A última vez que eu vi o Fluminense contra o
Santa Cruz foi no Maracanã, faz tempo, quando Magnata fez chover gols contra os
pernambucanos. A última vez que Fluminense e Santa Cruz e Fluminense se
enfrentaram pelo Brasileiro, há dez anos, o nosso Tricolor venceu por dois a
um, em Recife.
Hoje, porém, a vitória não nos sorriu. Vale
considerar, no entanto, que o Santinha de hoje é bem melhor do que o de outros
tempos. Ascendeu à série A, está invicto há dezesseis jogos e foi campeão da
Copa do Nordeste e do Campeonato Pernambucano. Além disso, tem uma equipe muito
bem arrumada pelo seu treinador Milton Mendes, único brasileiro, é bom que se
diga, habilitado a ser treinador da Europa.
Mas nada disso tiraria do Fluminense a
obrigação de, em seus domínios, vencer a boa equipe pernambucana.
E por que não venceu?
O Flu fez um primeiro de tempo aplicado e
combativo, teve maior posse de bola, mas não transformou isso em efetividade
ofensiva. Uma bicicleta de Richarlisson e só. Claro que a equipe pernambucana
teve seus méritos, pois postou-se em campo com uma ótima marcação e, mesmo com
menos posse, teve chances mais perigosas.
No segundo tempo, Levir trocou Richarlisson por
Gerson, e, na minha opinião, agiu mal. O jovem atacante, embora não estivesse
repetindo as suas últimas atuações, tem mais disposição e ainda é um motivo a
mais para a defesa adversária se preocupar.
Logo no início da segunda etapa, Grafite entrou
livre por trás da zaga, na segunda trave, para completar para o gol e marcar o
primeiro do Santa.
Nesse momento, diante da boa postura do Santa
Cruz, imaginei que não seria possível reverter o resultado. Scarpa, contudo,
numa excepcional cobrança de falta, empatou logo em seguida e, Gum, o guerreiro
Gum, jogador que mais vezes vestiu a camisa tricolor em campeonatos
brasileiros, cabeceou para excelente defesa do goleiro pernambucano que deu
rebote para o próprio Gum completar para o gol e virar a partida.
No lance que deu início ao segundo tento
tricolor, o escanteio, Fred recebeu em impedimento. Talvez não tenha sido tão
claro para o bandeirinha como o foi para os comentaristas, porque o assistente
tem que observar ao mesmo tempo o momento do passe e o jogador que recebe a
bola.
Não houve, a partir daí, grandes riscos para o
Fluminense. A vitória parecia se encaminhar e seria uma vitória bastante
valorizada pela atuação do tricolor de Pernambuco.
Ocorre, porém, que o péssimo árbitro assinalou
um pênalti inexistente contra o Flu. Grafite, que ainda dá um trabalho danado,
preparou um chute e esticou a perna para trás, sua chuteira aparentemente resvalou na perna esquerda de W. Silva - que estava com os dois pés no chão, não fez
qualquer menção de interceder na jogada adversária – e ele “furou” a bola. Na
queda, o apitador marcou o pênalti que foi cobrado e convertido pelo próprio
Grafite.
O erro foi crasso e talvez compense o
impedimento que invalidaria a jogada que deu origem ao gol da virada tricolor. Talvez,
por justiça, o empate tenha sido realmente o resultado mais adequado, mas um árbitro que para
o jogo por qualquer falta, por qualquer contato e até por motivos inexistentes,
só atrapalha o andamento da partida.
Justo ou não o resultado, a verdade é que
apesar de todo o currículo recente do Santa Cruz, o Fluminense, repito, tinha a obrigação
de vencer. O que conquistou em Minas, perdeu aqui.
Alguns reforços estão próximos, outros
pretendidos. Levir já deu sua cara ao time, mas é preciso tornar o Flu mais
ofensivo (leia-se: mais finalizações). Fred é a melhor opção, mas não é a única. Há Osvaldo, Scarpa e
Richarlisson que precisam funcionar como alternativas, sobretudo quando é o
artilheiro que atrai a maior atenção dos zagueiros adversários.
Edson é outro que não pode ser reserva do
Pierre.
Ainda há muito o que fazer. Partidas como a de
hoje para um treinador inteligente como Levir, servem muito mais como incentivo
e como forma de corrigir erros do que para baixar o moral.
Vamos em frente. O campeonato é longo, perdemos
pontos importantes, mas não seremos apenas nós. O Santa colherá pontos
importantes de muita gente boa.
É hora de levantar a cabeça e vencer a próxima
decisão.
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