domingo, 21 de setembro de 2014

Mais Distante do G4


Foi um jogo sem riscos, pelo menos riscos planejados, até porque de temerária já basta a zaga tricolor, suficiente, por si só, para deixar apavorado qualquer tricolor. Os dois times não ousaram, utilizaram a estratégia da cautela, por mais que o empate não fosse um bom resultado para ambos. O flamengo pretendeu jogar no erro Tricolor e fez isso com eficiência na primeira etapa. E o Flu não tinha muita estratégia, eram toques para o lado e para trás, pouquíssimo aproveitamento das laterais e algumas bolas alçadas à área.
 
E os excessivos erros de passes do time do Flu no primeiro tempo foram responsáveis pelas maiores chances ofensivas rubro-negras, dentre elas o gol, decorrente , também, de sucessivos equívocos do sistema defensivo: Henrique, Valência e, por fim, Elivélton.
 
O flamengo foi melhor no primeiro tempo, porque foi rápido e organizado. O Flu foi novamente um arremedo de time, porque foi lento e desorgnizado. Além da preguiça, os passes errados oriundos principalmente da dificuldade em encontrar um parceiro livre para receber a bola, deram origem às principais chances do adversário.

Ainda que mal, o Flu aproveitou bem uma falta cobrada por Conca que Fred, bem ao seu estilo, desviou para dentro empatando o jogo.

O Tricolor voltou para o segundo tempo mais arrumado e minimamente mais aplicado, o que foi suficiente para equilibrar as ações e tornar o Flu melhor que o fla nos minutos iniciais, momento em que Fred obrigou Paulo Vítor a realizar espetacular defesa. Houve mais uma boa chance perdida logo após e só. Pelo menos um alento: Cristóvão conseguiu, no intervalo, melhorar e não piorar o time.

Cristõvão, manietado pelas substituições que fez por conta das contusões (Henrique e Valência) pouco pôde fazer para mudar o panorama da partida, que se desenrolou, a partir dos quinze minutos da segunda etapa, como um jogo que agradava a ambas as equipes, afinal de contas, com o empate o fla se distanciava ainda mais da zona do rebaixamento e o Flu, em que pese o empate ter sido terrível para as pretensões de retorno ao G4, amainava um pouco o vexame de Salvador. Além disso, como um empate num clássico é sempre um resultado que pode ser considerado normal, a pressão sobre Cristóvão também dever arrefecer, pelo menos até a próxima partida.

Está claro que o Flu precisa de um homem de velocidade que faça a rápida ligação da defesa ao ataque. Isso é óbvio. Acontece, porém, que nos melhores dias de Cristóvão no Flu, essa carência era suprida por um toque de bola rápido e envolvente, e por uma marcação forte à saída de bola adversária. Havia um time compacto que, se não era rápido, era eficiente sem possuir um jogador com a característica da velocidade.

Então a ausência do “elo de ligação veloz” explica, mas não justifica os recentes malogros do Tricolor. A zaga, sim, essa justifica bem mais algumas derrotas. Elivélton é temerário, para dizer o menos. Henrique tem técnica, mas é lento e, ao que parece, tem jogado no sacrifício por conta de lesões que, oxalá, não sejam crônicas.

Conca, cujo sacrifício dentro de campo sempre é capaz de apagar seus erros, está mal. E não é de hoje. Tem feito muita falta a sua contribuição efetiva na criação, principalmente quando Cícero é posicionado, como hoje, mais à frente, quase como um segundo atacante. Wagner, embora cumpra função tática importante, nunca foi e nunca será o parceiro ideal do argentino na criação.

Fred tem se esforçado; isso é visível. Fez um gol e poderia ter feito outro. Seu mérito é estar buscando jogo a jogo voltar à forma física e técnica dos tempos da Copa das Confederações. Não sei se isso um dia será possível, mas é preciso dar-lhe um voto de confiança, crédito que ele merece.

O resultado acabou sendo justo, mas o Flu, se forçasse um pouco mais poderia ter saído com a vitória. De qualquer forma, a se lamentar apenas a terrível derrota para o lanterna da competição, não o empate de hoje, resultado normal para um clássico desse porte e suficiente para evitar mais uma crise, daquelas que têm assolado o Tricolor nos últimos tempos.

Avante, Fluminense! ST
 
Foto: Lancenet.
 

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