Eu já era tricolor antes mesmo de nascer. Meu
destino foi traçado por meu saudoso pai, cuja paixão pelo Fluminense fez
questão de transmitir ao seu primogênito como um legado tão relevante como
honra e integridade.
Em razão dessa herança quase que genética, não
foi a dupla mágica que aportou nas Laranjeiras em 1983 que me fez Fluminense.
Imagino, contudo, que se não fosse pela sensibilidade e paixão de meu pai, e eu
estivesse à mercê de uma escolha própria, teria me encantado a tal ponto com
Assis e Washington que o meu destino não seria outro que não o do clube de
Álvaro Chaves.
Se não me tornaram tricolor, recrudesceram o
meu amor pelo Fluminense por seus gols sobrenaturais, pelas suas jogadas
mágicas, pelo temor que impunham aos adversários, pela alegria e pelo orgulho
com que envergaram a nossa gloriosa camisa.
Hoje, dia 6 de julho de 2014, um mês após a
partida de Washington, seguiu-lhe Assis; afinal de contas a parceria continua,
a eterna sintonia se dará num novo plano, as jogadas geniais serão nos páramos
celestiais e da plateia de vivos e mortos ecoarão seus nomes, como um
agradecimento perpétuo ao que foram e ao que são.
Indissociáveis, Assis e Washington são a história
do Fluminense, um pedaço bem definido de glórias e vitórias que engrandeceu
nosso clube e forjou uma multidão de tricolores. Sem o “Casal 20”, o
Fluminense, em sua enormidade, seria menor e a sua trajetória estaria
desfalcada da mais afinada dupla de atacantes do futebol brasileiro de todos os
tempos.
Descanse em paz, Assis. A esta altura, seu
companheiro inseparável de domingos gloriosos já o acolheu de braços abertos,
comemorando consigo gols lendários e inesquecíveis que tantas alegrias
proporcionaram a uma legião de fãs saudosos e agradecidos por este Brasil
afora.
Fica a saudade, nasce o mito.
Avante, Fluminense! ST
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