Após o jogo contra o Resende, fiz uma pequena
brincadeira: “Com mais dois Orejuelas e mais
dois Sornozas fechamos o grupo e ganhamos tudo este ano. Com seis
equatorianos não vai ter para ninguém.” É claro que a metáfora conota a
evidente qualidade técnica dos dois reforços tricolores, mas exageros à parte
todos sabemos que, apesar do bom começo, teremos um ano difícil pela frente.
A dificuldade estará principalmente em manter o
equilíbrio do time quando não se tem um elenco capaz de suportar o desgaste das
longas competições que se apresentarão durante o ano, sobretudo o campeonato
brasileiro. A alma que Abel Braga deu ao time é suficiente para vermos uma
equipe brigadora o tempo inteiro, mas sem um elenco mais qualificado, lesões,
convocações e outros intercorrências podem desfalcar o Flu de suas peças mais
importantes.
Temos alguns jogadores da base que podem
ajudar. E estão ajudando, mas para almejarmos com chances reais que conquista
alguma competição, o Flu precisará estar sempre no limite e precisará de ajuda também
de fora das quatro linhas.
É por isso que além da presença da torcida,
cujo apoio será fundamental na temporada, vejo com grata satisfação o retorno
de um dos mais capacitados profissionais da medicina ao Fluminense. Independentemente
de posições políticas, o Presidente Abad agiu como se deve agir quem tem o
Tricolor como prioridade, trouxe o Dr. Michael Simoni para a função de diretor
do Departamento de Saúde. Mais um reforço de qualidade que muito contribuirá
para que nossos profissionais, dentro de campo, tenham toda a tranquilidade
para desempenhar suas funções.
Os melhores nomes tricolores têm que fazer
parte da gestão e, ao que parece, o Presidente tem isso como princípio:
vaidades de lado, o que importa é e sempre será o Fluminense.
Ponto para Abad. Outro golaço foi a contratação
de uma auditoria qualificada para examinar as contas tricolores. Medida
acertada e prudente, que dará à nova Administração a exata dimensão dos erros e
acertos da gestão anterior e mostrará o que deve ser corrigido e trabalhado. Além
disso, possibilitará a responsabilização de quem por dolo ou culpa agiu contra
os interesses do clube ou lhe trouxe prejuízos. Começar o trabalho com a casa
em ordem é tudo de que o Flu precisa para poder seguir em frente sem as amarras
do passado.
Vida nova para o Fluminense. Começar com o pé
direito nos gramados e fora dele é um bom sinal, sinal de que mesmo com um
orçamento enxuto, mas com um grupo engajado e uma administração focada nos
interesses do clube, algo de bom pode acontecer.
Se não conquistarmos um título, teremos lutado.
E o Fluminense deve ser assim, um time guerreiro que luta até o fim por seus
objetivos. O resto é consequência.
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