(Publicado no site Panorama Tricolor no dia 22.03.2015)
O campeonato carioca, não de hoje, é uma competição deficitária e desinteressante para os grandes clubes do Rio de Janeiro, exceto para a Federação de Futebol do Rio. Eduardo Vianna e Rubens Lopes, este desde 2006, trataram de destruir o pouco que sobrava de romantismo e credibilidade da disputa que, outrora, já teve valor imensamente maior, inclusive no cenário nacional. Muito embora claudicante, marcado por erros crassos de arbitragens e repleto de estádios vazios e gramados mal cuidados, a sua má condução era atribuída principalmente à péssima administração de seus gestores.
O campeonato carioca, não de hoje, é uma competição deficitária e desinteressante para os grandes clubes do Rio de Janeiro, exceto para a Federação de Futebol do Rio. Eduardo Vianna e Rubens Lopes, este desde 2006, trataram de destruir o pouco que sobrava de romantismo e credibilidade da disputa que, outrora, já teve valor imensamente maior, inclusive no cenário nacional. Muito embora claudicante, marcado por erros crassos de arbitragens e repleto de estádios vazios e gramados mal cuidados, a sua má condução era atribuída principalmente à péssima administração de seus gestores.
Em 2015, porém, a má gestão deu lugar à má-fé,
sobretudo no que diz respeito à relação entre a Federação e um dos seus
principais filiados, o Fluminense. Sob uma dissimulada aparência de
legitimidade, uma vez que as decisões do conselho arbitral da FERJ nada mais
são do que reuniões fictícias para homologar a vontade do seu presidente,
dando-lhe, assim, aspecto de legais, Rubens Lopes utilizou todo o arsenal de
perversidades ao seu alcance para bombardear o Tricolor: primeiro determinou a
fixação de preços promocionais de ingressos para toda a competição sem
considerar as relações de clubes como Fluminense e Flamengo com seus
sócios-torcedores; logo em seguida, reeditando no âmbito da Federação prática
vetusta dos tempos ditatoriais, criou a chamada Lei da Mordaça, fixando multa a
pessoa ou clube que a criticasse publicamente – a Justiça, acertadamente,
suspendeu a vigência do artigo do regulamento das competições, art. 133, que
previa a odiosa determinação; não satisfeito, imiscuiu-se na relação contratual
entre o Fluminense e o Consórcio Maracanã referente ao posicionamento da
torcida tricolor dentro do estádio em confrontos com o Vasco – o que acarretou
a realização do clássico num estádio pela metade, ainda em obras, bem como o
acirramento dos ânimos entre torcedores; recentemente, ainda, estipulou um
preço fixo para o custo operacional do Maracanã, o que traria ao Flu despesas
para utilizar um estádio que, por contrato, não lhe acarreta custo algum.
Agora, a Federação cobra uma suposta dívida do
Fluminense e não tardará a cobrar algo mais, ou determinará outra medida
contrária aos interesses do clube. O estoque de maldades de Rubens Lopes parece
não ter fim.
A pergunta que se deve fazer, então, é o que
mudou em 2015? Por que a Federação, leia-se Rubens Lopes, deixou de ser apenas
desorganizada e inepta para ser, também, um instrumento de agressões gratuitas
contra o Fluminense?
A resposta, e todos já devem sabê-la, atende
pelo nome de Eurico Miranda, o Pança. Essa nefasta figura, responsável por
incontáveis mazelas do futebol nacional, inclusive contra o seu próprio
torcedor – quem não se lembra quando impediu o socorro a torcedores vascaínos
feridos após a queda de alambrado no estádio de São Januário por ocasião da
final da Copa João Havelange contra o São Caetano em 2001? – ressurgiu de um
ostracismo compulsório imposto pelo próprio torcedor do Vasco ao preteri-lo em
favor de Roberto Dinamite na presidência do Vasco.
Mas, o mal está de volta e encontrou acolhida
na FERJ. Eurico não somente foi acolhido, como destituiu o seu presidente do
comando, assumiu o controle da Federação e transformou Rubens Lopes em mero
títere. Na prática, quem manda é o dirigente vascaíno que, não satisfeito em
gerir os rumos de seu Vasco – chafurdado em dívidas; o TCU que o diga –
preocupa-se em usar a Federação como instrumento de vingança pessoal contra o
Fluminense e sua relação com o Consórcio Maracanã. Inveja e recalque, certamente.
Alinhado aos pequenos e ao subserviente Rubens
Lopes, Eurico, presidente de fato, e seu cupincha reeditam práticas arbitrárias
que não se coadunam com a modernidade e a democracia, visando claramente a
prejudicar os interesses do Fluminense na competição, causando-lhe inegáveis
prejuízos financeiros. O Tricolor, em contrapartida, publica notas oficiais
que, se afagam o âmago de parte da torcida, não resolvem, efetivamente, a
questão dos danos que vem sofrendo.
A Federação, não custa lembrar, quando
interfere indevidamente na relação contratual do Fluminense com o Consórcio
Maracanã, o que por via de consequência também afeta os direitos do
sócio-torcedor tricolor, pratica abuso de direito, uma das formas dos atos
ilícitos, com previsão no artigo 187, do Código Civil. Evidentemente, quando
extrapola de suas atribuições regulamentares e legais, prejudicando terceiro,
no caso o Fluminense, a FERJ está sujeita à reparação moral e material por
eventuais prejuízos causados.
Não há dúvida de que o Tricolor teve diversos
direitos violados, sobretudo no que concerne à sua relação com o Consórcio
Maracanã, oportunidade em que dispositivos contratuais que devem ser
respeitados estão sendo claramente violados pela Federação de Rubinho e Eurico.
Os prejuízos já são irreversíveis e podem se tornar ainda maiores, uma vez que
a sanha persecutória da FERJ parece não ter limites. Assim, é hora de deixar de
lado as notas-oficiais e adotar medidas práticas de enfrentamento a essa
covardia desenfreada protagonizada por uma entidade que não representa o
futebol carioca, mas apenas interesses pessoais obscuros e se torna, a cada dia,
mais um instrumento de vingança pessoal do que de realização de benfeitorias em
prol dos clubes de futebol do Rio de Janeiro.
E a medida prática de enfrentamento é, num
primeiro momento, a busca do Judiciário para impedir a continuidade dos atos
ilícitos da Federação e a reparação dos prejuízos materiais e morais sofridos –
neste ponto, fazer valer a força do contrato assinado; num segundo momento, o
estudo da viabilidade e criação de estratégias para o surgimento de uma liga
independente de futebol.
O Fluminense tem a faca e o queijo nas mãos
para por abaixo anos de desmando no futebol carioca, eliminando do cenário
desportivo os malefícios de uma administração futebolística destrutiva e
tendenciosa, bem como entregar à Justiça os destinos dos malfeitores Rubens
Lopes e Eurico Miranda.
A luta é justa, o direito é bom, só falta agir.
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