domingo, 1 de março de 2015

De olho no Botafogo

A vitória foi importante para recolocar o Fluminense entre os quatro primeiros colocados na tabela de classificação, mas a minha preocupação maior ao assistir à partida contra o Resende, foi tentar entender como essa equipe poderá vencer o próximo jogo, o clássico contra o Botafogo.

Como sempre costumo dizer, vencer o alvinegro carioca requer uma dose redobrada de vibração dentro de campo. Contra o Fluminense, e isso parece bem nítido, seus jogadores põem os corações nas pontas de suas chuteiras e as vitórias são sempre comemoradas como títulos de campeonato. É recalque antigo, explicável, mas que não cabe aqui reproduzir.

Assim, de olho no Botafogo, vi um Fluminense longe de ser uma equipe combativa e aguerrida como tem sido a de General Severiano. Muito embora tenhamos um elenco mais qualificado, os botafoguenses se superam em disposição, espírito coletivo e vontade de vencer – pelo menos foi isso o que se viu hoje quando venceram no seu primeiro clássivo um adversário melhor tecnicamente, o Flamengo.

A diferença, assim, está na postura dentro de campo. Postura subjetiva – vontade de vencer e objetiva – organização tática. E isso quem resolve é o treinador. Renê Simões é um técnico de terceira, talvez quarta linha, relegado ao ostracismo. Foi ressuscitado pelo Botafogo, porque deve ter cobrado uma ninharia para comandá-lo; mas, mesmo assim, consegue ser mais eficiente que o nosso combalido Cristóvão Borges e seus duzentos mil mensais.

Se o Flu jogar no domingo que vem como jogou hoje – ineficiente na frente e frágil atrás – sem jogadas ensaiadas, organização e sobretudo uma “pegada forte” não vencerá o Botafogo.

Gerson, de segundo volante, apesar de ter se saído bem, porque tem qualidade e é inteligente, é um desperdício. Kennedy, outro da base, é menos inteligente que o seu companheiro. Vai bem por certo tempo, mas não consegue dar seguimento à maioria das jogadas. Quando saiu para a entrada de Walter o time foi mais efetivo e, de um lance do gorducho saiu o gol tricolor marcado por Wellington Silva.

Com Cristóvão no comando penso ser temerária qualquer avaliação técnica sobre os novos contratados. Vejo qualidades em alguns deles, mas todos me parecem, ainda, pouco explorados em seus potenciais. Além da sua debilidade notória para mudar o panorama de uma partida, Cristóvão não consegue nem mesmo criar alguma estratégia alternativa aos bloqueios impostos pelos adversários ao seu monossilábico esquema de jogo.

A vitória foi suada, importante e até merecida, mas as deficiências da equipe, e que se repetem desde o início do campeonato – para não ir mais longe – indicam que ou o Fluminense muda radicalmente seu modo de jogar ou não irá muito longe na competição.


Para vencer o Botafogo e sonhar com algo mais, será preciso superá-lo em força, determinação e organização. Ah, já ia me esquecendo: e evitar faltas próximas à área, uma vez que eles têm bons cobradores e nós, não. Será que conseguiremos? 

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