Esta entressafra forçada, logo após a
eliminação precoce na competição regional, é absolutamente tediosa, sobretudo
porque ocorre fora de estação.
Naquela entre o fim do campeonato brasileiro e
o início da temporada seguinte ainda se vive alguma excitação, porque é o
momento das especulações e contratações. Nesta, há apenas a lamúria decorrente
da desclassificação tramada pela máfia que comanda a federação de futebol
carioca e a expectativa pelo desempenho do clube na principal competição
nacional.
É o momento, contudo, que tem a alta
administração do futebol Tricolor, para não deixar esmaecer o combate contra as
atrocidades perpetradas contra o Fluminense, e por que não contra o próprio
futebol, pelas figuras abjetas que, direta ou indiretamente, administram o
esporte bretão no Rio de Janeiro.
Aquelas “notas-oficiais”, que cansamos de ler
durante a malfadada competição local, devem tornar-se efetivas através de
medidas práticas que visem ao ressarcimento material sofrido pelo Fluminense
diante de todo o abuso de direito praticado pelo presidente da federação, bem
como de um planejamento realista acerca da organização de uma liga independente
no futebol do Rio para a temporada 2016.
Com essas medidas, a cúpula Tricolor
demonstrará que as referidas notas não foram meras palavras vazias. É preciso
combater os inimigos do Fluminense em todas as instâncias, dando-lhes cada vez
menos oportunidades de nos fazer mal. Uma ação bem fundamentada contra o senhor
Rubens Lopes em razão de todas as arbitrariedades cometidas servirá a dois
propósitos: responsabilizá-lo judicialmente por atos típicos de abuso de
direito, e portanto ilícitos – que não podem ser salvaguardados pela autonomia constitucional da entidade jurídica FERJ – e
fazer com que outros inimigos do Fluminense repensem suas atitudes antes de
praticarem qualquer conduta deliberadamente prejudicial ao clube.
Desta forma o Fluminense estará combatendo alguns
de seus inimigos externos, pelo menos os mais recentes.
Mas é o tempo, também, para se combater os internos,
os quinta-colunas a que fiz referência no último texto publicado aqui no
Panorama.
N’outras épocas, o Fluminense era pouquíssimo
tolerante com quem infringisse normas morais de conduta. Atletas e funcionários
deveriam pautar-se pela ética e boa-fé no trato interpessoal dentro e fora do
clube.
Parece, porém, que a modernidade, nesse ponto,
foi prejudicial ao Fluminense e a tolerância a condutas graves praticadas por
seus funcionários alargou-se de forma incompreensível.
A ação judicial proposta por um empregado do
clube contra o escritor Paulo Roberto Andel, que já é, por certo, de
conhecimento de todos os que frequentam esta casa, é uma aberração jurídica que
expõe a ganância, a má-fé e a insensibilidade do seu autor. Um verdadeiro crime
de lesa-Fluminense, uma vez que é um atentado contra a sua história, além de
ser uma ofensa ao direito constitucional da liberdade de expressão.
O autor da ação, que nem tricolor é, ao pedir o
recolhimento e a destruição da obra de Paulo Andel, não apenas o constrange e
vitimiza, mas ataca diretamente a instituição Fluminense Football Club, a sua
história e a sua torcida. Para ele – o autor da ação -, trata-se apenas de um
livro, de uma reprodução supostamente não autorizada de uma fotografia sua e de
dinheiro, muito dinheiro. Para Andel e para todos nós, tricolores, trata-se de
uma questão muito maior, de respeito à honra de um homem íntegro e da
preservação da dignidade da instituição Fluminense.
A honra tricolor foi vilipendiada por um
prestador de serviços do Clube e a reputação de um escritor, que dedica a sua
vida a engrandecer nosso amor pelo Tricolor, foi maculada por uma ação
temerária e fulcrada no interesse espúrio e na má-fé.
E o que o Fluminense tem com isso? Tudo.
É dever da administração Tricolor, leia-se
Presidente Peter Siemsen, agir para proteger os seus interesses - a história e a honra do Fluminense e a
reputação de um escritor que vive a sua vida para defender e enaltecer o clube,
sob pena de a sua inação torná-lo verdadeiro coautor da injusta ação perpetrada
pelo fotógrafo.
O mínimo que se espera é o encerramento do
vínculo contratual desse profissional, além de uma nota de repúdio à sua conduta
e de desagravo ao escritor, vítima do mais grave e injusto constrangimento por
parte de um funcionário do Fluminense.
O comando Tricolor, assim, precisa
posicionar-se contra essa agressão, defender a instituição e, mais do que isso,
expurgar de seus quadros seus inimigos internos, dentre eles o autor dessa
estapafúrdia ação judicial, a fim de que não se inicie ou não se dê
continuidade a um processo autofágico que poderá lhe trazer severas
consequências futuramente.
Seguir adiante é preciso, não sem antes, porém,
ajustar as contas com os fantasmas que nos atormentam no presente.
(Felipe Fleury)
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