quinta-feira, 17 de abril de 2014

O Azarão


O Fluminense inicia a disputa do campeonato brasileiro de 2014, neste sábado, às 18:30h, no Maracanã, contra o Figueirense. Provavelmente não teremos mais surpresas quanto ao primeiro adversário, uma vez que a liminar conseguida pelo clube cearense junto à 4ª. Vara Cível do Rio de Janeiro, foi cassada pelo plantão judiciário do Tribunal de Justiça nesta madrugada. 

Independentemente, contudo, de quem seja o adversário, pela primeira vez em alguns anos, o Flu não entra como um dos favoritos ao título da disputa.

Esse prévio favoritismo apregoado pela imprensa nem sempre se confirma, mas revela uma tendência daqueles clubes que melhor se prepararam para a maior competição nacional, contratando com inteligência e montando um elenco forte, capaz de suportar uma longa disputa em que lesões e suspensões também são importantes adversários.

E o Fluminense, por tudo o que não faz desde 2013, não pode ser apontado mesmo como um dos favoritos.

Manteve um elenco rebaixado em campo, não repôs perdas importantes ocorridas na temporada passada, não supriu, até agora, já às vésperas do campeonato, carências crônicas da equipe, conviveu com disputas internas entre seu Presidente e o Presidente da patrocinadora que emperram novos investimentos, foi vítima de uma campanha sórdida da imprensa nacional, teve verbas de negociações penhoradas, cabendo aqui, até um etc, tantos foram os problemas por que o Flu passou nesses últimos meses.

A falta de aporte financeiro, principalmente em decorrência das penhoras e do litígio com Celso Barros, indicam que o ano não será fácil. As contratações de um treinador mais “barato”, Cristóvão, e do volante Edson, do São Bernardo, revelam que será preciso acostumar-se a uma nova política de contratações no clube, onde os salários serão mais baixos, porém pagos integralmente pelo Fluminense, sem participação da Unimed.

São indícios de que a temporada será de arrocho, poucos investimentos, e confiança no que se tem. Contratações terão que ser pontuais, certeiras e, principalmente, adequadas à nova realidade financeira do Flu.

Do caríssimo elenco, dez jogadores terão seus contratos encerrado até o fim do ano. Se não houver acordo com a Unimed para que seus contratos sejam renovados, poderão deixar o clube sem que este receba qualquer compensação financeira. E não havendo acordo, tenho minhas dúvidas de que renovariam seus contratos por valores bem abaixo do que recebem atualmente.

De todos que podem sair, Carlinhos e Cavalieri devem ser as prioridades do Flu para que tenham seus contratos renovados. Se não houver aporte da Unimed, que se procure logo outro patrocinador master a fim de se encaminhar as negociações.

Mas, voltando ao campeonato brasileiro, diante desse quadro de pessimismo político e financeiro, as perspectivas, realmente, não são das melhores; pelo menos em relação à conquista do quinto título brasileiro.

Prefiro acreditar que o Flu será o azarão. Quem sabe, mesmo com um elenco limitado, bafejados pela sorte, poucas lesões e suspensões, e, principalmente, paz interna, o Tricolor consiga mostrar em campo um pouco do futebol que o tornou duas vezes campeão nacional em três anos.

Com Walter e Conca, Carlinhos, Cavalieri, Sóbis, Wagner, Jean e Fred, ainda temos um time de respeito que, reforçada a zaga, poderá dar frutos.

Se os jogadores mostrarem o empenho que se espera de quem enverga a camisa verde, branca e grená, teremos pelo menos uma certeza, a de que o Tricolor não lutará na parte de baixo da tabela e, com o apoio incondicional da torcida, quem sabe não lutará na parte de cima?

O retorno à Libertadores já seria um grande trunfo para um clube que, desde 2013, não tem o que comemorar.

Avante, Fluminense! ST

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