Após a pífia atuação contra o Ypiranga/RS,
Levir disse mais ou menos o seguinte: “A responsabilidade é minha. Eu peço uma
coisa, mas eles não cumprem. Amanhã conversarei com o Presidente e resolveremos”.
Não precisou ser mais direto. Estava claro que
pretendia pôr à disposição seu cargo de treinador no clube. Para a nossa sorte,
Levir permanece no Fluminense.
Uma mudança no comando técnico, no atual e
conturbado momento tricolor, - mais uma no ano – serviria apenas para retardar
ainda mais os progressos de uma equipe que, desde o começo da temporada, mas
involuiu do que evoluiu tecnicamente.
Levir não sairia por incapacidade profissional
como seus antecessores, afinal todos conhecemos seus méritos, mas por uma
estranha dificuldade de comunicação, de fazer-se ouvir.
Eu acreditaria nessa suposta dificuldade se
Levir fosse daqueles que transmitem seus conhecimentos aos jogadores como se
estivesse dando aula num curso de mestrado. A sua fala simples, seu jeito
simples, porém, não indicam, minimamente, que não possa ser entendido pelos
destinatários de suas determinações.
Logo após a partida contra a equipe gaúcha, ainda sob o calor da
emoção, tratei o fato como uma sabotagem. Talvez tenha exagerado, mas
certamente a ausência de sintonia entre comandante e comandados possui
motivação subjetiva e passa necessariamente pela desmotivação do grupo.
Há a justificativa da mediocridade da equipe,
mas mesmo jogadores medíocres correm e se doam dentro de campo e não é isso que
se vê no Fluminense desde a conquista da Primeira Liga.
Fred faz falta como um líder e motivador, mas a
Liga foi conquistada sem ele. Então, o que há?
Os jogos em Volta Redonda, as constantes
mudanças na equipe, a personalidade do treinador podem ser motivos, assim como
outros que desconheço, mas nada disso justifica essa espécie de motim
denunciado por Levir.
Ao que parece, alguns jogadores desse grupo não
perderam o ranço de tempos não tão distantes assim, quando demonstravam suas
insatisfações pessoais no campo de jogo, prejudicando sobremaneira os interesses
do Fluminense por questiúnculas particulares normalmente de cunho financeiro.
Essa desmotivação coletiva pode não
ter a contundência de uma sabotagem, mas não deixa de ser um desrespeito ao
próprio treinador, ao clube e à torcida.
Como funcionários do Fluminense, pagos em dia,
a motivação deveria ser obrigatória. Mas, se o fato de vestirem a camisa de um
dos maiores clubes do Brasil não serve de fator motivador, cabe ao Departamento de
Futebol Tricolor identificar e coibir qualquer ação que vise ao prejuízo dos
interesses do Fluminense.
Para tanto só é preciso pulso, rigor nas ações,
clareza ao expor as regras: disciplina.
Levir identificou, mas não expôs publicamente o
problema. Está no Flu, mas com as malas prontas.
Contra o Vitória, saberemos se a repercussão de
suas declarações, a conversa com o Presidente, a pressão da torcida terão
surtido algum efeito no moral dos jogadores. Se tudo continuar como está,
teremos a certeza de que o que se passa dentro das quatro linhas não poderá ser mudado por nenhum treinador, pois transcende o seu poder e, quem tem atribuição para dar a solução, definitivamente não se interessa em resolver o problema.
Com a saída de Fred, Levir, é a estrela da companhia. Sem ele,
o que já está ruim ficará pior. Para o bem do Fluminense, que todos entendam
isso e se irmanem num único propósito: tornar o Flu novamente vencedor.
E reforços são imprescindíveis. Para ontem.
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