Nenhum treinador consegue mudar a natureza de
um jogador. Ele é o que ele é. O que pode ser feito, e foi o que Enderson fez
hoje, é mudar a postura da equipe dentro de campo.
O Fluminense foi mais organizado do que se tem
visto nos últimos tempos. Avançado na marcação e disciplinado taticamente, o
Tricolor começou o jogo não dando oportunidades ao adversário. Por outro lado,
não foi eficiente no ataque, perdendo a sua melhor chance no primeiro tempo
após um bom chute de Jean de fora da área que foi complementado por Vinícius,
que acertou a trave.
De qualquer forma, no primeiro tempo, o Flu foi
melhor que o Corínthians e nenhum sufoco sofre defensivamente.
No segundo tempo, o Tricolor voltou melhor e
não esperou quarenta minutos para criar boas chances. Elas apareceram logo no
início da segunda etapa com um bom chute de Gerson muito bem defendido pelo
goleiro corinthiano. No rebote, Fred perdeu na cara do arqueiro que fez outra
excelente defesa.
Dava a impressão, pelo menos foi a que tive,
que o gol tricolor era questão de tempo. Afora uma bela defesa de Cavalieri num
chute de fora da área, o Corínthians continuava praticamente inofensivo no
ataque e o Flu passara a ir melhor na frente.
Até então o Flu vinha organizado e
disciplinado, com os dois meias – Gerson e Vinicius – atuando bem pelo setor.
Este último se enrolou algumas vezes na frente, quando teve a oportunidade de
pensar mais rápido e definir uma jogada mais eficaz. Gerson, que começou aberto
pela direita, passou a atuar pelo meio, preenchendo o setor e dando opções
ofensivas.
A partir, porém, da saída de Vinícius, e logo
de pois de Gerson, o Fluminense caiu de rendimento sensivelmente. Perdeu o meio
de campo, pois os substitutos – Lucas Gomes e Magno Alves – não têm qualquer
cacoete para atuar por aquele local e não estiveram à altura dos substituídos.
Nesse ponto, penso que Enderson errou e tirou o
ímpeto ofensivo tricolor, sacrificando o seu meio de campo que tocava a bola
com alguma qualidade; Até então, foram raros os “chutões” para o Fred, o que
voltou a ocorrer após a saída dos dois jogadores de campo. Que se preservasse
pelo menos um dos dois, ou sacasse Wagner, que pouco apareceu na segunda parte
do jogo.
Mesmo assim, a melhor oportunidade alvinegra
decorreu de uma falha de Gum, que contou com a colaboração do jogador que lhe
deu o passe na fogueira. A defesa, aliás, portou-se bem, exceto por esse lance.
O Flu foi melhor do vinha sendo, mas ainda
distante do que esperamos dele.
Como costumo dizer, o Fluminense não é muito
melhor nem muito pior do que qualquer time do campeonato, mas com organização e
disciplina tática ele pode ser, pelo menos, competitivo.
E é da
competitividade, da entrega dentro de campo que nenhum torcedor abre mão.
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