domingo, 29 de janeiro de 2017

Até onde podemos ir...

Com um orçamento enxuto e dívidas enormes, o Fluminense foi o clube que menos contratou – quando comparados aos seus rivais cariocas – para a temporada de 2017. Manteve praticamente a base que foi profundamente ineficaz em 2016.

Mas trouxe Abelão, que chegou dizendo que daria alma ao time. Trouxe Lucas, Orejuela e Sornoza.

Antes do primeiro jogo contra o Criciúma, eu havia dito que o Flu não tem elenco para ser campeão, tem apenas um time na conta do chá. Afirmei, ainda, que poderíamos ter alguma chance de levantar um caneco ou conquistar uma vaga para a Libertadores se Abel fizer o grupo de 2016 realmente resgatar sua alma, se os equatorianos se adaptarem e funcionarem bem e se a base que for convocada para ajudar realmente ajude. São muitos requisitos que devem estar presentes cumulativamente para que o tenhamos um ano minimamente feliz.

Reitero o que disse. O Fluminense só terá alguma chance se tudo isso acontecer.

Mas eu não quero ser pessimista. Na verdade, como disse na última postagem aqui no Panorama, sou um realista esperançoso, então posso afirmar que tudo isso aconteceu na partida contra o Criciúma: Abel resgatou a alma dos renegados de 2016 – vide Dourado, que embora não tenha marcado um gol, foi outro jogador; participativo, esforçado e solidário – os equatorianos foram muito bem – Sornoza, um jogador que, para a estreia, foi acima da média. Deu bons passes, jogou verticalmente, se deslocou com inteligência; Orejuela, jogando mais atrás, não errou um passe; a base funcionou bem quando foi convocada: Pedro fez um golaço e Lucas Fernandes entrou com muita personalidade.

Além disso, o que me chamou a atenção foi o preparo físico dos jogadores. Para a primeira partida oficial da temporada, o ritmo foi intenso e ninguém cansou.

O ponto negativo foi o calcanhar de aquiles do Flu nos últimos anos: a defesa, posição que Abelão conhece muito bem e deve trabalhar para corrigir as falhas do primeiro jogo.

O Flu, portanto, se houve bem na primeira partida, mas é preciso que todos os fatores que elenquei continuem harmonicamente conjugados e presentes nas próximas partidas do Tricolor. Com um ano longo pela frente, todos sabemos que isso será difícil de acontecer, malgrado ninguém espere que o Flu seja campeão de tudo, embora deseje. É nossa obrigação sonhar. Se a alma Tricolor resgatada por Abel, contudo, for a tônica de sua equipe durante a temporada, não tivermos as ausências dos equatorianos por longos períodos de tempo, os garotos da base continuarem sendo efetivos e as falhas defensivas forem corrigidas, seremos pelo menos competitivos, o que já seria um alento diante da crise financeira que assola o clube.

Contra o Vasco, adversário de maior envergadura, o Flu poderá dizer se a vitória contra o Criciúma foi mera obra do acaso ou se realmente Abel já começou a dar nova alma aos seus comandados. A minha opinião é a de que o Fluminense já tem uma cara nova, mas precisará da conjugação de todos aqueles fatores, em pelo menos uma das competições que disputar, para que a torcida possa comemorar algo.


E se dentro de campo o Flu precisará jogar no limite e ser sobretudo competitivo, fora dele a torcida terá papel fundamental para impulsioná-lo às vitórias. Uma pena, porém, que não há perspectivas otimistas de termos o Maracanã brevemente, palco eterno da torcida tricolor.

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