando mais movimentação ao ataque e a profundidade que Cristóvão pediu. Sem
jogadas agudas, Aranha, exceto pela falta bem cobrada por Cícero, não havia feito
qualquer defesa importante; o Tricolor, porém, após uma disputa pelo alto
vencida por Samuel na entrada da área, deixou a bola livre para Conca fazer um
golaço.
Conca, que apesar de sua integral dedicação e
aplicação, vinha errando muitos passes, acertou a bola principal, um tiro
certeiro que encobriu o arqueiro santista. É por isso que um jogador como o
argentino, mesmo quando está mal, é imprescindível à equipe.
Por sorte, o gol mal anulado de Cícero não fez
falta hoje. Por pouco, pois logo após o tento tricolor o Santos partiu para
cima e quase igualou o marcador, primeiro com uma bola salva quase em cima de
linha por Henrique, e depois, quando Arouca, por centímetros, não pôs a bola no
canto esquerdo de Cavalieri.
A zaga portou-se bem. Henrique estava mais
solto hoje e, com o tempo, ganhará mais velocidade e tempo de bola.
Foi uma vitória importante, como todas são, mas
com um ingrediente a mais, que foi a tranquilidade para que Cristóvão pudesse
prosseguir seu trabalho. Uma derrota hoje, provavelmente, traria instabilidade
emocional aos jogadores e questionamentos ao treinador. Não é hora disso.
A marcação ainda não está justa, próxima, como
no princípio do campeonato, e a quantidade de passes errados é alarmante, o que
dificulta a chegada com qualidade ao ataque. O meio de campo precisa de mais
poder de marcação e qualidade na criação, problema que pode ser facilmente
resolvido com o avanço de Cícero no auxílio a Conca. Wagner não tem sido esse
homem.
São ajustes o que falta ao Flu. Com mais tempo
e, com a percepção aguda de Cristóvão, esses problemas serão resolvidos. Elenco
para isso temos.
Avante, Fluminense! ST
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