O descompromisso do torcedor tricolor de Volta
Redonda com o time parece um reflexo do descompromisso do Fluminense com o
futebol. A apatia tricolor contagia o seu torcedor que, se nunca foi muito de
ir ao Estádio da Cidadania assistir ao Flu, agora é que perdeu definitivamente
o gosto. Os menos de mil pagantes não mereceram mais uma apática apresentação
de um Fluminense que, um dia, já foi o orgulho dessa imensa torcida.
O Tricolor iniciou o primeiro tempo com três
alterações em relação à partida em que perdeu para o São Paulo, com William
Mateus, Dudu e Pierre nos lugares de Giovanni, Douglas e Cícero. Apesar das
alterações, a equipe não parecia diferente das últimas partidas: tinha a posse
de bola, mas não era eficiente no ataque.
O desejo de Levir de transformar o Flu num time
que ataca e defende com eficiência em bloco ainda não se concretizou. Mesmo
assim, o Tricolor foi superior na primeira parte do jogo tendo perdido boas
oportunidades de abrir o marcador aos 15` com Henrique, que, de cabeça, desviou
uma falta cobrada por Scarpa, no travessão. Quatro minutos depois, Dudu,
aproveitando outro lance de bola parada, arrematou para excelente defesa do
arqueiro coxa branca. Aos 25`, numa jogada de contra-ataque, Welington Silva
perdeu na cara do gol, chutando em cima do goleiro, no primeiro lance de perigo
do Flu não originado de um lance de bola parada. Aos 43` o Coritiba chegou pela
primeira vez ao gol tricolor, oportunidade em que a presença de Cavalieri foi
fundamental para que o adversário não marcasse seu tento. Por fim, ao 45`,
Henrique, novamente de cabeça, após a cobrança de escanteio, exigiu do guarda-metas
alvi-verde importante intervenção.
Como se percebe, o Flu dependeu quase que
exclusivamente das bolas paradas para chegar ao gol adversário, porque a sua
criação no meio praticamente inexiste. Scarpa, embora tenha se apresentado um
pouco melhor do que nas últimas partidas, ainda não foi o que se espera de um
jogador que deve exercer essa função.
O segundo tempo começou melhor para o Coritiba,
tanto é que Levir aos 10` fez logo duas substituições: Maranhão e Richarlisson
por Dudu e Magnata. Dudu não estava mal na partida e a opção de Levir talvez
tenha se baseado na necessidade de o jogador ter sentido a falta de ritmo de
jogo, uma vez que foi a sua primeira partida como titular.
Mas as mexidas não surtiram qualquer efeito.
Somente por volta dos 25`, quando o Coxa resolveu arriscar um pouco mais e
buscar a vitória, o Flu encontrou mais espaços para jogar. E aí, Richarlisson,
aos 30`, fez ótima jogada pela esquerda que resultou em escanteio. Na cobrança,
Edson, de cabeça, concluiu rente à trave esquerda adversária. Aos 33` Samuel
perdeu outra chance e aos 36`, em jogada de Maranhão, dessa vez pela direita, o
Flu quase chega ao gol não fosse a boa defesa do goleiro do Coritiba. Aos 41`,
após erro conjunto de Cavalieri – na reposição de bola – e Henrique, Kleber
teve a oportunidade mais clara do jogo e quase marca para o Coxa.
Daí por diante o Flu tentou inutilmente chegar
ao gol do Coritiba, mas esbarrou na sua própria mediocridade. O resultado de
empate acabou sendo justo pelo que fizeram em campo duas equipes que se nivelam
por baixo. O resultado foi pior para o Fluminense, que jogava como mandante e
tinha a obrigação da vitória.
Já disse em outras oportunidades que sem
reforços, não almejaremos nada e ainda correremos o risco de lutar contra o
rebaixamento. Henrique Dourado, um atacante, deve ser apresentado. Ainda é
pouco. Do jeito que as coisas andam, para que haja alguma resposta dentro de campo
precisamos, no mínimo, de um bom zagueiro, um lateral esquerdo e um meia
armador de qualidade.
Quanto aos estreantes, esse William Matheus
precisa ser melhor observado e Dudu mostrou alguma qualidade. Nada, porém, que
dê muitas esperanças ao torcedor de que uma transformação imediata na forma de
jogar dessa equipe possa ocorrer.
E quanto a Levir, que considero um bom
treinador, também deve fazer seu mea
culpa. O seu esquema de ataque e defesa em bloco ainda não vingou, o Flu é
um time frouxo na marcação e pouco eficiente no ataque. Faltam peças, mas, como
técnico, é responsável por dar minimamente a sua cara ao time, o que ainda não
aconteceu.
Mais um resultado decepcionante num campeonato
que não perdoa a incompetência. Depois, poderá ser tarde demais. Ou essa
diretoria acorda, ou conseguirá o que vem perseguindo com a sua inaptidão há
algum tempo: rebaixar o Fluminense.
Todos merecemos um presente e um futuro melhor.
Chega de sofrimento.
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