domingo, 14 de fevereiro de 2016

Treinadores ou fantoches?

O comando do departamento de futebol do Fluminense, leiam-se Mario Bittencourt e Fernando Simone, mantém, reiteradamente, a estratégia de investir em treinadores de baixo custo para o clube e qualidade pra lá de duvidosa.

No começo, a desculpa foi a saída da Unimed, a perda do poder econômico e a aposta no “bom, bonito e barato”.

Para ser sincero, nunca acreditei nesse pretexto. As milionárias renovações dos contratos de Fred, Wagner, Jean e Cavalieri, por exemplo, não permitiram. Havia dinheiro, certamente não oriundo de uma torneira que o despejava de forma tão profusa nas Laranjeiras, mas ele existia.

E ainda houve a contratação estapafúrdia de Ronaldinho Gaúcho, outro desbarato da atual administração.

Para a atual temporada, nomes como Diego Souza e Henrique, cujos salários atingem somas elevadas, além de outros tantos que, mesmo imerecedores das vultosas quantias que recebem, continuam onerando os cofres do clube e oferecendo muito pouco ou nenhum retorno, são a prova cabal de que o Fluminense, em regra, gasta muito e gasta mal nas suas contratações.

Não questiono, evidentemente, as acertadas renovações de contrato ao fim da parceria com a Unimed, as quais deram fôlego suficiente para que o Fluminense suportasse o complicado ano que se avizinhava.

Nem é meu propósito avaliar o acerto e desacerto de cada contratação posterior. Via de regra, foram apostas que, diante da nova realidade financeira do clube, deveriam ter sido feitas.

A questão que se põe é: se havia dinheiro para contratar jogadores, por que não se considerou a hipótese de trazer um nome experimentado e vitorioso para treinador da equipe? Um técnico à altura do Fluminense não seria garantia de que desse certo. Muitos não deram, aqui e em outros clubes, mas daria ao torcedor a certeza de que haveria independência no comando técnico da equipe.

Talvez seja essa a palavra chave: independência. Cristóvão, Drubscky, Enderson e Eduardo Baptista são treinadores pouco experimentados, sem currículo e que têm, no comando do Flu, a oportunidade de ouro de suas vidas. Garantir seus empregos, portanto, deve ter sido a primeira meta que traçaram ao aceitarem trabalhar no Tricolor.

Devo imaginar, porém, que na mente desses desprestigiados treinadores, a garantia de emprego passa invariavelmente pela subserviência.

Talvez tenha sido essa subserviência, essa dependência, que os trouxe e os manteve no Fluminense, mesmo após pífios resultados. Talvez tenha sido esse critério reiteradamente repetido, num equívoco atrás do outro, desde Cristóvão até Eduardo, não se sabendo se essa cadeia irá mais longe.

Diante da cúpula do futebol tricolor, o acatamento irrestrito às suas ordens, mesmo inúmeras vezes equivocadas, além, é claro, do respeito às ponderações do líder da equipe, Fred, tenha sido preponderante para se criar um perfil adequado de treinador para o Fluminense atual.

Um perfil adequado à diretoria e ultrajante a todos nós torcedores.

Um clube da grandeza do Fluminense não pode se submeter a títeres travestidos de treinadores que aceitam a interferência de terceiros nas suas funções. Não há outra explicação, senão a de se ter no cargo um manipulável, as contratações dos nomes anteriormente citados.

Todos têm exatamente o mesmo perfil: pouca experiência, pouco currículo e bastante docilidade.

Eduardo Baptista é o fantoche atual. O Fluminense, sob o seu comando, tem um desempenho risível de mais de vinte jogos e apenas seis vitórias, sendo uma na atual temporada. Um desempenho que não se coaduna nem mesmo com treinador de Bacaxás da vida.

Mesmo assim, contudo, continua firme a forte à frente do time, garantido pela soberba daquele para quem o ano de 2015 foi positivo.

Já disse em outros momentos que o senhor Eduardo Baptista não deveria nem mesmo ter pisado nas Laranjeiras para a temporada 2016. Foi um erro crasso de planejamento, um erro que ainda não foi corrigido porque a vaidade e a soberba de quem manda no clube não permitem, porque “dar o braço a torcer” seria o reconhecimento da incapacidade profissional desses gestores.

Será demitido em breve, logo após o próximo vexame que, espero, não ocorra contra o arquirrival em 21 de fevereiro. Que vá antes e nos poupe da galhofa e que vão também, se ainda houver hombridade, os administradores que tantos malfeitos causaram ao Fluminense nos últimos anos.

Assim, ainda poderemos sonhar com um departamento técnico profissional, eficiente e dedicado ao Fluminense, que contrate um treinador à altura do clube e não mais um fantoche. Dessa forma, quem sabe, o ano que se vislumbra sombrio possa ser iluminado pelas mentes e corações de verdadeiros tricolores, proporcionando a todos nós a esperança em dias melhores.


É preciso recuperar a dignidade perdida em algum lugar desses últimos três anos, medida que passa pela reformulação imediata e integral do departamento de futebol, antes que seja tarde demais.

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