O positivo, qualidade que o senhor Mario
Bittencourt atribuiu ao ano de Fluminense, só tem o “P” em comum com o que de
fato foi o ano do Tricolor: pífio!
Ambas, porém, são qualidades absolutamente,
diametralmente opostas e, confundi-las só pode se dar por loucura ou má-fé.
O senhor Mario não é louco, mas tem planos de
ser o novo presidente do Fluminense o que, por dedução, nos faz concluir que
suas palavras tentam esconder – não se sabe de quem – o tétrico ano de 2015,
por má-fé. Talvez imagine que o torcedor tricolor engula essa bravata
facilmente. Não engoliu e não engolirá.
Quem, em sã consciência, pode aceitar que o ano
ruim do Fluminense decorreu apenas de um time montado com recursos limitados,
que fez o máximo que pôde dentro da competição?
Times limitados são quase todos os nossos
concorrentes no campeonato brasileiro. À exceção do recente campeão,
Corínthians, do São Paulo e talvez se encontre mais um ou dois, que outra
equipe seria tão superior a do Fluminense?
Mesmo com um orçamento enxuto, foi possível
montar um time competitivo, ainda que não houvesse um elenco à feição, para a
disputa nacional. Tanto é verdade, que frequentamos a zona da Libertadores por
várias rodadas e chegamos à semifinal da Copa do Brasil.
O pífio ano Tricolor foi, basicamente,
construído ou desconstruído, como queiram, de fora para dentro. Desmandos,
contratações equivocadas, vaidades e toda a sorte de inépcias administrativas
que culminaram no desmantelamento moral da equipe e na sua vertiginosa queda de
produção de um turno para o outro do campeonato brasileiro.
Evidentemente, Magno Alves, Antônio Carlos e
Welington Paulista, por exemplo, não poderiam vestir a camisa tricolor. Gerson,
que embora tenha futebol, não poderia ter sido mantido no elenco como titular
com seu destino já traçado em terras europeias. Gum, por anos a fio um
“guerreiro”, mostrou-se cansado das batalhas de outrora e foi apenas um arremedo de zagueiro, responsável direto
por algumas das derrotas tricolores no ano.
Cristóvão, Drubscky, Enderson e Eduardo
Baptista não são treinadores à altura do Fluminense. Foram todos contratados sob
o argumento de que não havia verba suficiente para patrocinar a
vinda de um treinador melhor qualificado. Investiu-se no barato, nem no bonito nem no bom, apenas no barato. Claro que não daria certo, como não deu.
Se parte do dinheiro desperdiçado nas
contratações equivocadas do ano, aí vale citar principalmente Ronaldinho
Gaúcho, fosse investida na contratação de um treinador, teríamos, minimamente,
um nome de respeito no comando tricolor.
Ronaldinho Gaúcho, aliás, não foi apenas
desperdício de dinheiro, foi desperdício de tempo, de paciência e o
responsável, ou corresponsável juntamente com Mario Bittencourt - que o trouxe
-, por fazer grassar no seio dos jogadores tricolores o sentimento de total
descrença na cúpula de futebol do Clube. Afinal de contas, ninguém se sentiu
obrigado a ser profissional enquanto R10, com a fortuna que recebia, não o era.
Um aproveitamento de 41% no campeonato e de
pouco mais de 20%, no segundo turno, além de ter sido, por enquanto, o time com
o segundo maior número de derrotas na competição, não tem nada de positivo. É,
na verdade, um ultraje às tradições e à história do Tricolor que, desde 2012, está
carente de um título nacional.
O tiro que Peter Siemsen deu, designando Mario
Bittencourt para a vice-presidência de futebol, saiu pela culatra. Seus planos
tinham por finalidade torná-lo o responsável direto pelos eventuais sucessos da
equipe, o que o tornaria o seu virtual sucessor na presidência do clube em
2016. Peter não contava, porém, com a incompetência e a vaidade de Mario
Bittencourt.
Esses três anos de malogro futebolístico da
gestão Peter Siemsen ainda podem custar mais caro do que já custaram: podem reconduzir
ao Fluminense, através do pleito que se avizinha, figuras que já se imaginavam afastadas
definitivamente do clube e que o tricolor que tem boa memória não deseja que
retornem.
Peter só tem uma chance de fazer o seu sucessor
na presidência do Flu: tornar o ano de 2016 diferente de tudo o que se viu nesses
últimos três anos, a começar pela escolha de um departamento de futebol que esteja
apto a comandar, com competência e desprendimento, os rumos do football Tricolor nas competições
vindouras.
Temo que uma terceira via, alternativa a essas
que estão postas, não tenha força política suficiente, além de capacidade
econômica, para sair vitoriosa do sufrágio. Porque, infelizmente, penso que
será incapaz, em virtude desses fatores, de mostrar de forma eficaz ao sócio torcedor
tricolor – desta vez eleitor em muito maior número - a sua plataforma
administrativa com a amplitude que merece.
É uma pena, porque tudo de que o Fluminense não
precisa é de retrocesso, ou de alguém que não saiba distinguir um ano pífio de
um ano positivo.
Acostumado às glórias, o Tricolor não pode se
conformar com a mediocridade. Em 2016 deveremos saber dar a devida resposta a
quem só tem o Fluminense para se locupletar, depositando nas urnas o voto da
indignação, o voto da mudança.
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