Neste sábado, centenas de tricolores
compareceram ao Salão Nobre do Clube a fim de contribuir para a construção do
Centro de Treinamento do Fluminense. Um sonho que cada vez mais se torna
próximo de transformar-se em realidade.
Penso que as contribuições podem até ser
chamadas de investimento, uma vez que reverterão para o engrandecimento do
patrimônio do Fluminense Football Club e, por via de consequência, ao próprio
torcedor, beneficiário que será das vantagens que o novo centro trará ao clube.
Valores acima de duzentos reais ainda valem ao contribuinte uma camisa tricolor de coleção da Adidas que não chegou a ser
lançada, ante o rompimento contratual assinado com a empresa alemã.
Evidentemente, trata-se de uma bela iniciativa, que presenteia o torcedor duas
vezes: com a camisa especial e com a possibilidade de participar efetivamente
da construção do futuro de seu clube.
Essa é a postura que se enaltece, mas há outra,
muito menos nobre, que se deve repudiar com todas as forças.
Segundo o jornalista Giam Amato, paira sobre um
funcionário do clube e um torcedor do Fluminense a suspeita de que estejam
envolvidos no roubo de mais de dez mil camisas, que seriam utilizadas também como brindes para quem investir mais de duzentos reais na construção do
CT.
O crime ocorreu no sábado passado e o valor da
subtração pode chegar ao patamar de dois milhões de reais.
Se as suspeitas se confirmarem – logo após o
roubo as camisas começaram a ser anunciadas para venda na internet (Não basta
ser idiota, tem que parecer idiota) – e identificados os autores do crime como
funcionários ou torcedores do clube, minha
decepção não caberá em mim.
Evidentemente, vale repetir, são suspeitas que
precisam ser confirmadas. Mas, se o forem, estaremos diante de triste um
paradoxo: enquanto o bom tricolor só tem olhos para o seu clube, desloca-se de
sua casa para colaborar com o futuro do Flu, outro, o mau tricolor, além de ter
praticado um crime, quer que o Fluminense se exploda.
Infelizmente, não estamos livres de elementos
perniciosos que jamais poderiam ser considerados torcedores do Fluminense.
Felizmente, porém, trata-se de uma absoluta minoria.
Criminosos como esses – e também são criminosos
aqueles que adquirem os produtos roubados quando sabedores de sua origem
ilícita – merecem da Justiça o rigor da Lei e, do Fluminense, o mais profundo e
completo desprezo. Se possível fosse, deveriam sofrer uma espécie de processo
de excomunhão que os desvinculassem desde a origem de qualquer resquício do
Fluminense em suas vidas.
Torço, sinceramente, para que as investigações
apontem outros culpados. Saber que no seio de nossa torcida há quem jogue
contra o futuro de seu próprio clube será uma lástima.
Torço, também, para que as camisas sejam
recuperadas e utilizadas no seu propósito de arrecadar fundos para a construção
de um sonho. Seria uma tremenda injustiça o Fluminense ser punido duas vezes:
pela conduta criminosa de seus torcedores e pela perda dessa vultosa quantia.
Por fim, faço o alerta aos torcedores que
tenham ciência de vendas dessas camisas. Adquiri-las pode caracterizar crime de
receptação. Aja como um verdadeiro tricolor e denuncie esse crime às
autoridades. O Fluminense sempre lhe será grato.
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