Enfrentar equipes bem postadas defensivamente e
que saem rapidamente em contra-ataques tem sido um problema para o Fluminense. O
Criciúma jogou, mesmo em casa, como o Criciúma, sem se expor, marcando forte e à
espera de um erro adversário.
A primeira parte do jogo foi mais ou menos um
vídeo-tape das últimas partidas do Flu antes do recesso da Copa: maior posse de
bola, domínio aparente e algumas boas chances perdidas. O Tricolor dá ao seu
torcedor a nítida impressão de que pode resolver a qualquer momento, mas apesar
do falso controle, é inefetivo no ataque.
Imaginei que Cícero fosse ser a companhia que
Conca precisava para a criatividade no meio, mas Cristóvão o escalou recuado
demais, como um verdadeiro cabeça de área, longe de onde seria melhor aproveitado,
mais próximo à área, onde costuma acertar bons chutes e dar boas cabeçadas.
Diante de um Flu inofensivo, o Criciúma,
ajudado por um erro da arbitragem marcou seu gol de pênalti. Logo em seguida,
Carlinhos perdeu gol claríssimo.
Na segunda etapa, Cristóvão, a meu ver, cometeu
novo erro. Walter, mal, é melhor do que Matheus Carvalho, já deu provas de que
tem futebol e poderia resolver o jogo numa ou noutra jogada. Sinceramente, Sóbis
não jogava melhor do que ele e colocar M. Carvalho centralizado entre os
zagueiros catarinenses não foi a melhor opção, apesar de seu gol já no fim da partida.
Tanto é que o Flu perdeu ainda mais sua já inócua
força ofensiva e, sem ser ameaçado, o Criciúma foi à frente para marcar seu
segundo gol, o segundo do veterano Paulo Baier, que só não fez o terceiro em
seguida por milagre. Mas a bagunça era tão grande, uma vez que Cristõvão tumultuou
de vez o coreto com a substituição de Cícero por Kennedy, que o terceiro não
tardou.
A zaga sentiu a nova formação e a falta de entrosamento, mas parece que é questão de tempo e treino para que dê frutos.
Perdido em campo, o Tricolor foi um arremedo
daquele Flu dos primórdios de Cristóvão, incisivo e forte na marcação, e onde
todos, sem exceção, jogaram abaixo da crítica. Nosso treinador precisa
reinventar o Flu e aproveitar melhor as peças que têm à disposição.
Não dá mais para esconder o sol com a peneira e
argumentar que o time foi melhor, que perdeu chances, que a arbitragem errou. Há
problemas que precisam ser resolvidos e eles passam por um melhor
posicionamento da equipe dentro de campo e, eventualmente, por evitar-se substituições equivocadas, o que tem
acontecido com alguma frequência.
Ofensividade faz bem, mas com equilíbrio. Quatro derrotas em dez jogos é um sinal de que algo precisa mudar, e prá já.
Avante, Fluminense! ST
Perfeita observação.
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