domingo, 24 de julho de 2016

Obrigado, Panorama Tricolor

Hoje completo a centésima primeira coluna no Panorama Tricolor com um orgulho que não cabe dentro de mim. Escrever sobre o Fluminense já seria motivo suficiente de satisfação, mas escrever sobre o Fluminense num espaço tão democrático, cultural, crítico, visionário e eclético, cercado de algumas das mais distintas inteligências tricolores, é mais do que uma satisfação, é uma imensa honra.

Não imaginei, cem colunas atrás, após o convite feito pelo escritor Paulo Roberto Andel, que hoje ainda estaria escrevendo com a efusividade da primeira vez, mas o amor pelo Fluminense tem dessas coisas, renova-se diariamente, cada vez com mais intensidade.

Mesmo após as inconsoláveis derrotas, mesmo nos dias menos inspirados, o Fluminense se reinventa como uma chama que enfraquece, mas nunca morre, tornando-se sempre a maior fonte de inspiração que se possa ter. Inspiração para se escrever, inspiração para se viver.

E se nos dias ruins o Fluminense é inspirador, imaginem vocês nos dias bons.

É por isso que a cada linha contada da história do Fluminense nesta Casa imagino-me fazendo parte dessa própria história, porque não há como dissociar o Panorama Tricolor – e sua excelência literária – da trajetória recente do Fluminense Football Club.

No Panorama, vê-se o Fluminense também sob outro viés, não aquele que se percebe apenas do aspecto literal de um texto, mas literariamente, metaforicamente, uma forma diferente e, acredito, pioneira, de se produzir conteúdo sobre um clube de futebol.

E não apenas isso. Também é um bastião da defesa democrática dentro e fora do clube e um guardião de seus interesses e os de sua torcida. Quem não se lembra de 2013?

Fica aqui, portanto, o meu agradecimento ao Panorama Tricolor por tudo o que representa para o Fluminense e para o futebol nacional e, sobretudo pela oportunidade que me foi dada de cerrar fileiras com tão dignos representantes da torcida tricolor na lida diária de levar o nosso amado clube, de uma forma diferenciada, a milhares de leitores.

Aproveito a oportunidade homenagear a causa primeira, a origem de tudo, com este singelo poema:



Obrigado, Fluminense


Amo-te em silêncio e efusivamente
penso-te diariamente
como quem pensa com a razão
e com o coração.

Sou grato à tua existência
porque se não existisses
eu seria menos eu
seria menos um pouco
de cada coisa que já fui.

Seria mais, certamente,
o insuportável fruto
de um destingido
e imprestável
destino.

Agradeço, também, às lembranças
proporcionadas em cores nítidas
em três cores bem vivas
embaciadas de pó-de-arroz
ao som de gritos de guerra
que fazem vibrar
até o mais estoico dos estoicos.

Obrigado, Fluminense,
pelos dias de luz e escuridão
porque todos, sem exceção,
foram dias de paixão
porque paixão não se entende
não se mede, não se aprende
sente-se inexoravelmente
sem razão.

Obrigado, Fluminense,
por esse inefável
e inconsumível desejo
de sentir-te sempre
pulsando em meu peito,
ainda que meu tempo se esgote
mesmo que a vida passe
mesmo num outro mundo,
obrigado por tudo,
Fluminense.


Felipe Fleury

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