segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A Terceirização e o Projeto Sócio-Torcedor

O Blog Dinheiro em Jogo, no globoesporte.com (http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/dinheiro-em-jogo/1.html), publicou uma pequena nota dando indícios de que o Fluminense, através de seu marketing, tenciona terceirizar o projeto de associação de seu torcedor, programa sócio-torcedor.

Não há nada oficial. O próprio blog informa que se trata apenas de um estudo, mas onde há fumaça há fogo. E é preciso cuidado.

Que não se concretize essa intenção. O programa de associação ao clube na modalidade do futebol é o que há de mais importante na relação clube-torcedor. O sócio-torcedor é, em regra, aquele que contribui para o seu clube sem esperar maiores contraprestações. Contribui por amor. Muitos nem mesmo residem na cidade do Rio de Janeiro e pouco utilizam os descontos e prioridades nas aquisições dos ingressos. E os que aqui residem dispensam a parte social do clube, desejam ser sócios exclusivamente do futebol do Fluminense.

Terceirizar, de que forma for, significa contaminar essa relação. Primeiro, porque não se mistura dinheiro com paixão. Não há como se negar que qualquer empresa que assuma o projeto - se ele for terceirizado, é claro - visará o lucro. E quando uma empresa pretende o lucro, e sempre pretenderá, porque esta é a finalidade da sociedade empresarial, fará de tudo para obtê-lo. Sócios e o próprio Fluminense ficarão em segundo plano. Em segundo lugar, terceirizar significa entregar a pessoas que nem mesmo torcem para o Fluminense a gestão de um produto que é a essência do Clube. É entregar seu bem mais valioso para ser administrado por terceiros, quando nada há que impeça a sua autogestão.

Nada me convence de que um projeto como este necessite ser delegado a terceiros.  Custos operacionais? Isto o próprio valor da contribuição mensal paga, e provavelmente nele já está embutido.

O torcedor tricolor paga a sua mensalidade com orgulho de contribuir para a autossuficiência de seu clube do coração. Este é o propósito: que os valores sejam revertidos em prol do Fluminense Football Club. Se pairar qualquer dúvida sobre essa finalidade o projeto malogrará. O torcedor entrega o seu dinheiro ao Fluminense, porque é o Fluminense; não entregaria a ninguém em seu nome, principalmente a pessoas sem qualquer compromisso ou relação com o clube.

Terceirizar o projeto sócio-torcedor será o início de seu fim. A torcida, se a ideia for levada adiante, precisa se mobilizar para evitar essa lesão ao seu patrimônio.

Imprescindível que os mandatários tricolores promovam um debate prévio, com ampla oportunidade de manifestação, convocando o Conselho Deliberativo do Clube para que avalie e ratifique ou impugne os termos do contrato, evitando-se, assim, uma decisão à revelia dos representantes dos sócios do Fluminense Football Club, que são legítimos interessados na preservação dos valores de nosso Clube. Dessa forma nossos gestores demonstrarão sensibilidade e respeito ao maior patrimônio que o Fluminense possui, que é o seu torcedor.

Avante, Fluminense! ST


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