A Copa do Brasil é uma competição única,
especial em relação às demais. Não apenas porque é o caminho mais curto para a
Libertadores da América, mas porque é democrática no sentido de proporcionar
aos clubes modestos do interior deste imenso Brasil, como o Tombense, a chance
de enfrentarem os maiores clubes nacionais.
E isso me traz um prazer especial, que é saber
que aquele torcedor tricolor que talvez nunca tenha assistido ao seu clube do
coração in loco, tem a chance de
sentir de perto essa inefável emoção. É isso o que sinto quando a câmera
percorre a arquibancada e estampa aqueles rostos que não escondem a alegria de
estar vivenciando essa paixão.
Hoje foi a torcida tricolor de Muriaé e de
outras cidades da Zona da Mata mineira que teve essa feliz experiência, a
oportunidade de voltar para casa com o Fluminense ainda mais impregnado em seu
coração.
O time, que a cada jogo conquista mais a
confiança do treinador e da torcida, vai se consolidando numa formação
definitiva. Com uma ou outra alteração, parece que essa vai ser a equipe que se
encarregará de ser a base que nos dará as sonhadas alegrias em 2016. Levir, é
claro, é o maior responsável por essa renovação tricolor.
Apesar disso, o Flu começou o jogo contra a
modesta Tombense sofrendo sustos. De um erro de passe de Pierre, surgiram as
melhores oportunidades da equipe mineira no primeiro tempo. Logo após, porém, o
Tricolor se assentou em campo e passou a dominar as ações ofensivas, mesmo sem
ser brilhante.
Por falar em brilhante, se o time não o foi
como um todo, Scarpa e Cícero, pode-se dizer, chegaram perto disso. Cícero deu
um chapéu fantástico num adversário em jogada que terminou com um gol de Scarpa
bem anulado. Logo depois, com o lado de fora do pé, de um passe perfeito para
Gerson fazer o primeiro gol tricolor.
Scarpa, por sua vez, foi onipresente dentro de
campo. Fez de tudo e com muita qualidade, constituindo-se figura imprescindível
para esse novo Fluminense.
Marcos Junio deu números finais ao primeiro
tempo após belo cruzamento de Jonatham que aproveitou, em total liberdade, para
marcar de cabeça.
O Tricolor reduziu o ímpeto na segunda etapa,
dando campo ao adversário com o nítido propósito de explorar os contra-ataques
e os erros do adversário.
Edson e Magno Alves substituíram Gerson e Fred
e o time ganhou mais velocidade. Aliás, o Fluminense tem agora um treinador que
não teme sacar o artilheiro quando é necessário, porque Levir deu ao time
alternativas à única jogada ofensiva tricolor vigente nas últimas temporadas.
Marcos Junio fez o terceiro tricolor, o seu
segundo, após belo passe de Scarpa, e foi outro que se destacou positivamente na partida, aproveitando a
oportunidade proporcionada pela ausência forçada de Osvaldo.
O Flu foi a Muriaé, não foi espetacular, mas
cumpriu seu objetivo: evitou a partida de volta, que ocorreria em 25 de abril,
justamente no período entre as semifinais e finais do carioca. Além disso,
mostrou mais uma vez que está se consolidando como equipe competitiva: está na
final da primeira liga, disputará as finais do carioca e já avançou de fase na
Copa do Brasil.
Ótimas perspectivas para quem não tinha nenhuma
no início da temporada.
São Levir! Campeão da Copa do Brasil com
Cruzeiro e Atlético, quem sabe com o Flu?
Psicologicamente, o Fluminense já é um time
renovado. Gradativamente vai também evoluindo tecnicamente. As perspectivas são
outras. Tudo muda quando se trabalha com gente competente.
Sorte nossa, sorte daquela torcida mineira que
voltou para casa feliz com a vitória de seu time do coração.
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