Sinceramente, eu esperava menos do Flu. E tinha
motivos para isso, uma vez que os últimos retrospectos não indicavam que o
Tricolor tivesse mais energia para almejar algo no campeonato que não fosse a
tranquilidade de uma zona intermediária, equidistante da zona do rebaixamento e
do grupo daqueles que se classificam para a Libertadores.
Mas o Fluminense surpreende, para o bem ou para
o mal; e hoje, depois de uma longa entressafra de boas apresentações,
surpreendeu para o bem.
Depois de um primeiro tempo equilibrado e
seguro, sem ser, contudo, perigoso ofensivamente, mas também sem permitir
grandes oportunidades ao adversário – a mais perigosa decorreu de uma saída de
bola equivocada que engrenou rápido contra-ataque são paulino contido por duas
excelentes intervenções de Cavalieri – o Flu retornou para o segundo tempo
disposto a ser diferente do que vinha sendo, no jogo e no campeonato.
A lesão de Bruno forçou a entrada de Edson que
deu maior consistência ao meio de campo, evitando as perigosas trocas de passes
do quarteto mágico paulista. Chiquinho, também lesionado, deixou o campo para a
entrada de Carlinhos que, parece, entendeu que é empregado do Fluminense e deve
cumprir sua obrigação dentro de campo da melhor forma possível. E esta é a
melhor maneira de continuar no Flu, se esse for realmente o seu desejo.
E o Tricolor melhorou sensivelmente. A força no
meio de campo, com Edson, tornou a chegada ao ataque mais efetiva e a defesa
mais segura, tanto é que nem se percebeu o atabalhoado Elivélton protagonizar
lances temerários. E não houve, porque com a defesa bem protegida, Elivélton e
o bom Marlon puderam ter tranquilidade para bem defender.
Numa chegada rápida pelo lado direito de
ataque, a bola foi cruzada na área e Dom Fredon esticou-se todo para tocar para
o fundo das redes e marcar o primeiro gol do Fluminense. Placar merecido pelo
bom segundo tempo tricolor. Logo em seguida, porém, o São Paulo avança pelo
lado direito de seu ataque e Kardec, impedido, cruza para o centro da área para
o seu atacante, livre, marcar o gol de empate.
Nesse momento, o mais importante foi que o Flu
não se abateu. Manteve o futebol sério e solidário que vinha jogando até então,
solidariedade explicitada pelo lance em que Fred saiu da área para fazer
excelente passe para Wagner limpar o marcador e chutar sem chances para Ceni.
Mesmo após o segundo gol, o Tricolor continuou mantendo a posse de bola e, de
forma inteligente, segurando-a no ataque, sem sofrer grandes sustos.
Já no fim, a cereja no bolo; o gol da
tranquilidade. Cícero, cercado por quatro adversários, fez jogada inteligente e
sofreu falta na entrada da área. Conca, aquele que se entrega em campo do
primeiro ao último minuto, cobrou com perfeição e finalizou o marcador.
Em pleno Morumbi, o único quarteto mágico que
se viu foi o do Fluminense: Fred, Wagner, Conca e Cícero ofuscaram o similar
paulista.
Três a um Fluminense, ou oito a três no
agregado do ano. Placar que não deixa qualquer margem de dúvida sobre quem foi
o melhor nos dois embates no campeonato. E vencer duas vezes o São Paulo é tão
bom, quanto, ruim, é perder duas vezes para o Vitória. E é essa inconstância
que, se for transformada em equilíbiro, pode reconduzir o Fluminense de volta a
um caminho seguro rumo à classificação para a Libertadores de 2015, sua meta
real.
A torcida, agora, quer bis!
Avante, Fluminense! ST
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