O ano ainda não terminou para o Fluminense.
Ainda que se diga que as chances de rebaixamento são remotas – e são – vale
aquela máxima do futebol para o atual momento tricolor no campeonato
brasileiro: “o jogo só termina quando acaba”.
Uma vitória, que diante das circunstâncias,
seria obrigatória contra o Atlético/PR, não veio. A equipe fez um excelente
primeiro tempo, perdeu diversos gols – muitos em razão da interveniência direta
do excelente goleiro adversário – mas se perdeu no segundo tempo, após sofrer o
gol em falha da defesa – mais uma – e mexidas equivocadas do nosso atual
treinador. Mas isso já são águas passadas.
Faço alusão a essa derrota apenas para
justificar o assertiva de que o ano ainda não acabou para o Fluminense, pois
diante de um retrospecto absolutamente negativo, será improvável que consigamos
pontos nas partidas que nos restam fora de casa. E se perdemos para o Atlético,
todo o cuidado será pouco para não sofrermos reveses também contra os dois
adversários que enfrentaremos no Rio, Chapecoense e Avaí, e de quem, por
obrigação – e para nossa salvação – deveremos conquistar os seis pontos que
livrarão definitivamente o Fluminense do rebaixamento.
Mas, desses seis confrontos que restam, talvez
o deste domingo seja o mais importante. Procrastinar a conquista dos pontos
para tentar “resolver” contra Avaí e Chapecoense pode ser perigoso. Para um
time que não inspira confiança, o melhor é que esses pontos venham o mais
rapidamente possível, em que pese o retrospecto não seja favorável ao Fluminense
nos confrontos contra o Vasco.
Deixando de lado as confusões protagonizadas
pelo senhor Eurico Miranda, a maior motivação para se vencer o rival deve vir
da própria tradição do clássico, que o Fluminense não vence há dez confrontos
ou quase três anos! Uma vitória logo mais será um alento para o torcedor que
pouco ou nada teve para comemorar desde 2013.
O Fluminense, em jogos oficiais contra o Vasco,
tem 115 vitórias, contra 140 do rival, com 102 empates. São 25 vitórias a mais
cruzmaltinas, número forjado sobretudo a partir da década de 1990. De lá para
cá, foram 44 vitórias vascaínas contra 22 tricolores, ou seja, o dobro.
É um quadro que precisa ser revertido e não há
momento melhor do que este. Desclassificado da Copa do Brasil, em duas partidas
em que a arbitragem teve influência preponderante, o Flu precisa mostrar-se
“mordido” e disputar a partida como se fosse uma final de campeonato, pois para
os cruzmaltinos será uma verdadeira decisão de campeonato. A final que não
conseguiu alcançar contra o Santos, deve ser agora disputada contra o Vasco:
vale a possibilidade concreta de afastar-se definitivamente do risco de
rebaixamento, a chance de romper a sina de derrotas recentes e diminuir a
péssima estatística frente ao rival e, por fim, de empurrar mais um pouquinho o
adversário em direção ao rebaixamento.
Se o torcedor não teve motivos para comemorar
2015, que também não tenha motivos para lamentá-lo ante um improvável, mas
ainda real, risco de rebaixamento. O tricolor não merece tamanha afronta.
E é bom que se pense logo numa total
reformulação do departamento de futebol para 2016, a começar pelo
vice-presidente, passando pelo treinador e chegando ao elenco.
Muito precisa ser modificado, mas para que o
Flu possa retomar o caminho das glórias é preciso que a limpeza comece de cima,
que o seu departamento de futebol seja composto de profissionais do ramo, que o
seu treinador esteja à altura da grandeza do clube e que os seus jogadores estejam
aptos a envergarem a gloriosa camisa tricolor.
Se não houver mudanças substanciais, não
teremos um 2016 muito diferente do que vivenciamos nos últimos anos, e aí,
definitivamente, teremos que esperar que o voto do torcedor mude esse quadro
fantasmagórico que se instalou no futebol do Fluminense desde 2013.
Vamos, então, dar o primeiro passo rumo a um
bom 2016 vencendo o Vasco. Depois, urgirá arrumar a casa.
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