Com as ausências de Fred e Sóbis, e ainda de
Walter, no banco, Cristóvão perdeu uma grande oportunidade de ressuscitar
aquele esquema que deu certo e que foi abortado com o retorno de Fred após a
Copa do Mundo, o 4-5-1.
Ou, talvez, Cristóvão não tenha querido
trazê-lo novamente à baila pela simples razão de que seria mais uma vez desconsiderado,
porque com a volta de Fred, titular absoluto, o esquema necessariamente deve
ser outro, o da inconstância.
Digo isso porque seria simples, até para um
leigo, posicionar o único atacante em campo na área, seu devido lugar. Kennedy
é jovem, movimenta-se bem, e ainda ajudaria na marcação, algo que Sóbis,
naquele esquecido 4-5-1, fazia bem.
Dessa forma, não perderia o talento de Cícero,
cuja visão de jogo e habilidade poderiam ser fundamentais para tornar o time
mais ofensivo e com mais alternativas de ataque. Um Cícero avançado que,
juntamente com Conca, dividiria a tarefa de armar o Flu.
Mas Cristóvão optou por Cícero no ataque e
Kennedy fora dele. E o Flu até foi melhor no primeiro tempo, superior, mas não
supremo. Teve duas boas chances, uma com o próprio Cícero e outra com seu
parceiro Conca, que lançou a bola no travessão adversário.
Mas se o ataque era uma inovação, a defesa era
a desolação; principalmente em razão da insegurança visível de Elivélton. Mal
na partida, foi facilmente driblado pelo atacante catarinense que chutou por
baixo de suas pernas e também das pernas de Cavalieri, para marcar o gol do
Figueira.
Uma vitória injusta até então.
No segundo tempo o Flu persistia melhor, sem
muita objetividade, porém melhor. E ainda poderia correr riscos atrás, pois
Elivélton, por pior que seja, atua como zagueiro, e, após sofrer uma pancada na
cabeça, não retornou para a etapa complementar.
Cristóvão o substituiu por Biro Biro e deslocou
Diguinho para a zaga. Para nossa sorte, o adversário não deu muita atenção ao
fato de que o Tricolor jogava improvisado na defesa e pouco incomodou,
principalmente depois que ficaram com déficit de um jogador em campo.
Aí foi ataque contra defesa, mas um ataque
desordenado, insubsistente, viciado em lançamentos para a área, como se Fred lá
estivesse à espera da bola. Foi assim, improdutividade pura, por cerca de
dezoito minutos, até que Bruno resolveu equilibrar as coisas e também foi
expulso.
A expulsão foi exagerada em razão da jogada,
típica de cartão amarelo, mas foi justa na medida em que retirou de campo um
jogador que pouco ou nenhum compromisso teve durante a partida. E o lance que
ensejou o cartão vermelho diz tudo. Futebol é coisa séria, envolve dinheiro,
emoção e paixão e Bruno quis apenas para si os holofotes ao tentar enfeitar uma
jogada que parecia simples.
De qualquer forma, mesmo em quantidade igual, o
Figueirense insistiu em manter-se defensivo demais e sofreu o justo gol de
empate tricolor. Kennedy chutou de fora da área. Deu sorte, a bola desviou em
alguém, subiu, foi no travessão e voltou na cabeça do “atacante” Cícero que
marcou o gol da justiça e que dava a igualdade ao Fluminense.
Era jogo para três pontos, muito em função de o
adversário estar repleto de desfalques e, porque, faltou ao Flu maior poder
ofensivo e inteligência para vencer quando teve vantagem numérica dentro de
campo.
De toda a sorte, para um olhar otimista como o
meu, ficou a certeza de que o título que o tricolor almeja será no máximo uma
vaga na Libertadores de 2015. Essa inconstância constante não o levará mais
longe e, se a conquistarmos, o ano estará ganho.
Avante, Fluminense! ST
Foto: Lancenet
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