quarta-feira, 5 de novembro de 2014

É HORA DE DAR A RESPOSTA

Quando, em dezembro de 2013, o pleno do STJD confirmou a decisão em 1ª instância que puniu Flamengo e Portuguesa por escalarem jogadores em condições irregulares na última rodada do campeonato brasileiro daquele ano, sancionando-os com a perda de pontos que rebaixou o time paulista, evitou o rebaixamento do clube da Gávea e manteve o Fluminense Football Club, legitimamente, na primeira divisão do futebol nacional, a imprensa esportiva, em sua esmagadora maioria, grunhiu todo o seu ódio contra o Tricolor, acusando-o, de forma injusta, irresponsável e covarde, de ter sido o causador, através de manobras de bastidores, do rebaixamento da Portuguesa.

Transformaram, através do imenso poderio que detêm, da força incomensurável dos meios de comunicação, que atingem os mais distantes rincões deste País e até fora dele, a Lusa em vítima e o Fluminense em vilão. Nada que pudesse ser mais conveniente. A Portuguesa, a queridinha de São Paulo, segundo time de muitos lá pelas bandas do Tietê, era a injustiçada; até o Roberto Leal foi às ruas protestar contra a tal da “CBFlu”, tudo, é claro, com amplíssima divulgação da imprensa. E o Fluminense, em razão de uma falsa reputação de armações nos bastidores, também fomentada de forma covarde pela mídia, era o vilão perfeito.

Nada poderia ser mais perfeito para esconder a maior fraude do futebol brasileiro de todos os tempos, tudo convenientemente acobertado e manipulado por irresponsáveis travestidos de jornalistas que, com maestria, blindaram o verdadeiro responsável pela bandalheira que ocorreu na fatídica derradeira rodada da competição nacional. Na verdade, Fluminense e Portuguesa foram vítimas; o primeiro, do rancor, do despreparo e irresponsabilidade de jornalistas e dos interesses sórdidos que comandam o futebol brasileiro; o segundo, vítima de si mesmo, de uma administração autofágica, que dilapidou o patrimônio do clube em benefício de seus gestores e vendeu a sua alma, a paixão do seu torcedor – que é a sua própria existência - para salvaguardar os interesses financeiros das grandes corporações que comandam o futebol.

Apesar de indícios veementes de toda a falcatrua, como as declarações do advogado da Portuguesa de que teria avisado ao clube que o jogador não poderia ser escalado em razão da punição sofrida, ou das publicações jornalísticas, na véspera do último jogo do Flamengo, que davam conta de que o jogador rubro-negro estava suspenso e também não poderia ser relacionado para o jogo, nada disso teve qualquer repercussão na imprensa, absolutamente nada. Preferiram, por ser mais cômodo e oportuno, atirar toda a responsabilidade desta inventada “virada de mesa” no futebol brasileiro ao Fluminense.

E esse ódio reverberou pela sociedade. Não apenas torcedores de outros clubes despejaram a sua intolerância sobre o Tricolor e sua torcida; todos, mesmo os indiferentes ao futebol, resolveram atirar a sua pedra. E foram muitas pedradas. Humilhada, a torcida, através de parcas vozes, procurou, da forma que podia, mostrar ao Brasil a injustiça que se cometia. Enquanto tentava, e não conseguia, era alvo de agressões verbais e físicas e o clube tinha o seu nome chafurdado na lama mais uma vez.

Foi uma luta heroica. Orgulho-me de ter participado dela juntamente com outros tricolores que usaram os poucos canais que tinham à disposição para tentar mostrar a verdade à massa de manobra forjada por uma imprensa vendida. Fomos ofendidos e vilipendiados em nossas honras, perdemos noites de sono angustiados, amargurados...

Enquanto a honra do Fluminense era maculada e a sua torcida discriminada, a administração tricolor se calava. Lembro-me de ter lido e escutado diversas vezes o torcedor tricolor perguntar: onde está o Presidente? Por que não se manifesta?

Estivemos sós nesta luta inglória, abandonados à própria sorte por quem tem o dever institucional de defender o nome do clube e a sua torcida. Para a massa ignóbil, para quem o que vale é o “quem cala consente”, a responsabilidade pela famigerada “virada de mesa” que decretou o descenso da Lusa passou a ser do Fluminense e ponto final; o eterno vilão, o culpado de todas as mazelas do futebol nacional.

Parece, porém, que a Justiça ainda pode ser feita. Há poucos dias, o atual presidente da Portuguesa, senhor Ilídio Lico, revelou ao blog do Jorge Nicola (https://esportes.yahoo.com/blogs/jorge-nicola/presidente-da-lusa-admite-culpa-por-rebaixamento-mas-233734399.html), que a escalação do jogador Hevérton foi premeditada, ou seja, arquitetada, planejada. Para quem, como o senhor Renato Maurício Prado, não enxergava, talvez por ser cego ao que não lhe interessa, a existência de dolo na conduta da Portuguesa, não existe dolo – que significa consciência e vontade – mais cristalino do que este.

Essa declaração, por si só, seria suficiente a dar azo à instauração de inquérito policial ou provocar a intervenção direta do Ministério Público, cuja atuação até agora pareceu inócua. Ponham-se frente a frente os senhores Ilídio Lico e Da Lupa, promovam-se as quebras dos sigilos bancários, fiscais e telefônicos dos supostos interessados, inclusive, por óbvio, dos gestores do Flamengo e dos patrocinadores e organizadores do campeonato brasileiro. É simples, basta vontade e iniciativa para agir. Se aqueles indícios apontados acima não foram suficientes para ensejar uma investigação firme e isenta, por certo, esta declaração do mandatário da Lusa é relevante o bastante para se movimentar a máquina persecutória estatal.

E deveria ser, também, para que os mesmos arautos da moralidade que blasfemaram contra o Fluminense, transformassem seus blogs, colunas, programas televisivos etc, em palcos para a devida, se não ainda retratação, repercussão da fala do senhor Ilídio.

E é a oportunidade para que a administração do Fluminense repare a omissão na defesa de seus interesses e aja prontamente, seja exigindo uma investigação isenta, seja convocando a imprensa para que dê repercussão à acusação do Presidente da Portuguesa. Nota oficial em rede social é medida vazia. A torcida exige mais, exige um presidente atuante na defesa da honra da torcida e da reputação do clube que comanda.

Silenciar neste momento, em que se descortina toda a espúria trama, é atuar contra os interesses do Fluminense e de seu torcedor e é, sobretudo, submeter-se aos inescrupulosos interesses que manipulam o futebol nacional.

O Presidente Peter pode fazer história; para isso, precisa agir.

Avante, Fluminense! ST



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