Hoje completo a centésima primeira coluna no
Panorama Tricolor com um orgulho que não cabe dentro de mim. Escrever sobre o
Fluminense já seria motivo suficiente de satisfação, mas escrever sobre o
Fluminense num espaço tão democrático, cultural, crítico, visionário e
eclético, cercado de algumas das mais distintas inteligências tricolores, é
mais do que uma satisfação, é uma imensa honra.
Não imaginei, cem colunas atrás, após o convite
feito pelo escritor Paulo Roberto Andel, que hoje ainda estaria escrevendo com
a efusividade da primeira vez, mas o amor pelo Fluminense tem dessas coisas,
renova-se diariamente, cada vez com mais intensidade.
Mesmo após as inconsoláveis derrotas, mesmo nos
dias menos inspirados, o Fluminense se reinventa como uma chama que enfraquece,
mas nunca morre, tornando-se sempre a maior fonte de inspiração que se possa
ter. Inspiração para se escrever, inspiração para se viver.
E se nos dias ruins o Fluminense é inspirador,
imaginem vocês nos dias bons.
É por isso que a cada linha contada da história
do Fluminense nesta Casa imagino-me fazendo parte dessa própria história,
porque não há como dissociar o Panorama Tricolor – e sua excelência literária –
da trajetória recente do Fluminense Football Club.
No Panorama, vê-se o Fluminense também sob
outro viés, não aquele que se percebe apenas do aspecto literal de um texto,
mas literariamente, metaforicamente, uma forma diferente e, acredito, pioneira, de se
produzir conteúdo sobre um clube de futebol.
E não apenas isso. Também é um bastião da defesa
democrática dentro e fora do clube e um guardião de seus interesses e os de sua
torcida. Quem não se lembra de 2013?
Fica aqui, portanto, o meu agradecimento ao
Panorama Tricolor por tudo o que representa para o Fluminense e para o futebol
nacional e, sobretudo pela oportunidade que me foi dada de cerrar fileiras com
tão dignos representantes da torcida tricolor na lida diária de levar o
nosso amado clube, de uma forma diferenciada, a milhares de leitores.
Aproveito a oportunidade homenagear a causa
primeira, a origem de tudo, com este singelo poema:
Obrigado,
Fluminense
Amo-te em
silêncio e efusivamente
penso-te
diariamente
como quem
pensa com a razão
e com o
coração.
Sou grato à
tua existência
porque se
não existisses
eu seria
menos eu
seria menos
um pouco
de cada
coisa que já fui.
Seria mais,
certamente,
o
insuportável fruto
de um destingido
e
imprestável
destino.
Agradeço,
também, às lembranças
proporcionadas
em cores nítidas
em três
cores bem vivas
embaciadas
de pó-de-arroz
ao som de
gritos de guerra
que fazem
vibrar
até o mais
estoico dos estoicos.
Obrigado,
Fluminense,
pelos dias
de luz e escuridão
porque
todos, sem exceção,
foram dias
de paixão
porque
paixão não se entende
não se
mede, não se aprende
sente-se
inexoravelmente
sem razão.
Obrigado,
Fluminense,
por esse
inefável
e
inconsumível desejo
de
sentir-te sempre
pulsando em
meu peito,
ainda que
meu tempo se esgote
mesmo que a
vida passe
mesmo num
outro mundo,
obrigado
por tudo,
Fluminense.
Felipe
Fleury
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