Acabaram as especulações. Temos um treinador:
Levir Culpi. Não digo “novo” treinador, porque os seus últimos antecessores no
cargo eram aprendizes, estudiosos, amadores, curiosos, qualquer coisa menos
treinador de futebol. Depois de um longo e tenebroso inverno, poderemos olhar
para o banco de reservas e ver alguém que tenha minimamente a capacidade de
comandar a equipe. Aliás, mais do que minimamente, porque se Levir não era o
sonho de consumo da torcida – e nem o meu – pelo menos tem história no futebol.
Não que seja uma história de grandes
conquistas, mas é incontestável que entende do que faz. O seu currículo, embora
restrito a conquistas regionais, duas copas do Brasil, duas Recopas e dois
campeonatos brasileiros da série B, é um currículo:
Inter de Limeira
- Campeonato Brasileiro - Série B: 1988;
Criciúma -
Campeonato
Catarinense: 1989;
Paraná - Campeonato
Paranaense: 1993;
Cruzeiro- Copa do
Brasil: 1996; Campeonato
Mineiro: 1996 e 1998; Recopa
Sul-Americana: 1998; Copa dos
Campeões Mineiros:
1999; Copa Centro-Oeste: 1999;
São Paulo
- Campeonato
Paulista: 2000;
Atlético
Mineiro: Campeonato Brasileiro - Série B: 2006; Campeonato
Mineiro : 1995, 2007 e 2015; Recopa
Sul-Americana: 2014 e Copa do
Brasil: 2014.[1]
E se é para apostar, que se aposte com um
Levir, não com um Drubscky.
Não quero especular como será a sua relação com
Fred. Para ter autonomia e desenvolver o seu trabalho, inexoravelmente, em
algum momento, eles entrarão em rota de colisão. Se quiser dar à equipe uma
nova forma, precisará criar alternativas ao artilheiro, mesmo quando ele
estiver dentro de campo, e isso poderá desagradar o artilheiro, que tinha sobre
Cristóvão, Drubscky, Enderson e Eduardo controle absoluto. Esse será um dos
seus maiores problemas. O outro será acertar essa defesa.
Provavelmente indicará algum nome para o elenco,
tentará inicialmente mexer pouco na equipe, mas com o tempo será necessário
implementar o seu próprio estilo, o que esperamos, seja suficiente para dar ao
Fluminense uma cara nova, diferente daquela cara que nunca foi a do verdadeiro
Fluminense.
O tempo já foi perdido. Quando o Fluminense optou por contratar amadores, agiu
ele próprio com amadorismo. Um comandante tem que ser o líder, o estrategista e
nunca deveria ter sido relegado a segundo plano. Foi um erro crasso que foi
corrigido com a contratação de Levir. Se vai dar certo ou não, são outros
quinhentos. Pelo menos tem nome e história para ser um treinador de uma equipe
da grandeza do Tricolor.
E se temos treinador, temos também novo
uniforme – enquanto escrevo esta coluna a festa de lançamento ocorre e, por
isso, não posso opinar sobre o manto tricolor. A DryWorld apostou no Fluminense
e o Fluminense na empresa canadense. Depois de quase vinte anos com a Adidas, o
Tricolor espera ser mais valorizado. E já está sendo, pois o contrato é mais
vantajoso financeiramente para o Flu. Mas também é preciso atender o varejista
com presteza e quantidade suficiente para a demanda. E o principal: a a
qualidade do material. É uma parceria que tem tudo para dar certo.
As esperanças renascem nos tricolores. Um treinador
de verdade, novo uniforme e a expectativa de que o Fluminense torne a ser o
time guerreiro de outrora. O torcedor tem saudades do time brioso e competitivo
que se apresentou pela última vez já no distante ano de 2012. Levir terá a
missão de resgatar o espírito daquela conquista e precisará de paz para
trabalhar. Sejamos pacientes, portanto. O Fluminense agradece.
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